DE VOLTA PARA O FUTURO 1MP3RF3170
5UP3RN47UR4L ALTERNATIVE UNIVERSE
CAPÍTULO 1 - PRETÉRITO DO FUTURO
AUTOR: DWS
SINOPSE
Salvar pessoas. Matar monstros. Para os Irmãos Winchester, isso sempre pareceu a coisa certa a se fazer. Mas, e se alguém viesse de um futuro distante ou se um deles fosse para esse futuro e lhes dissessem que não é bem assim?
AGORA
Dean levantou bem alto o punho para imprimir mais força ao golpe. A pele da criatura era incrivelmente dura. Descobrira isso em frustrantes confrontos anteriores. Balas de prata ricocheteavam sem causar dano visível à epiderme da criatura. Lâminas de ferro fundido e de bronze se partiam, assim como lanças de carvalho e de olmo. Fortes indicativos que a criatura não tinha natureza sobrenatural.
Balas comuns já tinham se confirmado inúteis no primeiro embate, dois dias após chegarem à cidadezinha de Durango, no Colorado. Vieram atraídos pelos relatos de que uma criatura perseguira e matara todo um grupo de praticantes de rapel. O grupo de aventureiros teria explorado na semana anterior um canyon considerado amaldiçoado pelos nativos e coletado artefatos.
O guarda florestal local, considerado um excelente atirador, fora encontrado muito ferido na trilha que levava ao canyon. Ele afirmava ter descarregado todo um pente de balas contra o tórax de "algo que não era humano" sem qualquer resultado aparente.
Relatos da presença de monstros indestrutíveis na região do Grand Canyon vinham de tempos imemoriais. Os navajos referiam-se a eles como "Os Antigos" ou como "O Antigo Inimigo". Inúmeros indícios arqueológicos sustentavam a tese de que os Antigos teriam se estabelecido na região de Mesa Verde em 5.500 a.C. e que formavam uma comunidade tecnologicamente avançada para os padrões da época.
Nos séculos seguintes, a influência cultural dos Antigos teria se estendido a diversos povos nativo-americanos dos estados do Colorado, Arizona, Utah e Novo México. Povos com tradições culturais diferentes, mas que tinham em comum histórias antigas de seres que não podiam ser mortos por nenhuma arma criada pelo homem.
Se a criatura não tinha natureza sobrenatural, restava aos Winchester apelar para tecnologia de ponta. Balas com ponta de titânio capazes de perfurar blindagens. Facas com lâmina de um aço especial, extremamente duro, revestida com uma liga metálica também especial que tornava o gume da faca extremamente cortante. E granadas de napalm.
Bazucas e lança-chamas foram deixados de lado. Eram grandes e pesados demais. Não conseguiriam carregá-las por longas distâncias em terreno acidentado com a rapidez necessária.
Os resultados compensaram o trabalho que deu obter essas armas sem disporem de dinheiro bastante para comprá-las.
A criatura estava ferida, mas não incapacitada. Parecia temer o fogo de napalm, mas fora ágil o bastante para não se deixar atingir pelas granadas. Apenas 2 das 10 balas especiais de que dispunham acertaram o alvo, mas não em pontos vitais. A faca derramara o equivalente a sangue da criatura: um líquido denso e escuro. Mas, os cortes foram superficiais, pouco mais que arranhões.
Dean estava no seu limite. A adrenalina em seu sangue o mantinha de pé, mas ele estava à beira da exaustão. A perseguição ao monstro já se estendia por quase uma semana. O terreno era difícil, os dias muito quentes e as noites geladas. Foram muitas horas caminhando sob sol escaldante e bebendo pouca água. Foram várias noites mal dormidas no Impala ou em acampamentos improvisados.
A criatura era ardilosa. Montava armadilhas e criava pistas falsas. Não era humanoide, mas parecia ter um grau de inteligência quase humano. E também ágil. Seus contra-ataques eram sempre perigosos. Em mais de uma oportunidade - e por muito pouco - os caçadores não viraram caça.
Dean sabia que o mais prudente seria acuar o bicho e esperar que Sam o alcançasse para que juntos atacassem a criatura. Mas, não queria arriscar que a criatura mais uma vez se evadisse. Era agora ou nunca. Podia não ter outra oportunidade como aquela. Sabia que o risco era grande. Se não o matasse, muito provavelmente acabaria morto. Precisava perfurar a couraça e transpassar o coração do monstro com a lâmina de aço num único golpe.
