Toreador
Primeiramente: Saint Seiya não me pertence, mas sim à Masami Kurumada, Toei, e Cia.
O maior e mais concorrido torneio de Touradas ia começar em breve, e o Shura Alejandro Castañeda, o toureador mais famoso da Espanha iria participar. Shura era campeão dos maiores torneios e estava invicto nas últimas temporadas. Madrid estava com todos os hotéis e hospedarias lotados. Grandes toureadores de todo o país estavam lá. Alejandro estava deitado em um espaçoso sofá, olhando para o teto, repousando, enquanto não chegava a hora de descer para o seu grande show, seguindo seu ritual. Tomava uma taça de vinho tinto, vindo especialmente para ele de La Rioja. Seguia todo um ritual antes de entrar na arena. Tomava um banho demorado para relaxar, depois vestia um macio roupão e se deitava, para descansar para o espetáculo, tomava um bom vinho tinto, e ouvia músicas que falavam de sua profissão, contratando músicos experientes e talentosos para tocar somente para ele. Toreador de um artista desconhecido era uma dessas músicas. Além da famosa Votre Toast... Je Peux Vous Le Rendre - Toréador, en Garde da obra Carmen de Bizet.
O som dos violoncelos da música Toreador preenchia, agora, o grande cômodo. Fechou os olhos para apreciar a música, esparramando-se mais no móvel. Suas mãos pousavam sobre o peito. A música era bem suave em alguns momentos, mas também um pouco agitada, transmitia a tensão e a adrenalina da arena. Os músicos nem se importavam com o público mínimo, e o fato de o único espectador estar completamente largado no sofá vestindo apenas um calção e um roupão, pois estavam sendo bem pagos para tanto. Muitíssimo bem pagos. A porta se abriu e um rapaz alto, de longos cabelos negros presos em um meio rabo de cavalo adentrou o recinto.
- Senhor Shura, já está na hora do Senhor preparar-se para entrar na arena.
-Mas será que não posso descansar em paz, por Dios!
-Perdoe-me Sr., mas o Senhor Kido pediu que eu apressasse o Senhor, pois ele disse que quer abrir o Torneio com o Sr.
- Ay carajo!
O outro rapaz calou-se por alguns segundos.
-Perdón, Shiryu, mas me irrita esse patrocinador japonês ficar me atormentando enquanto eu quero descansar para depois entrar na arena bem disposto...bem, traga-me o meu traje.
-Sim, Senhor.
Shiryu saiu e foi pegar o traje que o toureiro pedira. Shura se esparramou mais no sofá de couro negro, espreguiçando-se. Ele logo mais estaria na arena, fazendo o que sabia fazer melhor. Já havia vencido vários torneios e acreditava que com esse não seria diferente.
-Aqui está o traje do senhor.
-Gracias, Shiryu! – O toureiro se levantou, tomando o traje das mãos do rapaz e se vestindo rapidamente- Oye! Me ajude com este colete, si?
- Claro! – disse o jovem, enquanto ajudava o seu tutor com os trajes, feitos em seda azul escura, bordados com fios de ouro, todo trabalhado à mão. Após vestir todo o traje, pôs as meias e calçou as sapatilhas negras. Em pouco tempo ele já estava pronto, e desceu para o local onde os toureiros, patrocinadores, e todos os outros participantes da preparação do torneio se encontravam.
- Shura! – uma voz familiar o chamou – Shurinha, meu amor!
- June? - ele disse se virando para ver a garota loira que o chamava. Mal teve tempo de reconhecê-la no meio de tantos babados, jóias, chapéu e etc, e ela correu em sua direção e pulou em seu pescoço. – Por Díos, não seja tão escandalosa! As pessoas vão pensar o que?
- Ora, que você é meu marido, o que está prestes a virar realidade! – ela disse, dengosa.
- O que você está fazendo aqui? Já não disse que seu pai não quer que você venha até os bastidores?
- Ai, Shurinha! Eu só quis vir ver meu novinho lindo, antes de você entrar na arena e desejar boa sorte!
- Muy bien, já disse boa sorte e já me viu, agora, por favor, vá para o seu camarote, antes que seu pai a pegue aqui e comece a brigar comigo de novo!
- Ta bom, Shurinha, mas me promete que depois nós vamos jantar juntos?
- Prometo, June, prometo – ele suspirou, tentando livrar-se dos braços dela.
- Ótimo!
- Então agora vai para lá...
- Só se você me der um beijinho...
- Ta, ta... – ele a beijou, sem graça. E não foi um beijo apaixonado.
A jovem saiu e foi para seu camarote, deixando Shura aliviado. Não a amava, mas deveria se casar com ela porque o pai, um rico e poderoso banqueiro assim desejou. No começo não se importou com a proposta, porque achava a menina muito bonita, o que para ele, contava alguns pontos. Mas depois, com o tempo, ela foi se revelando uma pessoa mimada, caprichosa, chata e insuportável. Infelizmente Shura não conseguiria se livrar tão fácil assim da menina.
- E então, vai mesmo se casar com ela?
- Eu tenho alguma outra escolha, Camus?
