Título:
Checkmate
Autora:
Naadi
Tradutora:
milacrazyx (mila – sublinhado- crazyx -arroba- yahoo . com)
Beta
da tradução:
Isinha101
Classificação:
R
Pares:
Draco Malfoy – Harry Potter
Site da história original: http//www. fanfiction. net/s /798255/1/
Disclaimer: Essa história é baseada em personagens e situações pertencentes à JK Rowling, vários publicadores incluindo, mas não limitado à Bloomsbury Books, Scholastic Books and Raincoast Books, e Warner Bros., Inc. Nenhum lucro está sendo feito por parte do autor ou tradutor dessa fanfiction.
Contato da Autora: naadi - sublinhado - moon feather – arroba – hotmail . com
Sumário: HxD slash. Draco tem um plano para conquistar Harry Potter, e o desafia a um jogo de Xadrez Desafio. Mas é amor, ou traição, que ele tem em mente?
A/N: Olá readers! aqui está a tradução de mais uma fic maravilhosa, fandom Harry/Draco. Ela é muito grande, talvez mais do que Mil Coisas Belas, mas não tenho certeza. Se alguém quiser ler a original, ela pode ser encontrada em inglês no site supracitado. Aproveitem!
CHECKMATE
PARTE I – PREPARAÇÃO
Capítulo 1
Knowing I want you,
Knowing
I love you,
I can't explain,
Why I remain
Careless about
you.
How
can I love you so much,
Yet make no move?
Sabendo que eu te quero,
Sabendo que eu te amo,
Não consigo explicar,
Por que eu continuo
Sem me preocupar com você.
Como eu posso te amar tanto,
E ainda não tentar nada?
I
pray the days and nights,
In their endless, weary procession,
Soon
overwhelm
My sad obsession.
Eu rezo durante o dia e a noite,
Em sua infinita, cansada marcha,
Para engolfar logo
Minha triste obsessão.
Letra e Tradução de "You and I" de Chess por Benny Anderson, Tim Rice e Björn Ulvaeus
…
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…
Draco andou lentamente pelos corredores sombrios de Hogwarts. Já passara da meia-noite. Ele não tinha prestado atenção para onde estava indo; estava apenas caminhando, deixando sua mente perder-se em sua privada obsessão, acompanhando os corredores, evitando os raios de luz emitidos das lâmpadas, seus pés descalços completamente silenciosos no chão de pedra. Vestindo calças pretas e um suéter de gola, sua face e cabelo, mãos e pés pareciam decapitados, graciosos, pálidos como o luar, flutuando de maneira fantasmagórica nas seções escuras de Hogwarts. Ele andava dessa maneira quando não conseguia adormecer, o que era comum nesses últimos dias. Como um estudante do sétimo ano e monitor, ele tinha desculpas para estar fora da cama a esse horário, mas tinha escapado o mais silenciosamente possível pelos corredores, por força de hábito, tentando evitar se encontrar com Filch, ou Mrs Norris, a gata de Filch.
Os longos raios do luar tocavam o chão, chegando das altas janelas à sua direita e Draco pausou por um momento, e então desviou os pálidos retângulos de luz, abraçando as sombras próximas da parede à sua esquerda. Seus dedos acariciaram a pedra fria, e enquanto caminhava, recordou novamente de quão impossível era o seu desejo de que encontrasse uma certa pessoa ali no meio da noite. E quão impossível porque, mesmo se encontrasse, não conseguiria, não podia, agir conforme seus desejos.
Então virou em um canto e parou. Segurou-se imóvel, sendo faixa preta na arte de manter-se em uma posição. Duas lâmpadas formavam uma confusa estampa de luz e sombra devido a duas armaduras, mas certamente não havia erro no que via. Era aquilo realmente um par de tênis e joelhos que conhecia muito bem entre as duas armaduras?
Se controla, Draco, disse a si mesmo. Você está começando a ter alucinações.
Mas então a alucinação suspirou, e o coração de Draco derreteu. Nesse momento, ele não tinha mais certeza do que não deveria fazer. Certamente não iria doer apenas conversar. Se tivesse coragem. Ficou de pé por um longo período completamente imóvel, debatendo internamente, coração batendo forte.
Draco sabia sem dúvidas que não seria bem-vindo, e isso doía tanto que quase virou ali mesmo e voltou de onde veio. Ele ficará muito bravo. Eu sei disso, então não posso reagir. Se eu não ficar bravo em resposta, talvez ele me escute. Mas, oh Deus, e se ele não o fizer? Ele podia ter ficado ali parado, indeciso, a noite inteira, mas o som de um choro atiçou sua curiosidade e preocupação, e antes que pudesse evitar, já tinha dado um passo à frente, sem conseguir resistir ao desejo que o guiava.
