PROUD LIKE A GRYFFINDOR
or like a aries.
I know it was my fault
"Bom dia, Moony." Falei com um sorriso quando Remus entrou na cozinha, vestindo nada além do roupão fino do pijama fechado frouxamente na cintura, o que me dava uma visão privilegiada de seu corpo. Sua expressão era sonolenta e seu cabelo estava bagunçado para todos os lados, indicando que ele tinha acabado de sair da cama.
Eu conhecia Moony bem demais e há tempo demais para saber que, de manhã, ele era um bicho nervoso e sem paciência, por isso quando recebi um grunhido como resposta, voltei meus olhos para o jornal, sem puxar assunto.
Ele mexeu no balcão da cozinha, ligando a torradeira. Pegou a cafeteira e soltou um muxoxo nervoso quando percebeu que não tinha café. No mesmo instante, eu lembrei que eu era suposto a ter feito o café hoje de manhã.
"Você não fez o café?" Ele perguntou, sua voz já nervosa. Balancei a cabeça negativamente e fiz uma expressão arrependida, por via das dúvidas. "Você tinha um trabalho, Sirius, SÓ UM!" Balançou a cafeteira na minha frente, antes de colocá-la em cima da mesa com força. "Quer saber? Eu to cansado disso, é sempre a mesma coisa e-"
"Calma, Moony." Pedi, recebendo um olhar assassino em troca. Continuei mesmo assim, porque Remus tinha uma tendência a ter síndrome de professor e falar falar falar a vida toda, se eu não cortá-lo. "Eu faço agora." Coloquei o jornal em cima da mesa e ia pegar a cafeteira, quando Remus pegou-a antes de mim e bateu em minha mão com ela.
"Não, Sirius, eu to cansado de você nunca fazer nada que eu peço! A casa é nossa, sabia? Eu não tenho a obrigação de cuidar dela sozinha!"
Emudeci, olhando para ele com uma expressão de "de onde isso veio?", mas isso só pareceu aumentar mais ainda sua raiva.
"Eu te pedi pra fazer a porra de um CAFÉ! Porque eu estou cansado de fazer o café da amanhã todos os dias para que quando você acorde tudo esteja pronto, mas nãão, você não pode fazer o mesmo por mim e-"
A pior parte era que eu sabia que ele estava certo. Desde que nós mudamos, há sete meses, quem tomava conta da casa era Remus – tanto porque ele tinha mais tempo que eu quanto porque eu não tinha jeito nenhum para fazer serviços de casa. Quando ele pedia para eu fazer algo, eu geralmente enrolava e nunca fazia (como ele pediu para eu lavar o nosso banheiro há mais de uma semana e eu ainda não tinha o feito).
Eu saber que eu estava errado era muito diferente de eu admitir, entretanto. Era orgulhoso demais para isso.
"Remus, não começa com esse seu discurso de dona de casa, puta que pariu." Xinguei, com vontade de tomar a maldita cafeteira da mão dele para fazer o maldito café, mas ele a segurava com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos.
"Discurso de dona de casa?" Ele repetiu, a voz ligeiramente mais baixa e mais surpresa, mas muito mais raivosa. "Sirius, vai te foder, seu filho da puta egoísta!" Gritou dessa vez, jogando a cafeteira na minha direção com força. Eu tive que me desviar e não tive tempo de segurá-lo antes que ele saísse da cozinha pisando duro. Ouvi a porta do nosso quarto bater com força e suspirei.
Quem não conhecia Remus achava que ele era calmo e controlado o tempo todo; e ele era, de fato, a não ser quando o assunto era eu. Aí ele me chamava de filho da puta e jogava coisas em cima de mim... até porque eu o provoco um pouquinho.
Olhei para o calendário pendurado em cima da porta e constatei que faltavam apenas três dias para a lua cheia; o que explicava o estresse excessivo dele, mas o que só iria dificultar a gente fazer as pazes.
xxx
Essa fanfic foi escrita para o projeto I Ship War, do fórum mais lindo nessa internet, o Ledo Engano. Eu gosto de pensar que essa fic se para numa realidade alternativa em que o Voldemort não ganhou a primeira guerra bruxa e todo os dramas do mundo se resumem aos dramas domésticos.