Então, o inesperado. Ao descer o braço para desferir o golpe fatal, Dean sentiu cada músculo seu enrijecer. Inicialmente o braço que empunhava a faca. Rápida e progressivamente, a paralisia se espalhou pelo corpo inteiro.
- Que diab .. !
Dean não consegue completar a frase. A paralisia o impedia de falar. Dificultava sua respiração. O medo começa a dominá-lo. Estava em meio a uma batalha de vida ou morte. O que diabos estava acontecendo? Fora a criatura? Teria sido envenenado de alguma forma? O estranho é que a criatura também parecia estar sendo afetada da mesma maneira.
Um ruído abafado de .. passos? Sim, passos. Algo ou alguém se aproximava sorrateiramente. Vindo de trás, pelo seu ponto cego. Sam? Não. Conhecia o irmão bem demais. Conhecia sua forma de andar. Não era ele. Só podia ser o responsável pela sua paralisia. E não havia nada que pudesse fazer. Não tinha como se defender. Estava a mercê de quem ou do quê o deixara neste estado.
Estavam ali. Mais de um. Rodeando-o. Observando a ele e à criatura. Não podia mover a cabeça. Não conseguia sequer mover os olhos, que permaneciam fixos na criatura à sua frente. Mas, agora que estavam em seu campo de visão, podia ver suas formas fugidias com a visão periférica. Eram apenas dois. Mas, dois .. o quê? Não eram completamente invisíveis quando se moviam, mas confundiam-se completamente com o ambiente quando se imobilizavam. Pelas silhuetas, pareciam ter forma humanoide.
Dean mal percebe quando a paralisia afeta sua capacidade de formular pensamentos. Era como se - para ele - o tempo tivesse desacelerado até parar.
- Ku453 q n40 ch3g4m05 4 73mp0. M415 4l9un5 s39und0s 3 n0ssa missão teria fracassado.
- 4h! R3parou? O tradutor universal já está operacional.
- Quanta incompetência! Era para chegarmos com vinte e quatro horas de antecedência. Mas, eles são os especialistas. Nunca que vão admitir que erraram as coordenadas temporais. Eles NUNCA erram. Cretinos arrogantes. Semanas de cálculo do supercomputador pensante mais avançado da galáxia. Três meses de planejamento dos maiores estrategistas do Governo Mundial. Milhões de créditos gastos. E chegamos com os acontecimentos já em curso. Uma margem de minutos. Quase que tarde demais.
- Temos que admitir que são muitas variáveis. Estamos falando de poucas horas em dez mil anos. Determinar o momento exato de um acontecimento do qual não há qualquer registro é quase um exercício de imaginação.
- É! Mas, quando acontece um erro, a culpa sempre recai sobre a equipe de campo. Pode ter certeza que, se essa missão for um fiasco, vai sobrar para nós.
- Esquece. O importante é que chegamos antes do arcturiano ser morto.
- E o homem? Acredita que possa ser ele? O lendário caçador de monstros? D1n W1n-7?
- Acho que nunca saberemos ao certo. Não é só deste evento que não temos um registro confiável. Simplesmente não existem registros confiáveis deste período temporal. A liberação de um software malicioso multiplataforma pelo grupo terrorista Earth First na última década do século 21 destruiu praticamente toda a informação armazenada em meios eletrônicos digitais baseados em chips de silício. Uma parte considerável dos registros de todos os campos do conhecimento humano abrangendo os cem anos anteriores à liberação do vírus foi perdida. E nem tudo pode ser recuperado a partir de fontes primárias ou da memória das pessoas.
- Muitos historiadores da nossa época acreditam que os irmãos D1n e 100 W1n-7 sejam personagens lendários. E provavelmente são. Como o semideus matador de monstros H3r-Ku-L3z de um passado ainda mais remoto. Eles acreditam que os feitos de inúmeros matadores de monstros de carne e osso - homens e mulheres - foram todos atribuídos aos irmãos lendários. Mesmo que os Win-7 tenham existido, dificilmente poderiam ter matado tantos monstros em tão poucos anos.
- Mas, se esse homem for realmente D1n W1n-7, é corajoso como dizem as lendas. Enfrentar um espreitador arcturiano armado com uma simples faca exige muita coragem.
- Creio que a tecnologia desta época não dispunha de nada muito mais avançado. Estamos nos primórdios da Era Pré-Espacial.