Andou pelo corredor até estar em frente da figura de cabelos escuros deitada entre as duas armaduras. Olhou para Harry, e sentiu um momento de felicidade , porque realmente era Harry, que estava sentando ali com seus cotovelos apoiados nos joelhos e seu rosto escondido nas mãos. Então sentiu choque – esse era Harry, e ele parecia estar – chorando!?
"Harry?" disse Draco, o mais gentilmente possível.
A cabeça de Harry levantou-se rapidamente, e ele levantou o olhar até ver a face de Draco, e então sugou o ar pelos dentes, deixando a cabeça cair novamente "Vá pro inferno, Malfoy," murmurou entre as mãos.
Draco cruzou os tornozelos e deixou-se cair com graça para sentar de pernas cruzadas na frente de Harry. "Ei," ele disse suavemente. "O que aconteceu?"
Harry levantou a cabeça e encarou o outro sem acreditar no que via. Draco Malfoy tinha acabado de perguntar-lhe o que aconteceu? Ele o chamou pelo seu primeiro nome!? E se existia uma pessoa que ele não queria que o visse desse jeito –
"Você tem algum tipo de sétimo sentido, Malfoy," disse com raiva, "que te diz quando você é a última pessoa no mundo que alguém quer ver, só para você aparecer?" Harry passou uma mão pelo cabelo, o que só o fez ficar mais desordenado. Inclinou-se na parede e encarou o loiro com malícia. "Vai embora," disse sem emoções, cruzando os braços.
Draco sentiu a velha dor crescendo dentro de si, transformando-se em raiva como sempre fazia; mas lutou contra ela, forçou-se a não reagir dessa vez. Deixou a cabeça cair para frente e olhou para baixo, quebrando o contato visual com Harry. Cabelo loiro-prateado caiu sobre sua testa.
Ouviu Harry soltar um suspiro dolorido. "Por acaso você é muito burro para entender o significado de 'vai embora'?"
Uma pequena porção do controle de Draco explodiu. Olhou para cima e tirou o cabelo dos olhos com um pequeno e refinado movimento da cabeça. "Não, Potter, não sou," ele disse, com muito mais calma do que sentia. "Eu estou tendo dificuldades para entender por que você acha necessário se dirigir a mim de modo tão rude."
A mandíbula de Harry caiu um pouco. "Você tem que estar brincando. Depois de todas as coisas horríveis que disse e fez a mim e meus amigos?"
Draco olhou para baixo. "Você que começou," disse com voz baixa.
"O QUÊ?"
Draco começou a mexer com a barra de sua calça em nervosismo. "Primeiro ano… naquele primeiro dia… no trem a caminho da escola. Você realmente me magoou, Harry."
Harry fez um som de indignação. "Você estava agindo como um mimado, arrogante, insuportável mané! E então você insultou as duas primeiras pessoas no mundo que me ofereceram amizade."
Draco levantou um ombro em indiferença. "Eu só tinha onze anos."
"E daí!"
"Daí, que isso foi há sete anos atrás."
"Você ainda age daquele jeito."
Draco olhou para cima e segurou o olhar de Harry com calma. Bem suavemente, ele disse. "É mesmo? Tenho agido daquele jeito esse ano? Tenho agora?"
Harry não disse nada enquanto estudava os olhos cinza-prateados de Draco. Tentou se lembrar de algo que o outro teria feito ultimamente para atormentá-lo. Tinham voltado à escola fazia três meses agora – mais uma semana e meia até o feriado de Natal, e Harry, para sua surpresa, não conseguia se lembrar de nada. Eles tinham jogado um contra o outro em Quadribol, tinham sentado quase um termo inteiro em uma sala de Poções Avançadas, mas não conseguia recordar de sequer um insulto. Na verdade, Draco mal tinha trocado uma palavra com ele durante todo o termo. Ele tinha sido normalmente frio, distante e arrogante – não, Harry admitiu, a arrogância não estava mais ali. Na verdade, era mais como – quase como – se Draco o estivesse evitando propositalmente.
Draco continuou parado. Sentiu o olhar de Harry penetrar seus ossos, e apesar de ser difícil, não tentou esconder seus sentimentos e, ao invés disso, deixou todas suas emoções reais e honestas serem expostas em seus olhos para Harry ver. "Está certo, Harry," disse em voz baixa. "Eu agi de modo terrível. E sinto muito por isso agora. Muitas coisas aconteceram comigo durante o verão, e eu..." Desviou o olhar, direcionando-o à suas mãos. "Você acreditaria em mim se eu dissesse que a maioria do que você acha que sabe sobre mim era apenas um ato, para esconder como eu realmente me sinto?"
