Title: Odio ou Amor?
Author name: Ana JullyPotter
Category: Romance
Shippers: Harry e Hermione/
Disclaimer: Harry Potter infelizmente não é meu sou uma pobre escritora sem um tustao furado entao por favor nao me processem. todos os personagens pertecem a Jk e a Dafne Claire que a autora do livro em que me inspirei.
Sinopse do capitulo:
Sexy, de boa aparencia e com um charme perigosissimo, especialmente para Hermione, que a dez anos vinha fugindo de tudo isso. ele realmente levava vantagem sob todos os outros homens, entretando isso nada a ela significava. mas o destino teimava em reuni-los. agora Harry tornara-se um homem diferente, disposto a fazer qualquer coisa para nao voltar a sofrer depois de ser.... nem que para isso fosse preciso chantagear, blefar, brigar.... e se apaixonar.Capitulo 01
Reencontro com o passado.
Hermione Jane Granger ajeitou seus enormes brincos de prata e arrumou mecha de cabelo que caiu em seu rosto. Aquele estilo enganoso combinava com ela afinal ela passara a viver em uma espécie de farsa desde que abandonara uma das partes mais importante de si própria: a magia.
Hoje com vinte e sete anos ainda recordava com melancolia que há dez anos deixara por covardia talvez parte de sua felicidade.
No inicio fora realmente difícil deixar de lado velhas manias (como fazer feitiços ou usar a varinha), mesmo assim nada como o tempo para ocultar certas lembranças.
Desistira de tudo que prezava graças aquela maldita guerra que marcara uma era na historia da magia com o sangue das vitimas inocentes que fora derramado. Mas não haviam sido o caos e o sofrimento que a haviam levado a desistir de tudo e sim a distancia e a solidão. Engraçado pensar em solidão quando se tem amigos, porém aos poucos um abismo parecia começar a querer separá-los a cada dia tornado-se ainda mais papável e era daí que começava a nascer o sentimento de abandono.
A guerra mudara a tudo e todos. O medo e o desespero viviam estampados nos rostos das pessoas. Ela também havia mudado isso era inegável, mas o que mais doeu foi ver no que seus dois melhores amigos haviam se tornado.
Harry transformara-se completamente quem não o conhecesse diria que ele não passava de um garoto serio, distante e por que não dizer frio. Tão diferente do Harry de antes. Construirá um muro intransponível ao redor de si que excluía o contato com tudo e a todos do mundo exterior.
Rony por sua vez afastara-se depois que tinha se tornado o melhor goleiro de Quadribol de três temporadas seguidas do Chudley Cannons sendo que em setenta jogos do tomou três gol, ele foi considerado fenomenal por todas as revistas bruxas por um bom tempo. Na verdade talvez ele não houvesse se afastado de propósito, pelo menos era isso que ela acreditava. Mas o sofrimento muda as pessoas e ter os pais torturados e assassinados em uma emboscada armada por Comensiais da Morte devia ter sido um golpe duríssimo.
Harry passara a se culpar por esse terrível incidente também, como se já não fosse o suficiente ter que carregar as esperanças e o desejo de paz de todo um povo, insistia em querer carregar mais um fardo. Era demais ate mesmo pra ele que já estava acostumado com o sofrimento, na verdade ninguém realmente consegue se acostumar a sofrer as pessoas apenas passam a aceitar os fatos calados. Talvez por isso tivesse se afastado. Estava cansado de sofrer. Rony apesar de não considerá-lo culpado decidiu que era melhor se manter afastado tanto de mim quanto dele. Harry por sua vez não fez questão alguma de lutar para nos manter unidos. O famoso trio inseparável de Horgwats se desfazia aos poucos. No começo lutei desesperadamente para salvar nossa amizade, mas tudo parecia conspirar contra nos e admito cabei desistindo.
