Nota: primeira fic! Portanto sejam bonzinhos! Perdoem os errinhos de português, todos sem a intenção! Supernatural e qualquer personagem não me pertencem. Se pertencesse..... hohohoho
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Dean não sabia mais o que fazer. Quanto mais seria capaz de aguentar? Ouvir seu irmão mais novo gritando, enquanto está preso no quarto de ferro da casa de Bobby, o matava.
A cada grito, mais um pedaço seu morria. E não sabia mais o que fazer a respeito. Sempre cuidara de seu irmão como se fosse um tesouro precioso que não poderia se machucar de jeito nenhum. Era capaz de sentir fome, porém sempre mantinha Sam de barriga cheia. Também, como resistir àquela carinha de cachorro abandonado reclamando de fome? Perdeu a conta de quantas vezes abriu mão da própria comida para dar para Sam. Exatamente como um pai, ou até mesmo uma mãe, faria. E era assim que se sentia. Um pai. Infinitamente mais presente que o seu próprio. Apesar de ser só quatro anos mais velho, tomou para si a responsabilidade por Sam, e cuidava dele como se sua vida dependesse disso.
Sendo sincero consigo mesmo, nunca havia cobrado a presença do pai com vontade suficiente. Na verdade, bem no fundo, gostava e sempre gostou de cuidar do irmão mais novo. Sentiria ciúmes se em algum momento o pai começasse a pegar para si a responsabilidade de cuidar de Sam. Alimentá-lo, colocá-lo para dormir, ficar deitado junto dele quando ele tivesse pesadelo, ou estivesse doente, ser bombardeado por perguntas das quais a maioria nem sabia a resposta. Lembrou de uma vez, quando Sam tinha 5 anos e havia entrado na fase dos porques, que resolveu entender como que a televisão funcionava.
"Como que cabe tanta gente e tanta coisa dentro de uma caixa tão pequena Dean?"
E Dean, com apenas 9 anos, não fazia idéia do que responder. Mas foi só encarar a cara de abandono do irmão, que inventou uma resposta qualquer para ele. O suficiente para matar a curiosidade do mais novo. Quando Sam cresceu um pouco, lembrou da resposta que havia lhe dado, e começou a achar que Dean inventara ela só para parecer que sabia um pouco de tudo. Para se achar o sabichão, como ouvira da boca de Sam uma vez. Mas não era verdade. Dean só não conseguia suportar a idéia de não dar para Sam o que ele queria, mesmo que isso fosse uma resposta errada ou uma mentira. E agora, como negar para Sam o que ele mais queria? Por mais errado que fosse, por mais que um dia o matasse? Era o que seu irmão queria e precisava para parar de sofrer. Sangue de demônio. E como podia Dean não dá para ele o que ele precisava?
Egoísmo. Essa foi a conclusão de chegou. Por puro egoísmo trancara Sam naquele quarto, assim não se faria mal algum e ficaria o tempo todo por perto, sem que nada nem ninguém o ameaçasse. E assim Dean matava dois coelhos com uma cajadada só. Cuidaria de Sam pessoalmente, e ficaria com seu pequeno tesouro por perto. Sempre. Até que estivesse bem. Na verdade, morria de medo de algum demônio se aproximar do seu irmão.
"E se Sam encontrar um demônio que além de dar para ele o que ele quer e precisa, o ajudar a ter aquela sensação de poder que tanto adora?"
Dean sabia a resposta. Sam abandonaria ele de novo. Dean não daria para ele o que ele quer. E não era capaz de fazer o irmão se sentir forte. Isso tudo por puro egoísmo. Não permitiria nada fazer mal ao seu irmão, porque seria o mesmo que fazerem mal a si mesmo. Mas não suportava a idéia de que um dia Sam podia abandoná-lo de novo. Suportara uma vez, não tinha certeza se seria emocionalmente capaz de sobreviver uma segunda vez. Talvez seu corpo sobrevivesse, mas sua alma não. Não conseguiria viver sem seu irmão. Já havia aprendido que seu objetivo de vida era cuidar do mais novo. Sem Sam, seria o mesmo que perder a razão de viver. Por mais que pensar assim lhe parecesse clichê, era a verdade. E por mais que doesse, era a verdade.
E tudo que Dean podia fazer era rezar. Rezar para seu irmão superar a abstinência de sangue, rezar para que nenhum demônio cruzasse o caminho deles novamente. Rezar para que Sam o perdoe. Para que Sam nunca o abandone. Rezar para nunca demonstrar suas fraquezas, dúvidas e inseguranças para o irmão. Pensando nisso, rezando intimamente, Dean sorriu. Encostado na porta do quarto onde trancara o irmão, pensou na ironia que era rezar num momento daqueles. Suas orações nunca foram ouvidas. Nem atendidas. E por mais que nunca fosse admitir para Sam, ele também acreditava em Deus. Ele também tinha fé. Mas num momento desses, eles não podiam contar com Deus, nem com sua fé. Sam podia contar com Dean sempre. A única coisa da qual Dean ainda se dava ao luxo de ter fé, era que um dia ainda poderia contar com seu precioso tesouro, seu irmãozinho mais novo, seu Sammy.
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Review serão muito bem vindas e respondidas! Já que como é a primeira fic, preciso saber como está a maneira que eu escrevo xD
