Capítulo 1

A jornada se inicia! Vamos em busca de Mauen!

por Edu/Hiei, 12/01/05

O próspero Reino OMDA, recanto dos otakus, foi um dia atacado por Shiee, um antigo herói local, que há muito tempo desaparecera. Ele na verdade estava sendo controlado por Mauen, um vilão que queria se apoderar do reino.

Liderando a batalha contra Mauen, estava Kawaiibara, ex-discípulo de Shiee e responsável por Puchiki, a pequena irmã que seu mestre deixou para trás quando saiu do reino.

Mauen foi finalmente derrotado e todas as pessoas que controlava, inclusive Shiee, libertadas de seu feitiço. O vilão fugiu para uma caverna distante, ao lado de suas sete crias, cada uma contendo um pedaço de sua alma: Sanji, Shenmue, Lampião, Nojo, Lolita, Midnight e Songoku. Enquanto estas sete pessoas existissem, Mauen não corria o risco de morrer, pois, mesmo que fosse destruído, sua mente passaria a ocupar o corpo de um de seus sete "filhos".

Nenhum deles, contudo, sabia dessa verdade. Só a descobriram quando aprenderam sobre outra notícia preocupante: o corpo de Mauen fora contaminado por uma energia negra que o consumia lentamente e que iria, eventualmente, destruí-lo. Enquanto a aflição tomava conta das sete crias de Mauen, ele permanecia tranqüilo, pois tinha certeza de que um dia iria voltar. Era só uma questão de tempo.

Enquanto isso, em OMDA, tudo parecia estar finalmente em paz, até o dia em que Shiee deixou o reino misteriosamente. Embora ele não tivesse dado explicações, todos sabiam o motivo de sua partida: ele fora em busca de Mauen, para destruí-lo de uma vez por todas.

Seis anos depois do desaparecimento de Shiee...

- Eu estou cansada... Vamos parar pra comer? - dizia uma adolescente vestindo um bonito kimono rosa sem mangas. Ela tinha cabelos cor-de-mel até a altura dos ombros e usava um laço azul na cintura, além de sapatos da mesma cor.

- Já está cansada? - respondeu um homem que andava a seu lado - Mas andamos muito pouco e temos uma jornada grande pela frente, não vale a pena parar ainda.

- Ahhh, mas está tão quente... - ela caminhava a passos lentos, puxando a gola do kimono para se refrescar.

- Hm... - o homem deu uma olhada na reação dela e então no sol escaldante sobre suas cabeças - Tudo bem, acho que não tem problema dar uma paradinha...

- Yei! Isso aí!

Os dois então se sentaram debaixo da sombra de uma árvore próxima, ambos suspirando aliviados pelo descanso dado a seus pés. Apesar da aparência frágil da menina, que deitara com os olhos fechados, e da maneira despreocupada com que o homem, encostado no tronco da árvore, mastigava um pedaço de capim, aqueles eram os guerreiros mais fortes de OMDA.

A pequena garota era Puchiki, irmã do lendário Shiee, treinada pessoalmente pelo discípulo de seu irmão, e que nos últimos anos passara de uma lutadora iniciante para uma shinobi de alto nível.

O homem a seu lado era uma figura quase tão importante para o reino quanto o irmão de Puchiki. Ostentava o nome de Kawaiimaru e os títulos de Coronel da Força Militar do Reino e Jounin entre os shinobis. Era, verdadeiramente, um guerreiro do mais alto nível.

O novo nome, Kawaiimaru, foi-lhe dado há cinco anos, quando despertou pela terceira vez poderes que estavam ocultos dentro de si após intenso treinamento, mudando inclusive de aparência. Agora tinha longos cabelos negros presos, vestia uma roupa colante verde com um colete escuro, tinha caneleiras amarelas e um pequeno bolso na sua perna direita, além de um par de brincos nas orelhas.

- Tio Kawaiimaru... - disse a garota, agora de olhos abertos, observando as nuvens que passavam.

- Sim?

- Acha que vamos encontrá-lo? Já faz tanto tempo... E se... E se ele tiver sido derrotado pelo Mauen?

- Não se preocupe, Puchiki, porque o seu irmão é muito forte. - Kawaiimaru respondeu, dando-lhe um olhar de conforto - Além disso, ele com certeza não foi direto até Mauen. Aposto que, como nós, ele esperou alguns anos treinando para que pudesse aumentar muito a sua força e ser capaz de derrotá-lo.

- É... Da outra vez o tio despertou aquela energia negra, né?

