Titulo: Rabisco Apaixonado
Autor: Araleh Snape
Tradutor:
Status: AUTORIZADO PELA AUTORA
Advertencias: MPREG adulto/menor
Gênero: romance
Shipper: Severus Snape/ Harry Potter
Resumo: Começa quase sempre com uma mirada, ou com um pensamento em comum… e termina sendo um profundo amor que pode ser capaz de derrotar ao mundo inteiro por sobreviver.
O coração tem um espaço infinito que às vezes, não sempre é ocupado por só um carinho.
Capitulo um: Rabisco
"Me sinto estranho usando essa palavra, mas não acho melhor definição do que sinto, algo tem mudado em mim quando o vejo… É provável que não tenha nenhuma possibilidade de ser correspondido, mas isso não evita que me suceda… Me estou apaixonando de Harry Potter"
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Era verão, Harry tinha sido admitido como integrante da Ordem do Fénix depois da morte de Sirius. Já tinha tempo que não chorava por ele, devia se concentrar em ganhar a guerra e o vingar.
Quase a cada tarde tinham reuniões, o que Harry considerava completamente inútil, jamais se chegava a nada em concreto. Não lhe encontrava o importante ao fato de que estavam tentando se relacionar com Políticos e Servidores públicos que supostamente lhes ajudariam a modificar algumas leis, e muito menos à intenção de Dumbledore de se acercar aos Centauros, eles jamais acederiam a trabalhar nem de um lado nem de outro.
Harry tão só saía de seu adormecimento quando tocava o turno de falar a Snape. Sem dar-se conta de quando sucedeu, tinha deixado seus rancores para o Professor de lado. Sentia intrigado como passou de culpar de tudo a esperar ansiosamente seus comentários durante as reuniões. Interessavam-lhe seus averiguações como espião de Voldemort. A ele lhe correspondia encontrar pistas para dar com os horcruxes, e graças a isso, tinham a maior parte deles localizados, tão só faltava saber como os destruir.
Algo que frustrava a Harry, é que depois de expor suas investigações, Snape propunha alguma ação para pôr em marcha, mas sempre tinha alguém que lhe interrompia pretextando ser demasiado arriscado. Então o Professor calava e não fazia questão de terminar de propor suas ideias.
Ao princípio Harry sentia-se molesto com ele por esse motivo, por não se mostrar o suficientemente interessado em se fazer escutar, mas com o passo do tempo compreendeu porque o fazia… Porque a resposta de Dumbledore sempre era a mesma, tal e como sucedeu naquela ocasião.
— Muito interessante, Severus, mas Arthur tem razão, não tem caso nos arriscar a ser descobertos no Ministério, prefiro que nos esperemos a ter todas as peças do jogo bem conhecidas e então dar o seguinte movimento.
Invariavelmente era o mesmo, de modo que Harry achava que ele também teria que resignar-se a que nada nem ninguém faria mudar de opinião ao Diretor de Hogwarts e cabeça da Ordem do Fénix.
Uma noite, encontrava-se só na cozinha de Grimauld Place quando chegou Snape. Este ficou de pé cerca da porta por uns segundos, como se duvidasse em se acercar, mas ao final o fez. Sentou-se junto a Harry na banca longa da cozinha e continuou em silêncio.
— Professor… —começou Harry, fazendo girar a caneca de sua chocolate com algo de nervosismo—… posso lhe perguntar algo?
— Que mais dá?
— Qual era seu plano para recuperar o papiro antigo que poderia nos ajudar a destruir os horcruxes?
— Para valer interessa-lhe sabê-lo, ou só quer se debochar? –perguntou arqueando uma sobrancelha.
— Quero sabê-lo. —afirmou franzindo o cenho. — Penso que o pouco que disse deixa ver que é uma boa ideia.
— O fato de que você pense isso me faz duvidar de meu bom julgamento.
— Bem, pois depois não diga que ninguém lhe apoia.
— Eu jamais me queixo, Potter.
— Pois deveria, porque não é justo que de imediato deem por eliminado os planos sem sequer terminar de escutar!
— Talvez porque é verdadeiro, nenhum deles se arriscaria a perder seu emprego no Ministério, recorde que têm família nos quais pensar.
