Boa leitura!
Sejam felizes e me mandem reviews... se não a ira de Gaia caira sobre vocês! Muahahahaaaa... xD
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Por traz das Lentes
Capitulo 1:
Hoje é meu primeiro dia na cadeira de Anatomia, estou ansioso pela primeira vez. Essa cadeira sempre foi interessante para mim, mais que as outras. Sempre tive curiosidade em relação a cadáveres, mas até aqui nunca tive contato real com nenhum deles, isso é algo que me entristece profundamente. Talvez seja por isso que sai mais cedo de casa hoje.
No carro, eu escutei apenas musica clássica; talvez para me acalmar, mas ainda não achei um motivo especifico. Cheguei com facilidade à faculdade, o transito estava calmo, e o horário também ajuda. Eu queria que os minutos passassem rápido para que eu pudesse ir de uma vez por todas para esta bendita aula; mas a cada avanço do ponteiro do relógio, a impressão que tenho é que ele vai diminuindo seu ritmo gradualmente.
Alguns colegas já haviam chegado, notei a presença de alguns deles em especial: Haruno Sakura, uma das melhores alunas da turma, suas notas se equiparam as minhas e ela é bem mais nova que eu, parece que ela saiu do colégio regular e em seguida passou no vestibular, não perdeu tempo; Hyuuga Hinata, ela teve a mesma trajetória de Sakura, são amigas, mas é notável a dificuldade da Hyuuga em se relacionar com os outros colegas, diferentemente de Sakura; haviam mais pessoas, pessoas sobre as quais eu nada sabia, talvez por isso insignificantes.
O ponteiro dos minutos finalmente pousou sobre o seis, no mesmo instante em que uma bela mulher entrou na sala. Ela tinha cabelos negros, curtos e na ocasião soltos; usava um jaleco branco que lhe cobria os joelhos; tinha sobre o rosto um óculo de tamanho demasiadamente grande, que lhe escondia os olhos; uma sandália de salto fino e uma calça preta, justa que lhe cobria metade do tornozelo.
Neste instante me senti altamente constrangido, eu estava 'secando' aquela mulher, e ao que percebi, ela percebeu. Sem retirar os óculos ela me encarou, não consegui ver seus olhos para dizer se olhou em meus olhos ou se concentrou seu olhar em outra parte do meu corpo, mas com certeza fora para mim aquele olhar.
- Vamos, hoje começamos a cadeira de Anatomia, módulo um, e eu serei a instrutora de vocês. – ela tirou os óculos para continuar – Me chamo Shizune.
Eu continuei na mesma posição, controlei-me ao máximo para sair pulando de felicidade - pois a tão esperada aula iria começar -, eu esperei que todos saíssem da sala. Quando percebi que apenas ela estava ali - na frente da porta, virada para mim, uma mão segurava livros e a outra a maçaneta da porta – peguei minha mochila, alcei uma das alças no ombro direito e segui para onde ela estava olhando fixamente em seus olhos, nem eu sei por que diabos eu fiz isso, mas eu fiz.
- Você pode andar mais depressa rapazinho? – a voz dela tinha um tom de deboche, eu apenas sorri e cheguei bem perto de seu rosto, tão perto que eu podia sentir sua respiração um pouco alterada, meu corpo também estava próximo, mas sem haver o toque.
- Eu não sou um rapazinho. Lembre-se disto, pro-fes-so-ra. – Ela não teve reação, apenas, depois que eu me afastei, ela fechou a porta, e seguiu pelo corredor, na mesma direção que eu.
Eu apenas ouvia o som emitido pelo salto dela, meus passos passaram a ser mais lentos. Eu queria que ela passasse à minha frente, desenvolvi ao longo de tempo esta mania, ser o ultimo sempre. E havia outra coisa também que eu queria 'analisar', eu sempre gostei de ver o caminhar das mulheres... Elas são graciosas, rebolam o quadril de forma ludibriante, e ainda dizem que não, isso é natural de qualquer mulher... Sei... Se fosse natural, a Hyuuga também 'rebolaria'.
Ela passou a minha frente como previsto, seus passos eram grandes e rápidos, suas pernas eram finas, mais do que eu pensava e aquela calça também parecia ajudar, o preto diminui as coisas, eu acho... Ela passou a frente da turma toda, e em seguida abriu a porta do laboratório.
Eu mal conseguia conter meu entusiasmo, eu queria que aquela aula começasse logo. Queria tocar em algo que fosse mais frio que eu.
Ela entrou na sala e colocou seu material sobre a mesa, a aula teórica já havia sido dada e então ela começou as instruções para todos. Em minutos estávamos arrumados, para dar-mos inicio a aula.
Eu estava com o cabelo preso, de jaleco e de luvas descartáveis. Ela me olhava, eu sentia os olhos dela nas minhas costas, não sei ao certo o que ela queria comigo, mas algo ela queria.
