Crepúsculo, Forte de Saint Darmain

Em meio aos ruídos da batalha, a voz do paladino podia ser ouvida a distancia clara retumbante como badalar de um sino por toda a amurada do forte:

- Cavaleiros! Cerquem os Anolians, bloqueiem a passagem. Bruxos assolem esses desgraçados!! Caçadores atirem à vontade!! – sob o comando do general as tropas se movimentavam cercando e matando os inúmeros répteis que se aglomeravam contra os paredões do forte, Cavaleiros e Lordes com suas espadas e lanças afiadas, matavam os mobs que se separavam da tropa principal de invasão, os bruxos seguravam o flanco leste com magias de área enquanto que caçadores miravam nas numerosas gargantas dos lagartos que urravam com sede de sangue. Em meio à batalha, os mais atarefados eram sacerdotes resgatando feridos, e os ferreiros que além de concertar armas e armaduras montavam barricadas em pontos estratégicos.

A imensa horda de Anolians, répteis humanóides, fortes e rápidos, carregam cimitarras e possuíam escamas duras e rugosas por todo o corpo,tornando sua carcaça quase impenetrável. Antes de invadirem e destruírem Comodo e Umbala ocupavam em pequeno número, um pântano aos arredores de Mao, a caverna a leste da cidade de Cômodo. Não se sabe de onde surgiram tantos dele somente sabia-se que vieram pelos mares do oeste juntamente com outros monstros principalmente dragões que somente eram encontrados na Caverna do Lago do Abismo. Após assolar as duas cidades de Rune-Midgard estavam marchando em direção Morocc e naquele momento estavam afunilados na passagem do Forte de Saint Dairman, cruzando vagarosamente a única ponte que atravessa o abismo e dava acesso inicialmente ao forte e posteriormente à cidade das areias do deserto escaldante.

O forte só não ainda havia tombado diante do incansável ataque dos reptilianos devido à formação geográfica, e ao seu líder: o General de Brigada Olaf Staleg, que estava lá para organizar a defesa com os poucos guerreiros fugidos de Comodo e Umbala juntamente com tropas mercenárias dos arredores. Ele sabia que aquilo não iria durar para sempre, o pequeno exército estava à beira da exaustão. A única solução para impedir a destruição de Morroc era destruir a ponte que servia como meio de ligação dos inimigos. A decisão doía no fundo do peito do General, que antes de obedecer cegamente às ordens do Rei de Prontera, salvar vidas era seu único pensamento e objetivo. Ele sabia que destruindo a ponte selaria a vida dos humanos que haviam de alguma forma escapado do massacre provocado pelos reptilianos e estavam do outro.

A idéia de destruir a ponte era ousada, contudo "algo" terrivelmente grande forçava o General Paladino a excluir todas suas outras idéias e esse "algo" tinha nome: Hydrolancer. Um terrível dragão de três cabeças que protegia originalmente as profundezas da caverna do Lago do Abismo estava agora defendendo a ponte e por mais que soasse estranho, aquele não era um "simples" Hydrolancer. Sendo duas vezes maior do que aqueles que se escondiam nos arredores de Hugel e com um mob bem mais numeroso, a criatura impedia que as tropas defensivas atacassem os anolians na saída da ponte.O dragão já havia tombado muitos cavaleiros com um só disparo de seu ataque principal: A chuva de meteoros, diante do poderio invencível do Hydro as forças defensivas foram forçadas a se defender mais próximas do forte facilitando a disposição das tropas do inimigo por todo o terreno. O General Olaf tinha um plano e era hora de agir.

Para destruir a ponte o paladino formou dois grupos. O primeiro era formado por ele Olaf, Anterah Hadgein um jovem sábio, e o experimente criador enviado por Alberta Jürgen Von Schrubber acompanhado de seu amistir Fraunlein, a missão do grupo era tombar o monstruoso dragão de três cabeças. O segundo grupo era formado por quatro gunslingers que vieram junto com o criador a mando do prefeito da cidade de Alberta, Enphysium Pokaris, um sumo sacerdote e companheiro de batalhas do General Olaf e por fim escoltando o grupo um jovem templário e uma caçadora, o papel do segundo grupo era bombardear a ponte assim que o dragão morresse.

Jürgen Von Schrubber e os quatro gunslingers haviam acabado de desembarcar na marina que ficava no fundo do forte foram enviados para engrossar as linhas de defesa do lugar, contudo o experiente general viu no reforço do líder de Alberta a oportunidade para salvar Morroc e segurar o inimigo enquanto os exércitos de Rune-Midgard ainda marchavam para o forte.

De maneira furtiva os dois grupos desciam as encostas sul do morro que abrigava o forte e caminhando em direção à ponte pelo lado onde, devido ao relevo escarpado, quase não havia anolians. Os poucos inimigos morriam pelas flechas e balas do segundo grupo que descia logo atrás do primeiro que servia de escudo, chegando ao nível da ponte o cenário era ainda mais terrível, de perto o dragão assustava muito mais, o enorme corpanzil se inclinava à frente e as três cabeças balançavam podendo ver todo campo de batalha para piorar de tempos em tempos o dragão lançava uma poderosa chuva de meteoros que fazia o chão tremer e mudava o relevo local rapidamente. Diante da horripilante visão, os novatos que nunca participaram de batalhas como aquela sentir o corpo gelar e tremiam de medo da inevitável morte.

CANTO DE BATALHA

A voz do paladino elevou-se aos ares num glorioso canto chegando ao ouvido de todos do grupo. O som grave e profundo ecoou diretamente dentro de seus corações amedrontados, o grupo não somente recuperou a coragem como também se sentiram muito mais preparados para enfrentar a terrível batalha.

