The Collector.
(O Colecionador)
Helena Darkhölme.


#1: Beyblade pertence à Aoki Takao e seus licenciados. Assim, essa fanfic não possui fins lucrativos.

#2: Situa-se após o último campeonato de beyblade da série original (terceira temporada).

#3: A personagem Reaper pertence à autora (Helena Darkhölme).

#4: Reescrita da fanfic de mesmo nome, The Collector, postada aqui anos atrás.


01.

Interior da Escócia.

Ele não estava familiarizado com a paisagem. Era a primeira vez que viajava para esse país e sem previamente tê-lo estudado. Esse fato é capaz de conceber uma noção de quantos pontos turísticos perdeu, apesar de não afetá-lo qualquer seja o modo.

Ele era indiferente a isso. O importante era que ele não tivesse lá o tempo de sobra para encontrar outras diversões.

Talvez tivesse se concentrado ou se animado demais em lutas clandestinas nos subúrbios europeus. Precisava – de alguma forma – fortalecer a autoestima e ganhar confiança de si mesmo. Ou apenas familiarizar com o comportamento dos jovens bladers e a forma de adequar-se a cada ambiente. Particularmente, do jeito que as coisas estavam, ele nunca saberia a diferença.

Passado como vitorioso em todos os combates, ele acabou por chamar a atenção de pessoas erradas, aquelas que não deveriam se intrometer em assuntos particulares ou de perturbar sua paz. Até mesmo de desafiá-lo para um duelo, este por sua vez, envolto de muitas ataduras escondendo truques da meia-noite.

E mesmo sabendo do risco e da reputação sombria daquele grupo, resolveu por cutucar um morcego com a lanterna.

Provável que Sanguinex estaria no escuro, escondendo os sangramentos e murmurando ameaças vazias. O amaldiçoando por ter retirado o único sopro de vida que restava no coração vampiresco, a única esperança de um dia (ou noite, no caso) de voltar a ser uma pessoa normal.

Após esse conflito, pensou por um tempo na hipótese de ser amaldiçoado, da maldição ser real (o que, talvez, fosse a maior preocupação) e de virar algum ser sobrenatural, sendo condenado a escuridão eterna. A animação em relação a essa possibilidade distante era praticamente... Nula.

Ele nunca foi um rapaz cheio de crenças, fantasias e disposto a aceitar a própria identidade caso virasse um vampiro ou lobisomem. Ou em outra hipótese, de viver em plena negação e caçar cada ser considerado como sobrenatural.

O mais importante, entretanto, não era o relato de suas recentes atividades e quem ele acabou machucando (algo que acontece com frequência). Mas sim a pasta negra que segurava nas mãos e que continha uma etiqueta:

Majestics.

Uma coleção de folhas especial sobre Sr. McGregor.

Johnny McGregor. O Gladiador de Glasgow.

Integrante da equipe europeia: Majestics, junto com Robert Jurgen, Enrique Giancarlo e Oliver Polanski.
Sua fera bit é Salamalyon, uma salamandra dourada, cujo principal ataque é o Fire Rod.

McGregor é considerado o pavio curto da equipe. Possui uma personalidade rude, impaciente e imprudente - tal como um cavaleiro e sua armadura. É um verdadeiro sarcástico escocês apesar de ser confiante do tipo que todo blader deveria ser. É também um atleta, joga tênis e golfe, mas xadrez não faz parte da lista de esportes preferidos. Possui uma forte relação aos companheiros de equipe, entretanto, ele segue o lema: "Trabalhar sozinho". Johnny desaprova Polanski, ganha facilmente Giancarlo no tênis, e não possui uma amizade muito afetiva com Jurgen.

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Tem um coração de ouro.

Leu a ultima frase e suspirou. Saber que possuía um coração provido dos mais calorosos sentimentos humanos não mudava o trágico destino do gladiador. A verdade era que não o comovia, nem mesmo causava um balancear mínimo dentro do peito. Praticamente nada.

Detalhe importante sobre esse rapaz segurando o destino de Salamalyon: ele é provido de sentimentos. Ele não é uma pessoa com um coração frio, apenas mal interpretado. E caso o coração tivesse uma cor, seria em algum tom de cinza.

Facilmente chega-se a conclusão que McGregor seria alguém estourado ao ponto de gastar todas as energias nos primeiros momentos da luta - se souber o motivo dela. Caso contrário, até resultara em um bom combate, com várias surpresas no final. Mas o tipo ideal de batalha não era prioritário na determinada circunstancia. Precisava viajar para o Japão o mais rápido possível.

Afinal, as pessoas falam. Espalham a noticia e ele, por vez, deixa de ser uma surpresa. O sucesso de seu plano dependia disso ou pelo menos o começo dele.

Em outras palavras, ele não tinha o que esconder e suas intenções eram tão claras como as chamas de uma salamandra. Só não eram bem vistas no mundo do beyblade.

Ele podia sentir a adrenalina em seu sangue pulsar cada vez mais forte à medida que imaginava lutar contra Johnny McGregor. Podia imaginar como a euforia o infectaria quando seus dedos apertassem a Salamalyon. Uma felicidade mais do que autentica, o famoso Sumo Bem.

Uma alma bestial aprisionada e fora dos limites da liberdade em seus dedos.

Heh. Destruir vidas fazia parte do que ele era.

Afinal, ele se chamava Reaper e pela tradução,significa o "Anjo da Morte". Apesar disso, ele não era de trazer a morte ou ser o responsável por ela, o que acontecia era algo próximo - apenas uma consequência que ele não tentava evitar. Considerava o termo "O caçador de almas" como pesado e subjugado. Afinal, não saberia o que fazer com as almas em si além de ser trabalhoso conquistá-las por métodos ilícitos

Ele era apenas Reaper... O Colecionador de ferabits.

Muito prazer.