CROSSING INTO CHAOS
Autora: Emeraleyes
Tradutora: Schaala
Sinopse: Em um mundo em que Voldemort jamais foi derrotado, apenas puros-sangues, dinheiro e poder interessam. Tudo que Ginny Weasley queria era sobreviver nesse mundo pretensioso, mas ela acaba por cruzar uma linha e indo de encontro ao caótico mundo de Draco Malfoy.
Classificação: T
Status: Incompleta (a original possui até agora dezesseis capítulos)
Nota da autora IMPORTANTE:
Nesse universo, não há nenhum Harry Potter, o menino-que-sobreviveu, e a profecia que influenciou a queda de Voldemort jamais foi feita. A primeira guerra nunca acabou, e Voldemort está no controle do mundo mágico. Ainda há algumas facções lutando contra ele, notoriamente Dumbledore e sua Ordem da Fênix, mais eles estão cada vez mais na clandestinidade, tornando-se mais um mito do que realidade para a maioria dos bruxos. O próprio Dumbledore desapareceu, e muitos acreditam que ele está morto.
Hogsmeade tornou-se uma gigantesca cidade, o centro de atividades do mundo mágico, mais populosa que o Beco Diagonal em Londres, ainda existindo sem o conhecimento dos Trouxas. Todas as famílias bruxas mais ricas e prestigiadas moram lá e mandam seus filhos para Hogwarts.
Hogwarts passou por algumas mudanças desde o desaparecimento de Dumbledore. Apenas alunos puro sangue são aceitos, e diz-se terem sido rejeitados até mesmo puros-sangues de famílias consideradas "indesejadas". Como exemplo, nenhum dos garotos Weasley foram aceitos, e tiveram que ser mandados para escolas em outros lugares. Dinheiro, apoio a Voldemort e descendência de sangue são todos considerados antes que um aluno seja aceito. O sistema de casas ainda existe, embora a maioria dos estudantes deseje ser selecionado para a Sonserina, para onde os mais populares e poderosos sempre acabam indo. Ser um Sonserino é Ser um membro da elite da sociedade.
O número de Grifinórios diminui a cada dia, e eles são geralmente ignorados pelas outras três casas. Os estudantes já não moram na escola, devido ao medo do governo de que, juntando num mesmo espaço mentes jovens e impressionáveis, aqueles que ainda se opõem à nova ordem poderiam se juntar e formar algum tipo de resistência. Já não é a escola diversificada e flexível que costumava ser antes de Voldemort assumir o poder, mas um lugar onde poder e dinheiro são os atributos mais importantes, e onde os filhos e filhas das famílias mais poderosas são venerados pelos outros estudantes, e favorecidos pelos professores porque eles, uma vez completa suas educações, assumirão os cargos de poder de seus pais.
Ginny Weasley e a única de sua família a ser aceita. Seus pais, ambos trabalhando em empregos miseráveis no Ministério, impeliram-na a ir, jurando fazer tudo que fosse possível para abarcar o dinheiro necessário para tanto, cientes de que uma educação em Hogwarts seria inestimável para seu futuro. Ela se mudou para um pequeno apartamento de um quarto em cima da Dedosdemel, e tem um trabalho de meio período como garçonete no Três Vassouras, que a ajuda a pagar seu ensino, que é absurdamente caro – uma medida para limitar o "tipo" de estudantes que são capazes de pagá-lo -, e outras contas diárias. Ela está em seu sexto ano, e não vê a hora de se graduar e se reunir novamente com a família, escapando assim do mundo de aparências e fatuidades de Hogwarts.
Qualquer coisa que entre em conflito com o Cannon não é, muito provavelmente, resultado de negligência ou erro, mas uma mudança necessária para o desenvolvimento do UA em que a história se passa. Em acréscimo, grande parte da premissa da história foi inspirada no manga/anime chamado Hana Yori Dango. Durante todo o tempo em que estivesse assistindo-o, eu só conseguia pensar que ele se encaixava perfeitamente com uma fic D/G, então decidi me arriscar a escrever uma D/G.