A guerra teve seu desfecho no final do sétimo ano e nessa época já eram poucas às vezes em que nos falávamos. Harry felizmente conseguira vencer Voldemort e decidiu que não mais queria viver no mundo bruxo. Curaria seu coração longe de tudo aquilo, partiria para bem longe, tentaria esquecer e recomeçar, mas isso implicava em tentar me esquecer também. Assim antes de partir ele me pediu que não tentasse localizá-lo ou algo do gênero. Rony seguiu seu caminho e como vivia viajando em temporadas e campeonatos, passei a não vê-lo mais também.
Nada mais naquele mundo fazia sentido para mim, então me refugiei de uma vez por todas no meu antigo mundo: o trouxa.
Aqui pelo menos podia fingir que era feliz e que da minha vida não havia sido arrancado um pedaço.
Fiquei muito feliz quando há dois anos atrás voltei a encontrar Rony, que estava casado com Luna há pouco mais de três anos Luna e já tinha um filho de dois aninhos. Acabamos conversando por horas, e ele acabou me pedindo desculpas por como ele mesmo disse: - ter me abandonado.
Também fiquei sabendo que Gina casara-se com Malfoy e claro não pude conter o riso com a careta que Rony fez ao lembrar-se desse "detalhe": Uma Weasley e um Malfoy já imaginaram?
Reatamos nossa amizade, mas infelizmente nada voltaria a ser como antes, faltava ainda um pedaço de nossas historias, Harry não estava ao nosso lado.
Bem quanto a ele nunca mais tive noticia ou o reencontrei. Soube apenas que ele tornara-se muito rico e importante em ambos os mundos, porem nunca tentei me aprofundar no assunto, pois como a pedido dele próprio tentei deixá-lo em paz.
Rony me disse certa vez que o havia encontrado em um de seus jogos de Quadribol acompanhado de duas magníficas loiras. Ele e Rony ao que parece voltaram a se falar e manter contato, no entanto eu nada mais quis saber, doía muito o fato de apenas eu agora estar excluída de sua vida. Decidi então parar de pensar nisso. Para ser sincera já fazia algum tempo que essas recordações não voltavam a me atormentar, mas hoje parecia que ia ser um dia especialmente conturbado.
Hermione foi trazida de seus devaneios ao ouvir a voz de seu pai, amigável e calorosa, saudando os convidados que chegavam. A campainha da porta já devia ter sido acionada uma três ou quatro vezes. Laura, sua madrasta (sua mãe morrera no começo do sexto ano de Horgwats em um terrível acidente de carro) devia estar agitada como de costume, checando os lugares dos talheres, arrumando as almofadas, entrando e saindo da cozinha para ter certeza de que os garçons estavam servindo adequadamente, apesar de eles pertencerem a um dos melhores bufes da cidade.
Hermione eu um ultimo retoque na maquiagem e no tubinho tomara que cais preto que usava. A sombra que usava fazia com que sues olhos parecessem maiores, mais escuros e, de alguma forma, misteriosos.
- Humf! Suspirou desanimada.
Era melhor descer logo antes que seu pai a chamasse para receber o convidado importante que ele há dois dias mencionava:
- E dê uma atenção especial a nosso convidado. O pai instruiu-a na noite anterior. Faça-o se divertir.
Com certeza ele devia ser apenas mais um bem sucedido homem de negócios, muito prepotente e orgulhoso de si que não estaria nem um pouco interessado em conversar com ela, já que o único objetivo desses homens era falar de si próprio e de suas grandes conquistas.
Hermione sabia muito bem que seu pai Jonah estava pedindo para que ela agisse com muita serenidade e graça.
Saiu do quarto e caminhou lentamente pelo corredor parando apenas quando já havia chegado ao topo da escada. A velha e preservada mansão ficava no subúrbio e Gull Lake e era o sonho de qualquer um. O tapete persa cobria o caminho da escada ate a enorme sala de jantar, onde seu pai estava reunindo os convidados.
A campainha tocou mais uma vez e Jonah inclinou a cabeça e disse a todos:
- Volto daqui a um minuto. Ai esta Laura. Ela servira os drinques.
