Os personagens não me pertencem.
Muse
Do alto do prédio ao lado do Hospital, observou-a sair cansada e quieta.
Ele não estava de serviço naquele dia e tinha tempo o suficiente para andar por aí e desenhar qualquer imagem bonita que aparecesse em sua frente. Não que o Hospital fosse uma das novas e belas construções de Konoha... Não era nenhum milagre arquitetônico... E nem ficava perto de nenhuma área arborizada... Ele não sabia exatamente o que estava fazendo por ali, mas, por algum motivo, seus pés o levaram até aquele local. Até ela. Sempre o levavam até ela, no fim do dia...
Inojin observou como a moça de 18 anos, cabelos negros como a mais escura das madrugadas e óculos vermelhos caminhava calmamente em seu uniforme médico. Era um fim de tarde e os raios do sol poente pintavam de dourado o chão a sua frente... Atrás, aos pés da jovem Uchiha, uma sombra fraca e alongada distorciam as perfeitas formas da jovem, cortando os raios alaranjados que iluminavam a tez branca e... Possivelmente, tão suave ao toque.
O jovem Yamanaka não conhecia mulher com formas mais perfeitas que a jovem médica. Quadris amplos, pernas torneadas, cintura fina, rosto angelical, lábios carnudos, olhos negros e profundos. Ela vinha sendo sua modelo favorita, desde que alcançara a puberdade. Não que ela soubesse disso, no entanto. Havia uma pasta cheia de sketches dedicada a ela. Algumas eram apenas cenas que capturara do dia-a-dia dela. Outras imagens que ele desenhara após acordar de sonhos nada inocentes, que se forçara a desenhar para não se esquecer de como ela o fizera chamar por ela em seus sonhos.
Pegou seu lápis e começou a desenhar mais um de seus retratos da princesa Uchiha. Os cabelos ébano, agora cumpridos, esvoaçavam com a brisa da tarde, enquanto a mão esquerda relutava em afastar algumas mechas que se insinuavam para frente de seus óculos.
Quando voltou a fita-la para capturar um pouco mais da beleza do momento, notara um homem se aproximando. Revirou os olhos. Mais um admirador idiota... Sarada tinha um pequeno exército de fãs, apesar de não ser exatamente o tipo de mulher que desse muita importância a estas coisas.
Ela era a herdeira Uchiha, portadora de um poderoso doujutsu e das técnicas da família. Ficara famosa por se tornar a primeira médica-nin capaz de executar procedimentos complexos, tendo-os visto apenas uma vez. Seu controle de chakra era tão promissor e perfeito quanto o da mãe. Sua força bruta, igualmente impressionante. Sarada Uchiha era mesmo da realeza de Konoha, filha de dois dos herdeiros dos sannins.
O homem de cabelos ruivos e de sorriso largo veio de encontra a ela. Era um chuunin, se ele bem se recordava. Um daqueles convencidos, cheio de bravatas e promessa de grandezas que nunca alcançaria.
Ele trazia em suas mãos um grande maço de rosas vermelhas. Inojin bufou.
"Idiota! Sequer consegue ser criativo! Aposto que as comprou sem saber o que significam!"
O jovem loiro, filho de uma Yamanaka, obviamente cresceram ao redor da beleza das flores. Conhecia cada uma e entendia cada uma das mensagens que queriam a passar a uma pessoa. Além do desenho, dedicar-se a cultivar a beleza de um jardim era um de seus hobbies favoritos... Entendia as nuances e significados por trás do cuidado com outro ser vivo. Humanizava sua parte shinobi, que mais de uma vez, precisara tirar vidas pelo bem de sua vila.
Observou de longe, enquanto o jovem oferecia as flores à mulher. Viu-a sussurrar alguma coisa, provavelmente, um agradecimento. Em seguida, viria a parte em que ela diria que sentia muito e que não estava interessada em encontros amorosos.
