"Uma reputação se constrói durante uma vida... Para se destruir, basta um minuto!"
Escrevi esta fic sem dar muita atenção às informações corretas sobre as criaturas apresentadas e sobre os procedimentos adotados... Num momento de descontração, as palavras brotaram e cá estão...Não me responsabilizo!
O que acontece quando por acaso quatro caçadores se encontram para trabalhar numa boate chamada "Mansão do Diabo"?
Dean / Sam / Jo / OC (Vide Fanfic 'Destinos'), três capítulos, mais um material extra...
Boa leitura!
CAP. I – PORTA DO INFERNO
Phoenix, Arizona. (Início da terceira temporada)
- Dean, se você nos meter em confusão hoje, eu juro que sou capaz de arrebentar você! – Exclamou Sam, ao descer do carro num lugar horrível.
Os irmãos Winchester desembarcam num bairro da periferia da cidade. Era uma rua bem movimentada, estavam no que chamariam de 'pardieiro': uma boate de quinta categoria, com um leão-de-chácara em frente, e acima dele alguns feixes de neon coloridos piscando descompassados, escrito "Devil's Mansion".
- Ah, qual é Sam, se no nosso trabalho eu não puder me divertir um pouco, então estou frito! – Espreguiçava Dean saindo do carro, e dando uma olhada ao redor, para ver se não haviam sido seguidos.
- Dean, eu consigo tolerar suas molecagens até certo ponto, mas tem horas que fica insuportável – Sam ajeitou a jaqueta, e os dois se dirigiram até a porta do estabelecimento.
Através de outros caçadores souberam que naquela região havia uma manifestação demoníaca meio fora do comum, como se houvesse uma festa do inferno, vários demônios reunidos, fazendo uma espécie de arrastão naquela cidade.
- Cara, aí literalmente deve ser a porta do inferno! – Sam segurava seu aparelho que piscava freneticamente pela presença forte de entidades sobrenaturais no lugar.
' - Não há lugar como nosso lar!' – Dean deu uma piscada pro irmão, pagando o segurança para que pudessem entrar.
O som techno hipnótico quase ensurdecia os irmãos desde a entrada do lugar.
Feito numa espécie de porão, o lugar era amplo, com seu pé direito alto, dando espaço para pelo menos três mezaninos que circundavam as paredes.
Os spots em tons de roxo e vermelho piscavam ao pulso da música, iluminando as gaiolas penduradas no teto bem no centro, cheias de dançarinas e visitantes que dançavam seminuas.
A pista de dança no centro do salão estava bem escura, mas podia-se notar que ali rolava de tudo: Dança, drogas, sexo, e quem sabe possessões...
- Cara, é hoje que eu me acabo! – Dean deu uma olhada em volta, sua mão coçava para logo sacar suas armas e tornar realidade o conceito de 'balada' para ele.
- Hey Dean, tem muita gente aqui... É muito arriscado a gente fazer qualquer abordagem... Melhor a gente dar um giro e identificar quem é quem, para depois segui-los e fazer nosso trabalho – Sam sempre era muito centrado, qualquer que fosse a ocasião.
- Tá bem, tá bem... Então vamos nos divertir um pouco – Dean corria os olhos pelo local, na esperança de encontrar o bar e matar a sua sede.
O bar ficava atrás da pista e era bem iluminado pelos neons coloridos dos anúncios de bebida ao fundo, com um balcão amplo e largo, e pequenas banquetas fixas em volta.
- Hey, três vodkas, três cervejas e duas tequilas! – Gritava a moça franzina de cabelos loiros, substituindo uma das garçonetes da casa que ficara doente.
A bartender virou-se e a loira tomou um susto.
Seus olhos eram totalmente brancos por causa das lentes de contato que usava, completando o visual dark que o lugar pedia. Maquiagem gótica, piercing de argola no nariz, longos cabelos castanhos presos num rabo de cavalo no topo da cabeça, top e microshort pretos com paetês e botas de cano longo até os joelhos.
- Já ouviu falar numa expressão chamada 'por favor?' – Respondia aquela criatura que a loira achava de fato ter saído do inferno.
As duas se encaravam com ódio, desde quando chegaram para trabalhar naquela noite.
- Vai ou vão vai me atender? – A loira disse num tom de voz ameaçador.
- Ah, e o que vai acontecer se eu não te atender? Vai chamar a mamãe, pivete? – A morena pegou uma faca de mesa por trás do balcão sem que a loira notasse.
A loira virou-se para dar a volta no balcão e fazer o pedido para a outra bartender, quando a morena lançou a faca em direção às costas da loira, e rapidamente ela virou-se e protegeu-se com a bandeja de madeira que estava vazia em sua mão, fazendo com que a faca ficasse cravada bem no centro.
A morena cerrou levemente os olhos reconhecendo aquele tipo de reflexo.
- Seu pai lhe ensinou isso também, Harvelle?
Os irmãos percorriam com os olhos o local, na esperança de encontrar os possuídos logo e fazer o trabalho deles.
- Cara, isso vai ser difícil! – Sam olhava em volta e balançava a cabeça, pois os freqüentadores pareciam realmente criaturas infernais, com seus figurinos no mínimo excêntricos e trejeitos estranhos.