- Estejam preparados, - chama o paladino - Anterah te darei redenção e nós dois vamos partir pra cima do dragão quando amistir de Schrubber estiver lutando com a guarda do Hydrolancer, preparado? Pergunta Olaf para o jovem sábio.

- Sim senhor! - Respondeu prontamente Anterah apertando fortemente o cajado contra suas mãos.

- Tudo pronto senhor - diz em coro o grupo de demolição.

É chegado à hora, ao ataque Schrubber – Ordena a voz do general.

- "Chá" comigo Pala!!

O creator em seu primeiro movimento ordena que seu homunculus avance e chame atenção da guarda do dragão. Junto da criatura corre logo atrás o paladino e o sábio, eles desviam do caminho de Fraulein no momento em que os acidus e ferus se amontoam em cima do poderoso amistir, agora estava diante dos dois humanos o enorme Dragão de três cabeças.

REDENÇÃO

Olaf lança sua habilidade mais poderosa sobre o sábio que agora estava protegido por um elo mágico que o ligava ao general. Anterah nesse mesmo instante começa a recitar palavras de magia, em uma língua desconhecida, a concentração era visível na expressão de seu rosto.

PROTEGER TERRENO

Ao comando do sábio uma teia de luz prateada envolve a região onde estão presentes os três: Dragão, Olaf e Anterah, nessa região qualquer magia lançada sobre a área está anulada, o grande trunfo do Hydrolancer está acabado tornando possível a Olaf segurar o avanço do dragão e de Jürgen preparar o ataque.

BOMBA ÁCIDA

O creator arremessou com força dois frascos que continham o ácido e o fogo grego. Sentiu os músculos de seu braço se contrair, devido a força do arremesso. Os olhos castanhos estavam fixos, nas garrafas que cruzavam o ar em direção ao dragão. Não conseguia ouvir o tinido das armas, nem os gritos que ecoavam ao seu redor. Toda sua atenção estava voltada para as garrafas que passavam despercebidas, pelos olhos amarelados e furiosos do grande dragão que atacava com fúria Olaf.

A primeira garrafa que continha um líquido verde acertou a grossa camada, de escamas vermelho-rubi, sem causar dano algum no lugar, em menos de um segundo a segunda garrafa atingiu um pouco mais abaixo, espalhando seu liquido incolor sobre onde a primeira havia quebrado. O impacto foi sentido por todos. O fogo explodiu de forma grandiosa sobre o monstro.

Mais duas garrafas, acertaram o corpo do animal, que rugiu ainda mais com a segunda explosão, suas garras tentaram cortar um inimigo invisível no ar, seu olhos amarelos de réptil estavam dilatados, a língua bifurcada e gosmenta estava à mostra junto com suas presas afiadas. O grande dragão tombou para trás, provocando um tremor no chão enquanto sua carcaça caia de qualquer forma no campo de batalha. As últimas garrafas caíram no chão. Não haviam sido necessárias, o hidrolancer estava morto.

A morte do Dragão abriu uma brecha na defesa da ponte, as explosões que mataram o dragão desnortearam os Anolians que atravessavam a ponte naquele momento. O grupo de demolição avançou em direção a uma melhor posição para bombardear a ponte, o templário e a caçadora iam à frente protegendo os quatro gunslingers que se esgueiravam pelo campo de batalha auxiliado pelo sumo sacerdote Pokaris, ao atingir a distância certa para o tiro os gunslingers carregaram seus morteiros e protegidos pelo escudo sagrado do sumo sacerdote dispararam, lançando as granadas em direção à ponte. Ao colidir com as estruturas de madeira as grandes explosões deixam em ruínas ponte que não suportando seu próprio peso, desaba em direção ao abismo levando consigo os Anolians que estavam nela.

A destruição da ponte inverteu o rumo da batalha. Aqueles que antes defendiam encurralados nos paredões avançam sobre os invasores que sem a proteção do dragão são empurrados para o precipício.

Do outro lado do precipício os répteis se aglomeram a beira do abismo urrando e se debatendo, a distância entre os dois paredões é grande e o mar que reparte essas terras engolia tudo em ferozes ondas de um encantador azul safira. A invasão foi detida os soldados haviam chegado ao seu limite e comemoravam o fim da terrível batalha com brados de alegria. Era hora de resgatar os feridos e enterrar os mortos no sopé do morro, Morroc estava a salvo, por enquanto...

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Madrugada, Karu, Caverna Oeste de Comodo...

No mesmo momento em que os invasores morriam nos fiordes de Saint Darmain as informações chegavam aos ouvidos do menestrel Ascomb Litthor que rapidamente corre em direção ao seu mestre:

- Mestre! O avanço foi detido, os anolians foram derrotados no Forte de Saint Darmain, O General Olaf derrotou o Hidrolancer e destruiu a ponte, - a voz melodiosa do menestrel ecoava forte por toda a caverna, semi coberta pela escuridão.

Sentado em um trono de pedra, um arquimago de vestes negras, deixou sua gargalhada sinistra escapar de maneira ruidosa.

- Hahahahaha! Então o velho louco explodiu a ponte, ele é mais previsível que um ovo de peco-peco, tudo está correndo de acordo com os planos. Adiaram o inevitável... O coração logo será meu...

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Madrugada, Arredores de Comodo...

Em forma concêntrica uma luz branca azulada começa a piscar intermitente, dela surge à figura de um jovem de monge, Wong Zen Tsu o herói desta aventura chega onde desejava.

Nota do Autor:

Está é minha primeira fic, jogo ragnarok a vários anos a vontade de escrever sempre esteve comigo contudo, a coragem só veio quando comecei a ler outras fics (de rag ou não) e recebi o apoio e a tortura de minha namorada Dondeloth (nick do site). Marinheiro de primeira viagem que sou não sei ainda quantos capitulos terá.