Death Note não me pertence, ou o L ainda estaria vivo, sendo uma criança feliz com o Mello, o Matt e o Near.

Esta fic é um presente para V.icky Pirena.


Fantoche

Não podia ser de outro modo. Não com ela.

Ele tinha que admitir. Apesar de todos os defeitos, da falação barata e das muitas vezes que Amane lhe enchia, não podia viver sem ela.

Mas não era porque a amava, longe disso. Light jamais seria capaz de amar alguém como ela. Talvez amasse até seu cachorro – se tivesse um -, mas nunca alguém como ela.

Mas Light amava cada curva daquele maldito corpo.


As pessoas achavam que ela não sabia a verdade, que ela era cega demais para enxergar. Mas Misa sabia. Talvez mais do que qualquer um.

Ela sabia que tudo o que Light desejava, era usa-la. Mas de longe, o desejo dele era apenas seus olhos.

Light desejava muito mais, as pessoas apenas não eram boas o bastante para enxergar.


Eram sempre nas noites que eles se entregavam um ao outro, nunca em outro horário.

Light preferia as noites, pois eram apenas eles três: Light, Misa e a Luxúria.

(Companheira inseparável, sedenta por desejo e volúpia. Essa era a Luxúria que sempre os acompanhava nas noites de prazer. )

Misa podia ser irritante, até mesmo insuportável, mas se ficasse calada, Light poderia atura-la por uma vida inteira, era o que pensava.

Somente para ter o prazer de tocar, apertar, marcar cada pedacinho daquele corpo. Apenas para deixar sua assinatura dizendo que Light Yagami esteve aqui.


E, ah, como ela amava isso!

Misa talvez fosse até pior do que Light.

Não era sua lábia perfeita, tampouco sua inteligência impecável que haviam atraído Misa. Mas era aquele olhar sedento de desejo, lhe pedindo para que fosse sua, que fizeram ela se entregar totalmente a ele.

Beijar aqueles lábios com volúpia, abraçar aquele corpo e forçá-lo a tomá-la para si, era assim que Amane agia.

Porque ela sabia o que ele queria. Ela sempre sabia.

Pois a Luxúria estava ao seu lado.

(Cheia de desejo, vontade de possuir e tocar.)

Light nunca soube.


Misa, nós vamos morar juntos, ele disse.

Não foi somente pelo caso Kira, ela sabia. Ele também.

Porque ambos necessitavam daquilo, necessitavam do próprio espaço para que pudessem ficar em paz.

E, a cada dia que passava, Light sentia que a Luxúria se tornava uma companheira inseparável e trazia junto consigo uma outra amiga. Uma amiga chamada obsessão.

(Desejo excessivo, necessidade de possuir, agarrar com todas as forças.)

Era um caminho sem volta, isso ele também sabia.


Perto dele, ela parecia irradiar alegria. Pobre Misa, não vê que Light não a ama como ela o ama, as pessoas diziam.

Mas não era verdade.

Misa não o amava, nunca havia amado.

O brilho em seus olhos era desejo, o sorriso era de pura malícia.

Não se tratava de amor, apenas de desejo.

(Criança perfeita que apenas deseja possuir, dominar e consegue tudo o que quer com um simples estalar de dedos.)


Durante as noites de prazer, não havia palavras, apenas gemidos.

Gemidos de prazer que Light adorava arrancar dela, cada vez que penetrava seu corpo. Como amava ouvi-la ao seu ouvido, dizendo para que continuasse, que a possuísse toda.

O suor, o desejo, a volúpia, a obsessão.

(Fantoche humano que se tornou escravo do desejo carnal.)

Light era pura Luxúria. Ou seria o contrário?


Se ela tivesse que descrever sua relação com Light em uma única palavra, saberia que esta seria Luxúria.

Misa podia não ser a pessoa mais inteligente do mundo, mas nem ela era tão idiota a ponto de cair naquele joguinho.

Quando Light começou a sair com Takada pelo caso Kira, ela não sentiu ciúmes dele. Apenas de seu corpo.

E ela lutou pelo que era seu.

(Menina egoísta que não sabe dividir, tomada pela fúria de querer seu brinquedo de volta.)

Até o fim.


Ninguém era como Misa, ele pensava.

Nenhum toque, nenhum beijo, nenhum gemido, mordida, nada lhe satisfazia. Porque nada era como Misa.

Aquilo era ridículo, até mesmo para ele. Sabia que não a amava, mas tinha uma necessidade quase doentia de possuí-la por todas as noites. De ver aquele rostinho lindo tremer de desejo e clamar por seu dono.

Porque era assim que Light se considerava: o dono de Misa.

(Menino travesso que prefere fechar os olhos a enxergar a verdade.)

Mal Light sabia que era ele o fantoche.


Light está morto, eles disseram.

E ela chorou.

Não chorou porque o amava, como todos pensavam. Não chorou porque nunca mais o veria novamente.

Chorou porque não poderia mais toca-lo, amá-lo, beija-lo.

Chorou porque jamais o teria novamente.

(Menina viúva, agora está solitária.)

Mas não estava sozinha.

Agora eram apenas duas: Misa e a Luxúria.

É, Misa teria que encontrar outro fantoche agora.


N/A:

Hah, eu consegui! 8D

I did it! I did it! – runz in triangles –

Sim, isso foi um surto de criatividade.

Não, eu não curto LightxMisa e odeio a Misa de coração, mas eu cansei de ver aquelas fics clichês onde o Light ama ela, ou o Light só a usa. Quis fazer algo diferente e acho que consegui.

Agradeço à Raayy por, as quatro da matina, ter tido paciência pra me ajudar com a fic. Obrigada, chaveirinho! Te amo!

Essa fic é um presente de aniversário, diga-se de passagem, muito atrasado para Vick.y Pirena, que eu conheci lá no fandom de SCC.

Espero que goste, Vi! Essa é pra você!

Eu estava com essa idéia já fazia algum tempo, até mesmo antes de postar o capítulo da Misa na Pecados Capitais. Só pus em prática agora, num surto de criatividade. Está aí!

Espero que gostem!

Kissus!

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