Eu observava o sorriso das pessoas em relação à mim, os conhecidos sorriam amavelmente, minha amiga Ino sempre me lançava um sorriso incrédulo com a minha falta de "vida social aceitável para a sociedade", minha outra amiga Hinata tinha sempre um sorriso doce nos lábios, há não ser que estivesse bêbada ou eu estivesse.
Eu tinha essa mania de prestar atenção nesse pequeno detalhe que parecia grande para mim. Era a forma com que eu identificava as pessoas, as caracterizava pelo seu sorriso.
Esse meu jeito observador, sempre lendo as pessoas pelas suas expressões faciais, seu jeito de andar e falar, era algo tão normal para mim que fazia isso sem perceber.
Mas, havia uma pessoa que me intrigava, suas atitudes eram contrárias às expressões do seu corpo e aquilo me deixava louca.
Ouço o sino acima da porta de entrada da cafeteria tocar anunciando a chegada de um novo cliente.
Eu adorava trabalhar lá, podia conversar com pessoas de todos os tipos, ouvir suas histórias como se nos conhecemos há muito tempo, embora só tivéssemos um vício em cafeína ou a fuga da realidade nos ligando.
Vou sorrindo para a mesa onde o novo cliente havia se acomodado pegando meu bloco de notas.
— Boa tarde senhor, o vai querer? — pergunto.
Eu olho para ele e logo o reconheço, Sasuke Uchiha, o cara que me intrigava.
Começo a orar mentalmente para ele não olhar para cima e continuar concentrado em seu celular, por sorte algum Deus lá em cima atendeu me pedido.
— Um murffin de chocolate e um café bem preto — ele diz de forma entediada.
— Seu pedido logo estará pronto — digo.
Saio em direção ao balcão com o bloco de notas entre minhas mãos unidas agradecendo por ele não ter olhado para cima.
— Está parecendo uma retardada, pelo amor de Deus, para — fala Ino me olhando de detrás do balcão — Então, me diga o que o deus grego da faculdade pediu?
— Murffin de chocolate e café, bem preto — respondo — Você vai passar o pedido dele na frente, não é? — pergunto mesmo já sabendo a resposta.
— Mas, é claro! Vossa majestade entrou nesse fim de mundo, é claro que vou passar seu pedido na frente se isso significa ele vir mais vezes — fala animada.
— Então que tal trocar comigo? Você atende e eu fico no caixa? — proponho para ela, aquela era a única forma de fugir dele.
— Não dá, os clientes gostam de você atendendo, então trate de tirar essa cara emburrada do rosto e ir atender a Sra. Seymour que acabou de entrar — ela fala autoritária e eu reviro os olhos.
Olha para a Sra. Seymour e a vejo sentada na mesa atrás do Uchiha, ela era uma velha conhecida, um cliente veterano do café.
Sorrio indo atendê-la.
— Boa tarde Sra. Seymour, como está? — pergunto observando-a.
— Boa tarde querida, estou ótima — diz sorrindo.
— Boas novas?
— Meu filho Seije, se formou em engenharia e já vai trabalhar para uma empresa — fala feliz a notícia.
— Sério? Meus parabéns para ele! Você deve estar muito orgulhosa — digo contente — Então aposto que quer comemorar com um Cheesecake de morango — falo me lembrando dela sempre comer Cheesecake quando está muito feliz.
— Precisa como sempre — fala animada — Um dia o trago aqui para vocês se conhecerem — ela diz meiga — Espero que meu filho fique com uma mulher como você, trabalhadora e gentil — coro com suas palavras.
— Obrigada, Sra. Seymour. Vou informar seu pedido — digo me retirando.
Vou até Ino, já estava pronto o que o Uchiha pediu, digo a ela o pedido da Sra. Seymour antes de ir entregar o do Uchiha.
Começo a orar mentalmente para ele não olhar para cima de novo, que aquele celular sugasse toda a sua concentração.
— Aqui está seu pedido, Senhor — falo pondo o murffin de chocolate e o café na mesa — Mas, alguma coisa? — pergunto.
— Não, obrigado — ele responde dando atenção ao murffin, mas não olha para mim.
Graças a Deus.
Vou atender outros clientes mantendo distância daquele ser da nobreza da faculdade. Mas, parece que o universo conspirava contra mim, o pedido da Sra. Seymour ficou pronto e eu tive que me aproximar de sua mesa.
— Aqui está seu Cheesecake! — digo animada servindo a sobremesa.
