Sinopse: D/G. Romance/Comédia. Uma noite Draco vai dormir em Hogwarts, em pleno inverno e com sua varinha. Quando acorda está em sua mansão de verão, nas férias de verão e sua varinha sumiu. Mas essas são pequenas surpresas perto do que está por vir.

Capitulo 1

Pi. Pi. Pi. Pi. Pi.

Mas que merda é essa?

Pi. Pi. Pi. Pi. Pi.

Draco pegou o travesseiro e colocou-o em cima da cabeça. O barulho não parava e ele tinha a impressão de que ficava cada vez maior. Apalpou o ar procurando a cortina de sua cama. O travesseiro ainda na sua cabeça.

Pi. Pi. Pi. Pi. Pi.

Levantou-se irritado e olhou para o lado. Um relógio. Pequeno, de inox. Mas não era um relógio comum, ele APITAVA.

Pegou o relógio e o colocou debaixo do travesseiro. Aquele apito não parava nunca e ele estava ficando irritado. Quem foi o idiota de sangue-ruim que trouxe essa merda para Hogwarts? E seus olhos correram o quarto. Ele não estava em Hogwarts. O quarto que estava era claro, com as paredes pintadas de um cinza, quase branco. Os móveis todos com detalhes em inox e vidro. Era quase que refrescante. Janelas enormes com cortinas leves de voil. Em um canto uma escrivaninha de vidro com um grande objeto que ele não fazia nem idéia do que fosse. Lembrava uma fina caixa de plástico. O guarda-roupa com portas de vidro jateado ocupava uma parede inteira. Ele reconhecia o quarto, apesar de alguns objetos que não faziam parte dele. Era seu quarto na mansão de verão dos Malfoy. Ele só não podia entender o que estava fazendo lá. Em primeiro lugar porque eles estavam em novembro, e o verão já havia acabado. Em segundo lugar porque ele tinha quase que certeza que tinha ido dormir na noite anterior em Hogwarts. Não fazia sentido nenhum acordar a 149 milhas de Londres.

Procurou por sua varinha no criado mudo, mas não a encontrou. Malditos elfos-domésticos. Saiu do quarto sem se preocupar em vestir uma roupa. As calças do pijama já escondiam tudo o que era necessário esconder.

Entrou na sala de jantar e encontrou uma senhora vestida com um tailler preto e um coque bem apertado baixo na nuca. Ela lembraria a Professora Mcgonagall, se não fossem os poucos quilos a mais.

"Quase apostei com Edward que você não acordaria na hora certa" a mulher disse com uma voz simpática. Draco não respondeu nada. Quem era aquela mulher? "Você quase me fez perder cinqüenta libras!" ela continuou enquanto servia um copo de um liquido amarelo. Pela rapidez com que se formou gotículas d'água em volta do copo, Draco entendeu que o liquido estava absolutamente gelado.

"Não vai se sentar, querido?" Querido? Ele não disse nada. Apenas ergueu uma sobrancelha. Nem a minha mãe me chama de querido!

"Quem é você?" perguntou rispidamente, não costumava conversar com estranhos. Não porque seus pais tinham ensinado que era perigoso ou algo do tipo, mas porque eventualmente ele não gostava de ninguém conhecido, porque perderia tempo se socializando com um desconhecido?

A senhora sorriu pacientemente. Não parecia chateada por ter sido tratada com tanta frieza.

"Oh, Draco." Ela suspirou e começou a cortar uma fatia de queijo branco "se eu não trabalhasse para você há tantos anos eu juraria que você tem algum problema de memória. Todo começo de verão com essa mesma brincadeira?!".

O loiro não sabia exatamente o que estava mais errado naquela frase. Não estamos no começo do verão. E ela não trabalhava para ele. Na verdade ele nunca havia visto aquela mulher em toda a sua vida.

"Você viu minha varinha?" Não que fosse a pergunta mais sensata. Mas decididamente, enquanto não perguntasse para seus pais porque aquela mulher pensava que trabalhava para ele, para que ele perderia tempo discutindo isso?

A mulher corou. Olhou para ele com olhos quase de reprovação.

"Draco! Que coisa mais vulgar de se dizer!" ela respondeu com a voz um pouco esganiçada. "Não coloque nomes diminutivos no..." deu uma olhada rápida para as pernas dele. "Seu instrumento!".

O que?! Do que ela acha que eu estou falando!? Draco não teve tempo de responder. A senhora já tinha começado a falar novamente. "E nós dois sabemos que já faz alguns anos que você já não me deixa mais ver a sua... varinha!" Ela deu um passo para trás e puxou a cadeira que estava encostada na mesa. "Coma e vá se vestir. Seus pais já estão no escritório com o Doutor Causídicus."