- Já estive neste período temporal. Na parte europeia do continente eurasiano. Umas sete décadas antes do presente momento. Não eram tão primitivos assim. Já dispunham de armas de grande poder destrutivo. A fusão termonuclear já tinha sido ou estava prestes a ser descoberta.
- Sei de que missão está falando. A sua última missão com o 4-ck3. Eu tinha acabado de entrar no 71m3C0rp e mal o conhecia, mas me doeu ver o que fizeram com ele.
- O Comando resolveu fazer dele um exemplo. Fez valer todas as punições previstas no regulamento. Afastamento sumário. Baixa desonrosa.
- Eu o encontrei uma vez naquele barzinho que você gosta. Tentei puxar conversa, mas ele deu a desculpa que tinha que acordar muito cedo no dia seguinte, pediu a conta e saiu. Em nenhum momento ele me olhou nos olhos. Era visível o constrangimento dele. Talvez por eu ser um oficial e ele não mais. Ser rebaixado da forma que ele foi acabou com a autoestima dele.
- A punição foi dura, mas merecida. Lamento e torço por ele, mas a verdade é que o 4-ck3 foi e continua sendo um cabeça-dura indisciplinado. Vivíamos discutindo. Você é meu parceiro agora, Pd-L3k. E vem se mostrando um bom oficial e um amigo como poucos. Sabe que o considero um amigo. Um amigo de verdade. Já eu e o J3n éramos apenas colegas de trabalho.
- Valeu, Ch4d. Também o considero um amigo de verdade. Talvez por isso viva esquecendo que você é meu superior hierárquico e o trate como um colega. Acho que foi a forma como você me tratou desde o início. Sem formalidades. Sem frescuras. Sei que não é o melhor momento, mas sinta-se abraçado.
- Você e essa sua mania de abraços. Escreve o que eu estou dizendo: isso ainda vai nos causar sérios embaraços. S4r-4H já está olhando torto para você. Dito isso: Vamos ao trabalho! Estamos aqui perdendo um tempo precioso conversando. Temos um trabalho importante a realizar: trazer uma espécie extinta de volta à vida.
- Então, isso é um espreitador. Imaginava maior.
- Estamos presenciando o instante final de uma história épica. A morte do último espreitador arcturiano. A extinção de uma espécie extraordinária. A nave que trouxe os arcturianos caiu na Terra em plena Era Glacial. É espantoso que tenham convivido com humanos por tantos milênios e sua natureza alienígena não tenha se tornado um fato histórico incontestável. Não tanto pelas proporções do corpo. Mais pelo formato do rosto e das mãos que não têm nada de humano. E também pela cor da pele meio que acinzentada.
- Talvez eles tivessem como disfarçar essas características no passado e agora não mais. Eles dispunham de uma tecnologia infinitamente superior à dos humanos da época. Mas, os suprimentos que eles trouxeram acabaram. Eles foram canibalizando a nave e, sem peças de reposição, nenhum equipamento se mantém funcionando por vinte mil anos. Os primeiros doze mil e quinhentos anos eles passaram em hibernação. Aí o sistema de suporte de vida começou a apresentar falhas e o primeiro deles despertou. Ele fez o que pode, mas em pouco tempo foi necessário despertar o grupo todo. A partir daí, começou a batalha do grupo pela sobrevivência num planeta hostil.
- O pouco que restou da nave foi desenterrado no século 42, mas sua origem arcturiana só foi estabelecida com certeza no século 48. A armadura de grafeno foi encontrada no século 75, a menos de 200 m daqui. A datação de carbono feita quando a armadura foi descoberta já tinha estabelecido que a morte do usuário da armadura aconteceu na primeira metade do século 21. Mas, foi preciso aguardar até o século 121 para que surgisse uma tecnologia capaz de determinar com precisão a data da morte.
- Quanto mais conheço, mais impressionado fico com a tecnologia arcturiana. Uma armadura de combate feita de grafeno com espessura molecular. Dura como diamante e tão fina que fica invisível sobre a pele. Na verdade, integra-se de tal maneira à camada epitelial do indivíduo que torna-se parte do corpo. Deixa o guerreiro quase invulnerável.
- É triste saber que, isolados de seu planeta, os arcturianos tenham regredido a ponto de serem considerados feras irracionais. A causa da destruição da colônia que criaram nesta região do continente americano permanece um mistério. O que se sabe com certeza é que não mais existiam como comunidade quando descendentes de povos europeus chegaram a essa região.