Capítulo 1 – Chegando ao Limite
Ginny Weasley correu, o mais rápido que podia, enquanto carregava mochila, vassoura e um conjunto extra de sapatos. Ela estava incrivelmente atrasada, e havia chovido durante os quinze minutos inteiros em que ela voara até a escola, então ela estava completamente ensopada. Esgueirando-se cautelosamente pelo Salão Principal, ela rapidamente localizou o corredor onde seu armário ficava e guardou a vassoura, trocou as botas lamacentas pelos sapatos pretos padrão exigidos como parte do uniforme, e tentou inutilmente deixar a si mesma mais apresentável. Secar o cabelo com a varinha não a ajudou muito – ela ainda parecia um tanto selvagem. Arrancou o laço que se prendia ao fim de sua longa trança, soltou os cabelos e rapidamente prendeu-os em uma nova trança, numa tentativa de amansar os fios rebeldes arrepiados devido à umidade e à chuva, mas em vão. Depois de checar o relógio, ela decidiu que perder mais tempo apenas a coloraria em mais problemas do que valia a pena, considerando o fato de que suas tentativas não a estavam ajudando a melhorar em nada sua aparência. Todos saberiam que ela voara na chuva, e com uma enorme pressa.
Ajeitando a mochila no ombro, e amaldiçoando a si mesma por escolher as aulas com os livros mais grossos, ela caminhou pelos corredores vazios, torcendo para não acordar nenhuma das figuras sonolentas dos quadros. Ginny não tinha certeza de por que isso acontecera, mas ela conseguira chatear muitas delas penduras no corredor que ela sempre usava para ir para as aulas da manhã, e elas tinham grande prazer em criar um escândalo todas as vezes em que ela chegava atrasada. A última coisa da qual ela precisava era ser pega pelo Professor Snape, esgueirando-se pelos corredores, atrasada para a primeira aula da manhã, outra vez.
Ela dobrou o corredor que levava até sua aula, alcançando-a sem grandes incidentes, e sentiu-se ligeiramente aliviada. Professor Flitwick, o único que ela realmente apreciava, dificilmente notava quando ela chegava atrasada e freqüentemente apenas acenava para que ela se sentasse ao fundo da sala. Desde que ela fizesse pouco barulho, mantivesse suas notas altas e continuasse a oferecer as ocasionais cortesias quando ele ia ao Três Vassouras, ele fazia pouco caso de seus atrasos.
"Ah, olhem o que nós temos aqui, garotas. Olá, Weasley," uma voz feminina chamou. Ginny suspirou pesadamente e, com o ar de quem enfrenta o pelotão de fuzilamento, virou-se para cumprimentar as três garotas que rondavam pelos corredores sorrindo da forma mais falsa que conseguiu.
"Olá, Pansy," Ela disse vivamente. A garota mais velha sorriu com frieza, jogando seus cabelos longos, pretos e sedosos por cima do ombro.
"Tendo problemas com a vassoura outra vez, Wealsey?" Ela perguntou de forma condescendente, com um olhar astuto na direção das suas duas seguidoras descerebradas. Elas irromperam em risadas. "Deve ser tão horrível ter que voar naquela coisa até o colégio, todo o dia. Você sabe, além de você e uma garotinha Lufa-lufa do primeiro ano, todos os outros alunos chegam ao colégio em carruagens, ou apenas pagam a taxa para aparatar no Salão Principal. Não é tão caro, sabe. Talvez se você fazesse alguns turnos extras no bar onde você trabalha, você seria capaz de chegar ao colégio parecendo um pouco mais apresentável."
"Eu vou levar o seu conselho em consideração," Ginny disse, engolindo o que ela realmente queria dizer. Acalme-se; disse a si mesma. Pansy Parkinson, uma Sonserina do sétimo ano, não era alguém com quem gostaria de criar uma inimizade.
"Você deveria mesmo. A aparência de todos os estudantes afeta a reputação de Hogwarts, e ter estudantes que aparentam tão... desleixados como você é um verdadeiro problema que eu, como monitora, decidi dar mais atenção. Eu entendo que você seja pobre e tenha que trabalhar porque seus pais não conseguem pagar as mensalidades, mas isso não é desculpa para má higiene." Ela disse, sorrindo cruelmente e depois virando-se para ir embora.
"Claro," Disse Ginny, seu temperamento esquentando, e cada fibra de seu corpo gritando para que ela falasse o que realmente queria. Ela estava prestes a fazer uma careta para a garota mais velha quando Pansy parou e se virou novamente para Ginny.
"Você sabe, Ginny, uma garota com uma altura limitada como a sua deveria seriamente considerar usar um pouco mais de salto – de preferência um salto delicado. Vai fazer você parecer um pouco menos..." Pansy soltou num tom arrastado enquanto seus olhos passeavam por todo o comprimento do corpo de Ginny. "Menos atarracada. Um salto decente pode criar a ilusão de superioridade e elegância."