E foi abrir a porta. Hermione estava descendo as escadas na mesma hora em que o recém-chegado apertava a mão de seu pai, trocando algumas palavras sobre o iminente verão. O novo convidado tinha a voz grossa e um tanto incisiva, mas estranhamente familiar a Hermione o que acabou fazendo com que ela concentrasse sua atenção nele.
Nesse mesmo instante, ele deve ter percebido os movimentos dela e ergueu a cabeça olhando em direção a escada por cima do ombro do Jonah.
Ela ficou sem reação por uns instantes, surpresa e magnetizada por aquele olhar verde. Ele estava forte, os cabelos escuros ainda um pouco rebeldes e naquele olhar, havia uma vasta experiência do mundo.
Tinha um porte mais para atleta do que para homem de negócios. Talvez pelos vários anos que jogara Quadribol ou talvez fosse apenas o tipo de calça que usava que evidenciava as pernas fortes e longas.
Era mais alto que o seu pai. O terno do convidado era impecável e mostrava os ombros largos e a bela musculatura.
Assim que ela desceu o resto das escadas, ele a fitou com interesse e um sorriso encantador tomou conta de eu rosto.
Hermione não pode evitar que um arrepio percorresse o seu corpo. Ele havia se tornado um homem seguro de se e que sabia exatamente o efeito que tinha sobre as mulheres.
- Ai esta você. Jonah falou com um enorme sorriso nos lábios. Harry deixe-me apresentar minha filha. Hermione, este é Harry Potter. Já te falei sobre ele.
Jonah fitou-a com um olhar sugestivo e Hermione notou que Harry deu uma olhada rápida para ele, antes de apertar a mão dela com firmeza.
- É um prazer conhecê-la senhorita Granger. Indagou depois de algum tempo.
"Como?" quer dizer que ele vai fingir que não me conhece? Muito bem se ele quer assim, eu também posso jogar.
- O prazer é todo meu senhor Potter.
- Que isso, me chame apenas de Harry.
- Como queira Harry, mas me chame também apenas de Hermione.
- Desculpe! Mas será que já nos conhecemos de algum lugar? Seu rosto me parece tão familiar. Perguntou fingindo forçar a memória. Quem sabe já não estudamos juntos? Disse começando a sorrir.
"Cínico" pensou Hermione.
Jonah congelou perante aquela pergunta, Hermione por sua vez continuou compassiva e apenas respondeu:
- Creio que Harry. Não costumo me esquecer de rostos facilmente. Alem do mais estudei em colégio de freiras desde pequena e não havia meninos em minha escola. Falou calmamente.
Harry apenas sorriu aquela situação parecia o estar divertindo muito.
- Oh! É mesmo. Você tem razão. Alem de tudo um rosto como o seu é difícil de ser esquecido. Disse se aproximando e fazendo uma pequena reverencia para depois tomar-lhe uma das mãos da morena e dar um pequeno beijo, encarando-a nos olhos.
- Venha Harry. Jonah disse, colocando a mão no ombro do convidando e cortando o clima.
Ah! Sim claro. Vamos. Falou soltando a mão de Hermione e seguindo Jonah ate a sala onde estavam os outros convidados.
Quando começavam a se afastar um pouco mais da escada Harry olhou para trás, como se permitisse que Hermione os seguisse ate o outro aposento que era grande, decorado com confortáveis cadeiras e sofás de couro, mesas de mármore e algumas antiguidades. Um pequeno bar ficava num canto e parecia ter sido especialmente construído para complementar a decoração.
- Vou deixar Mione tomando conta de você. Jonah declarou dando um tapinha nas costas de Harry assim que chegaram a sala. Não se incomoda não é? Falo com você mais tarde.
Estou encantado. Harry murmurou com um brilho no olhar assim que Jonah se afastou. Os anos lhe deixaram lindíssima Hermione.
" Ele não parece encantado", Hermione pensou. "Parece um predador rondando a presa".
- Então quer dizer que agora você se lembra de mim. Perguntou um pouco dissimulada.
- Oh! Quer dizer que você ligou para aquela pequena atuação? Me desculpe. Simplesmente não queria que fossemos submetidos a um interrogatório.
