Teoria
Fazia mais de uns dois ou três meses que nossos filhos estavam juntos e por alguma razão resolvi sentar em umas pedras perto do mar, algo que realmente não fazia parte da minha rotina.
- Athena! – quando me virei para ver quem era, dei de cara com o corpo robusto do meu tio, Poseidon, estava com uma bermuda caqui, uma camiseta com estampa havaiana azul, preta e branca e carregava consigo uma vara de pesca – o que está fazendo aqui?
- nada, eu... eu só estava passando – eu gaguejei uma resposta rápida – e resolvi parar e você ? – notei o quanto a pergunta era idiota, o que o deus do mar estaria fazendo perto do mar?
- pescando – ele ergueu a vara, confirmando o que dizia – eu gosto de ficar perto do acampamento - ele sentou do meu lado e pela primeira vez em muito, muito tempo pude sentir meu coração bater bem mais rápido.- controlo o Percy
- seu filho me surpreendeu. Deixando a imortalidade por Annabeth.
- ele é uma boa pessoa Athena. Tenho certeza que não vai desepcionar, sua filha.
- não tenho tanta certeza, aquela Rachel, ela despertou sentimentos fortes nele
- mesmo assim, ele amava sua filha.
- por que a beijou então?
- por que ele estava confuso, ele estava dividido
- isso é totalmente fora da teoria
- estou louco para ouvir sua teoria sobre o amor
- é bem simples até, barba de craca, um coração não pode amar duas pessoas ao mesmo tempo – o mar ficou turvo e revolto, pensei que ele ia brigar ou qualquer coisa assim, mas ele fez algo bem diferente.
- Athena, olhe o mar, segundo a "teoria" dos humanos, você pode saber como ele vai estar apenas de olhar para o cêu, mas não é assim, o mar é ligado a MIM, o mar vai estar como EU estiver me sentindo, ele não segue uma teoria, ele segue os meus sentimentos e eu NÃO controlo os meus sentimentos.
- você precisa de mais auto-controle, assim você vai conseguir controlar seus sentimentos.
- você acha mesmo, Athena? Por Afrodite, você acredita mesmo nisso? – eu hesitei em responder, ele se aproximou e colocou a mão em meu rosto, tinha um cheiro entorpecedor de brisa marinha – EU TE AMO – ele falou baixinho, seus lábios tocaram os meus como da primeira vez.
Eu me afastei – me solta! Não toca mais em mim – eu me levantei e sai a caminho de um de meus templos.
- Tudo parece tão recente, não
- o que deu em você hoje, está me seguindo?
- talvez, eu quero você.
- eu não te quis antes, não vou lhe querer depois de...ahnn
- depois de me deitar com...
- você sabe, não precisa me lembrar
- por que foge desse assunto?
- porque isso é sujo e simplesmente nojento
- ela me lembrava você
- o quê?
- ela, a medusa, me lembrava você, foi por isso
- eu não lhe perguntei.
- mas prefiro deixar tudo claro, o que você ia me dizer naquele dia?
- nada agora saia do meu templo.
- não até eu saber – ele precionou meus pulsos contra a parede
- está me machucando
- sinto muito. – ele me soltou - me diz por favor.
- ia lhe disser para parar de me procurar
- tanto faz, se é o que você quer – ele virou de costas
- ela valeu a pena?
- o quê?
- antes de ir, me responde, é só o que eu quero.
- não, ela não valeu nada.- ele deu as costas e voltou a caminhar em direção a saída.
- eu também te amo – ele virou e me encarou com os olhos verdes – era isso que eu ia te dizer naquele dia.
Ele abriu um sorriso tão grande que não cabia no rosto, voltou até mim.
- isso, era o que ia me dizer?
- não me faz repetir – os braços dele me agarram pela cintura.
- não vou, se você não me mandar embora.
Eu sabia que ia me arrepender, mas abraçei seu pescoço e o beijei.
- fica, aqui.
ele me deitou no chão frio, que agora parecia mais quente nos braços dele.- eu te amo.
ele me beijou novamente, na teoria isso era errado, mas na prática não havia nada mais certo.
- eu também te amo, DEMAIS.