— Perfeito, mas nem você nem eu temos emprego no Ministério nem família na qual pensar, de modo que poderíamos o fazer nós.
— Potter, atuar por impulso não é a solução.
— Mas é que estou cansado! —exclamou desesperado, mas em seguida sacou o ar dos pulmões para tranquilizar-se, olhou suas mãos brincando nervosamente com os dedos—. Me sinto um tonto rabisco, algo sem sentido, que não tem pé nem cabeça… Preciso tomar forma, saber que sou realmente. Faz favor, Professor… já não mais seguir esperando, e aqui parece que é o único que querem fazer. Que me responde?... O faremos?
Severus olhou fixamente aos olhos verdes que lhe observavam em espera de uma resposta. Notou neles a determinação de querer realmente levar a cabo o plano. O professor soube então que seria a imprudência maior de sua vida, qualquer plano no que Harry estivesse de acordo teria que ser considerado temerário e absurdo, destinado por completo ao maior das falhas. Por isso, se surpreendeu a si mesmo quando terminou assentindo aceitando ir contra as regras acompanhado pelo garoto.
Três noites mais tarde, Dumbledore tinha em suas mãos o papiro que tanto ansiava, não tinha ideia de como uma coruja chegou até ele para lhe levar, mas depois de comprovar que se tratava do original, sorriu comprazido e feliz… agora iam um passo adiante de Tom.
Ninguém na reunião se deu conta que Harry e Severus trocavam uma olhada cúmplice, tinha sido uma noite ocupada para eles. Não resultou fácil debochar a vigilância para que Harry pudesse sair de Grimauld Place, mas graças a um feitiço de Snape pôde o conseguir. Juntos chegaram ao Ministério, e aí uniram a sorte de um e a inteligência de outro para poder adentrar-se à câmera que guardava o papiro, debocharam aos guardas e antes de que ninguém pudesse o notar, estavam de regresso em Grimauld Place sem poder achar que o tinham conseguido.
Harry sorriu-lhe, e sem que ele mesmo se desse conta, se mordeu o lábio inferior prazenteiramente… gostou de trabalhar com Snape, lhe emocionava saber que tinha um segredo com ele, um orgulho enorme lhe inchou o peito e não podia dissimula-lo, seus olhos brilhavam intensamente. E quando o Professor arqueou uma sobrancelha intrigado por isso, o garoto baixou o rosto, corando-se ao máximo por aquela perturbadora mirada.
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"É tão surrealista tudo o que me passa, jamais achei que ele pudesse sentir algo para mim, me tinha feito à ideia de que sempre seria só seu injusto Professor de Poções… mas meu coração bate com força quando me vê, e é porque seus olhos são diferentes enquanto o faz, é uma sensação avassaladora… e a cada vez é mais frequente, a cada vez são mais as ocasiões que o descubro pondo seus olhos em mim. Creio… acho que tenho uma esperança e isso me faz sentir como um adolescente. Tremo quando me sorri… Sim, Harry Potter me sorri a mim".
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O regresso a classes significou também o regresso à normalidade. Snape continuava repreendendo-lhe à menor provocação durante as classes, voltava a sentir-se frustrado. Tinha saudades o sentimento de camaradaria durante sua primeira e única atividade junta.
Uma noite, enquanto recordava a adrenalina que percorreu seu corpo quando planejaram o assalto ao Ministério, Harry se decidiu a que queria voltar à sentir. A partir de então esforçou-se como nunca em melhorar suas qualificações, sua meta era fazer uma poção realmente boa e que não tivesse pretexto para repreender.
E conseguiu-o. Mas mesmo assim seguia sem conseguir a diferença no trato. Mudou novamente de estratégia, não se animava ao ir buscar a seu despacho, de modo que usando sua capa de invisibilidade se dispôs a lhe seguir por todos lados até que finalmente encontrou a oportunidade.
Snape regressava de uma reunião com Dumbledore, estava molesto por algo e se dirigiu para as cozinhas. Harry apressou-se a ir atrás dele e se fazer ver como se se tratasse de uma casualidade o se ter encontrado.
— Não é hora de andar fora de suas habitações, Potter… Menos quinze pontos para Gryffindor.