- Sei. Indagou como se não se importasse.
- Os anos passaram rápido demais não é mesmo?
- Provavelmente sim. Mas talvez não rápido o suficiente.
- Por quê?
- nada. Talvez simplesmente porque você sumiu por longos dez anos e depois do nada quer voltar para a minha vida. Não acha um pouco presunçoso da sua parte.
- Acredite em mim. Não era de minha total intenção retornar a sua vida. Apenas fui cordialmente convidado a esse jantar e resolvi aceitar.
- não estou entendendo.
- mas vai. No momento certo é claro.
- se você esta dizendo. O que quer beber? Perguntou.
- o que você vai tomar?
- Vinho.
Geralmente, ela não bebia nas festas de seu pai, mas algo em Harry a deixava tensa, talvez pelos anos em que haviam ficado afastados e definitivamente um copo de vinho a ajudaria a relaxar.
- quero o mesmo. Disse Harry
Surpresa ela hesitou. Ele parecia querer brincar com a sua mente deixando-a irritada e estava de certa forma conseguindo.
"Você não vai conseguir me abalar Potter" Eu não sou mais aquela garotinha de dez anos atrás. Pensou Mione.
Ele ergueu as sobrancvelhas, intrigado.
- algo errado Mione?
"Mione" como soa estranho esse apelido saindo da boca dele agora. Não acho que apenas me esquece como ele o pronunciava. Mais uma vez Hermione se via presa em seus pensamentos. Entoa apenas abanou a cabeça e sorriu mais de seus pensamentos do que para ele. "Era realmente estranho como ele a irritava tão facilmente".
Hermione! – a madrasta a chamou. – Ah, ai esta você!
Hermione viu Harry sorrir ligeiramente, com certeza lembrando-se que o pai a cumprimentara do mesmo modo. Ele a olhava com curiosidade agora.
Assim que Laura se aproximou o suficiente de ambos Hermione tratou de apresentar o convidado que estava entretido com toda aquela situação.
- Laura, este é Harry Potter. Apresentou.
Como vai senhor... Hesitou esquecida. – Oh! Oh! Ss. Potter! Não é mesmo? Desculpe a memória ruim, mas estou um pouco nervosa. Prazer em conhecê-lo. Esticou o braço, olhando-o fascinada. Sem duvida era um homem muito bonito. – Meu marido... Ele esta te esperando.
- ele me deixou na companhia de sua bela filha. Harry respondeu soltando-lhe a mão.
- oh! Que bom! A madrasta ainda o fitava. Você não era como eu esperava.
- è mesmo? Perguntou com interesse.
Ele não sorriu apesar de Hermione ter percebido o interesse que surgia em sua voz.
- Diga-me o que você espertava.
Laura ficou corada. Olhou para Hermione sem saber o que fazer. Hermione por sua vez continuou calma e apenas colocou a mão sob a sua.
- Acho que o senhor Potter não quer que você responda. Comentou com um sorriso acalmando a madrasta.
- na verdade eu gostaria muito de saber. Contrapôs Harry.
Hermione, no entanto não deu chance de argumentação e encerrou a conversa.
- Talvez ele escute o que não quer. Eu estava lhe servindo um drinque não é mesmo? Disse mudando de assunto. O bar é por ali.
Se ele estava acostumado a lançar suas armadilhas sob os outros ela pelo menos sabia como se defender.
Quando eles pegaram o vinham Harry virou-se para ela e ergueu o copo.
- a um prazeroso reencontro com o passado. Brindou Harry.
"Mentiroso" se fosse tão bom assim você teria voltado antes. Mas não, é melhor você se acalmar Hermione. Jonah pediu para você tratá-lo bem. Pensava ela enquanto tentava controlar as emoções que percorriam seu corpo.
Ela apertou os lábios e levantou o copo. Os olhos deles de encontraram antes que ela tomasse um gole de vinho e desviasse o olhar. Havia um magnetismo nele que a deixava preocupada.
