Sinopse:
Em Desirée é abordada a história que se origina de um acordo entre famílias onde apenas há um objetivo: lucro e reconhecimento. Quando você se torna moeda de troca e se torna uma peça importante neste jogo, toda a sua vida e seu futuro passa a não ser mais seu.
Desta forma Pan imaginava a sua vida depois de estar envolvida em um Omiai desde a sua infância, no entanto depois de um longo tempo fatos começam a surgir e ela percebe que o desconhecido não quer apenas o prestígio do seu nome, mas que deseja toda a sua alma.
Notas Iniciais:
"Dragon Ball pertence a Akira Toriyama.
Aqui apenas faço o uso de seus personagens em um universo completamente alternativo.
Independente do seu gosto, o enredo é meu. A história é minha e plágio é crime de acordo com o art.184 do código penal"
Design da capa por: chuulaa
Arte da Capa por: Ilya Kvshinov Art
Apreciem esta short-fic.
Prólogo
A juventude é realmente algo muito especial, uma época que pode ser determinante na vida de um ser humano de uma forma boa ou ruim.
Época de descobertas e de criações. Nasce ali uma nova personalidade, uma nova pessoa.
Eu vivi a minha juventude, vivi a minha liberdade enquanto ela estava em minhas mãos. Intensa e apaixonadamente eu vivi a minha vida enquanto ela ainda era minha.
Eu nunca havia levado a sério o fato de estar prometida em casamento a um homem que mal conhecia. Creio que o motivo de nunca ter parado para pensar sobre o assunto é por que tenho medo de cogitar tal futuro. Então, todos os dias eu buscava viver a minha liberdade de todas as maneiras possíveis, sem me deixar abalar por qualquer coisa ruim que viesse a acontecer.
Não tinha o menor interesse em saber como acontecera todo o acordo e negociação. Sim, todo o casamento era apenas negócios para fins lucrativos por parte de ambas famílias e isso era mais do que normal, acontecia com a maioria das garotas com quem conheci e convivi. Amor era apenas uma consequência que poderia vir a estar na sua vida ou não.
Certa vez mamãe enviou-me uma carta onde explica e suplicava para que eu entendesse a situação, uma vez que eu havia prometido me rebelar e fugir caso houvesse pressão em cima de mim.
"[...] A pessoa que irá ser seu esposo é um homem muito bom e um grande amigo de seu pai e de seu avô. Não seja egoísta, pois tudo o que tens hoje é por ele e por que ele te deu... Seu avô apenas aceitou o acordo, já que estávamos em total falência financeira. Apesar do prestigio que o nosso nome tem no mercado, seu pai por pouco não fechou as portas de nossa empresa e..."
Era simples, "a pessoa que iria ser meu esposo" era um novo rico não muito conhecido no meio mercado e para poder progredir com novas sociedades e negociações precisava da confiança dos empresários e para isso ele teria que ter alguém com um nome prestigiado ao seu lado. Pronto! Perfeito, não? Talvez, mas não para mim.
Aos oito anos de idade fui enviada a uma escola interna na Suíça por intermédio do tal homem. Vovô Satan enchia a boca para dizer que marido melhor não havia, pagar um colégio e toda e qualquer outra despesa para a noiva até os dezenove anos era algo que poucas tinham a felicidade de possuir.
Desde então tenho vivido no Instituto Le Rosey¹, a minha casa desde que era uma pequenina. Eu não me imaginava longe daquele lugar que pra mim parecia o paraíso na terra. Lugar que mesmo repleto de regras, era o espaço onde eu poderia ser quem eu sou sem almejar agradar alguém.
Havia feito diversas amigas e conhecido muitas pessoas, vivido muitas experiências e planejado inúmeras coisas que infelizmente não sairiam da minha listinha de sonhos a serem realizados.
Talvez você acredite que eu esteja aceitando a situação muito facilmente e talvez você tenha razão. Mas não há muito o que se fazer quando se está numa zona de conforto.