Harry surpreendeu-se por isso, tinha esquecido do poder de Snape para lhe tirar pontos, de modo que ficou mudo por uns segundos, até que finalmente o Professor sorriu a médias.
— Obrigado, Potter… Estava-me pondo histérico não lhe tirar pontos, suas Poções têm estado demasiado bem. —disse fingindo moléstia, Harry notou a falsidade e respirou aliviado. — É muito relaxante poder reduzir-lhe pontos.
— Vá, não sabia que era parte de alguma terapia de desafogo!
— E resulta bem… Que faz nas cozinhas tão tarde?
— Deu-me algo de fome.
— Bom, pois passemos… Em compensação por ter-me dado esta alegria de afetar a sua casa, convido-lhe um pouco de chá.
Harry assentiu e entraram, tomaram seu chá e algumas bolachas em completo silêncio, mas quando terminaram, Snape não se despediu, caminhou junto com Harry para a porta, aí lhe tomou suavemente do braço se inclinando um pouco.
— Quer ir a meu despacho?... tenho informação muito importante que quiçá deveria a saber, ainda que lhe advirto que Dumbledore não está de acordo, por esse motivo não deve dizer nada… posso confiar em você?
O garoto assentiu vigorosamente, sem mal poder achar que Snape estava disposto a lhe compartilhar informação quebrantando as regras do Diretor. Não ia a defrauda-lo. A partir de então, Snape converteu-se no informante de Harry e este agradecia saber os riscos que podia ter ao se enfrentar a Voldemort. Entendia o ponto de vista de Dumbledore ao não querer o assustar, mas preferia ir o melhor preparado para qualquer coisa que pudesse suceder.
Assim decorreram nos meses, e um pouco antes de que terminasse em seu sexto ano, Harry foi ao despacho de seu Professor. Durante algum tempo esteve meditando uma ideia que já não se ia de sua cabeça e se armando de valor, decidiu se arriscar e lhe propor.
— Aceitaria você ser meu instrutor e preparar para a batalha?
— Eu? —foi a resposta de Snape, olhando ao garoto com incredulidade.
— Sim, você… Não acho que tenha ninguém melhor para isso, e gostaria que começássemos destas próximas férias.
— Dumbledore jamais o aceitaria, você deve cumprir com passar nesses meses em casa de seus familiares.
— Mas não tem caso!... essa proteção não me vai servir de nada se não sei como me defender de Voldemort.
Snape guardou silêncio, podia ocorrer-lhe muitos pretextos para não dar esse adestramento, mas a verdade é que não queria… A ideia de passar o verão com Harry provocava algo em seu estômago que não era nada desagradável.
Quando chegou o momento, ambos se apresentaram em frente a Dumbledore para lhe expor sua ideia. O diretor entrecerrou os olhos olhando-lhes alternadamente.
— Não sei que pensar… vocês jamais se levaram bem, e suas passadas classes de oclumencia foram uma falha que lhe faz pensar que agora será diferente?
— Quero libertar do Senhor Tenebroso, e se a única forma de assegurar-me que suceda é adestrar a Potter, posso o suportar dois meses. —grunhiu Snape enquanto Harry olhava-lhe de relance franzindo os lábios pelo comentário.
— Mesma resposta aplica-se a meu caso. —respondeu Harry.
— Sigo sem achar que possam consegui-lo sem ter a alguém que lhes controle e desafortunadamente não conto com ninguém mais neste momento, e…
— Para que esteja mais tranquilo, Professor, lhe prometo não o matar. —assegurou Harry olhando a Snape.
— Eu só prometo tentar não o fazer. —disse a sua vez o professor.
— Não, não acho que seja boa ideia. —murmurou Dumbledore. — Ademais, não podemos nos esquecer que Harry tem que passar um tempo em casa de seus tios, a proteção que brinda o sangue…
— Pampianas! —interrompeu Snape com desdém. — Potter não a precisa tanto, o que precisa é treinamento, e sei que ainda conta com essa cabana na Escócia que tem mais proteções que Hogwarts e Gringgotts juntos, aí estará afastado de qualquer perigo.