Com aquelas palavras, Ginny olhou para o que usava nos pés – um par simplório de sapatos quadrados de couro preto. Ela sabia que eles eram feios, mas eram confortáveis e práticos. Como o uniforme exigia sapatos pretos e polidos, abria-se uma lista ampla para interpretações. A maioria das garotas escolhia sapatos de saltos altos de marcas famosas, trotando pelo colégio como um bando de desenxabidas idiotas que não precisavam levar o conforto em consideração, uma vez que não precisavam gastar seis horas por noite servindo mesas no Três Vassouras.
Olhando novamente para a expressão presunçosa de Pansy Parkinson e sentindo-se ligeiramente aferroada pelo óbvio insulto da garota, Ginny notou pela primeira vez a diferença de altura entre elas. Pansy era uns quinze centímetros mais alta, considerando-se o salto. Encarando a garota e sentindo-se pequena e desajeitada em comparação, Ginny entendeu pela primeira vez por que tantas garotas se sentiam intimidadas por Pansy.
"Eu também vi que você conseguiu passar pelo corredor principal sem fazer os quadros gritarem outra vez. O que você fez para chatear o velho Arcturus Black? Ele tem sido completamente horrível desde então," Pansy perguntou, seus olhos chispando com malícia.
"Eu simplesmente perguntei sobre a árvore genealógica dele, e ele ficou extremamente defensivo, e tem feito um escândalo toda a vez em que eu passo por ele," Ginny respondeu com um encolher de ombros, torcendo para que Pansy não a inquirisse sobre o que exatamente ela perguntara à pintura. Era algo que ela definitivamente não queria que se tornasse de conhecimento geral entre o círculo dos populares e ricos puros-sangues. Ela queria terminar a escola, passar despercebida, e colocar todo o trabalho e sacrifício dos membros de sua família em uso. Ela não queria que o fato de que, incomodada com toda a propaganda puro-sangue que Arcturus Black vivia fazendo aos outros quadros, ela perguntara sobre os membros da árvore genealógica da família dele que haviam sido apagados – havia alguns sangues-ruins e traidores de sangue entre os descendentes dele, afinal de contas – se tornasse de conhecimento geral. Tentara perguntar sobre isso da forma mais inocente possível, mas o homem ficou tão furioso por ela tê-lo embaraçado na frente dos outros quadros, que começou a atacá-la, além de chamar alguns outros para manter a "subversiva garota Weasley" em seu lugar.
"É uma pena que ele não conseguiu te atrasar. Eu adoro ver o professor Snape irritado, e você realmente sabe como tirá-lo do sério!" Pansy comentou, e Ginny esforçou-se para sorrir e NÃO revirar seus olhos como gostaria. "O dia tem estado bem entediante até agora, eu estava torcendo por algum divertimento."
"Você talvez consiga, Pansy! Você não ouviu sobre Michael Corner? Ele derramou uma poção em cima de Draco Malfoy ontem, e todos nós estamos esperando que ele receba um Berrador. Está marcado para acontecer antes do fim do dia." Millicent Bulstrode, uma das seguidoras de Pansy, falou.
"Excelente. Ele vinha andando por aí de maneira um pouco orgulhosa demais ultimamente, desde que Corvinal ganhou aquele jogo de Quadribol há algumas semanas," Pansy exclamou com os olhos pretos brilhando de excitação. "Nós precisamos ter certeza que pessoas como ele saibam seu lugar, e o quão importante é não pisar fora da linha. Eu me pergunto quanto tempo ele vai durar antes de correr para longe da escola."
Depois da indiscreta observação, que Ginny sabia ser parcialmente dirigida a ela, a ruiva pediu licença e afastou-se da conversa, com sua mente girando com a notícia. Outro Berrador. Outra chance para os idiotas famintos por poder tentarem provar a infinita superioridade que possuíam sobre seus subalternos, Ginny pensou consigo mesma. O que a deixou furiosa.
Ela entrou na sala de aula, sorriu quando o professor Flitwick abanou a mão para que ela se sentasse, tirou da mochila seu pergaminho de má-qualidade e sua pena barata, e tentou concentrar-se na lição. Sua bolsa de estudos dependia de suas notas, afinal, e perder a pequena ajuda financeira certamente destruiria sua permanência em Hogwarts. Mas apesar do quanto ela odiava a escola, onde ela gastava toda sua energia tentando ser alguém que não era e tentando não atrair a atenção dos ricos e poderosos, não graduar-se depois de todos os sacrifícios de sua família simplesmente não era uma opção. Ela precisava graduar-se, não importando o quão horríveis seus primeiros cinco anos haviam sido.
