Finn e Rachel não me pertecem. Tampouco Lea e Cory (quisera eu rsrsrs)...

Caso me pertencessem, eles já estariam casados e com uns 300 filhos correndo pela casa.

Procurei alguma historia para ler onde falassem dessa temática, que seguiria dos spoilers do episodio 4x09 em diante, mas nada encontrei. Então decidi eu mesma escrever uma historia. Espero que faça jus à todos nós, Finchel fãs, que estamos agora 'sofrendo', mas que em breve, eu tenho certeza, que vamos poder desfrutar da volta do nosso amado casal.

Boa Leitura. Tentarei postar de 2 vezes por semana, não serão muitos capítulos, somente o suficiente para dar 'andamento' a historia.


Sozinha.

É assim que eu me sinto a maior parte do tempo. Há um ano atrás se alguém me falasse que eu estaria em New York, em uma das faculdades mais consagradas do mundo, morando com o meu melhor amigo, dando mais um passo para a minha longa trajetória de sucesso como estrela da Broadway, eu provavelmente iria rir e comentar algo do gênero "Quem dera". Mas no meio desses meus sonhos algo está falta. 'Alguém' está faltando.

Eu imaginei que iria dividir todas as minhas alegrias, tristezas, temores e aspirações com ele. Seria pra ele que eu reclamaria da minha professora de dança, seria com ele que eu riria até altas horas da madrugada ensaiando alguma peça, cantando ou simplesmente deitados no sofá assistindo a alguma comedia romântica na televisão. Nos meus planos, todos os sábados a noite assistiríamos a alguma peça na Broadway e domingo, de manhã bem cedo, faríamos um piquenique no Central Park, onde eu prepararia os sanduíches, ele escolheria o suco e nos deitaríamos lado a lado fazendo nada, falando nada, mas ao mesmo tempo, compreendendo tudo.

Mas infelizmente nem tudo é como a gente sonha. Nem tudo é como a gente quer.

Não que eu esteja reclamando da minha vida, longe disso. As coisas até que estão melhorando. A minha professora, de certa maneira, até que têm me ajudado. Meu melhor amigo é a melhor companhia que eu poderia ter para dividir um apartamento. E realmente eu sinto que alguém realmente acha que eu sou sexy, desejável. Eu tentando não pensar muito nele, mas às vezes alguma palavra, qualquer coisa faz com que a minha mente viaje e vá direto para as lembranças que eu tento mantê-las dentro do meu inconsciente.

"Rachel?" – Kurt chega em casa do seu estágio na Vogue, jogando a sua bolsa no chão e se sentando ao meu lado no sofá – "já jantou? O que é isso?"

"Finalmente vou ter oportunidade de cantar perante o publico. Bom, não um grande publico, mas mesmo assim vai ser algo importante." – sorrio mostrando pra ele as musicas que eu estava analisando para cantar – "Vão escolher dentre os calouros do nosso curso alguém para cantar na apresentação de Natal... eu realmente não sei se escolho Barbra ou algum clássico natalino, o que você acha?" – falei quase sem respirar. Ele sorri olhando para os papeis e me entrega um.

"Acho que essa vai ser a escolha ideal..." – ele sorri melancolicamente. Eu sei o quanto ele queria estar na NYADA comigo, mas como eu já disse, nem tudo é como a gente quer.

~.

Hoje dói menos, mas mesmo assim dói. E é aquela dor que eu acho que pra sempre eu vou carregar comigo. Um dia vai ser mais uma lembrança uma triste recordação do que eu poderia ter vivido e sido se tivesse seguido por outro caminho na minha vida.

O que os olhos não vêem o coração não sente. Procuro não saber, tento manter meu sorriso enquanto falam dela, mas por dentro o meu coração está em pedaços. Confesso que por vezes fiquei tentando entender isso tudo, martelando na cabeça o que eu fiz de tão errado. O meu erro foi amar demais. Maldito momento que eu a coloquei naquele trem e a enchi de promessas que eu não consegui e nem pude cumprir. Eu falhei, eu errei, mas foi ela que deixou o meu coração em pedaços. Eu nunca vou ser bom pra ela. Nunca que vou ser homem suficiente para uma mulher que possui sonhos e um talento maior do que o mundo. Meu destino já esta traçado, trabalhar na oficina do Burt, quem sabe um dia chegar a gerenciar o negocio da família, encontrar algum novo amor, casar e constituir a minha família aqui mesmo em Lima. Não vejo uma mudança drástica na minha vida, continuo perdido, apesar de conseguir manter a minha mente ocupada ajudando o New Directions. Eu sei que isso tudo não vai durar por muito mais tempo e eu sei que preciso dar um passo à frente e deixar de retroceder dois toda vez que eu me sinto perdido e sozinho.

Sozinho. É assim que eu me sinto todos os dias quando chego no meu quarto, ligo a televisão e fico esperando as horas passarem. A vida poderia ser melhor. Tudo poderia ser bem melhor.

~.

"Pronta?" – Kurt me acompanha naquela noite tão aguardada. Meus nervos estavam me matando. O temor de que eu não conseguisse lembrar a letra da musica assim como aconteceu na minha audiência para a Nyada me corroia por dentro. Isso não ia acontecer de novo, isso não ia acontecer nuca mais. Confirmo com a cabeça, sorrindo nervosa. Minhas mãos tremiam, tudo ia ficar bem.

Subo ao palco, respiro fundo, olho para os lados. Vejo Kurt que acena pra mim, Brody que estava perto dele e a senhora Carmem Tibideaux sentada, encarando o palco dando a ordem que eu começasse.