Dumbledore voltou a guardar silêncio, vendo os pró e os contra de tomar aquela decisão. Finalmente pensou que era justo libertar ao garoto de um verão da casa de seus tios, e ainda que o mais provável é que o aluno terminasse arrependendo de sua decisão para gritar exigindo se afastar de Severus o dantes possível, decidiu lhes dar uma oportunidade… Ainda que o melhor era que ninguém mais o soubesse.
Quando saíram do despacho de Dumbledore. Harry deixou a um lado sua cara de cordeiro disposto ao sacrifício por uma boa causa, e sem poder conter-se, abraçou a um aturdido Snape. Estava feliz de que finalmente voltariam a ter um projeto juntos.
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"Sou… sou feliz. Definitivamente a felicidade é uma sensação estranha, assusta tanto como seduze, e ele é o responsável por que sinta que tenho nascido para algo útil, tenho nascido para ele, para o amar e o proteger por sempre"
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Aparecer no castelo que Dumbledore dispôs para eles foi uma experiência única. Decidiu-se que não se usasse nenhum translador pelo que Harry teve que se abraçar de Severus com o fim de que este lhe transportasse. Assim que rondou-lhe pela cintura, sentiu algo estranho que o assustou e gostou por de igual. Quis retirar-se ao sentir como que a respiração se lhe cortava, mas Severus lhe atraiu nesse momento, e pela força da magia, a cabeça de Harry terminou apoiada no peito do professor… lhe pareceu que as batidas do coração eram muito acelerados, mas não podia o assegurar porque os seus estavam igual, provavelmente era uma consequência dessa forma mágica de viajar.
Assim que soube que já podia se separar o fez de imediato achando que assim poderia tomar ar, mas em realidade sentiu que lhe faltava ainda mais. Olhou o rosto de Snape e este parecia não ter a mesma sensação.
Tinham aparecido em uma colina próxima ao castelo, este não era tão grande, algo que gostou a Harry, não tivesse querido ir a de um lugar a onde tinha que viajar demasiado para encontrar com o Professor, era melhor o ter perto. A paisagem era formosa, cheio de prados verdes humedecidos por uma recente garoa. Caminharam para o interior em completo silêncio, e já estando em seu interior, Severus acendeu as lareiras de um grande salão para que se esquentasse, apesar de ser verão a chuva tinha baixado bastantes graus de temperatura.
A habitação de Harry estava contigua à de seu Professor, e como não tinha mais pessoas na moradia, o silêncio fez que Harry estivesse a ponto de se ir correndo para os aposentos de Snape, mas se conteve ante o ridículo que seguramente era a ideia.
As atividades de adestramento começaram ao dia seguinte muito temporão, ainda não saía o sol e Severus já estava acordando a Harry para que baixasse o café da manha. O itinerário que lhe preparou resultou exaustivo para o jovem, mas não se queixou. Depois do café da manha começaram por acondicionamento físico.
Harry surpreendeu-se, não de que Snape lhe pusesse a correr pelo campo de maneira muggle, senão pelo fato de que o Professor se tivesse ataviado com uma vestimenta esportiva, negra por suposto, e correu a seu lado. Harry olhava-lhe a cada vez que podia, lhe resultava satisfatório o ver exercitando-se com ele e saber que tinha muita melhor condição física do que tivesse podido imaginar.
A meio dia almoçavam juntos, e ao terminar, Harry tinha um par de horas para descansar. Quando soube disso, o moreno menos se emocionou pensando que o passariam juntos e conversariam, mas não, Severus desaparecia a essas horas, e regressava em ponto das três da tarde para continuar com estudos. Ensina-lhe encantamentos e maldições, e depois de jantar reuniam-se para Oclumencia e Legilimencia.
Tudo ia à perfeição, conquanto não falavam muito de questões pessoais, também não discutiam, e seus silêncios eram muito gratificantes, neles podiam se dizer muitas mais coisas que em longas conversas. No entanto, Harry às vezes passava as noites tentando imaginar-se a onde iria Snape a cada dia… a quem dedicaria esse par de horas?
O pensamento não sempre lhe provocava sensações só de curiosidade… às vezes se surpreendia de se sentir molesto de saber longe porque eles deviam estar juntos essas horas, e tinha que reconhecer que a cada vez lhe fazia mais falta ter a seu lado.