Foi logo depois do almoço e ela recém havia trancado os livros no armário e pegado um sanduíche que havia feito mais cedo aquela manhã, e estava tentando decidir se iria suportar um jantar com seus colegas de casa, ou se iria encontrar algum canto solitário na biblioteca para evitar o espetáculo que sem dúvidas aconteceria durante o jantar, quando ela avistou a nova aluna transferida andando pelo corredor como se estivesse completamente perdida.
"Está perdida, Claire?" Ginny perguntou. Claire Carmichael, a nova sextanista, que atraiu atenção considerável da maioria dos garotos ao ser transferida de Beauxbatons, virou-se e sorriu corada.
"Eu já deveria saber me virar sozinha por aqui, eu acho, mas não consigo me acostumar com essas escadas que se movem e essas portas que decidem se trancar e nunca mais abrir," Ela disse, envergonhada. Ginny sorriu.
"Vem, o Salão Principal é por esse caminho," Ela disse, e a alta e loira garota assentiu com um grande (e aparentemente genuíno) sorriso em seu rosto. "Como você está se adaptando à nova escola?"
"Oh, demora um pouco para se acostumar. Tudo é tão diferente aqui comparado com a França, que eu mal consigo lembrar-me de todas as diferenças," Claire disse seriamente.
"Bem, você só esteve aqui por alguns dias, e as aulas recém começaram, de qualquer forma. Você se adaptará à rotina logo, logo, e se tornará tão cínica quanto o resto de nós," Ginny suspirou, pensando sobre o tipo de cena que estava para se desdobrar no Salão Principal; porém agora se sentia ligeiramente feliz, pois talvez – e apenas talvez – houvesse encontrado alguém legal de verdade com quem poderia até mesmo fazer uma amizade.
O almoço passou quase que sem incidentes. Ginny manteve o olhar atento, esperando pela chegada das corujas, porém também distraía-se com as histórias de Claire sobre sua vida em Beauxbatons e ria como ela nunca fizera dentro da escola. Mas, ela soube o minuto exato em que uma coruja voou para dentro do Salão, pois silêncio espraiou-se por todo o lugar. Quase todos olhavam em antecipação enquanto a coruja voava pelo Salão. Conforme ela plainava cada vez mais baixo, Ginny notou alguns estudantes segurando as respirações, como que com medo de que ela parasse perto deles. Finalmente, ela mergulhou perto da mesa mais próxima às janelas e largou um envelope azul na frente de um assustado setimanista. Michael Corner pegou o envelope com mãos trêmulas, olhando em volta desesperado, torcendo para que aquilo fosse algum mal-entendido.
"É melhor ele se apressar e abrir aquilo, só fica pior quando você espera até que o envelope exploda!" Um aluno excitado, sentado a alguns metros de Ginny, exclamou.
Michael Corner segurou o envelope na altura do rosto e, com um suspiro resignado, rasgou-o e abriu-o. No instante em que o papel rasgou, o som ensurdecedor de uma risada sinistra preencheu o ar e uma luz brilhante cegou todos no Salão. Quando Ginny pôde abrir seus olhos novamente, ela viu que o envelope desaparecera numa nuvem de fumaça e que o suéter do uniforme de Michael Corner – usualmente preto como requerido pelas normas da escola – estava agora azul. Ela fora marcado.
"O que significa tudo isso? Aquilo se parecia com um Berrador, não? Mas eu nunca tinha visto um que deixasse as pessoas azuis antes!" Claire ofegou, inclinando-se para cochichar para Ginny, já que o salão estava agora em silêncio.
"Era um Berrador. Foi enviado pelos Sonserinos. Bem, ao menos por alguns deles – os mais importantes. É o jeito que eles encontraram para parecerem inteligentes," Ginny disse secamente. O pandemônio estourou no Salão, pois os estudantes mais impacientes se levantaram e correram até Michael Corner, impedindo-o de escapar e empurrando-o até a frente do salão, onde os setimanistas da Sonserina aguardavam. "Possui um feitiço que muda a cor do uniforme para azul, e que nunca sai, então você sempre se destaca. É o jeito deles de lhe dizerem que você está morto. Porque quando você morre, seus lábios ficam azuis."
Claire olhou para Ginny com olhos arregalados, obviamente espantada com o que acontecia. Pobre garota, ela ainda era nova o suficiente na escola para ser ingênua. As exclamações de zombaria aumentaram, conforme empurravam Michael Corner de um lado para o outro, deixando-o tonto e sem chance de fuga, e Ginny precisou falar mais alto. Ela segurou a mão de Claire, guiando-a para longe da confusão no centro do Salão para um lugar onde pudessem observar em segurança.