— Obrigada querida — ela diz — Quando seu turno acaba? Queria por a conversa em dia — fala.
— Depende da movimentação do café, mas é entre 15:30 e 16:00, está longe de acabar — falo olhando para o relógio atrás do balcão, acabava de marcar 13:30.
— Isso é uma pena, vou tentar vir nesse horário — fala e começa a comer seu Cheesecake.
Vou atender um cliente que tinha acabado de chegar, ele se sentou na mesa à frente do Uchiha. O executivo abre o seu laptop para trabalhar.
— Boa tarde Sr. Naio, vai querer o seu tradicional café expresso? — pergunto.
— Sim, por favor — ele diz massageando o pescoço cansado.
— Também devo acrescentar um donuts com leite condensado?
Balança a cabeça positivamente, vou para o balcão informando o pedido a Ino.
Entrego os pedidos de outros clientes, pego outros, limpo mesas e fecho contas.
Vou até a mesa do executivo e deixo mais um donuts para ele, vou para a mesa do Uchiha que já tinha acabado de comer, mas não largava o celular e eu queria que continuasse assim.
— Gostaria de mais alguma coisa? — pergunto.
— À conta, por favor — ele diz.
Lhe digo o valor e ele pega a carteira tirando o dinheiro de lá, ele olha para mim e e um sorriso sacana surgi em sua boca, ele me entrega e confiro o dinheiro e vejo que tem mais do que o necessário.
O diabo não sabe contar o próprio dinheiro?
— Vou buscar seu troco — digo enquanto guardo o dinheiro no bolso do uniforme.
— Pode ficar com o troco, você com certeza precisa — fala se levantando.
— Com duas crianças para alimentar lá em casa, todo centavo vira ouro — disse mais para mim mesma do que para ele enquanto tirava os pratos de cima da mesa.
Não dá para saber se ele ouviu o que eu disse, estava olhando para os pratos e a mesa na hora, ele pareceu travar por um instante antes de caminhar até a porta e sair.
Vou para detrás do balcão e entro na cozinha, deixo os pratos encima da pia para Kai lavar, fui até a Ino mal-humorada.
— Aquela desgraça achava que eu ia muito querer dois reais e cinquenta centavos? — pergunto irritada.
— Calma, doida — diz Ino.
— Toma esses dois reais e cinquenta centavos, não quero nem a pau — digo lhe entregando o dinheiro.
— Muito menos eu, isso não vale nada Sakura — ela responde colocando tudo na caixa registradora.
Aquela pau no cu.
Com dois e cinquenta não dá nem para comprar uma coxinha.
Quando meu turno acaba, vou para o vestiário da cafeteria trocar de roupa, abro meu armário,tiro o uniforme do café e visto uma camisa branca grande e uma calça jeans rasgada junto com meu vans azul, pego minha mochila com as coisas da faculdade que estava dentro dele e coloco meu uniforme lá, Hinata chega para tomar o meu lugar, converso um pouco com ela e compro três cupcakes pra viagem, vou andando para a Universidade Konohakagure que ficava há duas quadras dali.
Chegando à faculdade, avisto um telefone público que ficava no campus, respiro fundo e sinto minhas pernas irem até lá de modo autônomo, agarro o telefone enquanto colocava as fichas que havia comprado noite passada com minhas mãos tremendo de nervosismo, o posiciono do lado do ouvido e começo a discar o número de meu pai.
Começo a suar frio ouvindo-o chamar, lágrimas se formam em meus olhos ao ouvir a voz dele preocupada do outro lado da linha.
— Alô? Sakura, é você? — ele pergunta em tom de desesperado.
Aquela não era a primeira ligação que eu fazia a ele naquele telefone público, mas nas outras eu não falava nada, apenas ouvia a sua voz para me acalmar.
— Sim, pai — solucei, as lágrimas se mantiam firmes em meus olhos, nem uma ousou cair.
— Meu Deus, Sakura! Você está bem?! Está chorando?! Precisa de ajuda?! O dinheiro que te mando não está sendo o suficiente?! — ele me bombardeia com várias perguntas angustiado.
— Sim, pai. Estou bem, o dinheiro é mais que o suficiente e não preciso de ajuda — falo tentando acalma-lo — Tenho um emprego, ganho um bom dinheiro lá, não precisa mandar dinheiro — bramir.
— Você não precisa trabalhar, me diga e lhe mando mais dinheiro — diz com a voz embarganhada — Por favor, Sakura, onde você está? — suplica.