"Eu não sei, Malfoy. Se era um ato, você é muito bom – parecia bem autêntico."
Draco olhou novamente para Harry. "Eu sou bom nisso. É algo que você aprende novo, quando seu pai é Lucius Malfoy. Mas o ato não é real."
"Ah," Harry falou, bem delicadamente. "Eu sempre achei que você, bem, queria ser igual a ele. Toda aquele conversa de bruxo-sangue-puro-Comensal-da-morte-Malfoy, sabe?"
Draco se arrepiou, e seus olhos escureceram, agora frios com ódio. "Não," ele disse. "Eu o odeio. Ele fez lavagem cerebral em mim desde que nasci. Quando nós nos conhecemos, eu apenas não sabia ainda. Mas eu sei agora, e isso me assusta. Lucius Malfoy é perverso."
Harry parecia bastante sóbrio e estudou Draco como se nunca tivesse realmente o visto antes. "Você deve ter tido uma péssima infância," disse sem pressa. "Como eu tive."
O olhar gélido de Draco derreteu com essas palavras. Ele estudou Harry também, afeto e alegria entrando em seus olhos. "Potter," disse, levantando uma sobrancelha elegante, "minha infância nunca foi tão ruim quanto a sua. Eu, pelo menos, tinha roupas. Que serviam."
Harry soltou um ronco. "Ah, muito engraçado, Malfoy," ele disse em um tom sarcástico. Encarou Draco novamente, um pouco surpreso com o contentamento nos olhos do outro garoto. "Eu realmente te machuquei?" perguntou firmemente. "No trem?"
Draco afirmou com a cabeça. "Terrivelmente, horrivelmente, até os ossos."
Harry ficou em silêncio por um longo momento. "Então, desculpa," disse por fim. "Se não for muito tarde para isso."
Uma expressão terna apareceu nos olhos de Draco que Harry achou quase encantadora. "Não, não é tarde demais," ele disse. "Obrigado."
A última parte foi dita com uma quieta sinceridade tão intensa que Harry apenas sentou ali e o encarou, sem fala enquanto todas suas pré-concepções a respeito de Draco se batiam com essa pessoa sentada à sua frente.
Finalmente, o loiro quebrou o silêncio. "Harry, por que está sentado aqui?"
"Eu, err..." Harry suspirou, colocou os cotovelos nos joelhos novamente e a cabeça nas mãos, seus dedos entrelaçados no cabelo desarrumado. "Não é nada. Eu só estava sendo burro e eu vim aqui já que achei que ninguém iria me achar." Ele deu um olhar pontudo para Draco. "Que ótima idéia."
Draco ignorou o comentário. "Bem, agora você tem alguém para conversar. Agora me diga, por que você estava sendo burro?"
Harry moveu suas mãos para cobrir seu rosto. "Ah não, Malfoy. Eu não vou falar com você."
"Por que não?"
Harry gemeu. "É muito . . . vergonhoso. E realmente não é importante. Eu só precisava . . . pensar. . . e. . ."
Mãos gentis apanharam os pulsos de Harry e retiraram suas mãos de seu rosto. Harry abriu os olhos, surpreso, e encontrou o olhar firme de Draco.
"Eu acabei de falar um monte na sua frente, Potter," Draco disse suavemente. "Seja justo."
Eles se encararam por um longo momento e então Harry se encostou novamente na parede, retirando suas mãos das de Draco. Cruzou os braços e ficou quieto por um bom tempo, olhando para baixo e mordendo seu lábio inferior. "É sobre Hermione e Rony," disse finalmente. Olhou para cima, seus olhos soltando chamas verdes, "Malfoy, eu juro, se você contar para alguém sobre isso, eu vou . . . eu vou arrancar seu coração com uma colher trouxa e alimentar para um bicho do Hagrid!"
Por um segundo, Draco sentiu raiva. "Você não precisa me ameaçar, Harry," ele disse. "Eu não tenho intenção de falar sobre esse . . . pequeno encontro com ninguém." Então ele riu. "Quero dizer, olhe para nós. Quem iria acreditar?"
"Bem," Harry disse, "mesmo assim . . . eu não queria contar isso para ninguém . . ."
Draco apenas sentou ali olhando para ele, uma sobrancelha levantada, o começo de um sorriso nos cantos de sua boca. "Rony e Hermione?" ele incentivou.
Harry fez careta. "Essa é só mais uma maneira de você me atormentar, não é?"
