Olá à todos que decidiram ler essa história.

Já escrevo fanfics há quase dois anos, comecei com Naruto, mas atualmente escrevo mais fanfics de Saint Seiya. Agora, depois de ler O Senhor Dos Anéis, após mais de um ano lendo aquele volume único com os três livros enorme, e de boas doses de coragem e quase ter batido em uns e outros que me interrompiam enquanto lia na hora do intervalo na escola, decidi me aventurar a escrever uma fanfic de Senhor dos Anéis.

Particularmente, eu não sei se ficou legal o prólogo, ou se vocês irão gostar, mas é que começos sempre me são uma tortura. Portanto, se não gostarem, ou que virem algo que eu possa melhorar, eu imploro, comentem e sejam sinceros. Desejo de coração melhorar, pois sei que eu posso melhorar, e eu quero melhorar. Muitas pessoas escrevem muito melhor que eu, eu admiro essas pessoas e desejo um dia escrever ao menos parecido. Por isso, conto com vocês, leitores, para percorrer essa jornada.

Se vocês acharem que essa fanfic é uma perda de tempo, peça-me para excluí-la num comentário. E a maioria ira vencer.

Agora, basta de lenga-lenga (sapato atinge Tenshi) e vamos começar logo esse prólogo. Por favor, guardem os tomates, sapatos, elefante, hipopótamos e olifantes para depois! (se escondendo em Minas Tirith)

DISCLAIMER: Senhor dos Anéis e seus personagens pertencem ao grande J. R. R. Tolkien. Eu não ganho nada escrevendo histórias à não ser a satisfação de saber que alguém leu e gostou, ou então críticas que me enchem até o pescoço. Se desejar me xingar porque odiou a história, à vontade. É seu direito de expressão que estará sendo exercido. Quanto aos personagens originais, são meus, mas se desejar utilizá-los, basta colocar os devidos créditos e me avisar.

PORQUE ELA ERA A COTOVIA PEREGRINA QUE CARREGAVA O DESTINO DA TERRA-MÉDIA

VANDA

PRÓLOGO:

UM LUGAR NOS MEUS SONHOS

Os cabelos vermelhos com mechas azuis, longos e cacheados como os cabelos dos ciganos cobriam a face morena que dormia serenamente, apoiada nos braços cruzados sobre a escrivaninha. Um leve ressonar preenchia o quarto.

Mas esse ressonar transformou-se numa respiração agitada.

Caminhava por entre os destroços daquela terra desolada. O cheiro dos cadáveres de orcs, homens e nâzguls em putrefação que invadiam suas narinas era atormentador.

Levou uma mão à frente do nariz, tentando barrar aquele mau cheiro, mas foi com surpresa que viu uma manga de seda negra com uma faixa de cetim roxa na beirada da manga. As mangas do vestido negro de seda que usava eram largas e lhe lembravam os quimonos japoneses. Mas apenas lembravam. O vestido em si definia bem as curvas esguias.

Observou as mãos mais atentamente, percebendo que as unhas pareciam garras pintadas de prateado. A cabeleira vermelha e cacheada estava presa num meio coque no centro da cabeça, com a maior parte caindo sobre os ombros expostos, sobre a face morena e em cascata pelas costas. Uma faixa azul-marinho estava entrelaçada nos cachos, junto com diversos enfeites de prata, em sua maioria, pequenas correntes. Grandes argolas douradas estavam penduradas nas orelhas.

Os olhos tão verdes como o mar tinham um brilho assustado.

- Tenha calma, pequena. – uma voz imponente, mas carinhosa, fez-se ouvir. Ao mesmo tempo que parecia vir de um único lugar, parecia vir de todos os lados.

Virou o rosto freneticamente para todos os lados, buscando o dono daquela voz tão enfeitiçante, mas tudo que conseguiu foi balançar os cachos vermelhos e expor uma marca de nascença no pescoço na forma de um anel quase perfeito, com linhas em seu interior que ninguém compreendia. Uma argola dourada brilhou no anelar da mão direita quando ergueu um braço para proteger o rosto da luz cegante do sol.

- Quem é você?! – perguntou em voz alta e firme, não demonstrando o quanto seu coração estava acelerado.

- O dono de algo que você possui. – a voz ecoou novamente, menos gentil e carinhosa, como se procurasse algo com afinco.

Instintivamente, a jovem de cachos vermelhos escondeu a mão com o anel, franzindo o cenho e percorrendo o local com o olhar.

Aguardou pacientemente que aquela voz dissesse o que ela possuía que a pertencia.

Mas a voz não se fez ouvir de novo.

Acordou com brusquidão, levantando o rosto de repente de cima da escrivaninha e batendo com força o piercing que usava no final da coluna junto com as costas no encosto da cadeira, fazendo uma careta de dor e xingando baixinho. Devia ter ouvido a mãe e não colocado um piercing justo ali.

