DISCLAIMER: Saint Seiya não me pertence, é de propriedade de Masami Kurumada e Cia. Todos os direitos reservados. Não ganho nenhum centavo escrevendo fics, ou não as deixaria mofando... x.x
- A fic "Darkest Night", em cujo universo esta fic se situa, foi escrita pelo Darkest Ikarus. A personagem Carolina Maia Medeiros é de minha autoria.
SINOPSE: A deliciosa tentação de amar quem não pode ser tocado. Side-story de "Darkest Night" (AVISO: possíveis spoilers), desafio proposto por Darkest Ikarus. HENTAI, Dite x Carolina (OC).
Algumas observações para leitores "de paraquedas" (que não acompanham "Darkest Night"):
Acho que só o pessoal que acompanha DN vai ler esta fic (isso SE lerem –q), mas caso alguém mais se interesse... achei que algumas explicações bem básicas poderiam ajudar a entender melhor a história. Quero apenas justificar algumas coisas que podem soar estranhas quanto ao Afrodite na fic, e de forma alguma pretendo destrinchar aqui todo o plot de DN – embora alguns spoilers sejam inevitáveis. Quem se interessar, por favor leia a fic do Ikarus-sama.
- O Afrodite aqui não se chama "Afrodite". Em DN, o personagem se chama "Dite", mesmo, em uma homenagem (parcial) à deusa do amor. Portanto, nesta fic, o personagem será sempre chamado de "Dite".
- Por sinal, as aparências adotadas na fic foram as do mangá. Portanto, Dite é loiro.
- Para quem não acompanha DN (e parou aqui só pra ler pervice... I see what you did there), cabe esclarecer: trata-se de uma fic UA em que cada dourado é guardião de um demônio. O demônio de Dite é Doença. Nas palavras do autor (Ikarus-sama):
"Dite: Guardião do demônio Doença. Atormentado pelo isolamento, Dite não pode tocar uma pessoa sem infectá-la com uma terrível doença incurável e epidêmica, capaz de matar milhares em questão de poucas horas. Milhões em questão de dias."
Enfim, é por isso que Dite costuma se cobrir inteiro e evita o contato com outras pessoas. Albafica feelings, isso mesmo. Não vou me delongar explicando os outros demônios em detalhes porque não pretendo utilizá-los na fic – umas menções aqui e ali, apenas. Se eu julgar realmente necessário pelo contexto, haverá uma nota explicativa. Mas se quiser mais detalhes, fique à vontade para perguntar... ou para ler DN, claro XD
- Por sinal, o Afrodite da fic não é aquele cara narcisista e orgulhoso da série. Cabe lembrar que o personagem passou milênios vivendo isolado, sem se atrever a tocar os próprios amigos ou a sair da fortaleza. Por isso a personalidade dele é um pouco mais reclusa, até melancólica, o que creio ser plenamente justificável pelo contexto. Já deixo avisado para o caso de alguém reclamar da caracterização do personagem aqui. Se não suporta OOC de forma alguma, sugiro que se abstenha de ler.
Algumas explicações sobre esta fic em si:
Esta fic foi escrita em resposta a um desafio proposto pelo Darkest Ikarus a todas as participantes de "Darkest Night": escrever uma fic baseada na personagem criada por nós. A pervice não era obrigatória, mas nem dava pra fugir muito, né? :P *apanha*
A princípio eu tinha ficado meio "assim" em topar este desafio (ainda que não houvesse prazo, o que me ajuda pra caramba). Tenho uma certa "noia" de escrever com uma OC minha como personagem principal pra não acabar incorrendo em uma Mary Sue involuntária ou num self-insertion cara de pau. O que se agrava porque a Carolina em especial acabou tendo muitas semelhanças comigo (nem foi de propósito, juro –q). Mas enfim... topei.
Outra encucação minha é que a Carol é uma personagem extremamente... comum. Não tem nenhuma história sombria, drama pessoal intenso, habilidades especiais ou algo que pudesse ser explorado mais a fundo. Não acho isso propriamente um defeito (pessoalmente prefiro personagens assim), mas não é um background muito promissor pra uma fic bacana. Explorar a infância dela na Estação Antártica? Meh x.x
Aí decidi aplicar uma regra de escrita que aprendi com o Ikarus-sama: "Está sem ideias? Apele pros hormônios!". E saiu isto aqui.