Draco riu. "Evidentemente. Mas só porque você está sendo tão teimoso. Olha, eu juro, sob a promessa de tortura e morte por uma colher trouxa, eu não vou contar para ninguém, vivo ou morto, o que você está prestes a me dizer. Agora vamos, Potter, desembucha."
Harry soltou um suspiro de desespero. "Você não vai embora, né?" Não era realmente uma pergunta.
"Não."
Harry fechou os olhos. Talvez se ele não visse com quem estava falando, não se sentiria tão mortificado. Mas duvidava disso. Respirou profundamente. "Hoje à noite, logo após o jantar," ele disse, "Rony e Hermione me disseram que eles ficaram noivos. Eles queriam que eu soubesse – mas eles ainda não contaram para os pais deles, então ainda não anunciaram. Mas aí eles estavam ali, segurando mãos, olhando um para o outro como . . . bem, tão apaixonados . . . e então ele a beijou, e foi tão . . . lindo . . . e ah, meu Deus, Malfoy, eu não acredito que está me forçando a te dizer isso." Harry se inclinou e deitou a testa em seus joelhos, cobrindo a cabeça com os braços. "Isso é humilhante," ele murmurou em seus joelhos.
"Harry?" Draco disse suavemente, e Harry não viu a angústia em seus olhos. "Você está apaixonado pela Granger? É por isso que está chateado?"
"Não!" Harry pulou e encarou Draco, seu cabelo para todos os lados, óculos tortos. "Não, não é isso . . . é que . . ."
O coração de Draco fez aquela dança engraçada que fazia sempre que via Harry sendo tão adorável. Ele se inclinou e arrumou os óculos dele. "É que, o que?"
Harry pareceu não ter notado que Draco tinha arrumado seus óculos. Ao invés disso, caiu contra a parede em um gesto de derrota. Fechou os olhos novamente. "Eu sempre achei que já teria encontrado alguém." Ele pausou. As palavras Eu achei que eu tinha alguém, correram por sua mente. Tentou ignorar o pensamento, e continuou. "Meus pais tinham, eles se encontraram aqui e se apaixonaram. E eu entrei e saí de alguns relacionamentos . . . mas nenhum em que eu estivesse realmente . . . apaixonado . . . ou que alguém estivesse apaixonado por mim." Meu Deus, como dói dizer isso. Harry respirou fundo e continuou. "Então, quando vi Rony e Hermione juntos, acho que fiquei com medo de que ninguém jamais me olhe daquele jeito, ou me beije daquele jeito. Agora que eles estão juntos, eu estou muito feliz por eles, mas . . . eu vou, bem . . . me sentirei tão . . . sozinho." Harry deu outra respirada, que saiu como um longo suspiro. Ele esperou pela gozação começar, mas só havia silêncio. Cautelosamente, abriu os olhos.
Draco estava sentado muito duro, seus olhos para baixo. Como se sentisse Harry olhando para ele, levantou o olhar. A expressão naqueles olhos prateados fez Harry perder o fôlego.
"Harry," disse Draco gentilmente, "isso não é estúpido."
Harry sentiu uma onda de calor se espalhar pela sua face devido ao modo com que Draco o estava observando. "Bem, é que – é que parecia que eu estava sentindo pena de mim mesmo, e –"
"Shhh!" Draco sussurrou de repente, pulando de pé.
Harry o copiou. "O que?" sussurrou. Então escutou passos.
"Filch!"
"Rápido!" disse Harry. "Entra aqui embaixo!" Ele apanhou a Capa da Invisibilidade que estava deitada ao seu lado e jogou sobre sua cabeça, segurando a ponta para que Draco pudesse entrar também.
Draco não precisava ser dito duas vezes. Jogou-se embaixo da capa, fazendo Harry bater na parede atrás dele.
"Mmpf!"soltou Harry.
"Shhh!"
Não tinha espaço para ambos ficarem em pé lado-a-lado entre as duas armaduras, então eles estavam pressionados face-a-face. Harry estava preso, apertado entre Draco e a parede, que estava com as palmas rentes à parede em cada lado dele.
"Você tá pisando no meu pé!" Harry sussurrou na orelha de Draco, que incidentalmente estava à direita da sua boca.
"Desculpa!" Draco sussurrou em resposta.
Harry o sentiu mover o pé e tentar posicioná-lo em outro lugar.
Os passos viraram a esquina e os dois garotos congelaram. "Aqui, gatinha, gatinha," Filch chamou, cantando. "Mrs.. Nor – ris. Cadê a minha fofuxinha linda?"
