(As personagens de Harry Potter não me pertencem e sim a J. K. Rowling, e os de Inuyasha são de autoria de Rumiko Takahashi.)

(Inuyasha e HP Crossover. Esta fic se passa após o livro "Harry Potter e a Ordem da Fênix". Harry está acostumado a ter surpresas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, e este novo ano letivo não seria diferente. U.A.)

O SEGREDO DO ESPECTRO

Capítulo I - O Enviado Especial

- Não me digam o que fazer! - esbravejou Harry, respirando descompassadamente.

- Cuidado com o que fala, moleque! - Esta casa ainda é nossa e, querendo ou não, estamos alimentando e protegendo você, seu grande mal-agradecido! - Válter respondeu, roxo de raiva.

- Estão me fazendo um grande favor! - zombou Harry, guardando a carta com violência em seu bolso, pronto para voltar a seu quarto - Me poupem! Nunca me quiseram aqui, nem eu quis ficar. Não sei o motivo de o Ministério mandar alguém, mas ele chegará aqui amanhã, quer vocês queiram ou não.

Harry bateu a porta de seu quarto com violência e sentou-se na cama, ofegante pela corrida que empreendera escadas acima.

Estava furioso. Os tios nunca gostaram de magia, mas disso a proibir um bruxo de pisar ali era demais.

Harry retirou a carta amassada do bolso e releu-a pela quinta vez, sua respiração voltando ao ritmo normal aos poucos.

"Prezado Sr. Potter,

O Ministério da Magia vem através desta solicitar audiência com representante em sua casa para tratar de assunto de seu interesse. No dia 01 de julho o senhor será um bruxo de maior idade, portanto seria uma data apropriada para discutir questões referentes à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e Àquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.

Favor responder o mais breve possível.

Atenciosamente,

Arthur Weasley

Seção para Detecção e Confisco de Feitiços Defensivos

e Objetos de Proteção Forjados"

Harry já se perguntara várias vezes o motivo de o Sr. Weasley lhe mandar uma carta tão formal, sem chegar a conclusão alguma. Fosse quem fosse o tal bruxo do Ministério, Harry certamente não o conhecia, pois o nome não fora mencionado; ou então o Sr. Weasley não quisera dar maiores informações com medo de a carta ser extraviada.

Harry prometera a si mesmo que iria embora para sempre da casa dos Dursley no dia de seu aniversário de dezessete anos, mas esperaria mais algumas horas como o Sr. Weasley solicitara.

Edwiges piou, trancada em sua gaiola.

- Espere só mais um dia, Edwiges. - respondeu Harry, empurrando comida para a coruja pelas grades - Logo estará livre. Assim como eu. - acrescentou em um murmúrio cansado.

Harry voltou para a cama e deitou-se, encarando o teto como se o mesmo estivesse prestes a lhe mostrar garras afiadas e envenenadas.

No dia seguinte, Harry ficou longe dos Dursley até a hora do almoço. Tivera pouco trabalho em arrumar sua mala, quase intocada, e desceu-a junto com a gaiola de Edwiges para a sala, sentando-se sob o batente da porta para esperar o misterioso enviado do Ministério.

Tia Petúnia, tio Válter e Duda ficaram na cozinha anormalmente quieta.

"Talvez eu devesse lhes lançar uma Maldição Imperdoável antes de ir embora.", pensou Harry, aborrecido com o clima tenso que se instalara na casa.

Pontualmente às treze horas Harry olhou para a sala, esperando que alguém surgisse da lareira ou coisa assim. Mas a casa continuava silenciosa.

Com o canto do olho, Harry percebeu um movimento na rua e voltou-se para olhar. Um carro prata e vidros fumê, de último ano, acabara de estacionar ali. A porta do motorista abriu-se e dele saiu um homem baixo e encorpado, que Harry supôs ser do Ministério. Ele quase conseguira se passar por trouxa como desejava; vestia um blusão colorido, shorts amarrotado, tênis e boné.

Harry levantou-se e se aproximou para cumprimentá-lo. O bruxo, no entanto, apenas executou uma pequena reverência, antes de abrir a porta detrás do veículo.