Hermione observou os outros convidados ao tentar desviar sua atenção daqueles intensos olhos verdes que a fitavam com um interesse perigosíssimo. Todos os que estavam ali eram representantes de firmas ou jovens empresários que hoje eram conhecidos como os "novos ricos", pois suas fortunas eram providas de recentes investimentos mesmo assim representavam a riqueza maciça da cidade.
- Há alguém aqui que eu preciso te apresentar? Ela perguntou a ele um pouco mais seca do que gostaria.
- conheço a maioria dos homens. Harry respondeu com sarcasmo.
Hermione sabia que ele estava se referindo as mulheres que estavam ali e que ele provavelmente gostaria de ser apresentado. Uma delas era uma famosa advogada e a outra uma conhecida artista quanto ao resto eram apenas as esposas que tinham que acompanhar seus maridos nesse tipo de reuniões.
- quer conhecer as outras mulheres?
- você se incomoda? Ele perguntou com i, tom especulativo e brincalhão.
- de te apresentar? Claro que não. Respondeu com indiferença ao comentário.
Eles se afastaram do bar e Hermione tentava encontrar o que estava escondido atrás daquela inofensiva pergunta. E encontrou. Harry provavelmente achara que ela estava querendo afastá-lo das outras mulheres. E não conseguiu conter o sorriso com esse pensamento.
- do que esta rindo? Ele perguntou.
- nada. "Só de você" completou em pensamento.
Ela maneou a cabeça. Queria da ruma lição nele, entretanto a festa de seu pai não era a ocasião apropriada para isso. Hermione seu um brilhante sorriso para esconder seus pensamentos e caminharam até uma das mulheres que estava sentada num dos sofás de couro.
Hermione gentilmente o apresentou e quando Harry sentou ao lado da mulher ela aparentemente ficou encantada com a sua presença. Aproveitando-se da situação Hermione escapou para dar uma olhada em Laura e descobrir se estava tudo certo.
Aparentemente a crise do reencontro já havia passado e ela já estava mais calma.
Assim que chegou a cozinha encontrou seu pai e sua madrasta conversando.
- tem algo que eu possa fazer por você Laura? Perguntou ao entrar na cozinha.
- esta tudo bem eu acho. Os garçons disseram que estava tudo sob controle.
- garanto que sim. Ela murmurou e sorriu para o casal.
- Mione você esta tomando conta de Harry? Perguntou Jonah.
- Ele não precisa que eu cuide dele, parece que ele esta muito entretido conversando com a Kate Bailey. Eu já lhe servi um drinque e fui educada como o senhor pediu. Acho que ele já é grandinho demais para precisar de baba e eu sou velha demais para aceitar esse trabalho. Respondeu seca.
Jonah franziu a testa.
- deveria ter ficado com ele. Em seguida deixou a cozinha e voltou à sala onde os convidados estavam reunidos.
Seguindo o pai com os olhos Hermione encontrou Kate conversando animadamente com Harry que escutava tudo com atenção animadamente. Hermione, no entanto achava que eles não podiam ter nada em comum, mas com certeza ela iria passar a maior parte do tempo agradando-o.
- Ele parece feliz... comentou em voz alta.
- como querida? Perguntou Laura.
- ahm?
- quem parece feliz. Insistiu Laura.
- papai parece feliz. Mentiu Hermione, olhando o pai que agora juntava-se a outro grupo para conversar.
- é verdade ele parece bem animado. Concluiu Laura com inocência. Hermione será que você podia...?
- Não se preocupe vou avisar que o jantar será servido.
- muito obrigado. Agradeceu Laura aliviada.
Hermione não abriu a boca durante o jantar, embora Harry estivesse ao seu lado. A conversa ficou baseada nas noticias do dia, política, best-sellers, últimos filmes e algumas fofocas de negócios.
Jonah concordava com todos os pontos de vista de Harry, não que ele fosse muito falante já que só respondia quando lhe perguntavam.
