Título: Meu Inimigo

Autora: Lady Anúbis.

Beta: Yume Vy

Anime: Weiss Kreuz

Casal: Aya x Omi

Classificação: + 18

Gênero: Slash/ Angust/ Romance/ Lemon.

Status: Fic em andamento.

Direitos Autorais: Infelizmente Weiss Kreuz não me pertence.

Sinopse: Uma boate... Um ruivo sensual... Mamoru Takatori diante dos seus próprios sentimentos, muito mais intensos do que na noite em que o pai tomou a decisão que poderia mudar sua vida... E pode-se amar um inimigo?

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MEU INIMIGO

Prólogo

Os orbes azuis custam um pouco a se acostumar com a luminosidade, saindo da escuridão da rua para o ambiente iluminado de forma irregular... O neon do bar, os spots indiretos sobre as mesas e a passarela cercada fartamente por pequenas luzes coloridas, além do holofote focado no varão de metal localizado no seu final. Pode entrever alguns dos clientes... Executivos de alto escalão, a maioria na terceira idade, apreciando um homem negro tirar a roupa, os olhos gulosos deles fixos no dançarino. Outros se encontram em mesas mais obscuras, beijando e agarrando rapazes, alguns tão jovens quanto ele próprio.

Acha tudo muito estranho, pois mal sai de casa, indo apenas na escola. Um clube de strip-tease masculino e host club não é exatamente um local comum para um garoto de apenas dezessete anos estar, mas seu pai insistiu tanto que não teve como negar. Sente-se sem graça por se encontrar ali, preferindo a segurança de seu notebook e da internet, conversando todas as noites com amigos que nem sequer sabem quem ele é de verdade, apenas um nickname fictício que inventou.

- Você tem sorte, Mamoru. – Hirofumi, seu irmão mais velho, diz brincando. – Quando tinha sua idade o papai não me trazia a lugares como esse.

- Sorte?! – O garoto o observa surpreso, percebendo como o irmão olha interessado para os garçons, que circulam usando apenas uma calça branca muito apertada. – Não sei por que ele me trouxe.

- Ele quer que você comece a participar dos negócios. – O homem de trinta e cinco anos passa o braço por traz de suas costas. – Foi assim comigo também.

- Mas ele não exigiu isso do Massafumi! – Mamoru se sente realmente incomodado.

- Você sabe que o Massa estava internado na sua idade. – O primogênito dos Takatori não gosta muito desse assunto. – E depois foi à faculdade... O papai desistiu dele faz tempo.

- Eu sei... – O loirinho abaixa a cabeça, resignado.

- Não fica assim! – Diz enquanto caminham a cinco passos atrás do pai, como o velho Reiji Takatori sempre exige. – No fim é até divertido.

Os dois irmãos vão desviando de algumas mesas, os olhos azuis do garoto recaindo vez ou outra sobre os guarda-costas do pai... O líder deles junto do patrão, enquanto os outros três se espalham pelo lugar. Eles o assustam.

Crawford, o que comanda o grupo, é um homem alto e moreno, o forte sotaque americano lhe emprestando um ar até distinto, combinando com seu terno sempre impecável. Schuldich, o belo ruivo alemão de olhos sarcásticos, desde o primeiro dia em que entraram na mansão, parece sempre manter o olhar sobre o filho mais jovem do patrão, como se algo o atraísse... E isso deixa Mamoru desconfiado. O irlandês Farfarello é claramente desequilibrado, sempre brincando com facas, nitidamente cortando-se com ela, sua pele marcada por cortes antigos e recentes.

O que o entristece é ver o menino, ainda mais novo que ele, de cabelos castanhos e olhos de um azul escuro misterioso, envolvido com esses tipos bizarros... Apesar de que Nagi não é menos estranho que seus parceiros.

E de longe... Lá estão os olhos de Schuldich sobre ele novamente.

- Não gosto daquele cara! – Volta a olhar para o irmão, ainda com o braço sobre seus ombros. – Não gosto de nenhum deles, mas... O olhar desse sujeito me incomoda.

- Eles são inofensivos pra nós. – Hirofumi sorri. – O papai os paga muito bem pra manter a nossa segurança.

- Aham... – Mas o desconforto continua.

Reiji Takatori pára e se volta para os dois, distraídos na conversa e não se ligando aos seus movimentos. Os irmãos quase esbarram nele, que os observa com o olhar extremamente severo.