— Tá tudo bem, não precisa mandar mais dinheiro. Se cuidem, tá legal? — digo não respondendo a pergunta.
— Sakura... — coloco rápido o telefone no lugar interrompendo a chamada.
Suspiro limpando as lágrimas presas em meus olhos, nem uma ousou cair.
Me acalmo e vou direto para minha aula de Anatomia, depois de uma hora e meia de aula, assisto uma aula Fisiologia, e por fim tenho uma aula de patologia.
Quando a última aula do dia termina já era noite, saindo da sala, pego meu celular e vejo que eram 21:30, andando pelo Campus, ligo para Lou.
Ela era minha amiga e quase colega de apartamento por passar mais tempo no meu do que no dela, Lou era uma morena louca que conheci enquanto saia de Osaka para Tóquio.
— Digas o que queres, cabeça de chiclete? — ela fala ao atender a ligação.
— As aulas acabaram, tô voltando pra casa, espero que não tenha posto fogo no meu apartamento tentando dar um de master chef, parasita suicida — digo enquanto caminhava.
— Já disse que aquilo foi um acidente! — exclama irritada.
— Belo acidente cair do alto de um prédio, Nina Lou — fala irônica — Sorte sua que tinha aquela espreguiçadeira ali.
— Eu tava bêbada, ok?! — retruca de saco cheio.
— Ok, mas pelo amor de Deus, não beba no meu apartamento de novo, não vou socorrer você se cair de um prédio de novo — aviso.
— Tá bom, já basta os meus pais — fala não aguentando mais — Vou pedir pizza, você paga.
— Certo.
Encerro a ligação e recebo uma notificação do aplicativo do banco.
"Kazashi Haruno depositou 1.500 reais à sua conta bancária."
Ele não me ouviu.
Desligo meu celular e vou andando até meu apartamento que era ali perto. Tanto a faculdade quanto a cafeteria e o meu prédio ficavam no distrito de Konoha, o que permitia que eu só precisasse caminhar um pouco para chegar até minha casa, o distrito era em sua maioria ocupado por estudantes da Universidade, então praticamente todo mundo se conhecia.
Acordo com a luz do sol batendo na minha cara e eu sinto uma vontade assassina me preencher por Lou ter aberto as cortinas.
Busco meu celular no criado mudo ainda de olhos fechados, sinto ele entre meus dedos e o pego, olho a hora e vejo que são 09:00 da manhã. Hoje, assim como ontem, só teria aulas a tarde, então estudaria de manhã para as provas que estão vindo.
Me sento tentando acordar, ontem fui dormir 01:30 da madrugada depois de assistir vários episódios de Titãs.
Me arrasto até o banheiro e me olho no espelho, meu cabelo parecida um ninho de pássaro rosa, eu tinha olheiras bem visíveis e a cara amassada, eu vestia uma camisa azul claro masculina que ficava extremamente enorme em mim junto com meias coloridas que só poderiam ser da Lou.
Lavo meu rosto para acordar, faço minhas higienes pessoais, parto rumo a cozinha atrás de algo para matar o leão no meu estômago, mas só o que encontro é uma dúzia de louças para lavar, a sala bagunçada e os restos do que foi um dia um pedaço de pizza.
Abro a geladeira e pego uma caixa de leite, tiro do armário uma caixa de cereal e uma tigela, coloco cereal e leite na tigela, e encho um copo com suco de laranja.
Como assistindo Strong Woman Do Bong-Soo, quase engasgo de tanto rir em algumas partes e acabo sujando ainda mais a sala.
Depois comer coloco os inúmeros pratos sujos na lava-louças e dou uma geral na sala e cozinha.
Os dois cômodos eram separados apenas por uma ilha, a cozinha era no estilo americano de madeira escura e mármore.
A sala era espaçosa tinha um sofá branco de três lugares e uma poltrona cinza moderna, o raque sob a TV de tela plana era de madeira escura com alguns retratos, o chão da sala era coberto em sua maioria por um tapete fofinho, em um canto da sala ficava uma escrivaninha que era onde eu estudava.
Me acomodo na cadeira giratória acolchoada e digo para mim mesma mentalmente que iria se dedicar a estudar.
Reviso um pouco de Bioquímica, faço um pequeno resumo de Biofísica médica, depois me concentro no seminário que o professor passou ontem de Imunologia.
A campainha toca e vou atender, olho pelo olho mágico e vejo Ino e Hinata do outro lado, abro a porta para elas.
