Comentário da Autora: A banda sonora da fic é a musica Sweet Dreams, cantada pelo Marilyn Manson. Foi a ouvi-la que tive a ideia para escrever a história, e posso adiantar que terá mais ou menos uns 10 capitulos. Espero que gostem, eu estou a gostar de a escrever ;)
Além de SasuHina, terá também momentos NejiHina e NaruHina.
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1." Sweet dreams are made of these "
Marilyn Manson, Sweet Dreams
Sonhos era algo que Hinata Hyuuga temia. Nunca conseguia controlar o rumo dos seus pensamentos enquanto dormia e, infelizmente, lembrava-se de coisas que preferia manter trancadas para sempre dentro de si.
Acordava muitas vezes a suar e aos gritos.
Era sempre assim.
" – Se saires por essa porta, nunca mais vais ver as tuas filhas Hinori !
A pequena acordara com os gritos do seus pais no andar de baixo. Não entendia bem o que diziam, mas parecera-lhe grave e, apesar de saber que era errado escutar as conversas dos adultos, a sua curiosidade falara mais alto e saíra da cama, abrindo a porta devagar e caminhando pelo longo corredor do primeiro andar sem fazer barulho. Na sua mão, estava Kimichi, um pequeno ursinho de peluche que nunca largava.
Ouviu a irmã de apenas 5 meses a chorar no quarto dos pais. Perguntou-se se os eles não a ouviam, ou o porquê de nenhuma das empregadas ir calar a bebé. Encarou a porta de madeira ao seu lado. Neji, o seu primo um ano mais velho, também devia estar acordado. Tinha o sono leve e devia ter escutado os gritos, assim como ela. No entanto, mantinha-se lá dentro, como se não se passasse nada, se por receio ou respeito, não sabia. Talvez Hinata devesse fazer o mesmo, mas não o fez.
Continuou a andar. Quanto mais perto das escadas estava, mas conseguia ouvir os gritos dos seus pais e coisas a quebrar. Teve medo, mas continuou a andar.
- Nunca me vais manter afastada delas, são minhas filhas!
- Deixaram de ser no momento em que dormiste com ele! Aquele Uchiha desprezivel que nem os próprios filhos e mulher respeita!
- Fugako é mais homem do que alguma vez tu serás! E ele vai divorciar-se da Mikoto para ficar comigo. Nunca mais te quero ver Hiashi, foste o pior que me aconteceu!
Foi então que, pela primeira vez, Hinata viu Hiashi Hyuuga perder a compostura e bater na mulher. Viu quando ele a atirou ao chão. Viu cada chute, cada soco que ele lhe deu, enquanto Hinori chorava e gritava que parasse, que se apiedasse dela. Viu também quando a mãe parou de se mexer e os seus olhos ficaram vidrados, fitando o vazio.
Viu, depois, Hiashi chorar e cair ao lado do corpo inerse da sua mãe, segurando-a como se fosse o seu mundo e pedir que voltasse para ele. E viu quando ele a encontrou parada nas escadas, ainda segurando o seu ursinho, completamente estática.
Tinha assistido a tudo. Tinha visto o seu pai matar a sua mãe.
E depois daquele dia, nada seria como era. "
- HINATA !
" – És uma inútil ! Não serves para nada. És exatamente como a tua mãe !
Não era a primeira vez que ouvia essas palavras vindas do seu pai, e muito menos, a primeira vez que ele lhe batia. Ela sabia que a cada dia que passava, ficava mais parecida com a mãe, e com isso, o ódio de Hiashi por si apenas crescia.
Haviam passado quatro anos desde a morte de Hinori e Hinata já tinha nove anos. Era uma aluna excelente, bem comportada e nunca desafiava as ordens do pai, mas aos olhos de Hiashi, ela nunca seria perfeita, nunca seria a filha que ele queria. Neji, ao contrário de si, recebia todo o respeito e atenção do tio, asssim como Hanabi, que tinha quase cinco anos e já era um verdadeiro génio para a sua idade.
Mas nem Neji nem Hanabi tinham visto o que Hinata vira.
E era por isso que Hiahi a temia e ódiava."
- HINATA ! ACORDA !
" – Queres saber o que a tua mãe era? – uma gargalhada seca ecoou pela sala enquanto ele se voltava para encará-la com um copo de whisky na mão direita. Hanabi, agora com nove anos, estava no quarto desde o inicio da discussão e tinha ordens para não sair de lá. Neji, iria dormir em casa de um amigo e só voltava no dia seguinte – Uma RAMEIRA ! – gritou, dando um gole no copo e atirando-o ao chão.
Hinata encolheu-se um pouco com o som estridente do vidro a quebrar-se contra o chão de madeira. Sentiu os olhos arderem, tinha vontade de chorar, mas não o faria na frente dele. Observou-o caminhar de um lado para o outro, passando as mãos nervosamente pelo longo cabelo castanho. Os olhos perolados, tão parecidos aos dela, tinham um brilho doentio, louco.
- És como ela, a cópia dela Hinata, uma rameira, uma traidora.. Vais ser como ela, eu sei disso.. – murmurou loucamente - Vais trair-me como ela fez, aquela puta! – gritou, voltando-se rapidamente para Hinata e caminhando até si a passos largos.
A jovem de quatorze anos encolheu-se antes de receber a primeira chapada, depois, outras mais seguiram e ele não parou até que ela estivesse deitada sobre o chão frio de madeira. Hinata observou com horror enquanto ele desapertava as calças e a observava com um sorriso doentio, depois disso, a única coisa de que se recordava, era dos seus próprios gritos de desespero, da dor e o facto de que ninguém a tinha ajudado. Estava sozinha. Abandonada á própria sorte."
- Hinata! Por favor, acorda!
Abriu os olhos e deparou-se com Neji inclinado sobre a sua cama.
Suava e sentia o rosto húmido. Tinha estado a chorar durante o sono.
- Estavas a gritar, fiquei preocupado.
Tentou controlar a sua respiração antes de falar – Está t-tudo bem Neji-nisan.
Ele assentiu e virou-se para sair do quarto ao notar que tinha sido apenas um pesadelo. Contudo, Hinata segurou o seu braço e impediu-o de ir. Estava com medo de voltar a sonhar, de voltar a lembrar-se de tudo.
- F-fica comigo p-por favor. Só a-até dormir.
Ele sorriu, um sorriso carinhoso que mostrava apenas a ela nos raros momentos em que estavam a sós – É claro Hinata-sama. Eu vou estar sempre aqui – e, deitando-se ao seu lado na cama, abraçou-a e cuidou dos seus olhos.
Hinata não tivera mais pesadelos naquela noite.