"Você é uma estrela... uma grande estrela..." – Brody me pega desprevenida, me abraça forte e beija a minha boca. O beijo dura uma fração de segundos.

"Obrigada..." – não sabia o que responder, na verdade os seus beijos não faziam meu coração bater mais acelerado ou qualquer coisa do gênero, eram bons, mas não eram incríveis. – "eu... preciso ir pra casa, preciso ligar para os meus pais..." – fujo de perto dele, nem sei por qual razão.

"Eu a nomeei Finn Hudson... realmente já existe uma estrela chamada Rachel Berry... e ela na terra tem um brilho maior do que qualquer estrela lá de cima... e eu tenho certeza de que sempre que ela se sentir solitária, ela pode olhar para o céu, e não importa onde eu esteja, ela pode saber que eu estarei olhando para ela"

Todo o trajeto para casa, sentada em silêncio de mãos dadas com o Kurt no carro, lembro dele. Olho para o céu, milhões de estrelas brilham nessa noite de dezembro. Fico me perguntando qual seria a sua estrela, onde ela estaria, se estaria realmente perto de mim.

"Tudo bem Rachel?" – confirmo com a cabeça. Kurt era um bom amigo, mas às vezes parece que ele não compreendia a minha relação com o seu meio-irmão. Não que eu esteja questionando o seu comportamento ou a sua amizade, eu simplesmente acho que ele poderia ter feito bem mais por nós dois.

Chego no apartamento, tiro o meu vestido e me aproximo da janela, abrindo-a. Deixo o vento gelado daquela noite de inverno invadir o meu quarto. Fecho os olhos, aspiro fundo e torno a olhar para o céu.

~.

Estava assistindo a algum jogo nada interessante de basquete na televisão quando o meu celular começa a tocar, estendo o meu braço e encaro o visor. Qual a parte do 'não quero mais contato' ela não havia entendido? Eu sei que eu já não significava mais nada para ela. As suas lagrimas, risadas, ações e palavras estavam agora guardadas para um alguém que não era eu. Não consigo não atender a ligação, me sento perto da janela e olho para o céu antes de finalmente dizer 'Alô'.

Um silêncio se estende do outro lado da linha, mas eu ainda podia ouvir o som da sua respiração.

~.

"Finn..." – seu nome sai em um sussurro.

"Rachel..." – sua voz retorna fraca.

"Te acordei?" – olho para as horas, ainda era cedo.

"Não..." – ele era monossilábico.

O silêncio torna a tomar conta daquela ligação. Quanto tempo que eu não ouvia a sua voz. Quanta saudade eu tinha desse timbre rouco que me ligava todas as manhãs, quando acordava, para me desejar um bom dia.

"Eu... fiz uma audição... dentre vários alunos... e eu ganhei..." – quase posso afirmar que ele sorria do outro lado da linha.

"Que bom..." – foi o que ele conseguiu dizer – "fico feliz por você..."

Aquilo me mata por dentro. Uma lágrima escorre pelo meu rosto e eu imediatamente a limpo com as costas da minha mão.

~.

"Eu soube o que aconteceu nas Regionais... você não poderia prever..."

"Eu sei..." – tento não estender nenhum assunto, mas Deus, como era bom ouvir a sua voz. – "as coisas acontecem por alguma razão, mas ainda teremos outra chance..."

"Fico feliz..." – eu podia afirmar que ela havia chorado ou estava chorando, preferi não adentrar naquele assunto.

"Espero que dê tudo certo com você também, você sabe que eu sempre torci e desejei o melhor para a sua vida e carreira..."

Ela ia brilhar, um dia ela ia brilhar tão forte que iria ofuscar o brilho de qualquer pessoa que estivesse ao lado dela. O seu destino era ser uma grande e verdadeira estrela, aclamada pela critica e pelo publico e os seus tempos de coral e escola seriam lembrados em entrevistas que ela concederia para a mídia. Quem sabe ela me citaria em alguma delas, quem sabe ela ainda lembraria de mim e sorriria à lembrança, afinal eu fui o primeiro homem que enxergou o seu brilho no meio de tantos sorrisos bonitos que me rodeavam e suplicavam pela minha atenção.

Eu acho que ela nunca soube, mas eu lembro exatamente da primeira vez que eu a vi carregando seus livros, de cabeça baixa, andando pelos corredores do Mckylney. Eu não sabia nada sobre ela, eu estava muito ocupado tentando ser popular. Agora eu me pergunto, o que teria acontecido a minha vida se eu nunca tivesse entrado no Glee Club?

~.

O silêncio permanece enquanto nenhum dos dois sabia o que falar. Eu não queria dizer adeus. Eu não queria desligar o telefone. Eu o queria aqui ao meu lado, ele era realmente a única pessoa que eu queria estar agora para poder comemorar. Eu sabia que seus braços iriam me envolver em um abraço apertado, sua boca iria cobrir a minha com pequenos beijos, aprofundando-os logo em seguida, o que me deixaria a principio sem ar. Depois deslizaria seus lábios pelo meu pescoço, me cobrindo de elogios e em poucos minutos estaríamos na minha cama, fazendo amor por horas e horas até que o sol surgisse ainda preguiçoso lá no céu avisando que um novo dia estava por vir.

"Eu te amo..." – espero a ligação acabar para sussurrar baixinho, quase que inaudivelmente. Torno a olhar pro céu, será que as estrelas tinham a capacidade de ouvir?!