Future
- Lily?
- Hum? – ela respondeu, se aconchegando mais em seu peito.
- Quantos filhos você quer ter?
A pergunta pegou Lily de surpresa. Ela e James estavam juntos há apenas dois meses, e ele já queria falar em filhos? Não esperava conversar sobre isso com James em uma tarde de verão como aquela, enquanto eles estavam esparramados nos gramados de Hogwarts. Por isso ela o fitou, franzindo a testa.
- Nunca parei pra pensar sobre isso. Por quê?
- Ahn... nada.
- James. Fale.
- É que eu sempre quis ter uma família grande – ele lhe respondeu, olhando para o céu azul que se estendia sobre os gramados do castelo.
Lily não precisava perguntar o por que. Sabia que o maroto crescera sem amigos antes de chegar a Hogwarts, e agora que tinha Sirius como um irmão, além de Remus e Peter, percebera o quão importante este laço é na vida de uma pessoa.
Ela mesma, por mais que brigasse com sua irmã, sabia que a amava. E que Petúnia a amava também, mesmo que fosse de seu jeito estranho.
- E como seriam essas crianças? – ela lhe perguntou.
- Bom, o primeiro será um menino. Ele será igual a mim, mas vai ter os seus olhos.
- Meus olhos? – ela sorriu.
- Aham.
- Então isso quer dizer que você pretende construir uma família comigo? – Lily disse, divertida.
- Lily, não quero passar a minha vida ao lado de outra mulher que não seja você – ele a olhava nos olhos, de forma intensa.
Lily sentiu seus olhos ficarem marejados, em parte pela intensidade do amor que James sentia por ela – e ela por ele -, mas também em parte por ter medo de que este quadro do futuro que James pintava talvez não realizasse.
Ela segurou as lágrimas, mas não pode evitar que uma escorresse por sua bochecha direita.
- Hey, Lily. Não chore. Eu sei que minhas palavras são sempre muito emocionantes e tal, mas não precisa chorar por causa delas – disse, enquanto secava a lágrima solitária com as costas da mão.
Ela riu, e lhe deu um beijo suave.
- Então, já decidiu como será o nome do nosso primogênito?
- Será Harry. Gosta de Harry?
- É, você já pensou mesmo em tudo.
- Claro. Então, você gosta de Harry?
- Gosto. E o nome completo, como será? Harry Potter?
- Harry James Potter. Quero que ele sempre tenha uma parte minha com ele, para que ele sempre se lembre de mim.
- James, você é o pai.
- Bom, mesmo assim.
Ela suspirou.
- Também está planejando nosso casamento?
- Eu não estou planejando. Eu tenho tudo pronto na minha cabeça desde o 3º ano.
- Sério? – ela o encarou, surpresa.
- Aham. A gente vai casar na primavera, no campo. Sirius será nosso padrinho. Só não sei quem será a madrinha, mas imagino que a Marlene, já que o Sirius tem uma paixão reprimida por ela. E serviremos muito chocolate, já que este é um item indispensável por causa do Remus. Ele é viciado em chocolate, você sabe.
- Espero que não tenha pensando no meu vestido. Sabe que é contra as regras o noivo ver a noiva antes do casamento.
- Bom. Tecnicamente, eu não estarei te vendo, e sim te imaginando. Por isso, deixarei esta questão de vestido com você. Você pode vestir um trapo e ainda assim será a noiva mais linda de todos os tempos.
Lily não soube o que responder, então os dois se instalaram em um silêncio cômodo, admirando os Jardins de Hogwarts.
Ela não conseguia parar de pensar no quanto gostaria que esse sonho de James se tornasse realidade, mas sabia que fora dos muros de Hogwarts havia uma guerra em andamento, na qual ela lutaria contra Voldemort e, mesmo que nunca tivessem tocado neste assunto, ela sabia que James também.
Talvez os esforços deles não fizessem grande diferença no curso da guerra. Afinal, qual a marca que ela, Lily Evans, uma simples garota ruiva que nasceu trouxa poderia deixar, qual talento excepcional ela possuía que fosse capaz de derrotar Voldemort?
Mas iria tentar. Ela iria lutar. Não só por ela ou por James.
Mas pelo futuro que Harry merecia – e iria – ter.
