Disclaimer: Twilight e nenhum de seus personagens me pertencem. Mas eu divido o James com a Victoria u//u


SAUDADE

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It just ain't living

(Isso simplesmente não é viver)

And I just hope you know

(E eu só espero que você saiba)

That if you say

(Que se você disser)

Goodbye today

(Adeus hoje)

I'd ask you to be true

(Eu pediria que fosse verdade)

'cause the hardest part of this is leaving you

(Porque a pior parte disso é te deixar)

(Câncer, My Chemical Romance)

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Ela não conseguia se lembrar de quanto tempo esperou por aquilo. Há quantos dias ansiava por aquele momento. Que lhe importava se estava prestes a morrer? A morte era doce e consoladora. A morte era uma amiga fiel. A morte era a sua porta para a felicidade.

Não se lembrava de sua vida. Não que tivesse perdido a memória ou algo assim. Mas sua vida havia sido insignificante demais para ser lembrada. Logo, quando pensava em sua vida humana só o que via era um grande borrão, com imagens difusas e desconexas, que não se completavam.

E então, ela entrou naquele mundo. No começo, era tudo um borrão sem significado ou importância, também. As coisas não eram diferentes – tirando o fato de que, agora, ela podia matar muitas pessoas, e era o sangue dessas pessoas que a deixava linda e forte. Mas, ainda assim, era tudo insignificante. Ela não se importava com nada daquilo. Porque era tudo cinza.

Até que ele apareceu.

E então, seu mundo ganhou um sentido. Ele transformou sua vida. De repente, sua vida ganhou cor. Vermelho. Vermelho de sangue, mas também vermelho de amor. E o vermelho era infinitamente mais interessante e significativo do que o cinza. Ela preferia o vermelho. Assim como preferia ele, a tudo.

E ela era feliz, daquele jeito. Não se importava em matar, em brincar com as pessoas. Ela estava com ele e isso era o importante. O que eles faziam não tinha significado. Só o que a marcava era estar com ele.

Porque ele era perfeito. Para ela, pelo menos. Ele podia não ser perfeito para outras – aliás, ele não podia ser perfeito para outras – mas era para ela. Se alguém perguntasse o porquê daquele amor, ela não saberia explicar. Aliás, saberia: o amor é inexplicável. Tudo nele lhe parecia perfeito – seus defeitos viravam qualidades, e suas qualidades viravam magia, para ela.

E ela era feliz. Absurdamente, inexplicavelmente feliz. Ela o admirava, ela confiava nele, ela o amava. Ela se entregava a ele de corpo e alma. Ela não se via sem ele – e isso era tão forte, tão marcante, que ela não acreditava que pudesse ficar sem ele.

Mas ela ficou.

De repente, ele estava morto. Ele havia perdido. Mas se fosse só isso ela o "consolaria", a seu próprio modo. Mas ele estava morto. Morto. Ela ficava repetindo isso a si mesma. Morto, morto, morto, morto. E ela estava sem ele – o que era ainda mais cruel.

As noites eram ainda mais frias. Mas não frias por fora, frias por dentro. Ela sentia frio em um lugar próximo ao peito, onde ela sabia que deveria bater um coração. E não era bem frio, era uma sensação inexplicável, indescritível – mas que lembrava, vagamente, o frio.

E os dias eram longos. Longos demais. E ela via aqueles casaizinhos se "enroscando" por aí, nas vistas de todo mundo. Ouvia conversas sobre namorados – o que você vai dar pra ele no aniversário de namoro, onde foi seu primeiro encontro, como assim ele pediu pra sair com você? – e tudo aquilo lhe acertava em cheio no peito. Às vezes, ela estraçalhava aquelas pessoas, só porque não agüentava que elas pudessem viver ao lado de seus amados e ela não.

E um pensamento começou a ganhar forma dentro dela. Vingança. Porque ele merecia, merecia mais do que tudo ser vingado. Ele merecia tudo. E a morte dele era inaceitável. Para ela, aquele era o maior crime que alguém poderia cometer. Não tiraram a vida dele, apenas. Tiraram a vida dela, também. Porque era por ele que ela vivia. Porque ele era a vida dela. Ele era tudo, e tudo foi tirado dela. Só deixaram aquela vontade obsessiva de vingança.

Ela visualizava os culpados. Matar Edward? Não. Ele tinha que aprender a lição. A morte era piedosa demais, misericordiosa demais. Ele precisava de muito mais do que a morte. E ela sabia – melhor do que ninguém – qual era a única coisa infinitamente pior do que a morte. A única coisa que era insuportável e eternamente dolorosa.

Era a perda. A saudade.

Mas nada saiu como ela esperava. Ela não conseguiu fazer com que os culpados por sua dor pagassem por seu crime. Mas ela não se importava. De repente, a vingança não era assim tão importante. E ela logo se deu conta do que realmente estava acontecendo com ela.

Ela estava morrendo.

Mas e daí? Ela não tinha medo de morrer. Ela tinha mais medo de continuar viva – de continuar sofrendo, sentindo saudades. Tinha mais medo do tempo, que parecia se arrastar. Tinha mais medo do frio estranho que não saía de seu peito. Tinha mais medo de continuar pensando nele sem que ele estivesse ali.

E ela abriu os braços para a morte. A morte vinha, aconchegante. A morte lhe sussurrava no ouvido "Logo você estará com ele". E ela sorria, por dentro. Porque a voz da morte era cortês e gentil. E a morte era pálida e tinha olhos vermelhos. E cabelos castanho-claros. E ela entendeu que não seria a morte quem viria buscá-la.

Seria ele.

Era ele quem lhe estendia a mão. Ele que a chamava irresistivelmente para a morte. Ele que esperava que ela desistisse da vida, da vingança e do que sobrara. E ela não tinha nada a perder porque tudo já havia sido perdido. E ele – tudo na sua vida – a chamava.

E ela foi. Entregou-se a ele, como sempre fizera. Como sempre faria.


N/A Eu não me canso de dizer que sou 198283284 vezes mais o James do que o Edward. Ou que acho JamesxVictoria 1938214802 vezes mais lindo que ExB... Mas, enfim... Nem todos tem os meus gostos estranhos o.o

Bom, acho que é só isso oõ

Se você leu até esses comentários inúteis, não mata deixar uma review n.n

Beijonss e té mais o/