Ainda o mesmo, ou quase.
Capitulo I
- Cara, o que essas criaturas têm contra lugares limpos e claros? - Disse o mais velho.
O lugar estava realmente em um estado deplorável. A casa velha era grande, tinha as paredes e o teto cobertos de mofo. As janelas estavam quebradas, deixando que alguns feches de luz adentrassem nos cômodos. Havia buracos no chão de madeira e a cada passo erguia-se uma nuvem de poeira. Uma poeira densa e com um odor insuportável, era fétido, lembrava a morte. Com certeza aquela poeira não era normal.
- Vamos nos separar - disse Sam.
Dean se dirigiu para a parte superior da casa, que estava igualmente destruída, algumas paredes estavam cobertas por inscritos em Latim e marcas de sangue.
- Dean, não tem nada lá em baixo. Tem certeza que aquela bruxa está por aqui?
- É claro que eu tenho certeza Sam. Eu segui todas as pistas...
O loiro teve a fala interrompida por uma mão que o puxara com imensa força para trás, o arrastando para dentro de um do quartos escuros.
- DEAN! - foi a última coisa que ouvira seu irmão dizer.
Silêncio. Escuro. Foram as duas coisas que vieram a seguir.
- Dean... Dean... Dean - uma voz linda, calma e sedutora, mas extremamente assustadora começou a chamar seu nome - Até que enfim nos encontramos - a voz parecia estar se aproximando.
- Quem é você? Onde eu estou? Cadê o Sam?
- Calma Dean... eu estava ansiosa por esse encontro sabia?
Ao dizer essas palavras o ambiente todo se clareou, e Dean pode finalmente ver onde estava. Era um lugar absolutamente lindo, um pouco gay para o seu gosto, mas ainda sim lindo.
Havia flores brancas e rosas em todas as partes. Uma cachoeira que parecia vir do céu, caía sobre um lago de águas azuis onde vários peixes nadavam. Por alguma razão aqueles peixes chamaram a atenção de Dean, talvez fosse porque ali só tinha peixes pretos e brancos.
- O-onde eu...? Eu morri? - Dean parecia estar em choque de tão assustado.
- Não, você não morreu. Ainda.
- Apareça vadia! Minha mão está coçando pra te encher de porrada.
- Ai, ai. Sempre apressado não é Dean...
Dean sentiu uma mão tocar seu ombro e ao se virar, viu uma mulher linda. Talvez a mais linda que já tenha visto.
Ela tinha os cabelos lisos como seda, que começavam a fazer cachos perto das pontas, era preto como a noite e quase alcançavam sua cintura. Sua pele era branca e suas bochechas levemente rosadas. Seus lábios eram carnudos e delicados. Seus olhos eram inacreditavelmente verdes. Seu corpo tinha as curvas perfeitas cobertas por um vestido preto como seus cabelos.
- Q-quem é você? - disse Dean extasiado pela beleza da mulher que estava à sua frente.
- Meu nome pode ser Clair, Andrea, Lindsay, Sarah... Eu tenho muitos nomes e acredite, é tudo graças a você.
- Graças a m-mim? - o loiro ainda estava perplexo diante da mulher - Como assim? Eu n-nunca vi você.
- Viu sim...
A garota começou a mudar de forma rapidamente se transformando em várias mulheres. Algumas pareciam familiares a Dean, mas ele não se lembrava de onde. Até que entre tantas mulheres ele a viu, Cassie. Seu "rolo" mais longo com uma garota. Então todas as aquelas mulheres passaram a fazer sentido para ele, elas eram seus antigos casos. Todas as mulheres com quem ele esteve estavam ali. Eram tantas, que se ele estivesse em outra situação ficaria até orgulhoso.
- O-o que é você?
A mulher voltou a sua forma original e se aproximou de Dean, que estava imóvel. Sorriu, e sussurrou em seu ouvido:
- Eu sou um pedaço de todas elas, todas as mulheres que você, Dean Winchester, usou e jogou fora. E agora, como castigo, você vai sentir tudo o que elas sentiram.
Dizendo isso a mulher se afastou e começou a fazer gestos estranhos com as mãos enquanto dizia palavras que pareciam ser de um idioma antigo e desconhecido de Dean.
Tudo a volta do loiro desapareceu. Novamente escuro. Novamente Silêncio. Até que ele sentiu uma mão em seu rosto e ouviu uma voz chamando-o ao longe. Era Sam.
- S-sam, é v-você?
- Dean? Dean, ah graças Deus! Você está bem?
- E-eu acho que sim - Dean, que estava no chão, começou a se levantar, mas quase caiu com a tontura que lhe abateu.
- É melhor irmos embora. Você não está em condições de lutar com aquela feiticeira caso ela volte.
O mais velho simplesmente assentiu com a cabeça e se escorou no irmão. Dirigiram-se para fora da casa velha e entraram no carro, dessa vez com Dean no banco do carona.
- Aproposito, por que você demorou tanto pra ir me resgatar?
- Como assim? Você está bem? - ao ver a expressão de confusão no rosto do irmão continuou - Dean, em menos de dois minutos eu arrombei a porta e encontrei você lá, desmaiado. Um minuto depois você acordou. Pra mim isso parece ser bem rápido.
- Isso não é possível! Cara, você está brincando né? - Sam negou com a cabeça - Eu posso jurar que eu fiquei no mínimo meia hora lá dentro com aquela bruxa... - Dean fez uma careta de dor a pôs as mãos no peito.
- Você tá legal?
- Ai, que dor nos peitos - Sam riu - é sério Sammy.
- Coração?
- Não, nos peitos mesmo. - Agora Sam gargalhou alto e Dean o olhou com cara feia.
- Desculpa Dean, mas é que é engraçado, você parece uma adolescente na puberdade.
- Ha... ha...ha. Muito engraçado. Vamos logo para o motel, eu estou cansado e dolorido.
- Você é quem manda Hannah Monthana.
