Você estava ali, e me puxou para um canto. Eu não entendi. Por que puxar minha cintura daquela forma? Por que acariciar meus cabelos com tanta ternura? Por que secar as lágrimas de minhas bochechas? O que estava fazendo comigo? Como ousava olhar tão dentro dos meus olhos enquanto chorava? E por que chorava? Por que não falar nada? Apenas me abraçar, e me puxar pra perto, e me aconchegar em seus braços, e sussurrar bem baixinho: Conte comigo. Por que tudo isso?

E por que estou tocando seus cabelos loiros desse jeito? Por que deixo que derrame suas lágrimas em minhas vestes? Por que não me importo se alguém vai ou não chegar? Por quê?... Se meus olhos não conseguem te encontrar de novo, é um bom sinal? Porque eu já não sei. Onde essas grandes mãos estão indo? Por que não as paro? Por que deixo que entrem por baixo de minha blusa? Por que deixo? Por que deixo? Porque deixo...

E seus lábios nos meus? Por que isso tudo? Será que nenhum de nós tem consciência de que existem outros "nós" outros "eus" outros "alguém" em algum lugar? Não importa... Nada importa agora. Nem mesmo a chuva que cai do lado de fora da janela na qual me coloca defronte. Por que fecha os olhos? Não quer me ver? Por que está com o coração tão rápido? Quer me sentir? Por que guio sua mão para o meio de meus seios? Quero que escute meu coração?

Por que está sorrindo enquanto chora? Está se lembrando de como nossas almas morreram? Por quê? Essa maldita pergunta que aprendi a fazer para mim mesma. Por que agora tira minha blusa com tanta delicadeza? Tem medo de que eu quebre? Por que estou tirando também sua camisa? Quero ver o que tem por baixo?

Nossos olhos se encontram por um breve momento, mas o que gravo é quando eles se fecham, porque isso antecede um beijo. Ah Malfoy... Veja aonde chegamos. E por quê?