São três capítulos (era pra serem dois, mas DN me inspirou a fazer mais um x.x) independentes uns dos outros, uma espécie de "coleção de oneshots". São missing moments, ou seja, capítulos que poderiam se inserir no meio da fic. E sim, são pervos u.u'' Confesso que eram algumas ideias vagas que tinha pro relacionamento entre Carol e Dite (acho que não cheguei nem a falar com o Ikarus-sama a respeito, acontece) e acabei tendo a oportunidade de colocar no "papel" (?). Não é nada muito elaborado ou complexo. Talvez só uma oportunidade de "desenterrar" alguma eventual veia para hentai que esteja perdida aqui dentro :P E até que dá pra explorar aqui e ali a psique da Carol, mas também não fiz um tratado psicológico sobre ela u.u''
Enfim, explicações demais e fic de menos, né? Espero que apreciem ao menos um pouco...
LOCALIZAÇÃO TEMPORAL DESTE CAPÍTULO: este missing moment se passa logo antes do início do capítulo 24 – "Ira" (que corresponde ao capítulo 26 na numeração do FFN).
FORBIDDEN FANTASY
Aquele som aquoso rompia o silêncio do vasto salão.
Carolina estava mergulhada em água e também em pensamentos.
Lembranças. Sentia-se na mesma piscina aquecida da Estação Antártica onde passara a maior parte de sua vida. A água sempre a confortara, sempre a acalentara, sempre a fizera se sentir como em um enorme e aconchegante útero para onde sempre podia voltar.
Mãe...
As ligações curtas, sem muitos detalhes, apenas para acalmar os pais quanto à falta de notícias. Um estágio inventado, um erro de comunicação com a orientadora. Trancamento de matrícula. Desculpas evasivas, poucas notícias, a voz serena tentando transmitir aos pais que tinha controle da situação.
Da situação falsa, diga-se.
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- Mas e o doutorado, filha? Você estava pra defender...
O doutorado. Será que ela chegaria a defendê-lo algum dia? Parecia uma coisa tão distante da realidade agora...
- Já acertei tudo com a Ilka, mãe, não se preocupe. A tese tá pronta, só não posso voltar pra São Paulo agora. Deu pra trancar a matrícula, quando eu puder é só voltar e defender.
- Isso me tranquiliza um pouco, querida. Mas seu pai e eu estamos com saudades. Quando você volta? Se precisar até tiramos uma licença e vamos até o Brasil encontrar você. Eu sinto tanto a sua falta... não consigo deixar de me preocupar! Não tem nem uma ideia de quando volta?
Quando voltaria para casa? Aliás... voltaria?
Aquele nó na garganta de novo.
- Inicialmente um ano e meio, mãe, mas talvez... talvez chegue a dois. Infelizmente não tô podendo viajar por enquanto, sinto muito... se algo mudar eu aviso...
- Você precisa reativar sua conta no Skype, queremos te ver! Você não pode passar o endereço desse instituto de pesquisa? Aliás, qual é o nome dele? Nem a Ilka soube nos informar, só sabe que é no interior! Não temos nem um número de telefone pra contatar você, só e-mail! O que está acontecendo, afinal? Carol, a gente...
- A ligação tá ficando ruim, acho que vai cair... mãe... alô? Alô?
Mentira. Tudo mentira. Era por isso que não usava o Skype para contatá-los, mesmo tendo permissão. Com e-mails lacônicos e telefonemas curtos, era mais fácil mentir. E aquele telefonema já havia atingido seu limite emocional.
Não sabia que desculpa inventar quanto à falta de endereço. Tudo o que desejava era seus pais longe de Budapeste, mas não teria como dar explicações mais convincentes. Como poderia dizer que o local mais seguro do mundo para eles era longe dela? Que sua vida havia virado de cabeça para baixo, que colocar os pés na rua havia se tornado terrivelmente perigoso? Que não sabia se estaria viva dali a uma semana, que diria em um ano e meio?
De qualquer forma, o bolo em sua garganta impediria uma resposta digna. O jeito era fugir das perguntas da forma que podia, antes que a Dra. Sandra ouvisse o soluço convulso que a filha se esforçava para segurar.
Ainda ouvindo a voz da mãe do outro lado da linha, Carolina desligou o telefone.