- Sim... - ele mostrava uma expressão ligeiramente triste e desviara o olhar para o horizonte - Mas aquilo foi uma coisa que aconteceu por pura sorte, não consegui mais repetir aquela transformação. Foi por isso que eu decidi que deveríamos treinar bastante e ficar mais fortes, antes de ir atrás do seu irmão, até porque antes você não tinha força suficiente. - ele se virou com um sorriso - Se bem que você ia querer vir de qualquer jeito, não é mesmo?

- Hm! - ela balançou a cabeça afirmativamente - Então... Vamos em frente, tio? - disse ao se levantar, enquanto limpava a grama que ficou em suas vestes.

Os dois então continuaram a andar pela estrada de chão batido, em meio a uma área rural, até que chegaram a um pequeno vilarejo. Como já estava escurecendo, resolveram passar a noite ali, mas, enquanto procuravam por uma hospedaria, Kawaiimaru foi quase atropelado por um homem enorme, vestindo uma armadura samurai, que passou correndo a uma velocidade estranha àquelas vestes.

- Tio Kawaiimaru, o senhor está bem? - Puchiki perguntou.

- Eu estou bem, foi só um esbarrão! - ele disse, levantando e tirando o pó da roupa - Mas quer parar de me chamar de tio? As moças que passam por mim ficam achando que eu sou velho!

- Desculpa... - ela falou constrangida - Vamos pra hospedaria?

- Sim, vamos... - ele começou a tatear seu colete - Hm? Mas o quê... Aonde foi quê...

- Tio Kawaimaru? – Puchiki questionou, estranhando a reação do parente.

- A minha carteira! A minha carteira sumiu! – ele continuou tateando e então olhou nervoso na direção para a qual o homem de armadura correu - Aquele miserável...

E, sem dar explicações, Kawaiimaru partiu em disparada, bufando de raiva. Puchiki ficou olhando, confusa, por alguns instantes, até que resolveu segui-lo.

Alguns minutos depois, o homem de armadura, que furtara a carteira de Kawaiimaru, estava sentado em uma casa de chá, embora não tivesse pedido nada. Ele esparramara as moedas recém adquiridas em cima da mesa e, enquanto as guardava uma a uma, somava o quanto tinha lucrado com o assalto.

- Ei, nada mal... Esse cara deve ter um cargo super importante, porque tem muito dinheiro aqui! - falou, ainda vestido sua armadura de metal, o que fazia com que as pessoas ao redor o olhassem assustadas - Agora estou mais tranqüilo. Se ele tinha tanto dinheiro assim, provavelmente não sentirá muita falta do que peguei. - puxou um bloco de anotações e começou a escrever alguma coisa - Melhor eu anotar quanto tem aqui e o nome que está estampado na carteira. Quando eu puder, procuro esse homem pra devolver tudo. - começou a escrever. - Vamos ver... Kawaiibara, Reino OMDA...

- Ora, ora, um bandido com peso na consciência... - disse Kawaiimaru, entrando lentamente no estabelecimento.

- Você?! Como... Como me achou? Eu corri muito rápido, tenho certeza de que não me acompanhou!

- Bom, não foi difícil seguir o rastro de um cara tão pesado nesse solo arenoso. - ele sorriu e apontando o dedo para o ladrão - E além do mais, você deve ser bem idiota pra ficar andando por aí de armadura. Foi fácil descobrir onde estava por causa da reação das pessoas na rua.

- Droga, você me venceu... - o homem na armadura devolveu a carteira e então bateu palmas - Tome, aqui está seu dinheiro!

- Obrigado! Mas você não pode simplesmente sair por aí roub...

Foi então que uma coluna de pedras surgiu do chão atingindo Kawaiimaru no queixo e fazendo-o derrubar a carteira. O homem na armadura, que estava abaixado com as duas mãos encostadas no solo, rapidamente recolheu o dinheiro e saiu em disparada.

- Desculpe! Eu devolvo um dia! - gritou enquanto corria.

- Mas que safado... - Kawaiimaru falou, irritado, ainda no chão.

- Tio Kawaiimaru? - a cabeça de Puchiki apareceu na frente do rosto dele. - Está bem?

- Hm? O senhor machucou as costas, meu senhor? - disse uma bela garota, vestindo o kimono da casa de chá, que se aproximava - Aquele jovem o feriu?

- Puchikiiii... - Kawaiimaru falou, quase chorando.

- Desculpa, desculpa! - a garota respondeu constrangida.

Dois quilômetros adiante e quinze minutos depois, o homem na armadura continuava correndo com a carteira, desta vez por uma estradinha de chão em um desfiladeiro, mas, ao fazer uma curva deu de cara com Kawaiimaru, que o esperava no meio da estrada com os braços cruzados.

- Você demorou... - Kawaiimaru falou em tom de deboche.

- Droga! - ele exclamou e, ao virar para trás, viu que Puchiki o encurralara - Olha, que tal se eu devolver seu dinheiro e...

