Pela janela eu vi um clarão, como se ele conseguisse cortar o céu em dois, tão lindo, todas as pessoas da rua se assustaram e eu sorri. O raio me fascina. Principalmente... A chuva me fascina.
Eu sempre gostei de chuva, talvez por que chova raramente em Suna, diferente de meu pai que não gosta de chuva e muito menos de sol, dias úmidos é que se parecem com ele. Eu amei ver os primeiros pingos de chuva cair hoje, fui correndo direto para a maior janela, meu pai tinha dito pra eu não sair.
Pela janela eu vi um clarão, como se ele conseguisse cortar o céu em dois, tão lindo, todas as pessoas da rua se assustaram e eu sorri. O raio me fascina. Principalmente... A chuva me fascina.
Algumas pessoas gritaram e outras saíram do lugar em que estavam num pulo, eu fiquei parada, gostava do barulho do trovão, queria ouvir ele com mais freqüência e a única solução para isso era se mudar para algum lugar como Konoha meu pai quase teve um infarto quando eu disse isso.
A chuva ficou mais grossa, eu não ia agüentar ficar em casa sem sentir a chuva, nem que para isso eu tivesse que ir ao telhado. Foi o que eu fiz, não foi difícil controlando a areia. Foi quando eu percebi mais anda que a chuva é a melhor coisa para se sentir, meus cabelos e minha roupa pesaram mais. Eu escutei os passos do meu pai.
-Oi pai
Eu não olhei para ele, a chuva me interessava mais.
-Oi
Ficamos mais ou menos um minuto em silêncio
-Não entendo
Eu olhei para ele pela primeira vez desde que ele subiu no telhado. A areia impedia ele de sentir a chuva
-O que?
-Como você gosta disso
-Não entendo como você não gosta...
Mais silêncio, eu tentei controlar a areia que ele estava controlando e não consegui
-Eu estou controlando a areia
-Eu sei, só queria que o senhor sentisse como é
Ele me olhou achei que iria levar a sério a minha idéia, mas continuou parado, e a areia em cima dele também.
-Não quero!
-Por que? Medo?
Não saberia o motivo de ele ter medo de água, mas era uma hipótese
-Tanto medo quanto você tem de mim.
-Nenhum então
Era verdade, voltei a olhar a chuva.
-Por que você gosta de chuva?
Como sempre meu pai foi direto, sem rodopios.
-Não chove muito aqui em S...
Ele me interrompeu
-Tem mais alguma coisa?
Era uma pergunta, mas ele já sabia a resposta
-Tem
-O que é?
-Vida...
-Como?
Eu voltei meu olhar para ele.
-Esquece
-Fale
A expressão dele se enrijeceu como ele sempre faz quando quer MESMO uma resposta
-Sei lá Otou-san
-Você sabe sim Mayuki
-Eu me sinto viva na chuva, como nunca me sinto.
Ele me olhou, resolveu não fazer mais perguntas
-Você não gosta da areia?
-Da pra suportar.
Eu olhei para o céu.
-Vai acabar daqui a alguns minutos...
-O que?
-A chuva...
A chuva foi ficando mais fraca.
-Talvez... Daqui a um mês a gente visite a sua tia
Eu o abracei, quando eu era nova ele se assustava, mas agora já tinha se acostumado.
-Eu te amo Otou-san
Ele sorriu um dos únicos sorrisos dele.
A chuva parou.