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Braçadas ritmadas, fortes. A saudade pulsando, o medo do desconhecido sendo lavado pela correnteza gerada por ela própria. Naquela piscina ela tinha o controle de sua vida, pelo menos por alguns momentos. Através de seus braços e pernas, sua própria mente se permitia esvaziar-se... libertar-se das angústias, das dúvidas, dos receios despejados dentro dela nas semanas anteriores.
Desejo. Aquele desejo guardado ali, no fundo da mente, querendo retornar à consciência, querendo deixar o corpo entorpecido, lânguido e...
Muito longe, em outro mundo alheio ao planeta "Carolina", um relógio antigo soava as doze badaladas. Era tarde, já era meia-noite. Ainda que não fosse Cinderela, a Realidade lhe informava de que já era hora de retornar. E o Desejo serpenteou de volta aos recônditos de sua subconsciência enquanto deixava a piscina e se enxugava distraidamente. Vestiu um roupão e se dirigiu ao próprio quarto para se banhar e dormir.
Seus passos ecoavam pelo corredor àquela hora deserto. Caminhava sem pressa, o que lhe transmitia uma enganosa sensação de liberdade. Afinal, por menos que aparentasse, ainda era uma prisioneira naquele casarão sombrio. Ainda que os Senhores daquela fortaleza já não parecessem tão ansiosos para matar suas cativas quanto antes...
Ao longe pôde ouvir um grito masculino, um dos Senhores sendo brutalmente assassinado. Seu coração falhou uma batida, mas sacudiu a cabeça e voltou a caminhar. Pela manhã, ele estaria vivo novamente. Aos poucos começava a se acostumar à dinâmica insana daquele lugar.
Chegou ao seu pequeno quarto – muito melhor que aquela cela do começo, deveria admitir. Tinha conseguido reaver seus pertences esquecidos no hotel, o que já era alguma coisa. Perdida em divagações sobre as mudanças recentes em sua vida, entrou no pequeno banheiro, despiu-se e ligou o chuveiro. Somente ao sentir o contato da água morna em sua pele atinou para o fato de ter se esquecido de pegar suas roupas de dormir...
Havia sido um "mau hábito" adquirido quando passou a morar sozinha em São Paulo, na verdade. Agradava-lhe imensamente poder andar por seu apartamento de toalha (ou às vezes mesmo sem ela), sentia-se livre. Mas tivera de deixar seu hábito de lado quando passou a viver naquele casarão... mais especificamente, quando descobriu que toda a propriedade era vigiada por câmeras.
Vigiada por Dite.
O loiro havia lhe dito, de fato, que não se aproveitava da função para propósitos escusos, como espiar alguém no banho ou bancar o voyeur com os casais da casa. Carolina confiava nele – na verdade, pela forma retraída e até um tanto melancólica de viver, Carol acreditava que Dite não procuraria voluntariamente por mais tormentos. Ver um corpo feminino nu ou duas pessoas tendo prazer seria uma verdadeira tortura para ele, um lembrete pungente de que não poderia desfrutar do que estava vendo.
Como seria viver milênios sem poder apreciar o toque de alguém? Ainda mais sendo tão absolutamente perfeito... uma tentação ambulante mesmo vivendo todo coberto.
Aos poucos, os absurdos iam se tornando normais na mente outrora tão cética de Carolina. Já tinha visto coisas demais, afinal! Teletransporte, força sobre-humana, um homem sendo morto todas as noites e retornando tranquilamente para o café da manhã. Já nem parecia tão impossível que um homem de rosto tão delicado e pele aparentemente tão viçosa e macia fosse mais velho que o Brasil, não é?
Enquanto coletava amostras de Dite e o estudava, acabou se tornando mais próxima dele do que provavelmente a maioria das outras garotas ali era – talvez a primeira pessoa com quem Dite se permitia conversar um pouco mais depois de seus companheiros imortais. Com a convivência, acabou conhecendo um pouco mais daquele homem tão lindo e tão solitário, aquilo que ele ocultava por trás de sua forma esquiva. Aquele homem que parecia tão autossuficiente, detentor das mais incríveis tecnologias e praticamente onipresente em Budapeste sem sequer sair de sua sala... aquele homem que parecia controlar tudo ao seu redor, na verdade, trazia uma cruel insegurança dentro de si.