"Agora, eu vou lhe contar isto, não para assustá-la, mas porque é a parte mais importante da sua educação em Hogwarts; é o que você precisa para sobreviver. Você vê aquele grupo, parado perto da mesa principal – onde em qualquer escola normal professores estariam sentados? O que quer que você faça, não os aborreça ou ofenda," Ginny disse, apontando para o grupo.
"Por que isso? Quem são eles?" Claire sussurrou, claramente assustada.
"Eles são os filhos das mais poderosas famílias da Inglaterra. São todos Sonserinos, todos do sétimo ano. Olhe, o mais grandalhão? Aquele é Vincent Grabbe. O pai dele é dono da patente da nova linha de vassouras Firebolt, como também dos três maiores times de Quadribol. Ele é famoso por gastar quantias absurdas do dinheiro do pai em mulheres mais velhas, que ele gosta de seduzir longe dos maridos e depois chutá-las assim que as coisas começam a ficar mais sérias. E aquele lá, o mais baixo do grupo? Aquele é Gregory Goyle. O pai dele não faz nada de especial, ele apenas herdou todo o dinheiro da família e é o financiador de praticamente todos os políticos importantes. A família dele é dona de quase todo Beco Diagonal. Goyle não é o mais brilhante do grupo, mas por algum motivo que eu ainda não fui capaz de compreender, ele está sempre com alguma garota diferente," Ginny explicou, apontando-os um a um. Ela pausou para observar o resto deles.
"Oh, e ali – aquela é Pansy Parkison. A mãe dela é uma famosa estilista e o pai dela é reconhecido por sua linha de poções de beleza. Ela gosta de destruir qualquer garota que se aproximar dos garotos que ela considera 'seus', que são basicamente qualquer Sonserino que tenha pais ricos e importantes. Atrás dela está Millicent Bulstrode, que é completamente babaca e faz qualquer coisa que Pansy a mande fazer. Você definitivamente não quer deixá-la irritada, ela é muito vingativa," Ginny avisou.
"Eu já falei com ela antes. Ela me pareceu bastante agradável!" Claire protestou fracamente, enquanto o barulho no Salão aumentava para o de um estádio fervente e as pessoas começavam a jogar os restos de seus almoços em Michael.
"Aquele lá mais afastado no canto – aquele é Blaise Zabini. Ele é o único herdeiro do império do pai, que é especializado em adotar produtos Trouxas e modificá-los para o mundo bruxo. Ninguém sabe muita coisa sobre ele, na verdade. Ele é bem quieto e discreto a maior parte do tempo, mas ele é o melhor amigo de Draco Malfoy, então é melhor tomar cuidado com ele. Além disso, ele é o segundo na lista de maridos em potencial da Pansy, então você decididamente não quer se aproximar dele, se não quiser que ela pegue no seu pé," Ginny disse, observando com curiosidade o estóico Sonserino. Não havia dúvidas de o quão bonito ele era – seus escuros e sérios olhos sendo sua mais notável característica – e sua natureza misteriosa definitivamente arrancava mais do que alguns suspiros das garotas na escola. Ele assistia à cena à frente com o mesmo semblante sério que quase sempre usava. Para surpresa de Ginny, ele balançou a cabeça uma vez, quase imperceptivelmente, e então caminhou para longe da multidão zombeteira.
"Já chega! Onde está Somerby?" Uma voz exclamou alto, deixando o Salão em completo silêncio. Um alto e loiro sonserino avançou alguns passos e a multidão se abriu para que ele passasse.
"Aquele... aquele é Draco Malfoy, e eu sugiro que você seja o mais cuidadosa possível quando estiver perto dele. Ele é em essência o líder dos Sonserinos; todos eles seguem o que ele diz. O pai dele é a mão direita de Voldemort, e sua família é dona do banco Gringotes, entre outras coisas. Ele é arrogante, vingativo, vaidoso e o pior de tudo, completamente cabeça-dura. A todos que ofendem, ele faz de seu dever corrê-los da escola e, basicamente, destrói a vida deles. Ele tem todos os professores em seu bolso, por causa do dinheiro e da influência do pai, e faz o que bem entende sem nenhuma conseqüência. Ele é alguém que você nunca vai querer ter como inimigo," Disse Ginny. Ela estava começando a sentir como se estivesse exagerando, mas conforme a multidão de alunos empurrava um aterrorizado Lufa-Lufa pra frente, ela soube muito bem que estava apenas falando a verdade.
