Are you brave enough to love?

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pov. Bella

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Bella, sinto muito, sei que odeia tempestades. Mas eu não posso voltar para casa, desculpa – disse Jake ao telefone.

Suspirei.

–tudo bem, eu entendo- respondi- mas vocês estão mesmo bem?

claro! O policial disse para mim e Tanya dormirmos aqui, na delegacia, a tempestade está forte, derrubou varia arvores. Voltamos daqui a três dias, pois tem suspeita de nevasca, e todos vamos ficar aqui isolados.

–você vai mesmo me deixar sozinha com o idiota do Cullen?- disse, birrenta, mesmo sabendo que não tinha nada a fazer.

Ele rio.

sinto muito, sei que ele te enche o saco- disse em meio a risadas, ainda.

O celular começou a chiar, ouvi em meio aos chiados ele dizer tchau e que me amava.

Joguei o celular na cama. Ótimo, agora eu passaria os próximos dois dias com a toupeira do Edward Cullen.

Esse fim de semana era para ser um simples e romântico encontro de dois casais na casa de campo do meu pai e de Edward. Mas claro que essa pacata e idiota cidade chuvosa tinha que estragar tudo! Agora eu estaria presa nessa casa gigante com Edward! Por que não com Emmet? Ou até mesmo Chuck Noris!

Eu conheço ele desde que me entendo por gente, nossos pais são melhores amigos, e sócios num negócio desde a mesma época, e assim são nossos avôs também. Somos até amigos, mas ele A-DO-RA me irritar, e isso me dá nos nervos (o que na verdade deve ser sua intenção)!

O que mais me irrita é que sempre, sempre mesmo, que fico perto dele eu começo a sentir meu corpo quente, e fantasio em beijar aqueles lábios cheios... mas francamente! Eu tenho namorado! Um ótimo namorado por sinal! Ele é lindo, fofo, carinhoso e super atencioso comigo. O cara perfeito para uma garota como eu.

Andei de um lado para o outro decidindo se ia ou não no quarto de Edward e Tanya (sua namorada) dizer que ela estava presa na delegacia junto com Jake. Suspirei, ele tinha que saber, merda! Vou ter que ir lá.

Atravessei o corredor a passos rápidos, sobre o tapete persa. Chegando a porta de mogno esculpida do quarto dele levantei a mão e bati com os nós dos dedos.

-Edward? Posso entrar?- perguntei.

Ouvi o barulho da TV ligada.

-claro!- ele respondeu.

Abri a porta, ele estava de calça jeans sentado com as pernas esticadas na cama vendo jogo. Só de calça jeans! Eu podia ver o cós de sua cueca da Calvin Klein. Senti uma quentura indesejada. Olhei quase que involuntariamente para seu peito nu. Quase tive um ataque epiléptico! Ele tinha o tanquinho mais perfeito e definido que já tinha visto em toda minha vida! E isso conta os vídeos de instrução de exercício.

Balancei a cabeça tentando clarear as ideias.

-eu vim dizer que Jake e Tanya não vão voltar hoje, ficaram presos na delegacia pela tempestade- torci o nariz- só voltam depois de amanha, pois pode nevar. Acho que o policial cedeu uma cela para eles dormirem.

-humm- disse- só os dois? Em uma cela? Nossa vai dar merda!- disse ele rindo. Não parecia nem um pouco incomodado ou enciumado com isso.

Revirei os olhos, e dei um suspiro. Esse garoto sabe mesmo me deixar nervosa. De duas formas...

-só se for do lado da biscate da sua namorada- disse com petulância- pois meu namorado é fiel.

Ele se ajoelhou na ponta da cama, o mais próximo possível da porta, onde estava parada, sem sair da cama.

-isso é o que você pensa! Você sabe como era seu querido namorado antes de começar a namorar. A Tanya é muito gata, e velhos hábitos custam a morrer- disse, a ironia explicita.