Aos poucos, foi percebendo a resignação amarga naqueles olhos azuis e notando seu hábito de desviá-los ligeiramente ante uma cena de toque. Sua aparência, mesmo andrógina, tinha certa altivez – seria mesmo cria da própria deusa Afrodite? – ; contudo, essa elegância se perdia a cada vez que alguém passava por perto, quando Dite instintivamente se encolhia. Não por medo dos outros, mas pelos outros.
Dite era uma criatura tão bela e fascinante que Carolina não tinha como evitar a armadilha tão previsível. Estava absolutamente encantada por aquele homem.
Carolina suspirou, banhando-se com calma. Sequer poderia dar a desculpa de uma eventual "seca" para os sonhos recorrentes que tinha com Dite. Afinal, não fazia tanto tempo assim que havia transado pela última vez.
Ah, aquela noite com Alberich. Embora de uma impulsividade atípica para seus padrões, parecia ser sua última lembrança de uma vida normal. Naquela noite, era apenas uma estudante de doutorado em Budapeste para um congresso, conhecendo um rapaz e se rendendo a um ato de luxúria inconsequente.
Pensando bem, aquela noite parecia ter sido em outra vida. Na manhã seguinte, Alberich se revelaria um fanático religioso e a mergulharia em um mundo completamente novo de deuses, demônios, caçadores, Senhores...
Dite.
Para seu próprio pesar, não conseguia se enfurecer com Alberich de todo. Por vias tortas, foi por meio dele que acabou encontrando o homem que, tinha certeza, era o mais perfeito que já havia pisado a Terra. Homem que veio a ser seu alento naquele mundo novo, mas também seu tormento e sua perdição. Homem que a instigava em todos os sentidos: sua mente de pesquisadora se inquietava com o mistério do demônio Doença, e seus hormônios de mulher jovem se atiçavam com aqueles lábios de aparência tão macia, com aquela pele perfeita e intocada.
Como a água estava agradável...
Deslizou as mãos delicadamente pela pele amorenada, sentindo um arrepio conhecido percorrer seu corpo. Estava ficando excitada. Sem que pudesse evitar, sua imaginação criou asas. E se Dite a estivesse observando naquele momento?
Sacudiu a cabeça de leve querendo afugentar aquele pensamento. Dite não faria aquilo... além do mais, seria cruel se tocar imaginando provocar uma pessoa incapaz de tocá-la também. Era melhor fantasiar com outra coisa.
Quem sabe imaginar uma outra noitada como sua última vez? Fechou os olhos...
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Estava novamente naquele quarto de hotel. Ah, Alberich... mil vezes melhor quando ocupava sua boca com "outra coisa" em vez de pregar contra demônios...
Ele estava faminto. As mãos arrancavam-lhe as roupas com violência, um ligeiro rosnado. Logo estava nua sobre a cama, totalmente à mercê de um amante enlouquecido de paixão. A língua serpenteava pela pele, os lábios sugavam ávidos os mamilos já eriçados, mordiscadelas aqui e ali. Carolina não costumava gostar de agressividade na cama, mas o tesão era muito maior naquele momento. Aquelas mãos percorriam seu corpo tão desesperadamente...
As mãos em suas coxas, arranhando de leve a pele, enquanto a boca do amante em sua intimidade a fazia se contorcer sobre a cama, agarrando os lençóis. A língua se esmerava em uma massagem mais do que íntima. Fez um esforço para erguer um pouco o tronco, ajeitando-se sobre os travesseiros. Queria vê-lo entre suas pernas...
Mas os olhos que a encararam não eram verdes como os de Alberich.
Olhos de um azul límpido como o céu. Sedosos cachos dourados cascateando por sua pele quente. Era Dite quem sorvia sua umidade com tanto prazer, desejando mais e mais do corpo de Carolina...
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Quando Carolina deu por si, estava recostada ao azulejo do banheiro. A pele ardia, a mão alisando a vulva e querendo aplacar o desejo que explodia dentro dela.
Não adiantava racionalizar suas fantasias. Simplesmente não conseguia trazer à mente as feições de Alberich, pois Dite a havia marcado de forma muito mais intensa. E sem precisar sequer tocá-la.
Não queria mais pensar. Não queria mais fugir. Se Dite de fato a estivesse vendo naquele momento – sentiu um arrepio em sua coluna com a simples hipótese – , que fizesse bom proveito.