- É realmente um final melancólico para uma espécie altamente desenvolvida e que colonizou tantos planetas. Agora é coletar amostras de sangue e tecido do último exemplar conhecido dessa espécie. O clima seco dessa região permitiu que algumas poucas moléculas orgânicas estivessem preservadas 54 séculos depois de sua morte. Sem isso, não estaríamos aqui hoje.
- Faz parte da nossa missão garantir que essas moléculas fiquem preservadas para serem encontradas no futuro. Para isso, precisamos aspergir gel fotopolimerizável num trecho de pele do arcturiano. Vai proteger essa amostra de tecido epitelial da ação do tempo. Tem a exata composição dos resíduos do gel encontrado na armadura de grafeno no século 75.
- O matador de monstros deve pensar em si mesmo como um herói. Contabiliza as vidas humanas que salva a cada monstro que mata e ignora o direito à vida de outras espécies. Quantas espécies não foram extintas por essa forma tacanha de pensar? Um patrimônio genético inestimável perdido para sempre.
- A tecnologia de viagem no tempo nos permitirá corrigir esse absurdo. Pense em quantas espécies extintas poderão ser trazidas de volta. Seremos capazes de trazer de volta muitas espécies racionais não-humanas de origem genuinamente terráquea que homens como D1n Win-7 ajudaram a exterminar. Imagine termos na equipe um vampiro ou um metamorfo? Um pelotão de exploração espacial multiespécies. Indivíduos de espécies diferentes trabalhando juntas pelo bem comum. Como a parceria que humanos primitivos tinham com cavalos e cães. O quanto essas e outras espécies não poderiam ajudar a humanidade na exploração do espaço se não tivessem sido extintas por ignorância e medo?
- O que acha de também tirarmos uma amostra de sangue do matador de monstros? Com ela, poderíamos rastrear sua ancestralidade. Melhor ainda: quem sabe não descobrirmos descendentes diretos dele vivendo em nossa época.
- Abriria uma linha de pesquisa interessante para os nossos historiadores e geneticistas. Mas, sabe que não é essa a nossa missão.
- Mas, já que estamos aqui .. Eu adoraria saber a verdade sobre D1n Win-7. Quando eu era criança, via holo-animações de seus feitos fantásticos.
- Eu já terminei com o arcturiano. Vai coletar uma amostra de sangue do humano ou não?
- Vou. Sei que acabaria me arrependendo se não o fizesse.
- Apresse-se, então. Quanto antes voltarmos, menor o risco de alterarmos a História. Em poucos minutos, o efeito do bloqueador neural passará e nosso humano primitivo e o alienígena recuperarão a mobilidade.
- E, então, D1n W1n-7 matará o último espreitador arcturiano do Universo. Uma criatura com habilidades sensoriais únicas. Extinta até mesmo em seu próprio sistema estelar em função das guerras que os arcturianos travaram com impérios estelares vizinhos.
- Se tudo der certo e tenho certeza que dará, recriaremos a espécie em nossa época.
- Já tenho a amostra de sangue do humano. Me passa a cápsula de acondicionamento.
- Reparou no homem? Olhando para ele, não vejo nada que o diferencie de nós. Se me perguntassem, eu diria que esse indivíduo é fisicamente indistinguível dos terráqueos do nosso tempo. Quanto ao nível de inteligência, eu não me surpreenderia se me dissessem que está mais próximo dos neandertais.
- Garanto a você que são surpreendentemente inteligentes. Eu próprio não acreditava e foi isso o que mais me surpreendeu quando estive neste período pela primeira vez. Não os subestime.
- Quem sabe não decidam replicar o próprio D1n W1n-7?
- Já pensou? Termos o lendário D1n W1n-7 na equipe?
- Fica você com cápsula. Eu estou restabelecendo a interface espaço-temporal. Em minutos estaremos de volta à nossa base. Prepare-se.
- CH4D! ATRÁS DE VOCÊ!
O aviso do tenente Pd-L3k chegou tarde. Pego de surpresa, o capitão Ch4d M0-R4y não teve tempo de esboçar qualquer reação. O selvagem surgiu do nada empunhando uma faca e se lançou sobre ele no exato momento que o portal se abriu. O impulso fez os dois atravessarem a interface temporal que se fechou em seguida.
