Eu corria desesperada atrás de um conforto, estava chovendo a chuva deixava a cada pingo dos meus ossos gelados, e me deixando mais convencida do que me esperava, eu sabia que iria morrer nesse instante, mas meu coração ainda batia em compasso. Meu sangue ainda fluía eu tinha esperanças, esperanças suicidas que talvez eu sobrevivesse...que isso era um sonho, não isso não seria um sonho. Seria um pesadelo. Corria desesperadamente pelas ruas, pisando em possas e deixando minha saia e sueter mais molhados e com respingo de barros, meus cabelos grudavam no meu rosto dificultando ainda mais a visão que a chuva já estava me proporcionado, meu pequeno corpo vira bruscamente em uma viela meus cabelos ruivos estavam bagunçados meu peito explodia, estava sem ar mais não dava para eu parar agora eu tinha que lutar para sobreviver um pouco mais,primeiras palavras, primeiro amor, primeiro namorado. Começo, meio e fim. Meu fim... qual seria o meu último pensamento?, meu último suspiro?, qual seria a minha última visão? ... Aliás quem estaria na minha última visão?.
Acordo desorientada olhando para os lados, estava na minha cama. Minha casa. A minha cama ficava na minha casa. Isso eu tinha certeza. Meu corpo estava suado, me levanto e desço as escadarias e vejo a luz da sala acesa vejo minha irmã deitada em cima de grossos livros acadêmicos, folhas espalhadas pelo chão e mesa. E ela provavelmente estava fazendo relatórios gigantes, ela trabalhava no setor financeiro de uma grande corretora da cidade, ela passava constantemente noites acordadas para que não me levassem para um abrigo. Não me tirassem do conforto que ela me proporcionava. Eu também não queria isso, por esse motivo eu trabalhava em turnos em um bar pouco movimentado, para contribuir com seus esforços, era apenas um salário mínimo. Mas ajuda muito. Vejo no relógio ue estava marcando duas horas da manhã, ajeito a minha irmã confortavelmente na mesa e subo novamente, tentando cair no sono. Isso seria impossível. Mas eu teria aula ou seja eu não teria outro jeito a não ser tentar dormir.