Deveríamos escolher um grupo de três pessoas, dentre elas um líder e posicionar-mos em frente a um dos cadáveres que ali estavam. O grupo foi fácil, escolhi duas garotas que estavam com certo medo e me tornei líder do grupo, mas escolher o cadáver foi uma tarefa difícil. Estavam todos cobertos, e sobre eles havia uma ficha, que informava: código, idade, sexo e causa da morte.
Eu passei por todos um por um, já que quem terminasse primeiro de formar o grupo e informasse a liderança teria o direito de escolher qual seria seu cadáver. Vi vários que foram atropelados, esfaqueados, feridos a bala, mas o que eu queria era algo como: causas naturais, falência múltipla de órgãos ou algo que não deteriorasse em nada o corpo.
Uma menina em especial me chamou a atenção, ela era chamada de 073, tinha 1,48m e 18 anos, causa da morte: congelamento. Achei perfeito. Escolhi este cadáver, para alegria das minhas 'coleguinhas' grupo, elas não queriam ver ninguém esfaqueado, ou em pedaços...
Depois de alguns minutos recebemos a ordem para começar-mos. Deveríamos fazer um corte vertical, sobre o tronco do cadáver e analisarmos a disposição interna dos órgãos. Eu abri o fecho do saco que cobria o copo, virando para baixo da maca as pontas do mesmo de modo que não me atrapalhasse; em seguida descobri o corpo.
A 073 era uma mulher miúda, com seios pequenos e de traços singelos, o rosto de feições delicadas, mas a expressão, mesmo morta parecia de uma mulher intrigante. Não puxei para baixo o pano que lhe cobria a feminilidade, talvez eu não quisesse deixa-la exposta. As minhas colegas posicionaram-se atrás de mim, enquanto eu pegava o bisturi para fazer o corte que me fora ordenado. A carne era macia, facilmente cortada pelo fio do bisturi. Eu analisava a fica camada de gordura que surgia devido o corte; refiz o caminho com o bisturi, desta vez colocando um pouco mais de força, senti ao passar entre os seios o osso externo tocar o bisturi, desci o corte revelando a carne que possuía um tom vermelho escuro, talvez pendendo um pouco para o bordô; ao chegar à parte media do abdômen contive um pouco minha força para não ferir-lhe nenhum órgão interno.
Eu fiquei maravilhado com a forma que o ser humano pode se tornar belo quando morto. Tinha uma idéia remota de que o ser humano pudesse perder sua beleza junto com a vida, mas me enganei. A beleza da morte me parece ainda mais atraente, a pessoa fica como realmente é, não fica fazendo caras e bocas, a expressão é única, e mantida para sempre.
Depois de analisar todos os órgãos do cadáver, tudo muito minucioso, eu recebi nova ordem da professora que ajudava quem tinha dificuldade. O meu grupo – eu – não precisou de ajuda, mas ao ver que tínhamos terminado ela aproximou-se dizendo para encontrarmos a veia ilíaca comum e a artéria ilíaca comum, na parte de melhor incisão, a virilha.
Eu maquinalmente desnudei o resto do corpo da garota, entreguei o pano para que uma das minhas colegas dobrasse e voltei ao corpo. Quando concentrei meus olhos sobre a feminilidade daquela menina, ela estava completamente sem pelos pubianos, o que lhe dava um ar mais infantil ainda, ao ser mais cuidadoso notei uma tatuagem no baixo ventre escrito "Tayuya", eu supus que aquele fosse o nome dela.
Entreabri as pernas da Tayuya com um pouco de dificuldade devido à rigidez do corpo, e achei a artéria e a veia com facilidade. Após terminar chamei a professora, para que ela visse o quanto eu era bom no que queria fazer. Ela veio com uma prancheta na mão, analisou meu trabalho a apontou no papel o que seria provavelmente a minha nota.
- Está muito bom seu trabalho, - ela fez uma pausa para ler meu nome no crachá que eu usava – Kabuto, só algo neste nível no grupo da Sakura...
Como eu previa, ela também não tinha medo e fazia seu trabalho muito bem, a coitada da Hinata ajudava e uma outra menina, Ino eu acho, que fazia grupo com elas mexia nos órgãos de maneira desajeitada, porém sem nenhum medo. Foi até engraçado ela retirando o coração do cadáver e desconectando as artérias, ela esqueceu de colocar o prendedor em uma das pontas e fez uma lambuzeira, nada que Hinata não resolvesse rapidamente, mas foi engraçada a bronca que a esforçada menina recebeu de Sakura, que parecia guiá-la.
- Notei também que fora bastante delicado com a incisão, parece que você não quer machucar o cadáver... – ela comentou analisando mais de perto o corte central do peito.
- Eu apenas fiz o necessário, cortes profundos e rudes poderiam danificar esta obra de arte. – eu sorri e olhei com uma cara meio sádica para o corpo.
- Realmente essa moça é muito bonita, mas não faz meu tipo. – meu queixo foi ao chão, ou ela falou para me impressionar... ou ela deixou a entender que era lésbica, não entendi, mas eu gostei da reação dela.