"O que ele farão com aqueles garotos?" Perguntou Claire, seus olhos estarrecidos e preocupados.
"O que recebeu o Berrador – ele acidentalmente derrubou uma poção no Malfoy durante uma aula ontem. Então os Sonserinos mandaram para ele aquele Berrador azul, e isso significa que ele é a nova vítima. Todos na escola vão atormentá-lo, torturá-lo e fazer da vida dele algo tão miserável que ele vai sair de Hogwarts, tudo porque Draco Malfoy assim ordenou, e todos têm medo dele. Michael Corner foi marcado – e ele agora está tão bem quanto morto," Ginny disse sombriamente.
"Somerby, Corner aqui é seu amigo, não é?" Draco Malfoy perguntou friamente, fitando o trêmulo Lufa-Lufa, que olhava para qualquer lugar que não o garoto alto com uma expressão de superioridade.
"S-sim," Somerby deixou escapar, olhando para o chão. Malfoy sorriu maldosamente.
"Ele arruinou minhas roupas ontem. Você ainda o considera seu amigo?" Malfoy perguntou com um tom suave e perigoso em sua voz. Somerby olhou para ele, olhos abertos em desespero. Ele não sabia o que dizer.
"N-não, é claro que não... Ele de-deveria ser mais cuidadoso," Somerby gaguejou. Malfoy sorriu com a resposta e o aterrorizado garoto quase desmoronou de alívio. Michael Corner, que aparentava completamente injuriado – suas roupas cobertas com a comida que haviam jogado sobre ele, e seu lábio inferior inchado onde um cara animado demais havia lhe dado um soco – soltou uma lamúria magoada quando seu melhor amigo o traiu.
"Idiota estúpido, ele nunca deveria ter dito que eles eram amigos!" Ginny sussurrou. Ao ver o brilho cruel nos olhos de Malfoy após as palavras de Somerby, ela soube muito bem o que estava por vir.
"Então você deveria bater nele. Ensiná-lo a ser mais cuidadoso. Como um amigo, você deveria dar-lhe uma lição para mostrar o que ele fez de errado," Malfoy declarou. Ginny fechou os olhos; ele era tão cruel quando ela pensava. Corner e Somerby eram melhores amigos – ela de conhecimento geral que eles eram melhores amigos mesmo antes de entrarem em Hogwarts!
Goyle e Grabbe seguraram Somerby pelos ombros e o viraram para que encarasse o melhor amigo caído no chão.
"Eu não posso fazer isso!" Ele exclamou, quando eles forçaram o exausto Corner a ficar de pé.
"É melhor conseguir, ou você vai encontrar um Berrador para você amanhã," Goyle riu. Somerby olhou em volta no Salão, para o círculo de pessoas olhando-o em expectativa e para a face abatida do melhor amigo, como se procurasse por uma forma de livrar-se daquela situação.
Grabbe empurrou-o um passo à frente.
"Dê-lhe uma bem forte. Inferno, se você conseguir quebrar o nariz dele, eu deixo tudo no passado e retiro o Berrador dele. Mas se você não conseguir, pode ter certeza que haverá um esperando por você amanhã." Malfoy declarou. Olhando para ele, como se tentando discernir se ele estava mentindo ou não, Somerby assentiu e então se virou para o amigo.
"Desculpe, parceiro," Ele disse, antes de levar o pulso para trás e então movê-lo com força para frente, esmagando o nariz do melhor amigo. Todo mundo começou a aplaudir quando o nariz de Corner expeliu sangue, e Somerby ficou parado lá, impressionado com sua atitude e até mesmo sorrindo de leve com a própria ousadia. Malfoy empurrou-o para fora do caminho e se inclinou para examinar o atordoado Corner, que caíra com o impacto do soco.
"Tsk, tsk, parece que você falhou, Somerby. Você fez um bom trabalhando fazendo o nariz sangrar, mas não o quebrou. O seu melhor amigo não foi capaz de te bater com força o suficiente para te salvar, Corner, mas ele fez o suficiente para salvar ele próprio. Uma pena para você," Ele disse, empurrando o garoto machucado de volta para o chão. Ele se ergueu, tirando um lenço do bolso para limpar o sangue de Corner das mãos. Com um sorriso arrogante, ele jogou o lenço no chão e caminhou para longe da platéia animada, seguido dos amigos, rindo da cena. Ginny, a esse ponto, estava se remoendo de raiva e precisou escapar do Salão antes que sua raiva explodisse e ela fizesse algo do qual se arrependesse.