Claro que era verdade o que ele disse sobre Jake, a primeira parte. Ele tinha, sim, fama de pegador e já deve ter pego pelo menos metade das garotas do campus. Mas ele havia mudado, e até Edward sabia disso. Ele só falava para me irritar, e devo dizer que está funcionando.

Andei até ele e apontei o dedo pra ele, numa forma de ameaça, encostando em seu peito nu. Sua pele quente e macia fez minha mão toda formigar, mas ignorei a sensação.

-mas é a sua namoradinha que costumava transar com qualquer um que tivesse pênis antes de te namorar- gritei- Na verdade ela nem ligava se era um garoto, um uma garota com um vibrador!

Ele rio da minha cara, quando explodi.

-quantas vezes vocês já não transaram desde que estão namorando, a umas duas semanas! Deixe-me pensar... Quarenta? Cinquenta?- ele parou de rir.

-e você? Quantas vezes já deu para o Jake? Namoram a três meses... umas cem?

Trinquei o maxilar e espetei seu peito com o dedo.

-se quer saber ainda sou virgem seu idiota! Jake sabe isso e respeita!- ele pareceu assustado com essa informação.

-você é virgem?- disse com um sorriso malicioso- sempre tive tara por virgens!

Argh! Que garoto mais... mais estupido!

-eu não sabia que gays tinham tara por virgens!- grite irada.

Ele assumiu uma expressão raivosa. Eu o conhecia bem, embora brigássemos muito, eramos amigos, e ele odiava ser chamado de gay.

-gay? Vou te mostrar o gay!- gritou também- vou fazer engolir suas palavras!

-a é? E como?- espetei seu peito de novo com o dedo, que ainda formigava devido ao contato com a pele nua de seu peito definido.

Ele olhou lentamente para meu dedo indicador em seu peito. Nem vi quando sua mão agarrou a minha e puxou meu braço, me fazendo me precipitar para a frente, encostando em seu peito nu, deixando nossos rostos incrivelmente próximos. Engoli em seco.

Ele passou o braço por minha cintura, rodou o corpo me derrubando sobre a cama, com ele sobre mim.

Ele aproximou nossos rostos, nos deixando a centímetros um do outro, os lábios quase se tocando.

-seu estúpido! Saia de cima de mim- disse, mas minha voz não passou de um sussurro, devido ao nervosismo de estar tão próxima a ele.

-quer mesmo que eu faça isso?- sussurrou ele.

Engoli em seco, novamente. Não respondi. Acho que ele entendeu isso como consentimento.

Encurtou a distancia entre nossos lábios, até que eles se tocaram. Nem eu imaginava qual seria a minha reação. No inicio, eu resisti, tentei empurrá-lo. Mas isso durou poucos segundos, não mais que cinco. Logo depois eu já estava agarrada a seu pescoço.

Ele mantinha suas mãos ao lado de minha cabeça. Quando o beijo acabou ele voltou a suspendei seu peso, nos afastando um pouco. Me fitou nos olhos, por alguns segundos. Não sei porque fiz isso, mas agoniada por ele ter interrompido o beijo, com as mãos já em seu pescoço eu o puxei de volta.

Vendo minha reação, ele se soltou finalmente. Enterrou as mãos em meu cabelo, me puxando para si.

No fundo de minha mente tinha uma vozinha chata gritando e tentando sobreviver ao prazer que se alastrava, eliminando toda e qualquer razão de minha mente, no fundo sabia que essa vozinha estava certa. Eu tenho namorado, ele tem namorado. Mas ambos estavam fora hoje, pensei. Eu mesma não conseguia me deter. Não pude deixar de comparar isso com quando me agarrava com Jake, era diferente, completamente diferente. Quando estava com Jake podia sentir a ternura em cada toque, o carinho; só agora notei que aquilo na verdade não me satisfazia. Estar com Edward era zilhões de vezes melhor, sentir seu toque me fazia arder em chamas, sua voz me causava um arrepio; agora com esses amassos notei que a ternura não era para horas como essa. Edward fazia eu me sentir pequena indefesa e feminina, fazia-me ver estrelas através das pálpebras.