Ele parecia ter obtido muita experiência sobre a vida, tinha uma boa cabeça e Hermione respeitava isso. Não se achava o rei da razão, pelo contrario considerava a opinião dos outros. Nisso ele não havia mudado em nada. Continuava a ser o Harry que Hermione tanto admirava (apesar de conseguir me irritar muito facilmente. Por que será? Pensou a morena).
Certo momento enquanto os outros debatiam, Harry virou para Hermione e perguntou:
- você é sempre tão calada assim?
Hermione pousou seu garfo em meio a salada e tomou um gole de vinho.
- simplesmente não tenho nada a dizer. Indagou.
- Pelo que eu me lembre você adorava falar. Contrapôs Harry. Ate mesmo quando parecia não haver o que ser dito.
- muitas coisas mudaram nesses anos Harry. E eu não sou exceção. Alem do mais a Kate esta ai do seu lado, então por que você não vai conversar com ela. Disse cansada.
- ciúmes? Perguntou com um sorriso divertido.
- não seja convencido Potter. Estou apenas esclarecendo a situação.
- entendo. Então me diga o que você acha das taxas do governo?
- o que? Perguntou surpresa com a nudança de assunto. Você esta ficando louco ou esta apenas querenso me confundir. Encarou-o tentando descobrir o que ele queria.
- acredito que nem uma das duas coisas. Quero apenas puxar assunto.
- Humf! Acredito que elas estejam bem. Disse com desinteresse.
- você não esta colaborando Hermione. Sussurrou perto de seu ouvido. Seu alito acariciando sua nuca. Então me diga como você consegue controlar toda essa magia que esta presa em você? Acredito que faça alguns anos que você não há usa não é mesmo? Pelo que eu vejo a energia que flui do seu corpo esta quase fora de controle.
Hermione não conseguiu deixar de se engasgar com o comentário. Harry apenas riu do efeito que provocou.
- não se preocupe comigo. Disse com raiva. Eu tenho tudo sob contole. Falou começando a se descontrolar. Não preciso de seua ajuda e...
Porem nesse exato momento a taça que estava a sua frente se quebrou espalhando vidro por toda a sala. Por sorte ninguém foi atingido.
- tudo sobre controle é? Perguntu Harry. Estou vendo o seu controle.
- isso... isso... isso foi um acidente, garanto que não acontece a anos, mas parece que você tem o poder de me deixar irritada. Humf! Suspirou mais uma vez. Me desculpe. Não queria ser grossa coom você. Mas estou dando um jeito nisso.
- jeito?
- sim. Respondeu baixo. Acho que so preciso extravasar um pouco dessa energia e depois tudo volta ao normal.
- já faz isso há muito tempo.
- o que? Descontar a minha raiva no primeiro que eu vejo? Perguntou sarcástica. Estou brincando. Ma sim, quando a minha magia sai um pouco do controle eu vou para a casa de campo e descarrego um pouco nas arvores. Ajudou bastante nesses últimos anos. Concluiu ela.
- compreendo.
Os olhos deles não davam nenhuma pista de sobre o que ele estava pensando, apenas a observava com curiosidade. Se Harry ficara surpreso perante a sua resposta ele não demonstrava.
Após o incidente a sobremesa acabou tendo que ser servida na sala ao lado. Quando todos passaram para o outro aposento, Jonah passou a conversar com Harry que escutava atenciosamente. Porem quando todos iam sentar-se a mesa para comerem da sobremesa pediu-lhe que levasse Harry para ver os quadros da Nova Zelândia.
- Harry esta interessado nos nossos quadros minha querida. Comentou com certo triunfo. Eu lhe disse que você mostraria nosso Heaphy que esta na biblioteca. Eu ano gostaria de deixar os outros convidados então...
" os outros convidados com certeza não perceberão sua ausência durante cinco ou dez minutos", pensou em replicar. Porém as boas maneiras venceram.
- acho que o senhor Potter vai querer a sobremesa papai.
- na verdade não sou muito chegado a doces. E a menos que a senhorita deseje ficar parra a sobremesa não vejo problema algum em vermos os quadros agora.
- claro. Ela concordou com um sorriso forçado.