Ela se virou e correu para fora do Salão, deixando para trás uma Claire aturdida.
Ginny irrompeu para fora e continuou correndo. Ela correu até alcançar o estádio vazio de Quadribol, o único lugar nos terrenos da escola que tinha certeza que ninguém a ouviria no horário de aula. No momento em que chegou lá, suas pernas estavam queimando e seus pulmões, prestes a explodir. Mas não era o suficiente para que ela se impedisse de despejar toda a raiva que sentia.
"DRACO MALFOY É UM TREMENDO IDIOTA COVARDE E ARROGANTE! TODOS OS SONSERINOS SÃO UNS TREMENDOS IDIOTAS! COVARDES ESTÚPIDOS!" Ela gritou, ofegando por oxigênio. Depois de alguns segundos, ela readquiriu controle sobre os pulmões e começou a andar e gritar para si mesma.
"Você consegue imaginar? Fazer alguém bater no MELHOR AMIGO? E então dizer a ele que não bateu com força o suficiente para salvá-lo, mas o suficiente para salvar a si próprio? Qual o problema com aquele idiota, fazendo melhores amigos virarem-se um contra os outros por diversão? BASTARDO ARROGANTE!" Ela exclamou. Depois de vociferar, ela sentiu-se melhor, como se o veneno por ter observado tudo sem fazer absolutamente nada, tivesse sido extraído de seu corpo junto com a raiva. Ela desmoronou na grama, respirando com dificuldade, tentando acalmar seu temperamento instável, e então se deitou na grama com um suspiro. Só mais dois anos, lembrou a si mesma.
"Nós somos todos uns tremendos idiotas, huh?" Uma voz profunda e macia chegou aos ouvidos da ruiva. Ginny, que fechara os olhos tentando relaxar, abriu-os para encontrar o negro e misterioso Sonserino, sentado na grama em frente às arquibancadas, segurando um livro. Ela sentou-se num pulo, enquanto Blaise Zabini nem mesmo erguera os olhos do que estava lendo. Seu coração começou a bater ferozmente com o pânico, mas então, com uma inspeção mais atenta, ela notou uma quase imperceptível expressão de divertimento no rosto dele.
Eles permaneceram sentados em silêncio. Ele virou uma página e Ginny observou-o fixamente. Ele é muito bonito, pensou. Não me admira que haja tantas garotas apaixonadas por ele! Ela concluiu, na oportunidade de olhá-lo mais de perto, enquanto ele mal parecia lembrar-se de que ela ainda estava sentada lá, e decidiu, mesmo que ele fosse um Sonserino e o melhor amigo de Draco Malfoy, que ele era o garoto mais atraente da escola. A aura misteriosa e quieta dele colaborava com isso.
Ele subitamente ergueu os olhos e Ginny viu-se encarando um par de grandes, escuros e sérios olhos. Surpresa e completamente desorientada, ela pulou e, sem nenhuma outra palavra entre eles, fugiu de volta para a escola.
"Sério mesmo?" Eu não consigo acreditar na sua escola. Soa como se eles não tivessem disciplina alguma!" Hermione Granger exclamou, mais tarde naquele dia, enquanto elas preparavam o Três Vassouras para o público da noite. Ginny sorriu, agradecida com a indignação da amiga em seu favor.
"A única disciplina que existe é a imposta pelos Sonserinos. É absolutamente terrível, o modo como todos nós apenas paramos e observamos eles torturarem quem bem entendem, indefesos uma vez que podemos ser os próximos a receber o envelope azul!" Ginny exclamou, limpando aborrecida uma mesa com uma toalha.
"Por que você não disse alguma coisa? Eu me lembro de todas aquelas vezes em que você me defendeu," Hermione disse, com um sorriso tímido não característico. Hermione, como uma nascida-trouxa, frequentemente passava por momentos difíceis com clientes de mente mais fechada, e Ginny sempre os colocava em seu lugar. Após descobrir sobre seus poderes, Hermione tentou encontrar alguma escola que a aceitasse. As únicas que ela fora capaz de encontrar eram de cursos por correspondência de Beauxbatons, uma escola que, enquanto negando as regras estritas de admissão de Hogwarts, tinha medo suficiente de Voldemort e seus seguidores para impor algumas limitações. Determinada a aprender tudo que podia sobre o mundo bruxo, Hermione saiu da casa dos pais, mudou-se para Hogsmeade e começou a trabalhar e viver entre os bruxos. Toda a vez que Ginny começava a sentir pena de si mesma, tendo que frequentar a terrível Hogwarts, Hermione a lembrava de o quão sortuda era e o quanto ela gostaria de ir para escola sobre a qual sempre lia, no livro que vivia citando.
