N/A: Uma singela homenagem ao casal que me fez vir até o mundo das fics (e eles merecem muito, muito mais). Cronologia do jogo até um pouco depois do final de AC.
Não são meus.
I. Até
Enquanto ele ainda sentia o fragmento de alguma coisa que, às vezes ele temia lembrar e esquecer, ele continuava a ver no horizonte aqueles olhos amorosos e trágicos, e sabia que iria encontrá-los, de algum jeito.
II. Após
Ela sorria para ele, com a mesma doçura que um dia ele prometeu proteger e talvez mais, e, naquele exato instante, acreditou que não vencera a última batalha, era –––
Não podia ser real.
III. Nós
Ele repousou ligeiramente as mãos sobre as dela, e ele tinha medo que aquelas finas e frágeis mãos evaporassem-se como a chuva que tanto a representava.
- Cloud? – ela perguntou, com seu tom leve e ingênuo que apenas ela poderia ter, depois de –––
- Fique. – ele disse lentamente enquanto tentava não a deixar escapar entre os dedos.
Ela sorriu ternamente. – Tolo, - ela disse pegando firmemente em suas mãos. – Eu sempre estive aqui, com você. – ela terminou e então ele finalmente notou o que eles sempre tiveram, no meio de tudo:
O sorriso, um do outro.
IV. Cair
Ele abriu os olhos e sentiu a pior dor de cabeça de toda sua vida.
... Bem, das memórias que ele lembrava.
- Tenho que consertar esse telhado, sempre tem um ou outro que me cai aqui. – uma voz divertida e floral disse ao lado dele.
Ele se virou ligeiramente e colocou as mãos sobre os olhos. – Desculpa. – ele murmurou, ainda atordoado, automaticamente.
Ela deu um sorriso a ele (que parecia confundir com a luz vibrante de Midgar), e naquele instante parecia à coisa mais perfeita e única, apenas dele. – Por nada, acho que os céus finalmente deram-me meu presente. – ela piscou o olho para ele, e ele sentiu que ia explodir ('como o sangue pode fluir tão rapidamente para as bochechas? ', pensou ele, atordoado).
Droga de Avalanche e telhados de igreja.
V. Poder
- Cloud, o que queria dizer? – Aeris perguntou do seu modo brincalhão, mas ainda sério a ele, enquanto as luzes de Gold Saucer pareciam a fazer mais vibrante, iluminada. Cloud começou a sentir que era melhor enfrentar Shinra que isso.
- Sobre o encontro... – ele começou e ela acenou vivamente em resposta. – Err... – ele tentou, e ela continuou a sorrir, e as pernas de Cloud ficaram ainda mais bambas. – Que t-tal...
- Hoje. – ela disse definitiva, erguendo a mão na direção dele. – Vamos? – ela perguntou e ele, pela primeira vez em anos, sentiu-se bem de ser um zero social. O que ele sentia, agora, nenhuma palavra podia expressar.
E ele era grato a isso.
VI. Tempo
Ele gostava de como as coisas fluíam ali, o mesmo décimo de segundo parecia igual ao anterior, e pela primeira vez em tempos isso significava uma boa coisa.
- Cloud, está na hora de ir. – ela anunciou enquanto acariciava delicadamente as mechas douradas de seu cabelo, ele deu um leve bocejo em resposta.
- Não, ainda não passou nenhum minuto Aeris. – ele disse ainda um pouco sonolento. – Com você o tempo não passa. – ele murmurou um pouco depois, e ela acenou tranqüilamente.
Eles sempre tiveram tempo.
VII. Viver
Ele deu outro suspiro e acelerou Fenrir mais um pouco, o vento estava com ele. Ao olhar para os lados viu a vida em forma de chocobos velozes, que, no horizonte se encontravam aos céus em movimento, alaranjados pelo vapor da noite tomando o dia; e, ao sentir o aperto morno e os pequenos cachos castanhos claros baterem em sua bochecha, com uma risada etérea sendo sua sinfonia ele sabia de uma coisa.
Agora, ele estava vivo.
fin