- Hermione cuidara de você. Jonah disse a Harry.
- tenho certeza que sim Sr. Granger.
Hermione concluiu que seu pai achava que sua missão era cuidar de Harry Potter. Ela o olhou de relance e encontrou um brilho irônico em seu olhar, acompanhado de algo muito mais perturbador. Ocorreu-lhe que naquele momento a ultima coisa que queria seria ficar sozinho com aquele homem.
Contudo, a biblioteca estava a duas portas de distancia. Não tinha como fugir.
- por aqui ela. Ela indicou.
Harry caminhou ao lado dela e quando alcançaram a porta da biblioteca adiantou-se e abriu-a. ele a encarou por um momento e deixou a porta aberta, esperando que ela passasse.
As prateleiras da biblioteca de Jonah eram cheias de jornais, revistas de finanças, best-sellers, alguns livros clássicos, livros de viagem, biografias, ficções modernas e em um canto meio que escondido e escuro da biblioteca uma coleção de livros que Harry identificou como sendo de magia. Curioso perguntou:
- por que você ainda os tem se não usa mais magia? Não é perigoso deixá-los a amostra do publico?
- você sabe. Sempre adorei ler, velhas manias nunca se esquecem. E quanto ao perigo não é. Lancei um feitiço quando ainda usava minha magia. Eles só podem ser vistos por quem tem poderes mágicos. Qualquer trouxa que tentar lê-los vai conseguir ver apenas um monte se paginas em branco e nada mais.
- esperta como sempre.
Tentando mudar o rumo que aquela conversa estava começando a assumir Hermione apontou para a pintura de Charles Heaphy que ficava pendurada ao lado da mesa.
- ai esta. Hermione mostrou desnecessariamente.
Harry já estava cruzando a sala pra ver de perto. Hermione ficou no meio da sala apenas o observando.
- é um bom exemplar, não é? Ele comentou.
- é? Não sou nenhuma expert embora sempre tenha gostado muito dessa pintura e ter lido vários livros de arte moderna.
Ela caminhou em sua direção também admirando o quadro.
Ele a encarava com interesse enquanto ela se aproximava lentamente.
- esta na família há muito tempo? Perguntou Harry.
- na família? Ela abanou a cabeça. Meu pai comprou há uns poucos anos atrás, quando os "magos" das finanças diziam que a arte seria o investimento do futuro. Receio no entanto que essa pintura não tenha valorizado tanto quanto meu pai esperava.
- Ele não é um apreciador? Perguntou Harry com interesse.
- Você é? Ela rebateu.
- sou apenas um apreciador da beleza e me interesso muito por tudo a ela relacionado.
- acredito. Respondeu com sarcasmo.
- mas admito que não seria capaz de descobrir um quadro falsificado.
- esse não é uma falsificação. Se é isso que esta insinuando.
- não sugeri isso. Esse não é o meu ramo. Sou apenas um amador em matéria de arte.
- mas acredito que seja só mesmo em matéria de arte que você seja um amador não é mesmo? (afinal com as mulheres você parece se dar muito bem)
- você é muito divertida Hermione. Confesso que a muito tempo não me divertia tanto. Mas voltando ao nosso assunto. Meu ramo de trabalho é outro.
- qual é oi seu ramo?
Hermione estivera pensando nisso a noite toda, mas não tivera coragem de perguntar.
- seu pai não resumiu?
- resumo?
Ela o encarou pasma, percebendo o sorriso daquele olhar.
Parecia que Harry estava lendo sua mente. Como sempre fizera quando ainda estavam em Horgwats. Era uma sensação desconfortável reviver aqueles momentos a tanto "esquecidos".
- sou um investidor. Meus negócios fazem uma espécie de ponte entre o mundo trouxa e o mundo dos bruxos. Minha companhia financia e compra empresas que estão à falência sendo que depois de recuperá-las ganho uma verdadeira fortuna revendendo-as já que suas ações passam a ser muito valorizadas.
- você é dono de um cemitério lucrativo. Por assim dizer claro. Indagou Hermione.
