O dia amanhecera nublado, nos noticiários matinais só se ouvia que essa seria a pior chuva do mês. Mais, quem disse que isso iria desanimar o animo dos cidadãos nova-iorquinos?
No meio da multidão das ruas, uma garota de uns 17 anos caminhava com os fones do Ipod no ouvido alheia de tudo e de todos, com um jeans confortável, uma camiseta azul, um casaco velho, mas era o mais quente que ela possuía e no pé apenas um all star vermelho, já gasto pelo tempo.
Cantarolava a melodia, e seguia para o seu destino, a biblioteca. A maioria das garotas da sua idade, acharia que ir a biblioteca numa manhã de sábado, era no mínimo uma perda de tempo, mais não livros eram a sua segunda casa, se sentia bem rodeada por livros, não tinha pressa, o tempo parecia durar para sempre, era uma sensação ótima, pensava ela.
As primeiras gotas de chuva atingiram o chão, o que a trouxe de volta para a realidade, tinha que correr se quisesse chegar sã e salva a biblioteca.
A chuva começou a ficar mais forte, esvaziando assim as ruas da agitada cidade, e ela começou a correr, rezando para que a sua coordenação funcionasse pelo menos uma vez e não a deixasse ir de encontro ao chão. Virando a esquina ela já podia visualizar as escadas da biblioteca, finalmente, e sem nenhum escorregão, pensou animada, subiu os degraus depressa mais de repente se chocou em algo, ou melhor, em alguém, que colocou as mãos em volta de sua cintura impedindo que caísse.
Olhou pra cima com as bochechas queimando, era tão desastrada, quando ia sussurrar um obrigado ao gentil estranho, paralisou. Era o homem mais lindo que já havia visto em sua vida, um anjo realmente.
Ele tinha cabelos cor de cobre totalmente bagunçados, suas feições eram de tirar o fôlego de qualquer pessoa, e nem queria pensar nas mãos fortes que seguravam a sua cintura.
-Você está bem? – ouviu aquela voz rouca perguntar.
Você está sendo uma idiota Isabella, ele é só um cara que te impediu de cair de bunda no chão, se recomponha, agora!
Finalmente conseguindo raciocinar direito murmurou um 'estou bem, obrigada' ao estranho que a colocou de pé sã e salva. Eles apenas ficaram se encarando, o silencio os rodeava, até que por fim ele se pronunciou:
- É melhor a gente sair dessa chuva, não vai ser nada bom se a gente continuar aqui.
Eles entraram na biblioteca lotada, por causa do temporal, as pessoas falavam altíssimo, a bibliotecária estava em pânico, não conseguia colocar ordem no local, quando a garota se virou para o estranho, ele não estava mais lá.
Não disse apenas um cara que você nunca mais irá ver na vida.
Bella soltou um suspiro desanimado e rumou ao seu passatempo preferido. Passou pelas estantes distraída até chegar ao seu destino, a sessão dos
Clássicos. Pegou um dos exemplares de Orgulho e Preconceito,apesar de já tê-lo lido milhares de vezes, e se sentou na mesa mais afastada que encontrou do lado da janela.
Sempre que pegava num livro, esquecia do mundo a sua volta, as horas pareciam voar mais ela adorava os livros sempre foram seu vicio.
Quando finalmente virou a ultima pagina do livro viu que já anoitecera, a biblioteca estava vazia, e quase todas as luzes estavam apagadas, juntou suas coisas apressada e andou rapidamente para a porta, mais, com a boa sorte que tinha, ela estava trancada e a chuva ainda não havia cessado.
Soltou um leve suspiro e se virou para voltar aos livros, afinal, não teria como sair mesmo, mais quando se virou viu que alguém ia andando em direção a porta, e por incrível coincidência do destino, era o misterioso homem que a salvou de um tombo mais cedo.A garota simplesmente paralisou, seu carma era ótimo.
-Não me diga que estamos presos aqui – ele disse se aproximando.
-Você quer mesmo que eu diga a verdade? – disse saindo da paralisia instantânea.
E o silencio tomou conta do local, até que cada um foi para um lado da biblioteca.