Passou a mão direita pela testa, sentindo-a molhar de suor. Balançou-a de forma que o suor respingou no gato Mal Egípcio (N/A: A raça da Meia-Noite do filme Mulher-Gato. Acho que escrevi certo o nome) deitado em sua cama.

- Mas tu é folgado demais, hein, Vaughan? – falou para o gato, sorrindo. O pequeno animal apenas miou baixo e ajeitou-se melhor entre os edredons da dona. – Você é um gato chato, mas ainda assim eu te amo. – pegou o bichano no colo, acariciando-o.

Distraidamente passou a observar a argola dourada em seu anelar da mão direita. O anel era herança de família. Ganhara da avó quando fizera dezoito anos, uma semana atrás. Curiosamente, quando começara a ter sonhos com a mesma terra, apesar de possuírem acontecimentos diferentes. Além disso, numa de suas típicas pesquisas, caía no solstício de verão para os druidas, 22 de Dezembro, e de acordo com os mesmos druidas, sua árvore era o Jacarandá.

Suspirou, fechando os olhos e se deixando apoiar no encosto da cadeira. Mais três dias e virada de ano. Ia, finalmente, conhecer São Petersburgo! Era seu sonho conhecer uma das mais famosas cidades da Rússia. Conseguira convencer seus pais a deixarem-na viajar sozinha e passar a virada lá.

Ia finalmente sair de Reykyjavik (1), arejar a cabeça.

Olhou novamente para o anel em seu dedo. Lembrou que sua avó contara que o anel fora achado perto do Sneffells (2) pela avó de sua avó quando ela tinha dezoito anos. E que desde então a pequena argola de ouro era passada de avó para neta.

Mas esquecera de perguntar para a avó antes que a mesma voltasse para Londres se alguma outra também tivera sonhos esquisitos quando ganharam o anel...

Suspirou pesadamente, empurrando Vaughan para o chão e levantando-se, andando até a janela. Eram dez horas da manhã, mas lá estava a lua. Gostava de seu país. No verão, seis meses de sol. No inverno, seis meses de noite. Aliás, muito irônico: em seu signo druida, o dia em que nascera era o solstício de verão. Mas em seu país, era inverno. E um dos mais frios, diga-se de passagem.

Riu distraidamente, afastando-se da janela e indo pegar suas malas e levá-las para a sala.

XxX

Desceram no aeroporto de São Petersburgo. A jovem de cachos vermelhos tratou rapidamente de providenciar o táxi que a levaria até o hotel.

A cidade possuía uma atmosfera misteriosa. Os olhos tão verdes como o mar olhavam tudo com fascínio. Finalmente contemplava ao vivo o que antes contemplava apenas por fotos.

Pararam em frente ao prédio obviamente freqüentado pela "high society", mas a jovem não se importava com isso. Importava apenas que há poucas quadras dali, encontrava-se o magnífico Museu Russo, formado pelo Palácio de Mármore (3), Palácio Mikhailovsky (4) e Palácio Stroganov, no Castelo de São Miguel (5). Ainda havia os Jardins de Verão e a Casa de Verão de Pedro, o Grande. Ia somente arrumar suas coisas em seu quarto e iria imediatamente conhecer o lugar.

Caminhou pelas movimentadas ruas de São Petersburgo, arrumando melhor a gola alta do sobretudo acinturado e de pele sintética, amarrando-o firmemente na cintura e enfiando as mãos nos bolsos.

Atravessou a praça acimentada em frente ao Palácio de Inverno, observando à distância as flores vermelhas, brancas e verdes que compunham um círculo em frente à entrada do palácio. Uma escada de uns dez degraus se erguia à frente, levando até a varanda à frente das portas, com colunas em arcos estreitos e altos que sustentavam uma varanda no segundo andar. No segundo andar, colunas brancas esculpidas com tanta habilidade que pareciam serem realmente colunas separadas das paredes, uma entre cada janela e verdadeiras colunas na sacada, sustentando o teto. As demais paredes eram de um pêssego claro. Um lugar encantador, com toda a certeza.

Após admirar mais um pouco o local, se colocou em direção a entrada do museu, admirando cada pedacinho daquele local que inspirava a mais pura história.

Estava lá, observando uma bela pintura, "Sadko", de Repin. Particularmente não conhecia o pintor, mas que era uma bela obra, isso era.

Foi quando uma jovem parou ao seu lado. Era impossível não olhá-la, chamava a atenção mesmo que não desejasse. Os cabelos eram longos, presos numa trança frouxa, de um loiro platinado claríssimo, sendo possível de confundir aquela bela cor com prateado, brilhantes, capazes de refletir até a luz inexistente; os olhos brilhantes, naturalmente sensuais, magnéticos e misteriosos eram de um azul límpido onde um iceberg no meio de um mar furioso era avistado por quem olhasse de perto; a pele era de um tom pêssego muito claro, quase pálido, com as bochechas levemente rosadas. Possuía traços suaves, mas intrigantemente marcantes. Os lábios claros de tom azulado estavam curvados num leve sorriso. Era alta, com um corpo esguio, com curvas suaves, destacado pelo sobretudo acinturado negro de couro.