- NÃO! Isso não podia ter acontecido. Era o Ch4d que estava com o acionador de interface. Estou preso aqui. Até que possam abrir outra interface espaço-temporal, estou preso nesta era primitiva. E não poderá ser aqui. Não é seguro abrir dois buracos de minhoca muito próximos no espaço-tempo. Felizmente, a cápsula com o material genético do arcturiano ficou comigo. Ela está equipada com um sinalizador que permitirá rastreá-la no futuro. Preciso ir para longe. Quanto mais afastado eu estiver deste lugar, mais cedo eles poderão me resgatar.
O tenente Pd-L3k consulta o geolocalizador de seu computador de bolso e confronta sua posição com pontos conhecidos de ocupação humana daquele período temporal. Estava a mais de 150 km em linha reta da povoação mais próxima. Tinha uma longa caminhada pelo deserto e o traje de camuflagem que estava vestindo não era adequado para o clima daquela região. O computador de bolso acusava umidade relativa do ar de 11% e temperatura de 44 Celsius.
É melhor eu sair daqui antes que passe o efeito do bloqueador neural. Não devo ser visto por D1n Win-7. Se ele me atacar, não poderei revidar. Mesmo que isso me custe a vida. Não posso em hipótese alguma alterar a História. E isso inclui não permitir que tecnologia do futuro caia nas mãos dos habitantes desta época.
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DEPOIS
- SAM! Onde diabos você se meteu? Matei o monstro, mas apreciaria muito ter tido a sua ajuda para esconder o corpo. Agora, tudo que eu quero é parar na primeira espelunca que encontrar e dormir o resto do dia. O resto da semana. Sem falar que continuo sentindo um formigamento estranho no corpo inteiro. Estou exausto. Nem sei como arranjei forças para matar e depois enterrar a criatura. Deus, eu preciso urgentemente descansar.
Dean abre as portas do Impala, baixa os vidros e deita no banco traseiro com os pés para fora, torcendo para que o irmão não demore muito. Precisava de um banho. Queria beber uma cerveja gelada. Dormir. Detestava deixar o irmão dirigir seu Bebê, mas tinha que reconhecer que não estava em condições no momento. Com o alívio de saber que a criatura estava morta, a adrenalina baixara e um sono mortal se abatera sobre ele.
- Onde diabos [bocejo] você está [bocejo] .. [bocejo], Sam? Eu quero sair daqui. VAMOS! Quero voltar [bocejo] .. pro hotel.
Indiferente ao calor infernal do deserto e ao desconforto do carro, Dean Winchester acomoda-se como pode, fecha os olhos e, antes que perceba, cai em um sono profundo.
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DEZ MIL ANOS NO FUTURO
Samuel Winchester, faca de caça empunhada, mão esquerda fechada em torno do colarinho do traje de camuflagem do capitão M0-R4y, materializa-se no centro da plataforma de deslocamento espaço-temporal do 71m3C0rp, uma agência governamental secreta do Governo Mundial da Terra. Para espanto seu e de todo o pessoal de controle da missão.
- O que são vocês? O que é esse lugar? Onde diabos eu estou?
Atingido por duas descargas de taser fotônico, Sam desaba inconsciente sobre o corpo o capitão M0-R3y.
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ESCLARECIMENTOS:
1. O espreitador é originário do quinto planeta da estrela gigante vermelha Arcturus, a quarta mais brilhante do céu do hemisfério norte. Arcturus encontra-se a 36,7 anos-luz da Terra.
2. O traje de camuflagem proporciona um grau de invisibilidade semelhante ao dos alienígenas do filme Predador.
3. O texto da fic já estava avançado quando decidi situar a ação no Grand Canyon e, pesquisando povos nativos daquela região, encontrei a referência sobre os Anazasi. A parte de guerreiros indestrutíveis e da armadura de grafeno (material recentemente desenvolvido) é invenção minha. O restante tem muito de verdade histórica.
4. Os personagens Ch4d M0-R3y e J4r3d Pd-L3k foram apresentados na minha fic FUTURO IMPERFEITO. A fic narra a missão dos tenentes M0-R3y e 4-ck3 na Polônia da Segunda Guerra Mundial.
DISCLAMER
Personagens da fic foram batizados com nomes que remetem a Jensen Ackles, Jared Padalecki e Chad Murray, mas são personagens ficcionais sem qualquer relação com as pessoas dos atores. Nada impede, no entanto, que os imaginemos os personagens com a aparência e traços de personalidade dos atores.
Dean e Sam Winchester são criações de Eric Kripke.
15.05.2018