"Cada parte de mim quer gritar algumas verdades para todos eles e quebrar o nariz do nojento do Malfoy," Ginny confessou, e Hermione riu. "Mas é impossível. Eu tenho menos de dois anos pela frente – depois disso, eu serei uma bruxa qualificada que estudou em Hogwarts, e todo o trabalho que nós tivemos – eu, meus irmãos, meus pais – para que eu estudasse naquela maldita escola valerá o sacrifício. Eu não posso fazer algo que prejudique isso."
"Eu não entendo por que eles deixaram você entrar, mas não os seus irmãos. É bem estranho, não é?" Hermione disse, enquanto arrumava com eficiência todas as cadeiras e mesas.
"Minha mãe disse que é provavelmente por causa da obsessão deles por puros-sangues. Enquanto toda minha família é puro-sangue, nós somos um pouco... bem, famosos por causa do amor do meu pai por tecnologia Trouxa. Meus irmãos não foram aceitos – MAS eu sou diferente porque sou uma garota. Parece que eles estão tendo problemas em encontrar mulheres puros-sangues para casar com seus filhos, então eles estão dispostos a aceitar qualquer garota puro-sangue," Ginny disse, com uma expressão de desgosto no rosto. "Como se eu algum dia sequer considerasse casar com algum deles!"
"E quanto ao bonitão que você viu no estádio?" Hermione perguntou maliciosamente. Ginny sentiu seu rosto corar de leve.
"Ele é um Sonserino, e eles são o pior tipo. Ademais, ele nem ao menos sabe o meu nome," Murmurou. "Mas ele tem sim os olhos mais bonitos... e ele não parece participar de nenhuma das idiotices relacionadas aos Berradores. Ele até mesmo deixou o Salão hoje!"
"Isso está parecendo como se você gostasse um pouquinho dele." Hermione disse, aos risos quando Ginny começou a persegui-la, balançando a toalha de limpeza na tentativa de acertá-la na amiga. "Conte mais sobre esses belos olhos!"
Nota da autora: Então, essa é uma fanfic meio AU que eu fui obrigada a escrever depois de assistir repetidamente aos episódios de Hana Yori Dango. Se você está interessado em saber mais sobre essa série, cheque minha página no FF, eu tenho alguns links que os levarão ao fantástico mundo de HYD.
Nota da tradutora: Oi, meninas! Vamos bater um papinho sobre essa fanfic?
Primeiro eu queria dizer que estou traduzindo essa fanfic enorme (são mais de 170 mil palavras até agora e está incompleta ainda), porque foi a melhor e mais viciante DG que eu já li! E eu queria que o fandom brasileiro também tivesse a oportunidade de lê-la! Infelizmente, a autora não me respondeu quando perguntei se poderia traduzir, então isso daqui está sendo feito sem autorização. Ou seja, se ela vier e me disser "não, você não pode traduzir", eu vou ter que deletar. Espero que isso não aconteça, rs.
Segundo, eu quero, sim, que vocês comentem. É uma coisa que vem me chateando muito no fandom de DG, que o pessoal daqui raramente comenta as fics, e não entende que com esse comportamento apenas afasta, aos poucos, as pessoas que gostam de escrever com o ship. Acho que todo mundo que acompanha o FF há mais tempo nota como cada vez menos gente escreve DG.
São vocês leitores que estimulam as pessoas a continuarem escrevendo, é o seu retorno, o seu carinho que mantêm isso funcionando. E se você não comenta, você é o culpado pelo marasmo que isto está se tornando. É duro de "ouvir", mas é a verdade. Então, vamos mudar isso e incentivar os ficwriters que ainda não desistiram! Não falo só quanto ao que eu escrevo, mas quanto a tudo que vocês lêem!
Apesar de não escrever mais DG, eu ainda tenho muito carinho pelo ship e queria compartilhar minha fanfic preferida deles com vocês. Espero que vocês compartilhem em retorno suas opiniões sobre os capítulos. Traduzir dá trabalho sim, e eu adoraria ter algum feedback pelas horas dedicadas à tradução.
Vou tentar postar um capítulo por mês, no mínimo (os capítulos tendem a ficar enormes mais adiante). Espero que gostem! Tem muita coisa para acontecer nessa história ainda! Beijão, amores!