Uma noite, quando já levavam mais de um mês com a mesma rotina. A Harry ocorreu-se lhe que quiçá Snape também se escapava pelas noites. Não podia dever a nenhuma missão, pois sabia que Voldemort não estava na Inglaterra, e ademais, as reuniões nunca eram diário com ele. Com a Ordem também não podia ser, de outro modo lhe teriam chamado com eles, ao ser já parte da junta.
Decidindo-se a pesquisar, abandonou sua cama e foi para a habitação de Snape. Tocou suavemente, e não pôde evitar sorrir ao escutar sua voz lhe permitindo passar. Severus encontrava-se em sua cama, lendo um livro que deixou sobre seu criado-mudo para pôr atenção a Harry.
— Sucede algo, Potter?
Harry soube então que não tinha um pretexto realmente crível, de modo que só negou com a cabeça e caminhou se sentando sobre o colchão, ao outro lado da cama.
— Não, tão só que não posso dormir e queria aproveitar o tempo em algo.
— Quer praticar agora?
— Mais bem, gostaria que conversamos é de possível?
— Algo que lhe preocupe?
— Pois realmente não sei. É que, acabo de me dar conta que quando lhe pedi que me instruísse não pensei que quiçá você tivesse outros planos em mente… espero não lhe ter provocado demasiados contratempos, Professor.
— Harry Potter está-se preocupando pelo tempo dos demais? —questionou sorrindo-lhe mordaz. — Conseguirá que lhe desconheça.
— Não sou tão egoísta como me supõe, Snape. —reclamou franzindo o cenho, sem dar-se conta que seu gesto infantil já não irritava a seu Professor, senão todo o contrário.
— Pode ser, Potter, tenho de reconhecer que me surpreendeu me pedindo ajuda… Nesse momento tive que me conter para não gritar "Aleluia"
— Debocha-se de mim? —perguntou confundido por um esboço de sorriso no rosto do professor.
— Para nada, Potter, me ache que quando me deboche não terá nenhuma dúvida de que o estarei fazendo… Pelo momento tão só lhe admiro, é demasiado jovem para tanta responsabilidade, mas me alegra que ao fim esteja tomando cartas para enfrentar de uma maneira coerente e não lançar à aventura com suas amiguinhos.
"Não, agora me lançou à aventura com você… e gosto" pensou Harry.
— Precisamente por eles quero estar o melhor preparado para a batalha final, sei que estarão a meu lado passe o que passe e não quero arriscar por nenhum motivo.
— É um sentimento nobre… quiçá sentimental, mas acho que entendo-lhe. Também sei por quem quero que o Senhor Escuro desapareça.
— Pela pessoa a quem vai visitar todas as tardes?
Snape olhou fixamente a Harry, este tinha baixado a mirada e brincava com o cobertor, se lhe notava nervoso, quiçá algo molesto também.
— Porque pensa que visito a alguém?
— Parece-me óbvio… Achei que não teria a ninguém, mas acho que isso não é tão verdadeiro. Suponho que terá algum amigo… alguém que signifique algo especial em sua vida.
— Isso pensa?
— Sim… Você conhece a muitas pessoas, não duvido que goste de alguma delas.
— Escuta-se razoável… mas jamais gostei das pessoas… e ultimamente sento certa atração pelos rabiscos.
Harry girou tão rápido sua cabeça para Snape que até lhe doeu, mas o Professor tinha girado seu rosto para o criado-mudo para voltar a tomar seu livro. No entanto, não teve oportunidade de voltar a se pôr a ler, se viu intempestivamente encurralado contra a cama, os braços de Harry estavam a ambos lados de seu corpo e podia sentir sua respiração perto… tão perto.
Compreendeu que Harry queria beija-lo, mas algo lhe detinha, no entanto se lhe via sofrer por sua indecisão, de modo que levantou seu rosto unindo seus lábios aos de Harry. Foi um simples roce, mas ambos o desfrutaram fechando os olhos e acariciando suas bocas com extrema macieza.