-Ela vai sair com ele, você sabe. – ChouChou apareceu do nada e sentou-se ao lado dele. Ela tinha essa habilidade, de achar pessoas e se intrometer em suas vidas privadas, qualquer que fosse a situação. Ela devia estar entediada e procurando por ele há algum tempo.
-Duvido muito. –O Yamanaka respondeu incrédulo, guardando o lápis e o caderno. Algo lhe dizia que a Akimichi não o deixaria em paz. Melhor desenhar quando estivesse em casa – Ela nunca sai com nenhum deles.
-Ela vai sair com ele. – A ruiva reafirmou de modo seguro, abrindo alguns de seus salgadinhos favoritos. – Ela quer tentar algo novo, conhecer novas pessoas... Você sabe, ela tem 18 anos e quer experimentar um pouco de romance. Cansou de esperar por um certo alguém.
O loiro observou assombrado, a jovem Uchiha estender as mãos para alcançar as rosas e acenar positivamente com a cabeça. Também viu quando o idiota do... Como era o nome dele mesmo? Hokaido... Hokami... Não importava! Estendia o braço para que ela aceitasse e ela enroscou o próprio braço no dele, sem hesitar.
-Mas... –Inojin estava embasbacado com a ação de Sarada. – O que diabos deu na quatro olhos?
ChouChou riu. Esse era um daqueles raros momentos em que Inojin experimentava os rompantes da mãe, mas continuava tão obtuso quanto o pai a respeito do que o fizera se sentir daquela maneira.
-Você perdeu, gato. – ChouChou deu de ombros. – Te disse milhões de vezes que admirar de longe não ia te levar a lugar nenhum. Você estava até dando sorte que o Boruto não tinha entrado na disputa...
-O que você quer dizer? –Inojin questionou, subitamente preocupado. – Boruto gosta dela?
-Você sabe... O povo fala! – Chouchou respondeu pegando uma ou duas batatas fritas e as observando atentamente antes de coloca-las na boca. – O Hokage e Sasuke sempre tiveram uma rivalidade. Sarada e Boruto são filhos deles e companheiros de equipe. Passam muito tempo juntos. As pessoas acham que seria bonitinho se os dois acabassem se apaixonando, ainda mais sendo filhos de quem são... Mas, bem... Eu fiquei sabendo que Sarada havia combinado de sair pra beber com o time Konohamaru... Quem sabe onde isso pode dar, né?
-Essa não é a questão... –O loiro interrompeu-a, um tanto frustrado, passava os dedos longos pelos cabelos, obviamente nervoso – Boruto gosta dela?
ChouChou deu de ombros.
-Essa também não é a questão. – A Akimichi respondeu com suavidade – A questão é: o que você vai fazer, Inojin?
Inojin não esperou um segundo mais e disparou atrás de Sarada. O chuunin não era um problema. Daria um jeito de fazê-lo se perder na primeira vez que ele fosse ao banheiro. A questão é que, ao que parecia, a concorrência parecia estar piorando esses dias.
Nenhum deles fora uma ameaça. E para ser honesto, ele havia se contentado em admirá-la de longe. Até agora... A ideia de outro homem tocando a face rosada, ou alguém tomando os lábios rosados... Ou segurado a cintura dela... Alguma coisa despertou dentro dele e estava borbulhando. Ela passara tanto tempo dispensando os rapazes que ele sequer pensar que ela de fato poderia sair com um deles. Não poderia vê-la com outro cara.
Se Boruto entrasse em cena... Ele sequer conseguia pensar... Precisava fazer alguma coisa. E já!
N/A: Vi uma imagem dos dois na internet a tarde hoje e fiquei pensando sobre o casal. Achei estranho, primeiro... Mas agora... Sou totalmente InojinXSarada. Escrevi esse fragmento em uma hora. Nem revisão. Sejam gentis. hahaha
Não sei se haverão outras curtas na sequência... Mas gostaria de dar prosseguimento. No meu próprio ritmo. :) A ideia seria a de várias pequenas passagens sobre o lado artístico de Inojin e de Sarada como sua musa. A próxima ou a terceira... hahaha nem conto o que virá.
Kissus
