Para... MIM! Porque essa fic é sobre os personagens mais humildes. E eu mereço.

E para a Just, que inventou o challenge mais perfeito e betou essa fic e me encheu o saco até eu ler Twi. Obrigada por isso, querida!


Crossover de Harry Potter/Twilight/Moonlight. Infelizmente, nennhum dos três me pertence. Se pertencesse:

a) O Sirius e a Bella teriam casado.

b) Haveria uma descrição de como-vampiros-transam.

c) Moonlight não teria sido cancelado.

Enjoy!


The Beauty of the Beast

Prólogo

Durante todos os milênios de sua existência, o ser humano tentou se convencer de que pode explicar qualquer coisa. Em certos aspectos, eles conseguiram algum sucesso: a chuva, as estações do ano, a gravidade... O que é realmente importante, porém, eles ainda não conseguiram explicar. E é para fingir que o inexplicável não existe que as lendas foram criadas.

Dessa forma, a existência de criaturas que não são humanos normais foi simplesmente ignorada. Lobisomens, fantasmas, bruxos, vampiros... Todos foram relegados à categoria de seres imaginários, o que só os ajudou a se esconder melhor, e as distorções por que essas lendas passaram certamente não atrapalharam.

E nenhum deles jamais se deu o trabalho de dizer aos humanos que eles estavam errados.

Mas eles estavam. E eu sei disso com tanta certeza porque eu sou um desses seres "imaginários". Um vampiro, para ser mais específico.

Não um vampiro com presas prontas para serem cravadas no pescoço de donzelas indefesas com camisolas de seda em filmes em preto e branco. Eu certamente sou um caçador muito melhor do que eles. Não que eu cace donzelas indefesas: prefiro leões da montanha - são muito mais difíceis de caçar.

Por causa do meu "vegetarianismo", eu faço parte de uma das poucas famílias de vampiros que podem ficar com humanos por algum tempo. E isso é ótimo, porque, ao contrário do que Hollywood diz, vampiros não dormem em caixões. Vampiros, na verdade, não dormem. E, se eu não pudesse viver numa cidade com gente de verdade, eu tenho certeza de que morreria de tédio.

A escolha da primavera de 1970 tinha sido Londres. Estávamos cansados demais dos lugares muito ao Norte, e achamos que a Inglaterra seria um abrigo razoável. Claro que era mais difícil caçar ali, mas nada nos impedia de atravessar o país de carro.

Numa das minhas primeiras noites na cidade, eu a conheci. Eu estava vagando a esmo pelas ruas já quase vazias da cidade, sem ter nada para fazer em mais uma noite da minha já longa existência. Foi quando eu vi, do outro lado da rua, uma garota de uns 15 anos, com uma pele tão branca e olheiras tão profundas que eu tive certeza de que ela era uma de nós. Em 70 anos, eu nunca tinha visto uma humana tão linda.

Atravessei a rua, saindo do beco escuro e sujo onde estava escondido, e me permiti respirar quando já estava a poucos passos dela. Percebi o meu engano, quando senti o cheiro dela me entorpecer. O cheiro do sangue dela.

Naquela primeira noite, eu me contentei em segui-la, em silêncio, apenas vasculhando sua mente atrás de alguma coisa que pudesse me proporcionar um mínimo de entretenimento. Isso geralmente não era muito difícil: humanos costumam deixar seus pensamentos vagarem livres por não imaginarem que alguém pode ouvi-los. E, no começo, ela não foi muito diferente, rememorando, de novo e de novo, a noite com seu namorado. Mas, depois, ela pareceu recordar-se, de súbito, do toque de recolher. Ouvi-a xingar baixinho, tão baixo que nenhum outro humano poderia ouvir, ao notar que tinha cinco minutos para voltar para casa. Para uma casa que certamente não ficava a cinco minutos dali.

Seus passos se apressaram, ecoando com mais intensidade na rua vazia. Eu podia ouvir o esforço que ela fazia para respirar quando começou a correr. E ouvia também seu sangue - cujo cheiro era tão tentadoramente doce - correr mais rápido por suas veias azuladas. Ela desacelerou quando chegou a uma rua mais próxima de sua casa. Os cinco minutos já haviam acabado. Em passos lentos de novo, ela virou uma esquina. A placa dizia que estávamos em Grimmauld Place, mais movimentada e iluminada do que onde estávamos. Me escondi atrás de um poste quando ela se virou para trás e, depois de olhar para os dois lados, desapareceu entre os números 11 e 13.

Ela podia não ser uma vampira como eu. Mas também não era uma humana normal. Disso eu tinha certeza.


NA: É, eu sei... Ed/Cissy é loucura. Mas eu achei tão bonitinho... XD
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