— Deus, acho que estou-me apaixonando —sussurrou Harry quase sem dar-se conta de que tinha expressado em voz alta seus sentimentos, ambos se olharam surpreendidos ao mesmo tempo, e quando o garoto pensou que o melhor era retratar-se, Snape lhe sujeitou do pescoço para beija-lo vorazmente, não ia permitir que Harry dissesse nada do que podia se arrepender.
Harry sentiu como de repente era ele quem estava de costas sobre a cama, deixaram de beijar-se depois de alguns minutos, mas o jovem Gryffindor se recusava a abrir seus braços e o deixar ir. Snape sorria sentindo-se apertado com força, e ainda que mal podia respirar, acariciou o cabelo do garoto enquanto buscava um pouco de movimento… precisava olhar aos olhos verdes que lhe tinham cativado para poder dizer o que tinha que dizer…
— Potter… solte-me. —pediu divertido.
— É que sente tão bem!
Severus riu ligeiramente, ele se sentia como um ossinho de pelúcia em poder de um menino que acabava de receber seu primeiro presente de Natal… Sim, nunca dantes foi objeto de uma demonstração como essa de tal carinho que lhe fazia se sentir imensamente apreciado. Mas precisava olhar-lhe… E finalmente conseguiu-o, e ainda que a tão curta distância do rosto de Harry que tinha que feito visco, suspirou suavemente para sussurrar-lhe… "Também te amo"
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"Ama-me!... Por Merlin, que me ama!... e quero tentá-lo, a seu lado, quando me beija e quando me olha e acaricia meu rosto, me faz sentir que mereço ser feliz… Sim, eu, Severus Snape sente que merece esta bênção… ele me faz sentir assim, é realmente a pessoa mais especial que tenho conhecido"
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Harry apertava fortemente as pálpebras, sentia as gotas de suor escorregar por sua frente para suas têmporas. Suas mãos apoiadas sobre os ombros de Snape quem movia-se compassadamente, com um ritmo feroz e suave simultaneamente.
— Dói. —gemeu sentindo como Snape dobrava sua perna direita até o ponto de que seu joelho quase colasse contra o queixo. — Dói muito… Sev.
— Gosto de sentir como vai adquirindo mais flexibilidade. —disse-lhe enquanto empurrava o peso de seu corpo sobre o de Harry. — De modo que aguenta um pouco mais.
— Seria melhor se este movimento fora com algo de proveito.
— Que quer dizer? —questionou enquanto voltava a empurrar com força.
— Algo como isto.
Harry abriu os olhos e alongando seu pescoço buscou os lábios de Severus.
— Potter! —grunhiu o professor separando-se, ainda que ficou de joelhos entre as pernas abertas e cansadas do Gryffindor. — Isto é sério, não interrompa seus exercícios de elasticidade.
— Sev, não seja tão estrito… Esses exercícios me matarão antes que Voldemort, porque melhor não muda de técnica?
— Agora é um instrutor profissional? —debochou-se arqueando uma sobrancelha.
— Não. —respondeu incorporando-se, rodeando com seus braços o pescoço de Severus, ao que beijou com deleite. — Mas asseguro-te que se se tratasse de que enquanto esticas minhas pernas me faz o amor e me beija, então eu cooperaria mais esticando e contraindo meus músculos.
— Harry…
— Preciso-te dentro… preciso-te dominando de mim, Severus Snape.
— Por Merlin, é tão erótico… ainda quando fala assim de soez!
— Então… faz-me o amor?
— Sente-te seguro disso?
— Estou tão ansioso que se o pensa mais tempo terminarei açoitando contra as paredes!… Anda, não o duvide, eu quero que seja você quem me faça sentir o que ninguém, faz favor.
Severus não podia achar que Harry lhe pedisse "faz favor" algo pelo que ele daria sua vida por ter. Não pôde suportar mais, lhe ajudou a se pôr de pé para ir para o castelo.
O professor levava a Harry da mão para seu dormitório, mas surpreendeu-se quando no último momento, este desviou seu caminho, e puxando-lhe, lhe dirigiu para outro quarto. Severus resistiu-se a entrar, mas o garoto riu divertido e empurrou-lhe, aproveitando que com um beijo conseguiu fraquejar as forças do Professor.
