Hermes & Luke
Percy Jackson
Here comes goodbye by Rascal Flatts
"Adeus meu filho"
O som profundo ao fundo era avassalador, duro, profundo mas ao mesmo tempo tão silencioso que arrepiava, era cortante, doía a quada momento, era aquele bater violento das ondas imponentes nos rochedos, eram as forte rajadas de vento gélido cortar a típica brisa de fim de tarde de verão. Ele tentou lembrar-se da última vez que estivera tanto tempo sentado em silêncio a observar algo, e a resposta veio como um punhal que atravessa o peito de um mortal, ele nunca estivera tanto tempo assim, era quase como estar morto, vazio, desprovido da vida que ele tanto presava, era uma forte dor no peito, insuportável, queria gritar mas a voz não existia mais, não mais e possivelmente nunca mais.
As lágrimas manchavam a pele extremamente branca do homem e ele lembrou-se de algo ainda mais surpreendente, ele nunca antes tinha chorado, mas também nunca antes tinha sentido aquela dor.
Ele morrerá… como um herói… mas nem esse pensamento amenizava a sua dor, de que valia a pena morrer como um herói se continuava morto! Raiva, era a vontade de gritar até ensurdecer, de esmorrar os rochedos, de bater tanto e com tanta força que todo o seu sangue desaparece-se, que mancha-se todos os lugares, era a vontade de queimar, partir, destruir, era de acabar com tudo até não conseguir mais.
Ele gritou, tanto e tão alto que os pássaros voaram furiosamente para longe, as copas das árvores agitaram-se ansiosas, mas a sua dor, essa continuava ali.
Hermes queria acabar com a humanidade, se o filho não podia existir, então nada devia existir! Nada nem ninguém. Sentou-se novamente no velho coto da árvore junto a falésia que ficava cada vez mais melancólica, mais sonolenta, as cores do pôr-do-sol… oh essa, antes ele considerava-as fascinantes, mágicas, apaixonantes, mas ali, ele apenas as considerava mais um passar de tristeza naquele enorme vazio que sentia, odiou simplesmente tudo e todos, novamente.
O sangue ainda escorria da sua mão manchando a sua túnica branca de dourado, demonstrando que ele não era um mortal, mas nem queria saber, porque se alguém lhe aparece-se naquele momento ele nem ia pensar duas vezes, e possivelmente iria-o atirar da falésia abaixo.
Não queria saber de nada, o seu filho… Luke… estava morto e parte dele, irremediavelmente também. Para sempre.