Fechou novamente os olhos, mas não se obrigou a imaginar um cenário diferente. Pôs-se a imaginar se haveria uma câmera ali, naquele banheiro, flagrando seu desejo. Imaginou Dite diante do monitor vendo-a ali, molhada – ah, que ironia, de fato estava – e febril. Pena que câmeras não transmitissem pensamentos...
- Dite...
O nome foi dito em um suspiro quase inaudível. A mão entre suas pernas começou uma massagem torturantemente lenta, os dedos brincando com os grandes lábios, roçando o clitóris já rijo, enquanto a outra deslizava sem reservas por todo o seu corpo. Mal percebia que mordia o lábio naquele momento. Arranhava de leve o pescoço, alisava o colo, beliscava delicadamente um mamilo. Um gemido baixo, mal sobrepujando o ruído do chuveiro.
A urgência crescia, a respiração se tornava mais ofegante, os toques ficavam mais intensos. Inseriu um dedo vagina adentro, percebendo melhor o quão excitada aquela pequena fantasia a deixava.
Imaginou de novo aqueles olhos azuis maliciosos, desta vez a fitando por uma tela. Ele se tocaria vendo-a se masturbar? Teria vontade de se juntar a ela?
A fantasia ficou mais elaborada. Inseriu um segundo dedo enquanto imaginava o loiro irrompendo pela porta do pequeno banheiro, totalmente ereto, incapaz de conter o próprio desejo por Carolina. Os dedos iam e vinham e, em seu delírio, era Dite quem a manipulava de forma tão intensa, fazendo-a gemer mais alto, os sons libidinosos ecoando livremente.
Três dedos e Dite a possuía febrilmente no chuveiro, pressionando-a contra a parede gelada. Era grande, era voraz, era apaixonado.
Era proibido, e por isso era tão delicioso.
- Assim... ISSO, DITE!
O clímax veio arrebatador, o gemido rouco anunciando um dos mais intensos orgasmos que já tivera até o momento. As pernas fraquejaram e, somente ao deslizar pela parede molhada até o piso, Carolina enfim se deu conta de que estava de fato sozinha. A água ainda caía sobre a pele quente e sensibilizada.
Aos poucos o torpor foi passando e Carolina se deu conta do que tinha acabado de fazer. Será que alguém a teria ouvido? Será que de fato havia alguma câmera no banheiro? O que pensariam dela? Ela realmente tinha gritado o nome de Dite? Céus, onde estava com a cabeça?
Teve alguma dificuldade para se levantar. Terminou seu banho ainda um pouco trêmula, enxugou-se e se enrolou na toalha, finalmente se lembrando de que deixara sua camisola no quarto.
Ao sair do banheiro, sentiu um novo arrepio. Era muito mais possível ser observada em seu quarto que no banheiro, afinal. Deveria voltar ao banheiro para se vestir?
Mas seu corpo estava tão lânguido que acabou por se deixar cair na cama. Ajeitou-se sob os cobertores, despiu a toalha e acionou o interruptor de luz ao lado da cabeceira. Seu olhar relanceou sobre uma caixa de luvas cirúrgicas – parte de seu kit de procedimentos – sobre a mesa do quarto antes que o recinto mergulhasse em escuridão.
Talvez fosse uma esperança tola influenciada pelos momentos de luxúria no banho. Mas talvez...
Buscaria algum conselho no dia seguinte. Fechou os olhos e enfim se rendeu a uma noite repleta de sonhos com beijos sôfregos, mãos possessivas e olhos azul-céu.
Notas finais:
É, gente, eu sei que tenho o hábito de falar demais. Adoro discorrer sobre o que eu escrevo (leia-se "Quero ter certeza de que vão entender um pouco melhor as minhas viagens"), então vamos falar um pouco sobre o capítulo.
"Ah, Lune! O que você tem a explicar sobre um capítulo em que tudo o que acontece é uma personagem se masturbando no banheiro?". Eita, calma aí! XD
Pra começar, algo que sempre adorei no relacionamento entre Carol e Dite era justamente essa questão da ausência do toque. Isso deixa uma tensão sexual quase palpável, e pessoalmente acaba apimentando a futura relação. Em um capítulo, havia uma cena em que Carol tinha um sonho erótico com Dite e essa ideia ficou bastante interessante – afinal, o quanto aquela inpossibilidade de tocá-lo a estava perturbando?
