Torne-me Mal
Capítulo 1
-É a sua vez para adivinharmos!
-Que adivinhar que nada, fala de uma vez, odeio suspense.
-Me deixa ver, como posso definir? Pois bem... Adoraria dizer que é a pessoa mais sádica desse Santuário, mas o posto tem mais de um dono.
-Milo!
-Acho que você lê mentes, garoto.
-O Camus que não é...
O grego levantou e foi até o lemuriano que possuía um pequeno embrulho nas mãos. Envolto de papel dourado e fitas vermelhas. –Obrigado, Mu. – Sorriu sincero. –E amei o "sádico"...
-Deveria ser ninfomaníaco, Mu...
-Era essa palavra que eu não me recordava. – O grego loiro olhou o lemuriano e o sagitariano com cara feia, porque riam. Camus assistia com um leve sorriso em seu rosto, apenas pela alegria de seu companheiro, pois logo depois fechou o semblante pelos comentários, considerando-os indevidos. Ao seu lado e sentado no braço do sofá, estava Isaak, divertia-se em apenas assistir. Vez ou outra se comunicava através de mensagens com Cisne.
Milo abria ansioso o presente. Desfez os laços, abria com cuidado o embrulho dourado, dentro do pacotinho dado pelo ariano, havia uma venda de seda e renda. O escorpiano riu, ainda sem mostrar para os outros companheiros, e nem Camus, porém gargalhou alto, adorando a surpresa. –Mu, você tá muito saidinho. – Em seguida, Milo puxou pela fitinha preta o presente e ergueu para os outros verem. A maioria gargalhou, Camus corou de forma violenta e Isaak riu da reação de seu mestre. O aquariano murmurou um "cale a boca" para o mais novo, mas que nada adiantou.
-Vai ser muito útil, né, Camus? – A voz de Aiolia irrompeu pela sala. Aiolos ao seu lado riu, e Shaka foi um dos poucos a não ter a reação esperada, devido a algo próximo ao ciúme ao ver o presente que Mu deu ao amigo. Não esperava algo assim... Hum...
Saga ria razoável e Kanon pouco ligava para a atual situação. Seu atual interesse era saber quem havia tirado seu gêmeo. Chegou a especular achando que fosse Aiolos, e aquilo lhe ardeu em ciúme. Estava curioso em saber quem havia lhe tirado também, mas se importava bem menos, não ia usar o que dessem para si naquela brincadeira do contra e para maiores.
-Aos seus lugares, vai, chegou a zoeira. –Milo já deu, então senta. – O escorpiano ainda ria consigo pelo presente, admitia que havia apreciado. Tornou ao seu lugar com o aquariano que mal olhou a lembrança.
-Vou pegar essa venda e usar muito em você, Camus. – Isaak soltou, em meio aos risos de deboche. Os mais próximos olharam, Kanon ouviu e caiu no riso, assim como Aiolia, porém Milo ficou vermelho de raiva e ciúme.
-Porra, o que é que você tá fazendo aqui mesmo, fedelho? Isso é jogo para maiores, quando você tiver mais de meio metro e dois anos, venha fazer parte de algo!
-Milo, acalme-se. – Pediu o aquariano. – Isaak, Hyoga disse que ia precisar sair com você hoje. Pode procura-lo para mim, por favor?
-Eu queria ficar...
-Isaak. – Após ouvir o seu nome, o mais novo bufou e saiu do recinto e da casa de Leão. – O aquariano olhou para o namorado que tinha, por completo, fechado a expressão. – Ele não sabe o que diz.
-Acho que vendar para brincar de esconde-esconde não era Camus. – Foi seco em sua resposta, o outro torceu os lábios e deu um suspiro.
-Isaak é demente de mexer com o Milo. – Kanon comentou e riu. Em seguida sentiu a sua coxa ser pressionada pelos dedos do namorado gêmeo, aquilo lhe arrepiou. –Amor, não estamos só nós aqui...
-Não vai demorar muito para eu arrancar você daqui e te levar para algum lugar...
-Rapidinha? – Kanon segurou o queixo de Saga com força. Fazendo seu rosto virar para si e roubar um beijo seguido por mordidas nos lábios dele.
-Você sabe do que eu preciso. – A conversa dos dois se interrompeu, quando a do canceriano se elevou.
-Saga e Kanon estão tão quietos... Que tal nosso querido Grande Mestre ter a sua vez? – Os gêmeos pararam de se entreolhar para observar os outros. Kanon desaprovou.
-Porque não me tirou daqui para a rapidinha, hein? – Respirou fundo, jogando os cabelos para trás, sensualmente, mas sério. Havia chegado o momento que não queria.
Saga ergueu-se do chão e foi para o centro da roda. Sua expressão denunciava a seriedade de seus pensamentos. Como todos os outros, tentava pensar em definições para o seu amigo oculto, apesar de que em seu caso, era fácil e interessante como o destino pode ser.
Os amigos silenciaram-se, poucos cochichavam em suas apostas de quem seria o par talvez não tão secreto do líder de todos ali. –Claro que o melhor não ia ser o primeiro. – Kanon olhou feio para o canceriano que permanecia com as gracinhas.
-Se fosse para falar desse cavaleiro, eu passaria o resto da vida falando... Mas, eu posso resumi-lo em uma única palavra: perfeito. – Um sorriso encantado cobriu seu rosto. Não olhava para seu par, e sim, percorria-o por todos os presentes. Em algumas expressões, a curiosidade, a ousadia de tentar dar a sua opinião.
Máscara fechou seu semblante pela descrição do outro. Ninguém mais naquele Santuário possuía tal título senão o Cavaleiro de Peixes. E não muito diferente de sua expressão, Kanon ergueu ambas as sobrancelhas. Já havia escutado murmúrios pelo lugar, sobre um possível caso entre os dois. Saga jamais havia admitido isso para si, e algo naquele momento lhe incomodou.
O geminiano escolhido para a entrega do presente deu um sorriso ainda mais aberto ao fitar uma última vez o presente que entregaria.