Snape não pôde reagir até que caíram ambos sobre a cama, então se armou de coragem para se separar, pese a que Harry seguia se resistindo e lhe rodeava possesivo com seus braços pelo pescoço.
— Porque melhor não vamos a minha habitação, ou à tua?... isto é abuso de confiança, Harry.
— Oh, vamos, Severus, não acho que não te excite fazer o amor na habitação de Dumbledore.
— Mais bem me dá calafrios. —reconheceu olhando a seu redor, mas Harry aproveitou seu descuido para sugar suavemente a pele do pescoço do mago, sorrindo satisfeito ao senti-lo tremer de prazer pelas caricias.
— Anda, Sev… prometo-te que será inesquecível.
— Será inesquecível em qualquer lugar… —admitiu arquejante.
— Então compraze-me… e sujar esta cama, guardemos para sempre nosso segredo de ter profanado o leito do velho intrometido.
— De acordo… talvez não seja tão má ideia.
Harry sorriu emocionado de sair-se com a sua, e mais quando viu que Severus deixava de lado de suas restrições e se lançava sobre o menor lhe fazendo cair novamente à cama. Sua alegria transformou-se em desejo quando sentiu as mãos experientes do professor se posar candentemente em seu quadril, puxando subtilmente o elástico de sua calça esportiva.
O garoto se contorcionou de gosto quando um dedo de Severus tocou sua pele, e foi se deslizando para sua talhe, lhe acariciando de tal forma que já se sentia arder em lumes. Seus lábios foram apresados e devorados com firmes sucções. Não se lhe ocorria outra coisa mais que mover seu quadril lhe oferecendo todo seu corpo e Severus o aceitou de imediato. Despojou-lhe da roupa com prontidão, lisonjeado de ver a marcada ereção de Harry. Esquecendo-se de sacar sua própria vestimenta, Severus beijou repetidamente a parede do abdômen de seu companheiro, adorando seu ventre plano, tão perfeito, que conduzia ao que tanto se lhe antojava.
Harry mordeu-se os lábios ao sentir-se envolvido na úmida boca de Severus. Afundou seus dedos na abundante cabeleira negra, acariciando-a em agradecimento pelas prazerosas caricias que davam seus lábios, sua língua e dentes em toda a extensão de sua masculinidade.
— Te… advirto-o… —gemeu entrecortadamente. —… não durarei muito… se segue assim.
Severus soube que falava em sério, já sentia o membro completamente cheio e a ponto de estalar, de modo que o abandonou para voltar a beijar os lábios de Harry.
— É delicioso, Harry, acho que te converterá em meu doce preferido.
— Se quer comê-lo poderá fazê-lo quando queira, eu estarei encantado. —respondeu sem deixar de beija-lo e abrindo suas pernas para enlaçá-las pelo quadril de seu companheiro.
— Comê-lo… lambê-lo… beija-lo… chapa-lo até que doa.
— Já dói agora… me tira essa dor. —sugeriu esfregando seu ereção no ventre moreno, gemendo ao sentir-se acariciado pelo cabelo escuro e suave.
Severus soltou-se das pernas de Harry e girando-lhe, colocou-lhe de costas a ele. Harry exalou deixando sair uma nevoa cálido cobre a almofada à que apertou afundando seus dedos entre a teia. Foi sentindo beijos e úmidos no longo de sua coluna, e quase gritou de prazer quando uns dentes se aferraram a suas nádegas com macieza. Talvez era um pervertido, mas gostava esses mordiscos que depois eram consolados com de beijos e mais lambida. O prazer máximo até o momento chegou quando uma língua se adentrou entre seus glúteos, aquilo tinha que ser estranho, mas não, ao invés, era erótico e muito excitante.
Desfrutou mais do que imaginou quando a língua e dedos de Severus se uniram para o preparar. Seu coração batia muito acelerado e ditoso de ser quem estivesse aí com o professor, que não tivesse ninguém mais em sua vida, que lhe amasse… que se amassem os dois como loucos.
— Sev… entra, faz favor.
— Vou, rabisco. Relaxa um pouco agora.
Harry obedeceu, abraçou a almofada dispondo-se a memorizar para sempre aquele momento. Algo endurecido se plantou em sua entrada e não pôde dar um pequeno gemido.