- Pelo visto, não.
- Tenho pena de você, meu amigo.
- Muito obrigado, Camus. – Shura retrucou irônico, fazendo uma cara de limão azedo, arrancando risadas do amigo - Se fosse com você, não ia rir.
- Pardon... mas realmente você está encrencado.
- Mas o que você veio fazer aqui, ô francês?
- Vim ver a tourada e prestigiar meu amigo espanhol, oras...
- Hunf... olha lá o jeito que fala comigo, eu sou macho!
- Hahahahahahah, calma, Alejandro! Eu não vou te atacar não. Você sabe que eu não sou assim.
- É bom mesmo!
- Shura! Se você está pronto, por favor, venha logo, que eu quero começar esse torneio de uma vez por todas! – Kido berrava, irritado e nervoso.
- Bom, deixa eu ir... senão esse japonês ainda vai querer me capar...
Camus fez uma careta de dor, imaginando como seria ser castrado. Se despediu rapidamente do amigo com um aceno, e depois dirigiu-se para o lugar que lhe fora reservado. Shura por sua vez, partiu para a arena, pegou o manto vermelho com o qual driblaria o touro, e as lanças que deveria fincar no coração do animal.
Assim que pisou na arena, foi aclamado pelo público, que gritava seu nome, eufórico. As mulheres da corte entre outras nobres ficavam histéricas ao ver aquele homem de cabelos escuros, pele clara, olhos verdes, alto e forte, bailando com um touro furioso na arena. Tão viril! Os homens o admiravam e, claro, sentiam uma pontada de ciúme e inveja, mas o aplaudiam todas as vezes que ele entrava em cena.
Apenas teve tempo de se apresentar para o público, andando de braços abertos pela arena, e postar-se no meio dela, preparando-se para iniciar aquela batalha. Por mais terrível que fosse aquilo, deveria sempre manter-se elegante, e ter uma postura de um cavaleiro. Tão logo o touro foi solto, o animal desembestou na direção de Shura, que com toda a graça, desviou-se, usando o manto vermelho para distrair o touro. Tais movimentos se repetiram várias vezes, enquanto o público gritava "Olé!", até que ele conseguiu cravar a primeira lança. O público aplaudia e estava entusiasmado com a dança corajosa de Alejandro naquela arena.
Os movimentos de Shura mostravam como ele era habilidoso, era ágil, rápido, gracioso e elegante. June estava envaidecida em seu camarote e dava alguns gritinhos histéricos quando ele driblava o bicho, e principalmente quando ele cravava uma das lanças nele. Fazia isso para chamar a atenção, e aproveitava para mostrar para as outras pretendentes de seu noivo que ele já tinha dona.
Shura por fim conseguiu enterrar a última das lanças na fera. Seu movimento fora rápido e preciso, conseguindo alcançar o coração com facilidade. Acreditou que seu espetáculo já se encontrava encerrado, e virou-se para a platéia, agradecendo, com os braços abertos e depois fazendo uma reverência a seu fiel público. Descuidando-se do touro, não percebeu que este levantara-se e investia contra ele, num último esforço. O animal correu com todas as forças na direção do toureiro, que pegara uma rosa vermelha e jogara para June, depositando um leve selinho nas pétalas macias. A fera abaixou a cabeça e com uma forte cabeçada arremessou Shura longe, antes de cair, moribunda. Shiryu, seu escudeiro, o avisou, e o toureiro teve tempo apenas de se virar antes de ver o animal atingir suas costelas em cheio.
O público horrorizado com o que acabara de ocorrer com seu herói, gritava de espanto. June teve um ataque histérico e berrava para Shura, como se dessa forma pudesse ajudar em alguma coisa. Como seu noivinho lindo e o maior toureiro das últimas temporadas poderia ser atingido daquela forma por um animal selvagem?
Imediatamente a equipe de médicos correu para ajudá-lo a se levantar. No entanto, ele não conseguia se mexer direito. Havia sido ferido, e algumas costelas haviam se quebrado. O sangue vertia vermelho escuro, manchando a camisa branca sob o colete bordado. Foi carregado com uma maca para fora da arena e levado à área reservada para os atendimentos médicos.
- Shura! Por favor,me deixem passar, eu sou o melhor amigo dele! Shura!- Camus gritava preocupado, pedindo para a equipe deixá-lo passar.
- Shurinhaaaaa! Ah, meu Deus, meu noivinho não! Não leve meu noivinho! Shurinhaaaa!- June vinha correndo atrás, acompanhada do pai.
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Depois de The Scorpion love...Mais uma fic minha...dessa vez o Shura é o protagonista. Modéstia a parte, acho que vai ser uma fic bonita... hauhuahuahuah... isso se eu conseguir continuar a escrever no msm ritmo q nesse primeiro cap. Mas digam, q acharam? Postem reviews sim? Hahahahah
Ah, claro... ia esquecendo... essa fic foi inteiramente, ou quase em sua totalidade inspirada na música Toreador, do Apocalyptica(creio eu...), do CD Inquisition Symphony. Bem, vou indo... e por favor postem reviews...
Bjs p/ td mundo!