- Vocês dois calem essa boca! – Fala baixo, mas seu rosto chega a ficar vermelho, os olhos em chamas direcionados ao filho caçula. – Não estamos aqui passeando. Quero convencer esse sujeito que somos poderosos e que deve se unir à nossa organização. Então... Chega de conversa fiada!

- Desculpa, papai! – Hirofumi se afasta de Mamoru, tornando-se súplice e servil como costuma ficar diante dele. – Mas é que eu...

- Não me interessa! – Novamente olha para o adolescente. – E você... Chega de ser um nerd inútil e comece a participar daquilo que paga suas contas.

O homem se volta mais uma vez para frente, abrindo o mesmo sorriso superior de antes, demonstrando ao futuro associado que domina todos, inclusive os próprios filhos. Retoma a caminhada em direção ao ponto onde o dono da boate está sentado, os filhos o seguindo, dessa vez em silêncio.

Mamoru permanece engasgado com mais uma vez que o pai o maltrata, desde pequeno sendo tratado como um idiota, imprestável e sem utilidade. O patriarca da família sempre deixa claro que não gosta dele e teria sido uma criança imensamente infeliz se não tivesse o carinho da mãe e dos irmãos. E por falar neles... Fica possesso com a forma como o irmão sempre se deixa ser tratado, não sendo a mesma pessoa quando algo envolve os desejos e aspirações do 'papai'.

Os Takatoris aproximam-se da mesa ampla, no centro da boate, diante da passarela onde as atrações especiais se apresentam. No momento um rapaz pequeno, talvez mais jovem que Mamoru, despe-se devagar, parecendo um pouco constrangido.

Yoki Ranmaru está sentado em uma larga poltrona, a figura excessivamente gorda e alta acomodada nela. É um antigo lutador de sumô, que fez fortuna e investiu em uma série de boates, cada uma direcionada para um público especializado e... Causa uma forte impressão para quem se aproxima. O homem, muito bem vestido, cheira a perfume excessivo, nitidamente preocupado com o odor do suor que escorre profusamente. O charuto apagado pela metade no canto da boca destoa da figura fina, emprestando-lhe a aparência de um cafetão barato, o que é reforçada pelas pulseiras e colares de ouro maciço.

- Sentem-se, por favor. – O homem aponta as outras cadeiras em torno da mesa redonda. – Fiquem a vontade.

O velho Takatori senta-se de frente para o homem, sendo parte de sua tática encarar o seu oponente em uma negociação, mantendo seus 'seguranças' sentados às suas costas, prontos para evitar surpresas. Seu primogênito senta a sua direita, como sempre, carregando toda a documentação, fotos comprometedoras e dinheiro, usados em subornos ou chantagens... O que fosse preciso para sair de uma negociação com sucesso, invariavelmente. Mamoru é convidado a sentar à esquerda do cliente, que tem um sorrisinho estranho emoldurado no rosto bochechudo.

- Acho muito interessante o seu investimento, abrangendo todos os tipos de público. – Takatori inicia sua negociação. – Mas qual a razão de fazer dessa boate gay a sua sede?

- Bom... Você tem que manter a mente aberta para ganhar dinheiro... – Ranmaru faz sinal para um rapaz alto, moreno e extremamente lindo se aproximar. – Eu e minha esposa montamos essa daqui primeiro...

- Ah... Sua esposa... – Certo alívio se apossa de Reiji, que temia ter que negociar com um desses pederastas.

- Sim... Criamos este lugar pra... – O belíssimo rapaz senta no colo dele, a mão do dono descendo para o meio de suas pernas e apalpando-o com certa rudeza. – Satisfazer alguns dos meus gostos pessoais.

O velho mafioso fica alguns minutos sem saber o que dizer, percebendo que seu preconceito é indisfarçável, temendo que isso possa por tudo a perder nesta negociação.

- E-eu... Sei como se sente. – Tenta pensar depressa. – Tenho minhas amantes também, mas...

Olha para trás, procurando em Crawford alguma idéia, percebendo um sinal de cabeça dele, dando-lhe a solução necessária para conquistar o cliente e com um pequeno sorriso nos lábios, ele faz sinal com a mão para que Nagi se aproxime, parando a seu lado.

- Gosto de garotinhos... – Puxa o jovem telecinético para o seu colo, sob o olhar incrédulo de seus filhos, introduzindo a mão pela camisa fina fechada até o pescoço. – Delicioso... Não acha?

- Ohhh... Quer dizer que temos algo em comum? – Ranmaru sorri satisfeito.