Harry nunca vira um homem tão diferente. Seus cabelos eram de um branco-prateado cintilante e alcançavam um incrível comprimento, chegando abaixo da cintura do bruxo. Harry perguntou-se a quanto tempo o homem não cortava o cabelo ou se usara feitiço para tanto. Seus olhos eram de uma estranha cor dourada e, Harry percebeu, eram despidos de emoções. Todo seu rosto, aliás, era como uma máscara.

O bruxo vestia-se socialmente com terno azul-marinho e camisa impecavelmente branca, e seus sapatos negros eram lustrosos, como se um elfo doméstico o tivesse limpado até vê-lo resplandecer.

- É um prazer conhecê-lo, Harry Potter. - o recém-chegado cumprimentou-o com um aperto de mãos - Meu nome é Sesshoumaru Taisho.

Harry queria perguntar se ele era estrangeiro, mas preferiu ficar quieto. O bruxo tinha um ar asiático, e Harry perguntou-se se ele era chinês ou japonês.

- O Sr. Weasley marcou uma data propícia para que eu viesse. - Sesshoumaru, percebendo o ar de curiosidade do rapaz, completou - Maiores explicações logo lhe serão dadas, Sr. Potter. Por hora, cuidaremos que sua viagem seja agradável. Sr. Wilson, por gentileza...

O motorista pediu que Harry o acompanhasse a fim de apanhar a bagagem. Os Dursley espiavam da porta da cozinha. Harry correu até sua mala e arrastou-a para fora com ajuda do motorista. Edwiges ficou quieta, esperando que sua gaiola fosse guardada no banco traseiro do carro.

O motorista fechou o bagageiro e entrou no carro. Harry fez menção de acompanhá-lo, mas sentiu a mão de Sesshoumaru repousar sobre seu ombro. Harry, ao voltar-se para encarar o bruxo, percebeu como a presença de Sesshoumaru era marcante e lembrou-se que não sabia a profissão que ele exercia. Auror, talvez? Harry ia perguntar qual era o problema, quando este lhe falou:

- Seus tios, Potter.

Petúnia e Válter estavam à porta e Duda tentava se esconder dos bruxos atrás dos pais, embora curioso para ver o que estava acontecendo.

Harry virou-se mecanicamente para os tios, usando de toda sua vontade para não apanhar a varinha do bolso.

- Como tanto esperavam, vou-me embora. Para sempre. Sinto muito pela senhora não ser como minha mãe, tia Petúnia. Adeus. - e virou-se para entrar no carro.

Sesshoumaru soltou-o para que o rapaz embarcasse. Dirigiu-se então aos tios de Harry, que estremeceram ante seu olhar frio:

- Dumbledore pediu-me que lhes desse algumas explicações. Harry freqüentará o último ano em Hogwarts este ano, indo morar na casa dos falecidos pais, Lilian e Thiago, além de ter herdado a casa do padrinho, onde nada lhe faltará - acrescentou esta última palavra com um leve ar de arrogância, na opinião de Harry, que assistia tudo do carro; Sesshoumaru lançou um olhar de desprezo para a casa dos trouxas, antes de prosseguir - E não se preocupem, o Lorde das Trevas e seus comparsas não se darão ao trabalho de virem atrás dos tios e primo de Harry Potter.

Os tios e o primo de Harry ficaram boquiabertos com a classe e modos de falar do bruxo, mas nada responderam. Como se previsse isso, Sesshoumaru apenas virou-se e embarcou no carro, pedindo ao motorista que partissem sem mais demora.

Um ronco baixo anunciou que o motor fora ligado. Logo estavam atravessando a cidade.

- Com licença, Sr. Taisho. - pediu Harry após alguns minutos. Sesshoumaru observava com indiferença a paisagem que passava por eles e virou a cabeça para Harry, sem nada responder. Entendendo isso como um "prossiga", Harry continuou - O Sr. Weasley, em carta, me avisou sobre uma conversa importante. E eu também gostaria de saber para onde vamos.

- O destino será o Beco Diagonal. Achei que preferiria conversar longe de seus tios trouxas. - completou com um leve ar de desdém.

- É, é verdade...

- Suspeitava disso. - Sesshoumaru voltou sua atenção para a janela e Harry supôs que a conversa prosseguiria depois. Controlando sua curiosidade, Harry virou-se para a gaiola de Edwiges.

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