— O que vocês vieram fazer aqui? — pergunto fechando a porta após elas passarem.
— Bom dia pra você também — diz Ino sarcástica.
— Bom dia, e então? — digo revirando os olhos.
— Vamos fazer compras e você vem com a gente — diz Hinata.
— Não vou, não — respondo convicta.
— Vai sim, logo começa o seu período de residência e não vamos mais poder nos vê tão facilmente — indaga Ino.
— Mas, logo vou ter prova e tenho que estudar! — exclamo.
— Sakura! Você é a melhor de sua turma! Não precisa estudar para provas que você já sabe tudo o que vai cair! — brandou irritada.
— Vamos Sakura, por favor. Por nós, pela nossa amizade — pedi Hinata.
Respiro fundo, pensando:
Mais que porra de amigas eu fui ter!
— Ok, ok, ok, vou. Mas, tenho que voltar antes das 11:30, entendidas? — digo por fim.
— Uhuuuuuu! — comemoram.
Elas arrumam meu cabelo e me fazem usar "roupas de garota" já que na maioria das vezes eu saio de casa com blusas masculinas.
Vamos ao shopping mais próximo e ficamos quase duas horas lá, passeando pelas lojas e comendo algumas besteiras.
Estava trabalhando na cafeteria novamente, eram 14:58 o que significa que meu turno acaba em 31 minutos.
Estava tudo tranquilo, o café não estava muito movimentado, eu limpava algumas mesas cantarolando uma música qualquer quando sino toca com a chegada de alguém, olho e tenho vontade de morrer ao ver quem era.
O capeta entra na cafeteria.
É nessas horas que eu me pergunto:
Mas, que merda foi que eu fiz pra merecer isso? Devo ter jogado pedra na cruz só pode, ou talvez seja meu signo. Ou melhor.
Eu sou fudida pra caralho.
Eu era a garçonete novamente, Ino estava no caixa e Hinata na máquina de café, então tive que ir pegar o seu pedido.
O Uchiha estava sentado em uma mesa qualquer mexendo no celular, vou até lá e pergunto:
— Boa tarde Senhor, o que vai querer? — pergunto de forma simpática.
— Você.
Nani?!
Eu? Watashi?
— Desculpe senhor, pode repetir por favor — digo só para certificar que ouvi isso direito.
— Você. V-O-C-E — ele até soletra para mim.
— Desculpe, não temos isso no cardápio — falo ainda confusa.
Isso é algum tipo de comida? Por que eu que não sou.
— Mas, tem na cafeteria — diz.
— O que o senhor vai querer? — pergunto novamente para ele.
Esse celular deve estar queimando os neurônios dele, só pode.
— Murffin de chocolate, café bem preto e você para a viagem — ele fala.
Saio dali considerando os dois primeiros pedidos e sem saber o que fazer com o último.
— E então? — pergunta Ino animada.
— O mesmo de ontem, mais "você" — falo e ela fica tão confusa quanto eu.
— Você? Tipo você? Você?! — questiona ela sem sentido.
— É você! A palavra você! Ele até soletrou! Você — falo tentando fazê-la raciocinar.
— O lorde de direito está afim de você? — pergunta Hinata enquanto preparava um capuccino.
— Não, claro que não! Existe não uma comida chamada "você"? — indago irritada.
— Existe — diz Ino — Ela tá na minha frente, tem cabelo rosa e está usando um uniforme de cafeteria — específica Ino.
— Puta merda, Ino! Só não passem o pedido dele na frente, tá? — falo de saco cheio e é quando eu vejo Hinata fazendo um café bem preto — Takipariu.
Pego o pedido de um cliente que já estava pronto e vou entregar.
Quando o pedido daquele ser fica pronto, eu imploro a Hinata para ir deixá-lo, mas ela diz que não pode.
— Ele é só o melhor amigo do Naruto! — digo.
— Mas, eu tô com o Kiba e o meu namoro já tá por um triz por causa dele — diz irritada — Kiba é pior que investigador de CSI, se ele souber que eu servi o Sasuke vai achar que eu também servi o Naruto — justifica.
— Vai logo lá Sakura e vê se desencana, veja se ainda sabe transar — fala Ino sem paciência.
Aquela loira vadia e o namorado cachorro da Hinata me pagam!
Pego o pedido dele e vou até lá, pondo em cima da mesa e me afasto rapidamente sem nem perguntar se ele quer mais alguma coisa.
"Você para a viagem."
Aquela bendita frase não saia da minha cabeça, não é todo dia que o "Lorde" de direito pede você para a viagem.
