Disclaimer: Harry Potter não me pertence, e sim a J.K. Rowling, Warner Bros e qualquer outro que tenha direito sobre os amáveis - ou não - bruxinhos. Não há qualquer intenção em obter lucros por parte da autora, é apenas diversão.
Fanfic feita para o I Challenge Severus/Lily do fórum 6v.
No céu e nos olhos de Lily chovia muito aquela manhã. Fazia um ano, então. James não ousava dizer uma palavra nem se aproximar, sabia respeitar aquele momento em que ela precisava ficar sozinha. Sentada sobre sua cama, bebericava o chá gelado ao seu lado; nem sabia há quanto tempo o marido lhe trouxera aquela bebida para lhe acalmar.
No ar e no peito de Lily, estava tão frio que machucava. Se o mundo havia perdido um grande bruxo, ela havia perdido muito mais: um grande amigo, seu melhor amigo, aquele que faria – e havia feito – tudo o que estivesse ao seu alcance por ela. E eles haviam prometido que sempre cuidariam um do outro, o que para ela era muito mais do que o Voto Perpétuo que ele propusera; muito mais válido seria o que eles fizessem por amar um ao outro, por genuína preocupação.
Ainda tinha a carta em sua mão. Nela, pedidos de desculpa e arrependimento, mas mais que tudo isso, o amor e a devoção que ele lhe tinha, que o motivou a descobrir quem era o traidor d'A Ordem e impedir que o Lord chegasse à casa da mulher que tanto amava. E ele, que sempre viveu como um vilão, morreu como herói. Não que ele quisesse morrer, ele queria viver e aproveitar o máximo que pudesse, mas não pensou duas vezes quando teve em suas mãos a chance de salvá-la. Não pensou em James, nem em Harry, nem na comunidade bruxa; pensou apenas na dona do mais belo par de olhos que ele veria na vida e isso era todo o necessário para que ele desse a vida – a vida que há muito entregara nas mãos dela.
De todos os tipos de amor que possuía, havia um que era insuperável. Não o de sua mãe, que lhe dera a vida; não o de James, o homem de sua vida; não o de Harry, a quem dera a vida; mas sim o de Severus, o homem que lhe devotara a vida e lhe dera sua morte para que ela pudesse estar ali.
Ela olhou para a parede e viu o rosto dele, sério, e teve a impressão de tê-lo visto sorrir. Pensou em descer para ver seu quadro, mas não queria que ele a visse chorando. Ele sempre desejara sua felicidade. Sorriu ao lembrar-se da bondade que poucos viram em seus olhos tão negros. Foi à janela e olhou o céu cinzento e soube que a chuva que caía eram as lágrimas dele, chorando a ausência dela, assim como ela fazia. Pôde sentir a presença tão quente dele ao seu lado; porque eles sempre cuidariam um do outro, e o Voto Perpétuo deles não se cancelava com a partida dele, porque nem a Morte poderia afastá-los.
Ela secou os olhos e sorriu.
Está tudo bem, Sev. Eu estou aqui com você, não precisa chorar.
