Capítulo 1
Sara estranhou: estava vestida apenas com lingerie vermelha camisola com pedaços de renda e negligé transparente, tudo vermelho. Apesar de usar algo tão fino, inapropriado para sair à rua, curiosamente não sentia frio. Olhou para os pés e viu que usava um chinelinho branco, de salto, orlado de pelúcia vermelha.
Não sabia para onde estava indo, mas ao ver-se na vitrine de uma loja, parecia saber aonde estava indo.A cidade profusamente iluminada ficava linda, com toda aquela neve caindo(Las Vegas, com neve?). Tudo lhe parecia irreal: os trajes... a neve. Ou tinha finalmente enlouquecido, ou estava sonhando. O problema é que não de lembrava, de ter ido dormir. E é preciso dormir antes de sonhar!
Andando chegara a um prédio, que ela conhecia bem, pois estivera trabalhando nele nos últimos anos. Tomou o elevador, viu que não conhecia aquelas pessoas, que também olhavam para ela, como se olha para uma desconhecida. Aquela situação começava já a incomodá-la.
Viu a porta da sala de Grissom. "Até que enfim! Alguém que eu conheço e que me conhece..." Entrou sem bater. Ao abrir a porta deu de cara com o exterior do que lhe parecia ser uma oficina; era uma rua com neve, pinheiros e céu azul-escuro, apinhado de estrelas.
Tornou a entrar totalmente confusa: teria se enganado de prédio? Impossível! Reconhecia as salas do laboratório..Tinha certeza que sabia agora, onde estava. Mas tinha idéia que tudo parecia diferente, de certo modo.
As pessoas lhe pareciam estranhas e lhe pareceu também que as salas, tinham outras atividades, e não as que ela conhecia. De repente, um sorriso iluminou seu rosto. Havia finalmente reconhecido alguém. Seus olhos viram Catherine, toda empertigada, enfiada num avental muito alvo, segurando uma prancheta. Sara aproximou-se dela.
-Ate que enfim, um rosto conhecido. Bom te encontrar, Cath!
A loira empertigou-se mais ainda e falou para a outra:
- Eu te conheço? O que é você?
- O QUE SOU EU? - Repetiu indignada.
- Bem, criança você não é! E não trabalha aqui; não é gnomo nem elfo! Não é ajudante também. O qu que faz aqui, vestida desse jeito?
Sara sentiu-se inadequada, com roupa de dormir, juntou mais as duas partes do negligé como se cobrissem alguma coisa.
- Eu não sei porque estou vestida assim. Naturalmente não estou com meu crachá: eu me chamo Sara Sidle, trabalho aqui e sou uma CSI,nível 3!
- Não, não trabalha. Estou aqui há muito tempo, Eu a reconheceria se trabalhasse. E o que é CSI?
Sara tentou explicar o que fazia, Catherine ficou horrorizada. Tapou os ouvidos.
- Aqui lidamos com crianças, não com crimes horrorosos. Devia lavar essa boca com sabão, por falar essas coisas!
- Por que? Tenho muito orgulho do que faço! – Falou Sara desafiadora.
-É muito petulante Sara Sidle! Vamos falar com o chefe. Ele resolverá o que fazer com você.
- Certo! É o Ecklie quem ainda dá as ordens nessa joça?
Catherine espantou-se com o linguajar dela.
- Você conhece o Ecklie?
-Sim, já tivemos nossas diferenças...
- Não falamos então da mesma pessoa: nosso Ecklie é incapaz de fazer mal a uma mosca.
Sara foi sacudida por uma gostosa gargalhada.
- A uma mosca, não sei; mas à ´pessoas, já é outra conversa!
Catherine, achou que Sara era uma pessoa horrível, pensava isso, enquanto percorram, os corredores. De repente, a moça de camisola, sofreu um impacto ao reconhecer Hodges, Henry e Archie...
Impacto, porque eles estavam mais altos, mais finos, vestindo roupas esquisitas, e com umas orelhas pontudas, como as do Sr. Spock. Sara chamou-os, contente em ver pessoas conhecidas. Eles se viraram, ao ouvir seus nomes chamados, mas passaram os olhos por ela, como se ela fosse invisível.
Decepcionada, ela perguntou a Catherine, o que eles faziam lá; a loira olhou para ela espantada. Era impossível lidar com tanta ignorância!
- São elfos!
Para Sara, dava na mesma, o que faziam os elfos? Como não soubesse, começou a achar aquele sonho; ou o quer que aquilo fosse, muito aborrecido.
- Escute, se Ecklie não é o manda-chuva, deste lugar; quem é?
- Seu linguajar é tão estranho, quanto você! – Catherine revirou os olhos. – Ecklie nunca mandou em nada aqui, talvez no seu departamento...
- Ele faz o que?
- Cuida das cartas das crianças...
- Ecklie... Crianças... – Sara começou a rir de novo. – Desculpe! Não posso evitar. Isso é muito engraçado! O Ecklie que conheço, não gosta crianças, e vice versa.