Risadas, sorrisos e bebidas encerram essa primeira fase das negociações... Os olhos azuis escuros encarando o velho Takatori com ódio puro, desviando-se para o líder dos Schwarz que sinaliza para que fique quieto. Nagi Naoe obedece contrariado, sua expressão sempre fria transformada diante de algo que não é obrigado a fazer... Mas o medo dos tempos de abandono fazendo-o fechar o cenho, agüentando as mãos grosseiras, mas bem tratadas, roçarem sua pele fina.

Mamoru fica olhando para aquele quadro ridículo, sabendo o quão preconceituoso seu pai é, enquanto seu irmão claramente luta contra a homossexualidade que o velho jamais aceitaria. Isso apenas acirra seu desprezo com relação a ele, um homem rude, mesquinho e mau... Que tornou a vida de sua mãe um inferno, fazendo-a morrer muito cedo.

- Acredito que a ocasião mereça a melhor bebida da casa! – Ranmaru sente-se todo satisfeito com o gosto em comum, sem se preocupar com a expressão infeliz do rapaz que apalpa sempre que pode. – Garoto...

Faz sinal para um dos garçons, um moreno de pele bronzeada e bela musculatura, destacada pela calça de branca super justa e sem camisa. O rapaz se aproxima, sendo logo beliscado no bumbum firme, tentando esquivar-se, mas sem sucesso.

- Você é novo por aqui, não é? – O homem obeso olha para o rosto que disfarça o desconforto, sorrindo malicioso. – Como é seu nome?

- Ken... – Fala sem qualquer vontade, desejando que façam o pedido de uma vez antes que decida socar o sujeito tarado. – O que vão beber?

- Nos traga o vinho francês... Aquele mais caro. – Diz, querendo mostrar ser fino, mas nem sequer sabendo o nome da bebida. – Tudo de melhor para meu novo amigo.

Takatori sorri falso para o cliente, mas por dentro sente-se aviltado por ter que negociar com homem tão desprezível... Provavelmente vindo de origens humildes e querendo dar uma de importante. Não alguém com estirpe como ele, vindo de uma família tradicional e com raízes vindas desde o shogunato e da época de Tokugawa. Mesmo que ele e o pai tivessem concepções diferentes sobre a lei e o poder, ainda assim o sangue correndo em suas veias é de origem nobre.

- Pois bem... Em sua homenagem vou apresentar uma nova atração da minha boate. – O sorriso dele é tão largo que ameaça deslocar o maxilar. – Algo muito quente que contratei recentemente.

A luz do ambiente se torna ainda mais tênue, um holofote totalmente focado no poste de metal no final da passarela que vem do palco. Takatori e o filho se voltam para assistir, assim como os Schwarz, enquanto Ranmaru sorri malicioso para Mamoru, que se afasta devagar, sentando-se o mais distante do homem que consegue, pouco se importando com o show, pois não se interessa por essas coisas.

"Eu queria estar no meu quarto conversando com o pessoal no MSN." – A expressão de puro tédio estampada em seu jovem rosto.

A música sensual inicia... O ritmo é compassado típico do jazz, o baixo marcando os passos de alguém que entra devagar, enquanto algumas das luzes voltam-se para ele... Detrás das cortinas dos bastidores sai um homem de quase 1,80 m, esguio, mas de musculatura definida, com cabelos ruivos cor de cereja, que caem sobre seus brilhantes e sedutores olhos violeta, dando-lhe um aspecto... Misterioso. Veste uma camisa e calça negras, contrastando com a pele alva, que aparece por causa de alguns botões abertos da blusa.

Seu caminhar parece o de uma pantera... Vagaroso... Hipnotizante... Imponente... Repleto daquela sensação de perigo.

Todos se voltam para ele com interesse, inclusive os guarda-costas de Takatori, que ficam com os olhos fixos na criatura que passa diante deles a caminho do poste de metal cravado no final da passarela do palco. Schuldich engole em seco, esquecendo-se até de usar de seu poder telepático, sentindo apenas a aura ameaçadora que a atitude e a mente daquele homem transmitem.

A mão forte então toca o varão, uma das pernas enlaçando-o e com um giro completo inicia a performance do stripper. O rapaz começa a se abaixar devagar, ao som da música, mordendo de leve o lábio inferior de uma forma extremamente sensual, mantendo os olhos semicerrados, dando uma lambida deliciosa no metal frio, fazendo todos ofegarem... Principalmente ao verem o corpo bonito se esfregando nele, para em seguida levantar-se rebolando lentamente, acompanhando o compasso da música...

E a letra o envolve, assim como os espectadores numa atmosfera de pura sedução.