- Eu não vou cair nessa de novo! - Kawaiimaru retrucou irritado - Não sei como fez aquilo, mas foi você quem mandou o chão me atacar! Pode ir abrindo o bico! O que foi aquilo?

- Por favor, me desculpe por ter que fazer isso. - disse o homem na armadura, que imediatamente bateu palmas e encostou as mãos na parede do desfiladeiro.

Logo, várias enormes estacas brotaram da parede e tentaram atingir Kawaiimaru, que dava cambalhotas para trás para se esquivar.

- É assim que vai ser? - Kawaiimaru falou, irritado, enquanto criava uma flor de cerejeira em sua mão direita - SAKURAKEN!

Em questão de segundos, todas as enormes estacas de pedra foram destruídas por uma espada cor-de-rosa nas mãos de Kawaiimaru, que as derrubava com apenas um golpe.

- Mas o que é isso? - disse o homem de armadura, espantado.

- Sakuraken, uma espada criada a partir de uma flor de cerejeira. - Kawaiimaru respondeu - Ainda não descobri um material que ela não cortasse como se fosse manteiga, portanto eu te garanto que essa sua armadura não vai servir pra nada.

Um instante de nervosismo se seguiu e então o gigantesco homem de armadura se ajoelhou humildemente.

- Por favor, me perdoe! - dizia ele - Eu estou viajando com o meu irmão, mas o nosso dinheiro acabou e ele acabou ficando doente de tanto dormirmos ao relento. Por isso resolvi pegar o seu dinheiro para ficar em uma hospedaria até que meu irmão se recupere, para então seguir viagem. Mas... - ele encarou Kawaiimaru com aquela assustadora máscara vermelha da armadura - Eu pretendia devolver assim que pudesse, juro!

- Hm... - Kawaiimaru fez um movimento com a mão e sua espada transformou-se mais uma vez em uma inocente flor de cerejeira - Qual o seu nome?

- Sou Lobhonse Miburic.

- Muito bem, Lobhonse, eu acredito em você. - disse, juntando sua carteira do chão e então jogando algumas moedas - Aqui, isso deve pagar a estada de vocês por alguns dias.

- Muito obrigado, senhor Kawaiibara! Vou devolver um dia, prometo!

- Na verdade é Kawaiimaru. E você não precisa me devolver esse dinheiro.

- Tio Kawaiimaru? - disse Puchiki, interrompendo a conversa.

- NÃO ME CHAME DE TIO!

- Desculpa! Mas... Não acha que está na hora de voltarmos? Está escurecendo bem depressa!

- É verdade... Logo, logo, não vamos mais ter luz... - virou-se para Lobhonse e estendeu um braço, ajudando-o a se levantar - Estamos indo para o vilarejo procurar uma hospedaria, o que diz? Quer vir conosco?

- Não, eu deixei meu irmão no vilarejo vizinho, é melhor ir pra lá.

- Certo, então boa sorte! - Kawaiimaru falou, enquanto se afastava junto de Puchiki - E nada mais de roubar, heim?

- Pode deixar, eu prometo! - Lobhonse fez uma reverência e então partiu, correndo na direção oposta, de uma maneira estranhamente rápida para quem veste uma armadura tão pesada.

- Cara estranho... - Puchiki comentou.

- É... - Kawaiimaru retrucou, os olhos fixos no homem correndo no horizonte.

Os dois ficaram observando o ponto em que o homem de armadura sumiu e então a menina virou-se para Kawaiimaru, fitando-o nos olhos.

- O que foi? - ele perguntou confuso.

- Hm...

- Tio! - ela falou, partindo logo depois em disparada para o vilarejo.

- EU JÁ DISSE PRA NÃO ME CHAMAR DE TIO! - Kawaiimaru reclamou, seguindo-a.

Em outro ponto, longe dali, em meio a uma caverna escura e sombria, onde intensos gritos de agonia ecoavam, um desengonçado homem, vestindo uma roupa de couro de vaca, se aproximou de um imenso aborígine, que vestia uma bandana vermelha e acabara de sair do ponto mais profundo da caverna.

- Oxi! E aí, cabra? Cumé que ele tá? - o primeiro perguntou.

- Não está nada bem, Lampião. A situação está ficando crítica, exatamente como Sanji previu que ficaria. De agora em diante, vai ser uma roleta-russa com todos nós. - ele respondeu - Você tem alguma notícia dos outros?

- Tenho não, Midnight. - o cangaceiro respondeu - Além de nóis dois, só o Nojo já vortô, mas ele também não encontrô nada.

- Então parece que teremos que esperar um pouco mais. - o índio rebateu - Espero que os outros tenham mais sorte.

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