— Sinto muito. —desculpou-se apenado.
— Está bem, é normal… Agora poderia sentir algo de dor, você só me guia.
Severus voltou a colocar-se em posição e conseguiu adentrar-se um pouco. Um choro da garganta de Harry fez-lhe saber que tinha algo de dor, o que lhe pareceu sumamente normal ante o apertado que sentia a entrada. Decidiu recostar-se com macieza sobre o corpo mais pequeno, e enquanto beijava sua nuca ia entrando de pouco em pouco. Harry esqueceu-se da dor com os beijos e as caricias, a forma em que o professor lhe fazia se sentir amado era sublime.
Quando sentiu que seu interior era enchido a plenitude, Harry suspirou apaixonado, girou um pouco seu pescoço para buscar os lábios de Severus. Este lhe beijou brevemente antes de lhe acariciar o rosto com seu nariz.
— Amo-te, rabisco… te amarei sempre, eu prometo.
— Eu também, Sev, só a ti… Nunca ninguém mais tocará meu corpo, eu prometo, só você.
Harry afogou um grito ao sentir como nesse momento algo lhe enchia de prazer desde a pele de Severus, e depois vieram mais, achava que morreria de prazer, era demasiado delicioso o que sentia a cada vez que seu companheiro lhe investia em seu interior… Não queria que isso terminasse, de modo que se conteve todo o possível.
Suplicava por mais, mais tempo, mais vezes, mais daquilo que lhe fazia se sentir como um deus, como quem podia ser feliz com tão só viver junto a quem amava… nada era melhor que aquilo. E finalmente não pôde mais, deixou sair sua substância impregnando as cobertas. Sua respiração continuava sendo agitada enquanto Severus prosseguia com seus movimentos até que finalmente também chegou a um forte orgasmo que lhe fez convulsionar-se apertando o corpo de Harry contra o seu.
— Estará comigo sempre? —perguntou Harry quando o professor ainda não saía de seu interior e repousava suavemente sobre ele. — Sei que não é um bom momento para essas perguntas… mas gostaria de sabê-lo e que seja sincero.
— Qualquer momento é bom, porque em qualquer momento minha resposta seria a mesma… Estarei contigo a cada dia de minha vida.
— Quando termine com Voldemort… —continuou depois de um par de segundos. —… gostaria que fizéssemos planos poderia ser disso possível?
— Sim, rabisco… em um dia faremos esses planos.
Harry sorriu confiando na sinceridade implícita na voz de Severus. E feliz, mais feliz que nunca, lhe permitiu se separar para em seguida se unir em um forte abraço. Harry enfatizou seu sorriso quando escutou um suspiro… Nunca se imaginou que ele poderia provocar um suspiro de amor em alguém como Severus Snape.
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"Não tenho nenhuma dúvida… é com ele com quem quero estar, é o ser a quem quero amar, e viver para ver seu sorriso sempre em seu rosto… Se ouve risível, o admito, e é possível que seja devido a amorosidade, mas quando este passe, quando volte a ter minha mesma personalidade mal-humorada… mesmo assim quero seguir com ele e sei que Harry também seguirá desejando estar comigo, porque me ama e eu lhe amo a ele.
Por favor, poderia entendê-lo?"
Sacudiu a cabeça tentando deixar de recordar as confissões de Severus, seus passos encaminharam-no para a lareira, e com um movimento de varinha apagou o fogo deixando seu elegante despacho na completa escuridão.
— Que se posso o entender?... —sussurrou tristemente. —… Não o sei, mas se é o melhor para ti, eu tenho que o aceitar… e agora só me fica continuar sendo vítima de seu feitiço.
Apoiou seus braços na repisa da lareira ocultando seu rosto sem importar que nesse espaço sem luz ninguém podia o ver… um soluço rompeu dolorosamente o silêncio… um soluço proveniente de um orgulhoso homem que essa noite aprendeu que se podia chorar por amor.
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Nota tradutor:
Mais uma! Essa é uma das minhas favoritas não sei porque... talvez porque fale de amor rabiscado? Nem sei... mas o que acharam desse capitulo?
Te vejo nos próximos capítulos!