Bra escovava os cabelos enquanto fazia diversas poses em frente ao grande espelho que tínhamos no nosso quarto. Movia o rosto sobra a palma esquerda da mão e lançava olhares lascivos e sedutores para o reflexo a sua frente. Fiquei a observá-la enquanto vestia o meu uniforme.
Ela guardou a escova no canto da penteadeira e apalpou o terno retirando um pequeno objeto de dentro do sutiã. Era um brilho labial de cor incolor, que por sinal chamava a atenção para os seus lábios. Por fim prendeu os cabelos esverdeados em um rabo de cavalo perfeito no alto da cabeça, estava linda.
— Olha só, até parece uma aluna modelo. Quem te vê dessa forma até acredita que realmente é uma boa garota — comentei sorrindo dando-lhe um abraço apertado pelas costas — mas acho que usar brilho labial esteja fora do padrão. Regra de número CXVI²: Todas as alunas do Instituto Le Ro-
Ela se virou de repente e me beijou. Tão rápido que eu ao menos pude ter uma reação. Senti o rosto esquentar, olhei para ela confusa e ela riu divertida com a situação.
— Pronto, agora somos duas fora do padrão.
Toquei meus lábios e me virei para o espelho.
— Que malandra você é! Então por isso me beijou — falei enquanto limpava com um lenço os cantos borrados.
— Decepcionada? Se quiser te dou um beijo de verdade, na verdade poderia ser dois ou três... O que acha? — perguntou sussurrando em meu ouvido enquanto passava os braços em minha cintura.
Me virei para encarar seu rosto e percebi seus olhos azuis me olhando esperançosos a espera de uma resposta.
Segurei seu rosto em minha mão e me ergui na ponta dos pés para beijar a sua testa.
O sinal soou.
— Acho que estamos atrasadas para a primeira aula. Vamos antes que as outras nos procurem. — disse enquanto corria em disparada até a porta.
Bra assentiu fingindo cara de choro.
— Sua baixinha, volte aqui!
Nos conhecemos em nosso primeiro dia no instituto e dividimos o mesmo quarto na mesma ala de dormitórios desde então. Éramos completamente o oposto da outra, mas ainda assim nos tornamos boas amigas. Quem sabe, as melhores uma da outra. Ela era muito diferente das meninas ocidentais e muito parecida também em alguns aspectos culturais, Bra era incomum.
Tínhamos uma relação muito bonita e intima. Ficar com minha melhor amiga foi o mais perto que eu cheguei de saber o que é ter um namorado. Beijos e toques eram pouco frequentes, mas era normal acontecer coisas deste tipo quando se estuda em um pavilhão restrito só para garotas. Todas compartilhávamos do mesmo segredo e confesso que era divertido.
A nossa rotina era de aulas intensas durantes quatro dias na semana. As sextas-feiras, sábados e domingos eram destinados a atividades ao ar livre e entretenimento. Além de que nas sextas e sábados o toque de recolher era a partir da meia noite e meia.
Era o meu penúltimo ano no instituto e como era de se esperar, eu estava começando a ficar com os nervos à flor da pele.
Tentei me livrar deste tipo de pensamento, tinha coisa mais importante na minha frente agora, teste de física. Isso era mais do que necessário para que eu me esforçasse ao máximo para não tirar um grande zero.
A notícia reconfortante – ou não – é que o semestre finalmente iria acabar e essa data estava próxima. Iria ficar longe das garotas, mas poderia visitar a minha família no Japão. Estava com saudades de mamãe.
— Senhorita Son. — ouvi uma voz me chamar de longe, baixo o suficiente para me fazer ignorar e voltar com minha atenção para o maldito teste. — Senhorita Son Pan?
Despertei.
— Perdão?
Voltei o meu olhar para cima. A tutora me encarava com os olhos espreitados. Oh não! Ela iria ver que eu não tinha marcado nenhuma questão mesmo estando com a prova em mãos a quarenta minutos. Cobri a prova com as mãos rapidamente.