O loiro simplesmente saiu da sala de jantar e foi até o escritório. Tinha se esquecido completamente que usava apenas as calças do pijama. Bateu na porta (Lúcio odiava quando entravam sem bater) e esperou a permissão de seu pai para entrar.

"Entre" ele ouviu uma voz seca e arrastada parecida com a sua.

Não esperou mais nenhuma palavra. Abriu a porta e entrou. No escritório, seu pai estava sentado atrás da escrivaninha e à sua frente um senhor bem vestido e sua mãe. Ficaram todos olhando para ele com cara de puro desprezo.

"Agora o senhor é capaz de entender a minha indignação com o testamento do meu pai?" Lucio olhou para o senhor sentado à sua frente. "Deveriam ter feito um teste de sanidade antes de validarem essa porcaria!"

Draco continuou parado na porta. Testamento? Já fazia quase quinze anos que Damnum Malfoy (avô paterno de Draco) havia morrido. Porque seu pai estava questionando o testamento agora? E porque alguém questionaria levar toda a herança milionária dele?

Lucio, Narcisa e o senhor voltaram a olhar para Draco. "Você pretende continuar aí parado igual um idiota, ou pretende se vestir e voltar para discutirmos o próximo contrato?" seu pai nunca fez questão de parecer educado com o filho na frente dos outros.

"Que contrato?" Draco perguntou debilmente. Porque ele estava continuando essa conversa com seu pai?

Lucio olhou furioso para ele. Então bufou para Narcisa. A esposa virou-se para o filho.

"Pare de aborrecer seu pai e vá se vestir." Narcisa olhou para o senhor sentado ao seu lado "esse casamento vai ser uma vergonha para essa família, todos estão comentando os nossos motivos para..." Sua mãe voltou a olhar para ele "você ainda está aí!?"

Draco fechou a porta do escritório e subiu para seu quarto. Porque eu tenho que participar dessa conversa sobre contrato? Seus pais JAMAIS o incluíram em qualquer negócio de família. Para eles Draco não passava de uma despesa fixa (daquelas bem grandes). Abriu o guarda-roupa e pegou qualquer uma de suas inúmeras calças pretas. Também não escolheu a camisa. Todas eram exatamente iguais. Vestiu-se preguiçosamente. Não tinha a menor vontade de participar dessas reuniões de seus pais. Escovou os dentes e penteou os cabelos para trás. Enquanto descia as escadas lembrou-se que ainda não tinha encontrado sua varinha e que não havia descoberto porque estava na mansão de verão. Do que eu estou reclamando. Eu não fiz os trabalhos para a aula de história da magia.

Bateu novamente na porta do escritório. Mas dessa vez entrou antes que seu pai dissesse qualquer coisa.

"Finalmente." Lucio resmungou. Draco não encontrou cadeira para se sentar (e nem tinha sua varinha para conjurar uma) então ficou de pé encostado em uma parede. Só de estar lá já se sentia entediado.

"O Doutor Causídicus estava nos dizendo que esse segundo contrato não anula o anterior. Apenas complementa. Já que o assunto sobre o divórcio não tinha sido tratado no anterior." Narcisa explicou um tanto quanto impaciente. "Uma tentativa extremamente idiota daquele advogadozinho de quinta. Ele realmente pensou que nós não iríamos falar desse assunto?" ela continuou. O rapaz lembrou novamente de sua varinha e tentou recordar de quando tinha a visto pela última vez. Em Hogwarts, onde eu estava ontem! "...como se não bastasse a vergonha que é ver o meu filho se casando com alguém da classe C! Se é que aquela Weasley está na classe C. Do jeito que são pobres deve estar no mínimo na classe W!"

Draco olhou para a mãe dele confuso. Porque ele achava que tinha ouvido sua mãe dizer "filho", "casando" e "Weasley" na mesma frase? "Acho que ainda não entendi o que eu estou fazendo aqui." Ele disse esperando que alguém esclarecesse a conversa que ele havia escutado pela metade.

Narcisa rolou os olhos e suspirou. Lucio olhou o filho irritado. "No último contrato, que foi redigido pelo advogado dos Weasley, não havia nenhuma menção sobre o divórcio depois dos cinco anos de casamento comprovado..."

"De que casamento vocês estão falando?" O rapaz interrompeu o pai, para chegar onde ele REALMENTE se importava.

"Do seu com Virginia Weasley, seu idiota!"

N/A: Eu vou tentar seguir um contexto diferente do "All You Need Is Love", de MochaButerfly. Com certeza o final vai ser TOTALMENTE diferente. Se você leu, comente!

E os capítulos não vão ter nomes. Porque não sou a melhor para dar nomes à capítulos, ok?