Não é novidade que ele era o sonho de todas as meninas, até Hinata já confessou ter tido sonhos eróticos com ele.
Mas, eu não gosto de ficar perto dele, normalmente eu consigo saber o que as pessoas sentem as observando, mas ele é uma incógnita para mim, ele age de um jeito e faz as coisas de outro, é frustrante! Sempre sério, não dá para saber o que ele vai fazer e isso me deixa louca! É irritante.
Yume chega faltando 5 minutos para meu turno acabar, vou direto para os fundos da cafeteria trocar de roupa, o uniforme do café consistia em uma blusa com a logo da cafeteria e um avental também com a logo, eu acabei sujando minha calça branca com café e não tinha como consertar aquilo.
De dentro do meu armário tiro a camisa azul clara masculina que iria usar, tiro meu uniforme e a calça suja, visto a camisa que mais parecia um vestido em mim.
Yume entra para trocar de roupa e olha para mim.
— Roupa legal, Sakura — fala abrindo o seu armário.
— Obrigada...
Guardo o uniforme no armário e ponho minha calça dentro a mochila, volto para a frente da cafeteria e vejo que o Uchiha não estava mais lá.
Graças a Deus.
— Vou indo — me despeço de Ino e Hinata.
— Vai lá e agarra ele! — diz a loira.
— Depois conta como foi — completa a morena.
— Eu não vou pegar ele! Parem com isso! — digo — Vejo vocês amanhã.
Saio da cafeteria e vejo o Uchiha de braços cruzados escorado em um carro preto, passo direto por ele indo em direção a Universidade, sigo andando e logo percebo um carro me seguindo, o desgraçado nem disfarça que está fazendo isso.
O carro segue ao meu lado e vejo o vidro abaixar, o Uchiha dirigia.
— Entra no carro — ele manda sem mais nem menos.
— Nem fudendo — digo e apresso o passo.
— Entra logo, Sakura — ordena.
— Não, você parece um sequestrador — digo andando o mais rápido que posso.
— Eu vou parecer mesmo um se você não parar de frescura e entrar nesse carro — fala sem paciência.
— Por quê?! — pergunto.
— Entra logo nesse carro antes que eu te sequestre — fala.
— Só me diz o por quê?! — pergunto sem paciência parando de andar.
— Entra e eu te digo — fala com o carro estacionado ao meu lado.
Bufo desistindo de tentar fugir dele, ele abre a boca e eu entro, ele volta a dirigir pela rua.
— Feliz agora?! Então, o que diabos você quer?! — pergunto de saco cheio.
— Você vai ver quando chegarmos — responde olhando a pista.
Ele pega seu celular e antes que pudesse usá-lo enquanto dirige eu o tomo de sua mão.
— Sakura! — exclama irritado.
— Não vou deixar que você nos mate! — digo indignada.
— Só olha se tem mensagens, tá? — diz sem paciência.
Ligo e não havia nenhuma notificação de mensagens.
— Não, não tem — aviso.
Permaneço com o celular dele nas mãos só para evitar que ele tente usá-lo enquanto dirige, de vez em quando ele lançava olhares para o celular e eu podia ver preocupação neles.
Algo naquela mensagem que ele tanto esperava estava o deixando tão preocupado que nem percebia que estava deixando suas emoções amostra.
Estamos indo em direção a faculdade até ele virar em uma rua e seguir em uma direção oposta a ela.
— A faculdade fica para o outro lado, onde estamos indo? — pergunto.
— Não vamos a faculdade — diz.
— O quê? Eu não posso perder aula, ainda mais hoje que tem aula prática — digo preocupada.
— Você está com seus equipamentos de medicina? — ele pergunta.
— Sim, mas aonde vamos?
— Você vai entender quando chegarmos lá — diz por fim.
Ele para em frente a uma casa grande e moderna, sai do carro e eu saio também.
Confusa o sigo, ele entra na casa e sobe as escadas, eu vou logo atrás não conseguindo parar de pensar em por que ele me traria ali.
Ele me trouxe para a casa dele, ele vai me fazer de escrava sexual para não contar para a faculdade inteira que eu trabalho no café.
— Uchiha... — eu o chamo, mas ele não responde nem olha para trás.
Ele para na frente de uma porta, a abre entrando e eu entro logo atrás, ao olhar quem estava ali, meus pensamentos evaporam imediatamente, tiro minha mochila rápido a jogando para o Uchiha e corro até quem estava ali.