— Erm... Hum, acho que ainda não está na hora de recolher as provas, ha ha — disse completamente sem graça olhando sugestivamente para as outras garotas que também estavam fazendo o teste.
— Tem uma ligação para a senhorita, poderia ir até a sala de comunicação por favor? — disse
Suspirei de alívio
— Tudo bem, obrigada.
— Senhorita? — chamou novamente
O que é agora?
— Sim, senhora Fikins?
— Poderia deixar a sua avaliação na mesa por favor? Terá a oportunidade de concluí-la quando retornar. — disse apontando para as folhas em minhas mãos.
De forma desajeitada coloquei de volta a avaliação na mesa e voltei ao caminho da sala de comunicação.
Seja quem for, que seja abençoada essa linda pessoa que me fez o favor de me tirar da tensão que eu estava passando na classe.
Adentrei a sala e encontrei a Mira — uma senhorinha doce que administrava o local. Ela tirou o telefone do gancho e me estendeu o fio do aparelho.
— Está em espera. — disse ela apertando o botão para que a ligação voltasse ao normal.
Abafei o microfone transmissor
— Quem é? — perguntei me lembrando do fato de que não sabia quem estava na linha.
— É alguém da família.
Assenti. Com certeza era mamãe, vovô dificilmente ligava.
— Oi.. — do outro lado havia apenas silêncio, me lembrei de que não estava falando japonês — Hai!
— Você demorou um pouco, cheguei a pensar que a ligação havia caído. — disse uma voz rouca, baixa e desconhecida.
— Eh? Quem está a falar?
Um riso curto e a voz surgiu novamente.
— Seu período de férias começa na segunda não é mesmo? — antes que eu pudesse imaginar ou responder alguma coisa ele seguiu novamente — Na semana seguinte enviarei alguém para te buscar. Você irá passar o final de semana comigo antes de visitar a sua família.
Não é possível.
— O-o.. M-mas o q-quê? Como assim? Olha, eu não estou entendendo nada.
Não. Não ainda. Falta um ano.
— É normal que esteja surpresa, mas espero que se prepare para o nosso encontro. Não esperava que iria me ver apenas no dia do casório, esperava?
Sim, seu maldito idiota. Velho terrível!
— Claro que não, senhor — disse com ironia — Mas achei que apenas veria esta sua face desprezível quando estivesse formada e com dezenove anos!
— Vejo que lhe falta disciplina e respeito, mas isso é outro assunto que iremos tratar. Espero que tenha um bom início de semana e ah... Boa sorte no teste!
Todos os sentimentos que foram afugentados e guardados em um lugar bem esquecido no espaço da minha mente vieram à tona de uma vez só. Me senti espancada por todos eles, como se cada um fosse um soco no estomago.
Eu iria ligar para mamãe e fazê-la me dizer o porquê de tudo isso. Eles me enganaram e eu não ia deixar barato.
Não, não, não!
Segurava o telefone no ouvido como se esperasse uma resposta ou coisa parecida, mas a única coisa que ouvia era o som de que a ligação havia sido encerrada.
Notas Finais:
Observações:
¹ Instituto Le Rosey: Este instituto realmente existe, quem quiser dar uma pesquisada para conhecer mais sobre, fique à vontade.
² CXVI: 116 em números romanos.
Espero que tenham gostado, em breve surgirá um novo capítulo. Desculpem qualquer erro, ele foi revisado rapidamente. As dúvidas que provavelmente surgirão, vão ser esclarecidas nos demais capítulos.
Ah e recomendo as pessoas que não gostam do tema submissão, síndrome de Estocolmo e possessão no relacionamento a não lerem essa história e se lerem, fazer o favor de não me incomodar com conversinha (vulgo: mimimi)
Quanto a estrutura textual, ortografia e etc, fiquem livres para comentar e sugerir dicas e correções.