Porém esses pensamentos sumiram de minha mente, como qualquer outro, quando senti suas mãos saindo de meu cabelo, se arrastando lentamente, sob a blusa, por minhas costas, passando pela cintura, abdome e voltando as costas, me puxando para si, arqueando-me de um modo incontrolavelmente prazeroso.

Enrosquei minhas pernas em seu quadril e escorreguei as mãos até seu abdome, passei a mão do mesmo modo que havia fantasiado desde que o vi ao entrar no quarto. Ele estremeceu.

Nossos lábios estavam grudados, movendo-se em sincronia. Podia sentir nossas línguas brincando juntas. Seu beijo era perfeito, completo e parecia me levar até a quinta dimensão.

Senti suas mãos escorregarem de minhas costas até o joelho. Deixando um rastro de fogo, e as moveu subindo por minha coxa até o minhas nádegas. Ele as pressionou leve e intensamente.

De repente ele simplesmente parou o beijo, gemi indignada. As caricias também foram interrompidas. Ele se afastou um pouco e me fitou nos olhos.

-Nós temos namorados! Não devíamos estar fazendo iss...- começou.

Icei meu corpo e lhe roubei um beijo antes que terminasse, o qual ele correspondeu de boa vontade. Depois de mais alguns segundos de beijo voltamos a nos fitar.

-Eu sei- respondi, finalmente, em meio a um suspiro- mas eu não quero paras- completei.

-nem eu- respondeu.

Depois de mais um beijo longo, eu mesma nos interrompi.

-temos que parar!- disse

-eu sei- respondeu.

Com um suspiro ele saio de cima de mim e caio ao meu lado.

-o que foi isso?

-boa pergunta- respondeu.

Me levantei e sai do quarto sem dizer mais nada.

Esperando esfriar a cabeça fui para a cozinha. Peguei um copo de água gelada, e bebi em poucos goles. Lá fora podia ouvir tempestade, os raios riscando o céu eram facilmente pela janela. Ouvi um zumbido e depois de falhar duas vezes a luz apagou completamente. Droga!

Fui até o interruptor, que ficava perto da janela. Testei duas vezes e ele não acendeu. A noite escura não me deixou ver nada por um tempo, esperei meus olhos se acostumarem.

Ouvi algo que parecia um uivo, mas não era tão grutual. Teve um relâmpago, com isso vi a coruja branca para em frente a janela. Me assustei ferozmente, a coruja também, ela saiu voando e bateu as garras na janela. Dei um pulo e soltei um grito muito alto, apavorada.

-Bella!- ouvi Edward, preocupado.

-na cozinha- disse um pouco baixo, arfando.

Ele apareceu na porta.

-está tudo bem?- perguntou.

-sim, eu só me assustei com uma coruja na janela- expliquei arfando ainda.

Ele abriu a geladeira e pegou leite que bebeu direto da caixa. Dei nota mental de não tomar leite.

-sobre o que acontece...- ele começou.

O interrompi:

-então, eu queria te pedir para não contar a Jake.

-feito, mas você não pode contar a Tanya nem a minha próxima namorada.

-acho que chegamos num acordo- disse rindo com o próxima namorada- e mais uma coisa, acho que, bom, é melhor a gente não fazer aquilo de novo...

Ele riu.

-por mim tudo bem. Quer dizer não tao bem, afinal eu não sabia que você beijava daquele jeito... se tivesse me avisado antes provavelmente não estaria com Tanya...- disse brincando e nós rimos, eu meio constrangida. A mesma vozinha irritante do beijo disse em minha mente que toda brincadeira tem um fundo de verdade.

-bobo.

Ele passou o dedo nos cabelos.

-é o que dizem- respondeu rindo.

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já quis começar com pegação, sorry.

Mas o que será que vai acontecer com dois adolescentes em uma mansão isolada e sem luz?

Afinal, no escurinho é mais gostoso... xoxo'