Nunca saberá o quanto te amo, nunca saberá o quanto me importo

Quando coloca seus braços em mim, eu sinto uma febre que é difícil suportar

Você me dá febre, quando me beija, febre quando me abraça forte

Febre de manhã, febre a noite inteira

Os olhos azuis de Mamoru se arregalam, sentindo que a garganta fica seca quando começa a respirar de forma lenta... Ofegante... O coração estranhamente batendo depressa, as pupilas passando por todo aquele corpo que se move devagar, perigosamente como um felino, o rosto envolvido por uma expressão de puro prazer, com os quadris marcando a música...

E o lindo ruivo irradia um brilho selvagem, ficando de costas para o varão e se encostando nele. Abre devagar botão por botão de sua camisa, umedecendo os lábios com a língua, enquanto mais uma vez vai descendo... Abrindo bem as pernas quando chega quase ao chão... E a protuberância dentro de sua calça bem justa fica indiscretamente exposta para os olhos dos convidados.

Os orbes azuis acompanham o show, preso a cada movimento do stripper...

Então o jovem de cabelos cereja sobe ainda mais devagar, abrindo completamente a camisa, puxando-a para fora da calça... O abdômen e o tórax bem delineados ficam expostos por completo, ao mesmo tempo em que a mão grande passa por eles, descendo... Descendo e chegando à virilha, onde se esfrega com gosto, fazendo os óculos do líder dos Schwarz cair de seu rosto, sem nem ser notado.

Você me dá febre, quando nos beijamos, febre com tua ardente juventude

Febre, estou em chamas, febre eu certamente me queimo.

O velho Takatori olha para ele meio sem saber o que pensar, agarrando Nagi com mais força, como se de alguma forma a apresentação o deixasse nervoso demais.... E o garoto tenta se afastar incomodado, mas sem sucesso. O mafioso nem nota como seu primogênito, sentado ao seu lado, parece derreter-se com tal imagem... Música e dança perfeitas penetrando em seu peito como uma faca quente.

O corpo esguio fica então de frente para o varão, enquanto a blusa desliza de um dos seus ombros, mostrando mais de sua pele e, arqueando o tronco para trás, encosta o quadril no metal brilhante, iniciando um movimento de vai e vem, como se estivesse...

Os espectadores respiram fundo, para se controlarem, vendo os cabelos vermelhos caindo no rosto marcante, movendo-os devagar para afastá-los. Cada movimento dele parece mais intenso... Como se uma ânsia tomasse conta daquele homem e o poste de metal deixasse de ser apenas isso. Ainda arqueado, a camisa vai escorregando completamente pelos ombros, descendo pelos braços e cai sobre um homem que baba ao lado do palco.

Um longo silêncio se segue, sem o natural ruído de um lugar desses... Todos os olhos direcionados para o palco e para a criatura misteriosa que parece totalmente absorta no ato de seduzir. A música se mostra cada vez mais sensual... A voz do cantor levemente rouca, emprestando à apresentação a libido a mais que torna o ruivo irresistível.

"O-o que eu estou sentindo?!" – Omi se surpreende ao se notar excitado, sem entender como algo assim pode acontecer, confuso comos próprios sentimentos. – "Será que eu sou..."

Continua...

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Essa fic é um presente especial para minha amiga e mestra Evil Kitsune, uma singela oferenda que estava prometida há muito tempo e que estou cumprindo finalmente. Era pra ser uma oneshot, mas como você me conhece, sabe que essa palavra é meio inexistente em meu dicionário. Espero que goste, pois foi feita de coração... Aya sensual, fluffy e ação para tornar o romance ainda mais envolvente. De quebra vamos conhecer melhor a 'feliz e unida' família Takatori. Aproveite a história, pois é toda sua.

A música que embala a dança do nosso Aya stripper é 'Fever', música mais do que clássica, mas escolhi a versão cantada por Michael Bublé, que empresta um toque ainda mais sensual à melodia já bastante caliente.

Agradeço a minha amadíssima beta Yume Vy por todo o esforço que fez para me fazer feliz com mais uma fic iniciada. Sei muito bem tudo que essa betagem representou para alguém que luta com todas as forças para retomar sua vida e sua maravilhosa produção de fics. Que esta seja o recomeço de nossa parceria produtiva. Mil beijos!!!!

Beijos especiais também às minhas cobaias fofas, Eri-chan e Scheilla Mendes, que leram e me deram suas opiniões, influindo e muito e algumas decisões que tomei ao longo da confecção do texto.

Espero que gostem e COMENTEM!!!!

30 de agosto de 2009

02:54 PM

Lady Anubis