Era só mais uma viagem sob o sol escaldante, nada de novo. Apenas a tempestade de areia atrapalhava um pouco naquela região.

- Por que não paramos no vilarejo mais próximo, Inu-Yasha? A tempestade vai ficar pior daqui a algumas horas.

A situação estava mesmo começando a ficar preta. Finalmente Miroku tivera uma idéia que prestasse.

Sei que querem saber quem eu sou e onde eu estava, não é? E por que eu iria dar satisfação para humanos inúteis?

Tudo bem, tudo bem... Afinal, é minha obrigação nesses tipos de histórias repugnantes, crônicas infantis tiradas da imaginação de pessoas que não tem mais o que fazer.

Está achando que fui longe demais com minhas opiniões?

Foda-se.

Eu penso o que eu quero, e estou de muito mau humor. E quando eu digo muito, é muito MESMO.

Bem, vamos parar de mais rodeios.

Sou Inu-Yasha, o chefe de uma pequena "gangue", se é que podemos chamar nosso grupo assim. Os integrantes são todos inúteis, mesmo a maioria sendo youkais. Posso ser um hanyou, mas ainda tenho alguma autoridade.

Os imbecis são conhecidos como Miroku, o idiota que me perturbou pouco atrás e que é um tremendo tarado mulherengo; Jakotsu, um gay retardado que insiste em agarrar todos os presentes em horários de descanso; Kouga, um lobo fedorento das montanhas do norte que não sabe fazer mais nada além de reclamar; Houjou, um garoto inútil e idiota como Miroku, que é bonzinho demais pro meu gosto; Bankotsu, um deformado de trancinha que parece ser amante de Jakotsu.

São esses, em resumo.

- Inu-Yasha?

- MAS O QUE FOI AGORA, MIROKU??

- Por que não paramos no vilarejo mais próximo? A tempestade vai ficar...

Meus olhos cintilaram de raiva.

- Você já falou isso, seu débil. Não sou surdo como o Houjou.- disse, sarcasticamente.

- O quê? – perguntou Houjou mais atrás, fingindo ser inocente.

Todos riram, menos eu.

Eu tinha avisado que estava de mau humor.

Golpeei meu cavalo na barriga, fazendo-o galopar pela areia do deserto. Com o cano do olho, sorri satisfeito ao ver que os outros me seguiam.

Mais à frente, avistei um oásis. Se ali existia um oásis, acho que não tardaríamos muito a chegar em alguma aldeiazinha.

Tínhamos andado durante um dia inteiro sem pausas, acho que merecíamos uma agora.

Refresquei-me com a água fresca dali e finalmente consegui retirar minha camisa. Eu estava torrando naquele calor infernal, ainda mais com uma coisa daquela.

- INUZINHOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!! – o berro de Jakotsu estourou meus tímpanos.

Não pude ver muita coisa alguns segundos depois, já que a mula pulou em cima de mim.

- Você fica muito sexy sem a camisa, Inu-chan...

Eu o empurrei.

- Primeiro: se me chamar de Inu-chan de novo, eu te executo a vela.

- Ai, não fala assim...

- Segundo: acho bom você sair de cima de mim de vez se não quiser ser executado a vela.

Ele (ou ela, sei lá) sentou-se comportadamente ao meu lado.

- Muito bem. E terceiro: se me agarrar de novo, eu te executo a vela.

- Quer dizer que posso te chamar de sexy?? – os olhos dele(a) brilharam de esperança.

- Não. Faça isso de novo e será executado a vela.

Levantei-me e me apoiei em uma árvore perto do lago.

Depois de alguns milésimos de segundo descansando, pude sentir o cheiro de Miroku aproximando-se. E sangue.

Mas... Sangue?

O sangue não era dele.

- Inu-Yasha, melhor vir ver isto...

O imbecil me guiou até uma pequena caverna, escondida entre areia e folhagens secas.

A abertura era pequena, fiquei em dúvida se caberia ali dentro.

De fato, eu coube.

Um corredor estendia-se à minha direita, e ia até uma bifurcação mais à frente.

Sangue, ainda fresco, me guiava como uma trilha por um dos canais.

- Miroku? – chamei. O idiota me atendeu na hora. – Você foi até o final da trilha?

Ele balançou a cabeça negativamente.

- Eu estava feito um bobo alegre por aí... – "Como sempre", pensei – Até que tropecei e vim parar aqui. E fui correndo te chamar.

Um pouco receoso do que poderia acontecer, fui seguindo o sangue devagar.

Me surpreendi bastante quando cheguei ao final.

Uma bela garota jazia sentada, encostada na parede da pequena caverna. E o sangue vinha dela.

Não era meu "tipo" de garota... Cabelos castanhos presos em um rabo-de-cavalo alto... Um pouco alta para a sua idade, acho eu, já que ela parecia apenas uma adolescente de uns 17 anos...

Pelo que conheço o imbecil do Miroku, acho que ele ficou, no mínimo, fascinado pela garota.

Rasguei um belo pedaço da blusa de Miroku, e improvisei um curativo.

- Vai com alguém ver qual é o vilarejo mais próximo. Eu levo ela.

Nem bem ele sumiu da minha vista e eu já estava carregando a garota pela caverna. Bem pesadinha, ela.