- Belo quadro, não? – disse a jovem. Sua voz era levemente cantada, de um jeito que fez a jovem de cachos vermelhos lembrar vagamente sua banda favorita, ERA.

- Sim, é verdade. – os olhos verdes voltaram a atenção para o quadro, admirando-o como se viajasse para longe.

- Desculpe, não me apresentei. Sou Nissa Shalaah. – disse a jovem de cabelos louros, estendendo a mão para um cumprimento.

- Vanda Derek. – apertou a mão que lhe foi oferecida distraidamente, voltando a observar o quadro distraidamente. Trazia-lhe uma sensação de nostalgia que não sabia explicar.

De repente, Nissa empurrou-a com força em direção ao quadro. Esperava bater com força no tão belo quadro,mas o que aconteceu foi totalmente inesperado.

Um turbilhão em tons de verde abriu-se à sua frente. Caía por ele, sentindo-se atraída para algo que não compreendia. Não sentia a gravidade, não sentia nada. Apenas a gravidade lhe atraindo para algo que não compreendia, não via.

De repente, viu-se entre belas e frondosas árvores, sentada sobre a relva. Estava como estava em todos os seus sonhos com aquela terra desolada, exceção às roupas. Lembravam-lhe as roupas dos ciganos que via na Inglaterra nas vezes que viajara ao país.

Levantou-se, olhando ao seu redor. Estava assustada demais para pensar em qualquer coisa. Apenas a cena do Museu ficava se repetindo em sua cabeça, sem que tivesse controle. Não compreendia. Aquele lugar ao mesmo tempo que lhe era estranho, lhe era familiar, despertando uma sensação de nostalgia tão forte que seus olhos tão verdes como o mar se encheram se lágrimas.

Olhou para o céu límpido e azul, e dessa vez não pode segurar as lágrimas que correram soltas pelo rosto de pele alva.

Foi quando olhou para uma árvore e viu um rapaz sentado por entre os galhos, olhando diretamente para si. Sentiu um pavor ao pensar na possibilidade que fosse lhe fazer algum mal.

- Eu quero... Voltar para o meu mundo. – murmurou com a voz embargada antes de sentir-se desfalecer por nenhum motivo aparente.

1: Capital da Islândia.

2: Os vulcões da Islândia.

3: Magnífico exemplar de arquitetura necoclássica, foi desenhado por Antonio Rinaldy e levantado entre 1768 e 1785, sob encomenda de Catarina II para apresentá-lo ao seu favorito, o Conde Grigory Orlov. Entretanto, Orlov morreu antes da construção ser terminada, passando após completo ser a residência dos Grão-Duques.

Hoje abriga um memorial ao poeta Konstantin Romanov, e como exposição permanente exibe desde 1995 uma divisão do Museu Ludwig, doada pelos colecionadores alemães Peter e Irene Ludwig, com peças do século XX. Também outras duas coleções passaram há pouco tempo a ser expostas permanentemente, uma antes de propriedade dos irmãos Rzhevsky, e outra dedicada a artistas estrangeiros ativos na Rússia entre os séculos XVIII e XIX.

4: É o prédio principal de todo o complexo. Foi erguido pelo arquiteto Carlo Rossi entre 1819 e 1825, e decorado por uma plêiade de importantes artistas da época, sendo uma jóia da arquitetura neoclássica. Em 1895 foi adquirido pela Coroa e transformado em museu, passando por várias reformas, superintendidas por Vasily Svinin, para adaptação dos seus espaços para as novas funções.

Com o crescimento contínuo da coleção, logo foi necessária a construção de anexos, e entre 1914 e 1919 Leonty Benois e S. O. Ovsyannikov ergueram a Ala Benois, complementada mais tarde com a Ala Rossi. Neste prédio são expostas as peças principais da coleção, com obras de Andrei Rublev, Alexander Ivanov, Illya Repin, Pavel Antokolsky, Kazimir Malevich, Wassily Kandinsk, Marc Chagall e diversos outros mestres russos.

5: Foi projetado por Vincenzo Brenna e Vasilu Barshenov para ser uma residência do Imperador Paulo I, que pessoalmente contribuiu no desenho, de um classicismo com traços românticos. Com a morte do monarca o palácio passou para o Ministério da Corte Imperial, e em 1823 foi doado ao Colégio de Engenharia, assumindo a denominação de Castelo dos Engenheiros. Em 1990 passou para a administração do Museu Russo, entrando em uma fase de adaptações e restauro, ainda em andamento. Nos espaços já restaurados estão instaladas as mostras permanentes A História do Castelo e seus Habitantes, Temas Antigos na Arte Russa, e A Renascença na Obra de Artistas Russos.