- Também não faz o meu, ela apenas é bela. Parece mais uma criança em tamanho grande. – ela me olhou curiosa, como eu havia dito aquela menina parecia uma obra de arte.
- Bem... Por hoje é só. A aula termina aqui... – ela deu mais algumas instruções, mas eu não prestei atenção.
Deixei a sala e posicionei-me do lado de fora, encostado na parede, eu queria vê-la sair. Todos deixaram a sala, um a um iam saindo, ninguém falou comigo; até que fui surpreendido por uma doce voz:
- Olá Kabuto... – a voz dela era quase inaudível. Não fazia idéia o porquê daquilo, mas propus-me a ouvir o que Hyuuga Hinata tinha a me dizer.
- Como vai? – perguntei depois de um aceno com a cabeça.
- Bem, obrigada. – a menina pareceu corar levemente, não tanto quanto ela corava ao ver Naruto, um amigo meu que fazia educação física – Kabuto eu queria saber se você vai até o bar conosco essa noite? – Eu sabia que eles faziam happy hour num barzinho simpático até, ali perto. Nunca eu fui, mas já que eu estava sendo 'pseudo convidado' pela Hyuuga eu iria.
- Desta vez pode ser... Eu vou! Mas só por que você está me convidando. – Eu me aproximei dela e dei-lhe um beijinho no rosto, depois apenas fui embora, nem esperei a professora.
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Shizune's pov:
Mas que rapaz interessante aquele Kabuto, eu gostei dele. Geralmente os meus alunos não se aproximam muito de mim, eu sou o tipo de professora que não mantém nenhum vinculo com os alunos, mas esse rapaz...
Primeiro ele vem e fica me secando, depois ele vem e me afronta, depois me aparece com o melhor trabalho da turma, melhor até mesmo que o do grupo da Sakura – que Tsunade havia comentado que era uma das suas melhores alunas -, e pelo que eu vi, ele trabalhou sozinho. Esse rapaz me intriga, eu não gosto disso.
Tirei meu jaleco, dobrei-o e guardei na minha bolsa – que era grande o suficiente para guardar tudo que eu necessitava. – mas quando eu estava saindo da sala ouvi uma conversa que me chamou a atenção. Era Kabuto conversando com a Hinata, uma das meninas do grupo da Sakura.
Eu caminhei mais na ponta dos pés para chegar perto da porta sem ser percebida, ouvi que eles iam ir num bar... Algo assim. Mas depois que vi Kabuto se afastando rapidamente, ouvi um barulho na porta. A Hinata desmaiou; eu vi porque ela veio de encontro à porta. Eu acudi a garota e tratei de me informar sobre o tal bar. Consegui tudo o que eu queria: o local e ser convidada. Era aniversario de um menino que fazia veterinária, Inuzuka Kiba, ele tinha um cachorro que andava sempre com ele... fiquei sabendo de todos esses detalhes por que depois as meninas – Ino e Sakura – apareceram para ver o que tinha acontecido com Hinata, que não seguira com elas.
As garotas eram gente fina, gostei delas, mesmo sendo um pouco bobinhas... a que mais simpatizei foi Ino, Sakura tinha um nariz empinado e era do tipo cerinha, não gosto de gente certinha! Hinata, coitada, era um ser que não fazia diferença, quase não falou e ainda por cima desmaiou por que o Kabuto lhe deu um beijinho como despedida... imagina se um homem resolve colocar mão na bunda dela... ela morre!
Mas enfim, eu vou nesse aniversário, com certeza! Meus pensamentos foram interrompidos com a buzina do carro de Genma, nós tínhamos combinado que ele viria me pegar hoje; minha moto esta no concerto e eu não queria pegar ônibus. Entrei depressa no carro e comentei com ele sobre a festa, ele achou legal e disse que me acompanharia.
Eu e Genma temos uma relação muito legal, ele 'pega' que ele quiser e eu também. Sexo fora do relacionamento era comum tanto para mim, quanto para ele. Nós temos um pacto, eu carrego uma ampola com o sangue dele e ele uma com o meu – eu preferi colocar como um pingente adornado de prata, uso como colar... Poucas pessoas sabem que o que tem ali é sangue -, o nosso amor esta acima de tudo, e não é desejo e tesão que vai atrapalhar a nossa relação. Por isso resolvemos fazer isso. Tudo o que fizemos com as outras pessoas é sem amor, o único sentimento que impera é tesão.
--xXx--
Ai esta o primeiro capitulo! Esta fic é um projeto paralelo a "Understanding" estarei desenvolvendo-a quando der na telha, mas quero deixar a previsão de uma semana por capitulo! xD em uma semana com certeza conseguirei escrever um capitulo!
Bem espero que tenham gostado ... e aguardem essa noite no bar... afinal o Genma não é de ninguém... e ele é muito safadinho.. u.u ... bem... nada mais falarei! É isso quer saber acompanha! Ò.Ó
xD
deixem reviews... sem dois reviews não posto o outro capitulo!