No capítulo 24 (ou 26, de acordo com o FFN), Carol finalmente decide tomar a iniciativa e dar um passo a mais na relação meio platônica entre eles. No texto, ela menciona que havia sido ideia das garotas. Daí pensei neste missing moment como uma espécie de "gancho" para que Carolina finalmente se animasse a conversar com as outras. Claro, o vislumbre das luvas também foi proposital, como se plantasse a "sementinha" de ideia do que ela estaria prestes a fazer. Na minha cabeça, esta "mini-fic" ocorreria na véspera do capítulo, pois desencadearia a "brincadeira" que acaba ocorrendo entre eles.
Outra coisa neste cap foi a menção à família dela. Cheguei a pensar que a família estivesse acreditando em um sequestro, mas em DN há uma parte que menciona que Carolina chega a se comunicar por telefone aos pais. Achei que seria uma forma de trazer um pouco do background (ainda que comum) à fic e mostrar a forma como Carolina tem lidado com a situação. Por mais controlada que ela seja ao mentir para a família por segurança, ela sofre. Afinal, foi arrancada de seu mundo "lógico" de repente, sem ter um chão a que pudesse se ancorar (a família como um porto seguro, sinônimo de estabilidade). Enfim... só pra não dizer que não falei nada da vida dela, né?
E sobre o hentai (er... masturbação é classificada como cena hentai, né? *apanha*)... cara! Eu acho que me acostumei tanto a lemons que sinceramente não sei se a palavra "vulva" fica bem em uma cena. Eu sou louca... x.x'' Enfim, peço desculpas por estar bem enferrujada nesse quesito (aliás, os pouquíssimos hentais que já escrevi foram bem tosquinhos, então nem sei se é questão de estar "enferrujada" em escrever, mesmo. A veia yaoi que é mais pronunciada XD *apanha de novo*).
De resto, eu adoro viajar na maionese no meio das cenas eróticas. Em parte acho que é estilo meu, mesmo. Isso ficou ainda pior porque ultimamente estou ouvindo Ishq sem parar (sim, viciada em New Age/chillout/lounge aqui u.u''). Culpem a minha playlist.
Espero que tenham simpatizado um pouco com esta viagem. O próximo capítulo é um pouco mais "concreto". Está quase pronto. Pretendo postá-lo no sábado, se tudo der certo.
Kissus!
Lune Kuruta (13/06/2013)
OMAKE
Na manhã seguinte, Carolina se sentiu um pouco incomodada com os olhares zombeteiros de um dos Senhores. Após o café da manhã, decidiu ter com ele.
- Alguma coisa errada comigo, Kanon?
- Você não gosta muuuito de banho, né?
Carolina ergueu uma sobrancelha. Conversar com o guardião do demônio Mentiras era especialmente desafiador, já que sempre tinha de interpretar o que ele dizia ao contrário. Sempre levava um instante para entender o que ele dizia. Talvez nunca se acostumasse àquela loucura...
- Por que diz isso?
- Ah, é que seu banho foi bem rápido ontem. E bastante silencioso também...
Carolina ficou pálida.
- Mas... mas... você andou me espionando?!
- Sim, sim. Eu precisei espionar, já que eu não estava passando pelo corredor na hora e nem consegui ouvir alguns sons... sons nem um pouco interessantes, por sinal...
De pálida, Carolina ficou extremamente vermelha.
- Você... oras, você ouviu errado! Não se atreva a falar essas coisas pra ninguém!
O sorriso zombeteiro de Kanon tomou um matiz mais gentil.
- Relaxa, Carol. Não vou contar pra ninguém, tá?
Carolina não pôde deixar de emitir um suspiro aliviado com o tom conciliador do imortal. Mas foi somente após ver Kanon se afastar que a biomédica percebeu o que ele de fato tinha dito...
- Como é?! Espera aí, Kanon! EI!
(Nota: O Kanon é a estrela de DN. Racho de rir com as cenas, e é um verdadeiro exercício mental desvendar as falas dele. Precisava colocar esse pedacinho, huahuahau! XD Ainda mais porque o assunto "banho" me lembrou de uma das cenas em que mais ri na fic, em que ele espia a parceira dele no banheiro. Enfim... talvez eu coloque essas ceninhas extras no final dos outros capítulos. Kissus!)
