Cap.I–As Férias

Tudo que Harry menos queria era voltar para a casa dos Dursley, o que aconteceu depois que saiu do Expresso de Hogwarts. Aquela casa na rua dos Alfeneiros já estava ficando insuportável devido a todos, sem exceção, estarem de dieta por causa de Duda. A primeira semana tinha sido horrível, mas seus amigos – Hermione e Rony – haviam mandado, a pedido de Harry, bolos, biscoitos, balas... O que melhorava um pouco a sua estada com os tios.

Já tinha se passado quase dois meses que Harry havia voltado para casa, seu padrinho, Sirus, não o havia mandado nenhum bilhete, o que já estava deixando Harry aflito. Então se lembrou do horrível acontecimento no ano anterior... O ressurgimento de Voldemort, seu inimigo mortal. Pensava que depois do reaparecimento do Lorde das Trevas estaria em mais apuros, e agora, muito pior do que já havia enfrentado. Lembrou-se da cena da varinha, onde seu pai e sua mãe saíram da varinha de Voldemort, ele lembrou-se do rosto de sua mãe e de seu pai... Como ele os queria... Necessitava tanto de pais por perto para tirar o medo que sentia, pois sabia que iria encontrar Voldemort novamente. Ficou lamentando a morte de seus pais por mais alguns minutos quando Edwiges entrou no quarto do menino pela janela atirando um pacote na cama de Harry. A coruja branca pousou em cima da cadeira que ficava a sua gaiola, em um canto do quarto perto da janela, soltou um pio alto e esticou a perna para Harry retirar um pequeno bilhete que acompanhava o pacote. Acariciava Edwiges enquanto lia o bilhete.

"Deve estar se perguntando o que é isso mal embrulhado..." mas parou de ler quando foi interrompido por uma outra coruja, era cinza clara, e também carregava um pacote. Harry foi para a janela onde a coruja cinza ficou parada e avistou mais três corujas no meio da noite vindo direto para sua casa. Harry ficou espantado e sem entender o motivo de tantas corujas. Será que ele tinha sido expulso de Hogwarts? Mas quando as corujas chegaram mais perto entrando no alcance da luz de seu quarto, viu que duas eram da família Weasley – Errol e Pith -, e a terceira reconheceu sendo de Hogwarts, ele já a havia usado uma vez no ano passado para enviar um bilhete a seu padrinho. Cada uma delas trazia um embrulho, com exceção de Pith, que trazia apenas um bilhete. Harry foi curiosíssimo tirar todos os bilhetes e embrulhos de cada coruja, colocou-os em cima da cama e foi ao primeiro pacote entregue, pegou o bilhete e recomeçou a ler.

"Deve estar se perguntando o que é isso mal embrulhado, mas peço que não repare e que goste do presente.
Sirius"

-"Presentes?" – pesou Harry alto. "Que dia é hoje?" "Nossa! 31 de julho! É meu aniversário e eu havia esquecido! Como pode ser isso? Esquecer o próprio aniversário?" – Harry continuava a falar super irritado, pois seus amigos haviam lembrado do aniversário dele enquanto ele próprio havia esquecido. Também, nem reparou que o tempo passava tão rápido, e o seu aniversário era uma coisa que não existia na vida dos tios.

Sirius o mandara um par de luvas oficiais dos Chudley Cannons, Harry imaginou a cara que Rony faria quando a visse. Ele admirou mais um pouco o presente, e partiu para o pacote seguinte, que foi trazido pela coruja acinzentada.

"Parabéns, Harry! Espero que goste do presente me garantiram que era o melhor lustrador de vassouras, e você sabe que, de vassouras, eu não entendo nada.
Mione"

Harry ficou maravilhado com o lustrador – Maravilhas Modernas – dizia o rótulo – deixa sua vassoura brilhando por semanas... – aquele, com certeza, era realmente o melhor lustrador de vassouras, e iria colocar junto com o kit que Mione lhe dera ano retrasado. Harry partiu para o pacote que Errol havia trazido com muita dificuldade – Harry olhou para a coruja que ainda estava se recuperando da longa viagem que fizera. Pegou o bilhete da perna de Pith, que estava muito agitado, e leu.

"Oi, Harry! Parabéns! Como você está? Espero que goste do presente e do bolo que mamãe fez.
Rony"

Harry pegou o pacote duplo que Errol trazia. Abriu-o. Ele deu um pulo da cama de tanta felicidade, retirou do pacote o pequeno bolo, e pegou aquele pedacinho de papel que ele mal conseguia acreditar no que estava escrito: "Campeonato de Quadribol – Chudley Cannons (Canhões de Chudley) x Pluddlemere United (União de Pluddlemere)". Ele ia ver um jogo dos Chudley Cannons! Mal podia acreditar! Reparou, depois que parou de pular, que havia mais uma coisa no pacote. Uma blusa, uma blusa escrita o nome de seu time de quadribol favorito: CHUDLEY CANNONS. Harry estava tão alegre que nem conseguia largar a blusa e o ingresso para o jogo! Ficou algum tempo sentado na beira da cama olhando fixamente para as palavras: Campeonato de Quadribol e Chudley Cannons. Por fim, vestiu a blusa e, com muito sacrifício, largou o ingresso, pegou o embrulho trazido pela coruja de Hogwarts. Pegou o bilhete todo amassado, e leu:

"Parabéns, Harry! Espero quem esteja contente, apesar de estar com os Dursley. Receio que irá gostar do presente. O outro será útil esse ano.
Hagrid"

O pacote era pequeno para ser um livro, que foi a primeira coisa que passou pela cabeça dele depois de terminar de ler o bilhete. O livro que ganhara do Hagrid para o terceiro ano mordia quem tentasse abrir-lo.

- Ué? Hagrid deve ter se enganado... Como isso vai ser útil esse ano para mim? – pensava alto enquanto olhava o objeto em sua mão. Ele tirou da caixa uns biscoitos que Hagrid fizera e alguma coisa que parecia uma varinha – um graveto de madeira escura – que Harry continuou se perguntar como aquilo seria útil, e o principal, para que servia. Depois ele olhou novamente e viu outra coisa no fundo da caixa, uma caixinha ainda menor, que Harry abriu e viu um cordão com uma chave minúscula pendurada. Havia um outro bilhete dentro da caixinha.

"Este cordão foi dado a você quando era um bebê, para sua segurança estou lhe devolvendo somente agora."

Era muito estranho, mas como tudo na vida de Harry era estranho, o que ele poderia esperar? Algo normal? Impossível. Quando parecia normal, sempre acontecia algo ruim.

O menino acendeu a vela que havia em cima do peque bolo que a sra Weasley havia feito. Ele fez um pedido e apagou a vela.

Dois dias depois de seu aniversário, os Dursley foram a uma reunião de amigos e da família e, com sempre, Harry ficou para trás. Até que era bom ficar em casa sem ninguém pegando no seu pé, mas ficar sozinho não era tão bom quanto pensava. Tinha suas desvantagens. E a maior e mais preocupante era Voldemort atrás dele, e ele sozinho seria um plano perfeito para pegá-lo. Harry tentou afastar esse pensamento de sua cabeça.

Já estava anoitecendo quando o telefone tocou. Harry não tinha permissão para atender ao telefone, mas estando sozinho em casa, teve que faze-lo.

Alô?