- é uma maneira muito peculiar de se encarar os fatos, mas acredito que sim.
- muito diferente...
- você é capaz de se lembrar? Como as coisas eram antes? Quantas vezes as tudo já mudou nossas vidas?
- acho que não saberia te dizer. Só sei que não sou criança...
- não? Interrompeu Harry
Os olhos dele brilharam e Hermione desviou o olhar.
- não esta querendo bancar a envergonhada.
Ela o fitou e encontrou um olhar frio e irônico.
- não estou envergonhada. E não gosto de seus joguinhos Potter. Não pedi e já te disse isso antes para voltar a minha vida e muito menos admito que você brinque comigo.
- não acho que não.
- você esta indo longe demais nas suas insinuações Potter. Acho que não devo te lembrar que para mim agora você não passa de um estranho. E não pretendo trocar confidencias com alguém que não vejo há tantos anos.
- hahahaha! Realmente você é uma boa atriz. Sinceramente você deveria entrar para o cinema. Que filinha mais devotada e boa você é não? Aposto que ajuda o papai e a madrasta em tudo. Disse dissimulado.
- eu... Ajudo quando posso.
- estou certo disso. Acho que você tem muito a perder.
- não estou entendendo o que quer dizer com isso.
- tudo isso. Ele disse olhando ao redor. É muito impressionante.
- tudo o que meu pai tem foi conseguido com grande esforço.
- isso é questão de opinião.
- eu não admito que você ofenda meu pai.
Hermione estava apreensiva. Algo parecia muito errado naquela conversa. E a suprema confiança de Harry apenas piorava a situação. Por que ele estava sendo tão dissimulado?
- não estou ofendendo, apenas digo a verdade. Procure saber quando ele começou a perseguir a minha amizade e vai descobri o por que de tudo isso.
- quer dizer que não foi pelo seu charme. Ela perguntou com frieza. Achei que ninguém conseguia resistir a você.
- esta dizendo isso por experiência própria?
- hahaha! Gargalhou. Depois eu sou divertida. Mas ainda na alcancei o seu nível. Me diga então por que meu pai tem te perseguido? Perguntou fingindo interesse.
- seu pai precisa de dinheiro minha cara e rápido. Esta tão desesperado que nem sequer lembrou do amiguinho de infância de sua querida filha. É hilário às vezes falar com ele você sabia?
As coisas começavam a fazer sentido e a raiva que Hermione sentia logo se transformou em medo, que automaticamente tentou disfarçar.
- Eu... Eu não sei sobre o que você esta falando. Não me meto nos negócios de meu pai. E se soubesse não estaria com certeza discutindo esse assunto com você.
- não. Tem razão. Suponho que não seja esse seu papel.
Papel? Qualquer coisa que isso significasse provavelmente coisa boa não seria. A expressão dele agora era de desprezo e ela não estava gostando nenhum pouco da maneira como ele a fitava.
- sinto muito, mas não entendi a brincadeira. Não tenho a mínima idéia do que esta falando.
- que é isso! Ele sorriu maliciosamente. Esta indo muito bem. Fez tudo o que o seu querido pai pediu.
- mau pai esta sendo um bom anfitrião.
Hermione começava a entender o que ele queria dizer.
- essa é a sua primeira vez em nossa casa e ele quer que aprecie a noite. Acho que você entendeu errado e se já terminou aqui... Disse se afastando e caminhando em direção a porta.
- claro que você não terminou, não é? Não precisa ficar me bajulando porque achei tanto você quanto seu pai um tanto... Comuns. Acho que se a intenção dele era fazer você chamar a minha atenção não conseguiu. Nos conhecemos a tanto tempo e para mim é apenas você... Entende?
- não Harry você esta enganado. Em primeiro lugar nós nos conhecíamos e em segundo se isso é algum tipo de jogo...
- não é? Ele indagou com as sobrancelhas erguidas diabolicamente. Pensei que esse fosse o jogo mais velho do mundo. Ou devo dizer... Profissão?