Os olhos de Harry e Draco se encontraram. Harry ficou vermelho e fechou a boca com força. Um pequeno ronco saiu mesmo assim. Draco colocou a mão sobre a boca de Harry, o que quase o fez perder o equilíbrio e cair na armadura à sua esquerda. Ele jogou as mãos em volta de Draco para se segurar.
"Está aí, docinho de coco?" Filch chamou.
Draco quase engasgou, e teve que esconder a cara no ombro de Harry para diminuir o barulho.
Os passos barulhentos pararam bem em frente de onde estavam. "Aqui, gatinha, gatinha," Filch gritou o mais alto possível. Bateu nas armaduras com seu cano. CRASH! BAM!
Os dois garotos pularam e Harry agarrou Draco mais forte para evitar cair.
"Droga, maldita gata! Cadê você?"
Silêncio.
"Hrmpf," rosnou Filch. Ele virou e fez careta, procurando os corredores com seu olhar assassino. "Podia jurar que ouvi algo por aqui," ele murmurou.
Um pequeno som escapou Harry.
Filch virou-se para encarar o local em que Harry e Draco estavam se escondendo.
Silêncio.
"Pirraça!" ele gritou, seus olhos furiosos queimando um buraco diretamente em Harry e Draco. "É bom que não esteja mexendo comigo hoje, Pirraça!!"
Silêncio.
"Hrmpf." Ele virou para o outro lado e foi embora.
O barulho de passos foi diminuindo até o final do corredor. Harry e Draco ouviram um último "Aqui, gatinha, gatinha. Fofuxa?" e aí a porta bateu. Draco tirou sua cabeça do ombro de Harry e tirou a mão da boca do outro garoto.
"Meu Deus!" Harry disse, respirando rápido. "Achei que ia morrer quando ele disse –"
"Fofuxinha linda!" Draco disse, sorrindo de orelha a orelha e limpando as lágrimas dos olhos. "Ai, Deus, isso foi inacreditável!" Ele olhou para Harry, que também estava sorrindo, e então para a Capa da Invisibilidade. Levantou a mão e passou os dedos pelo interior do tecido. "Isso é tão legal, Harry. Na verdade, deve ser a coisa mais legal que já vi na vida." Então riu novamente. "Então é assim que conseguiu se safar de confusões todos esses anos."
"Meu pai deixou para mim," Harry disse com orgulho, sorrindo.
Draco encontrou os olhos de Harry e sorriu para ele, suas faces a apenas centímetros de distância.
Harry então percebeu que estavam pressionados um contra o outro, e que seus braços estavam em volta da cintura de Draco. Ele os retirou rapidamente e corou. "Sinto muito," sussurrou.
"Eu não sinto," Draco disse docemente, e não tentou sair do lugar. "E quer saber, Harry – aquela história que você acabou de me contar? Eu acho que você não tem que se preocupar. Na verdade tenho certeza de que tem alguém por aqui, talvez bem perto de você nesse momento, que adoraria te beijar daquele jeito."
"Hã, Malfoy –"
"Você joga xadrez, Harry?"
"O que?"
"Você joga xadrez? Sabe, peões, rainhas, reis?"
Harry sentiu seus óculos deslizarem um pouco em seu nariz, mas não conseguia se mover para arrumá-los. "Eu jogo um pouco com Rony. Mas não sou muito bom."
"Já jogou Xadrez Desafio?"
"Não. Eu . . . eu nunca ouvi falar."
"Então o estou desafiando para um jogo, Harry. Eu vou jogar com as peças brancas, então começo." Draco inclinou-se até que as cabeças deles estavam tão próximas que sentiu as palavras de Draco como ar quente em sua face. "Peão para D3," sussurrou Draco. Fechou os olhos e suas mãos agarraram levemente os ombros de Harry. Então beijou Harry na boca. Um breve, mas doce, deliciosamente gentil e dolorosamente lento beijo.
Harry pensou que seu coração fosse parar devido à surpresa.
Draco se afastou e olhou Harry nos olhos.
O coração de Harry parou de vez.
"Considere isso meu movimento inicial," disse Draco, ainda sussurrando. "Você pode me dizer amanhã se aceita o desafio." Traçou um dedo pelo lado do rosto de Harry. "Sua vez, Harry." Então ele se abaixou e deslizou para fora da Capa da Invisibilidade.
Os joelhos de Harry falharam e ele escorregou pela parede até sentar abruptamente no chão. "Arrrgh!" Ele se embolou por um momento, tentando tirar a Capa da Invisibilidade. "ESPERA!" Jogou a Capa para o lado. "Malfoy!" Arrumou os óculos no nariz e olhou em volta. "O que é que foi aquilo?"
Mas ele estava sozinho no corredor. Draco já tinha ido embora.
Fim do Capítulo 1