- Pode ser, mas enquanto vigiamos eu não quero ficar de boca seca! – Dean logo avistou o bar em frente onde estavam.
" – Sam!"
- O que, cara...
" – Hey, Sam!"
- Fala, caramba!
- O quê? Não falei nada!
Sam virou-se para seu irmão pois pensou que ele havia chamado...
" – Hey, Sam, sou eu!"
- O quê?
- O quê o quê, cara! Nem bebeu e tá chapado!! – Dean andava em direção ao bar, mas foi segurado pelo seu irmão.
" – Sam, sou eu!"
" – Valery! Que surpresa!"
" – Eu que estou surpresa de vocês estarem aqui..."
" – Onde você está?"
" – Você vai me encontrar logo!"
" – Estamos procurando..."
" – Eu sei, por isso estou aqui... Já que estão aqui, então vamos trabalhar juntos..."
- Que foi, cara! Tá com cara de besta, olhando para o nada... Vamos, eu te pago uma cerveja! – Dean puxou seu irmão, que novamente o segurou.
- Ela está aqui...
Dean olhou para seu irmão assustado, com uma expressão de que queria maiores explicações.
- Quem?
- Vá pegar sua bebida, eu espero aqui - Sam deu um sorriso.
Dean achou que de fato os últimos dias afetaram mais seu irmão do que ele...
A loira olhou espantada para aquela figura, tentando lembrar se a conhecia de algum lugar, pois aparentemente ela a reconheceu.
- Ellen está bem?
- Não é da sua conta.
A morena debruçou-se no balcão para que a loira escutasse melhor o que ela tinha a dizer.
- Escuta aqui, pirralha... Sei quem você é, e o que faz aqui... Se quiser se sair bem, melhor unirmos nossas forças e trabalhar em equipe, acha que consegue fazer isso?
Jo sabia que estava num beco sem saída. Já foi uma insanidade ir até lá sozinha realizar uma caçada daquele porte, não seria fácil, e sabia que sozinha teria chances bem menores do que se estivesse acompanhada.
- E porque acha que eu tenho que te obedecer? – A loira devolveu num tom sarcástico.
- Simples, se fosse mais esperta, estaria deste lado do balcão, e não aí – A morena deu uma piscada de olho e virou-se para pegar as bebidas que Jo pedira.
A loira suspirou, e num aceno de cabeça, mesmo a contra-gosto, concordou em formar uma equipe com a bartender.
O loiro se aproximou do balcão do bar, sentou-se numa das banquetas e aguardou o serviço.
Tomou um susto que quase caiu de onde estava sentado.
Reconheceria aquelas costas bem torneadas, adornadas com uma tatuagem do Arcanjo Rafael em qualquer lugar do universo.
- O que vai querer, caçador?
- Explicações.
- Não reconheço pelo nome, o que vai nele? Vodka, Gim?
A bartender nem se virou, pois já o reconheceu desde que ele se aproximou.
Abriu uma cerveja e colocou na frente dele.
- Consegue enxergar alguma coisa com isso? – Dean se referia às lentes de contato brancas que a detetive usava.
- Só o necessário... – Valery esboçou um sorriso.
- E então... O que a traz aqui... – Dean apoiou os cotovelos no balcão.
- A mesma coisa que vocês... – Ela virou-se para servir outras pessoas que aguardavam.
- Será? – Dean lançou aquele olhar ameaçador, o qual ela sentiu tanta saudade nestes últimos meses.
- Sim, que mais eu faria num inferno destes?
- Pagando por seus pecados, talvez...
Mesmo por trás das lentes Dean conseguia sentir aquele olhar frio de que ele tanto sentia falta...
Ela nem respondeu, e foi atender os outros clientes.
- Hey, olha por onde anda!
Sam e Jo se trombaram sem querer, e ela soltou as palavras sem ver em quem havia esbarrado.
- Jo, que faz aqui!
- Hey, Sam! Eu que pergunto! Você não combina com este lugar...
- Acho que pelo mesmo motivo que nós... – Sam deu um sorriso.
- Nós? – Jo perguntou tentando disfarçar sem sucesso sua satisfação em saber que o mais velho estava lá.
- Sim, Dean está no bar... Mas vamos, já que está aqui podemos trabalhar juntos, formar uma equipe, que tal? Temos mais um caçador aqui para completar o time...
- É, fiquei sabendo... – Jo fez uma careta de reprovação – Vocês a conhecem?
- Se a conhecemos? – Sam já pensava em soltar toda a história que passaram com a detetive, incluindo o episódio especial de seu irmão, mas achou mais prudente não falar já que sabia do antigo interesse dela por Dean, não queria de repente causar uma guerra desnecessária... Já bastava tudo aquilo que estavam passando...
- Sim, já trabalhamos com ela há alguns meses – Sam se recompôs, se limitando a fazer o curto comentário.
- Que pena, devem ter passado momentos horríveis na companhia daquela... Criatura! – Jo tomou sua bandeja nas mãos – Ok, então vamos dar um jeito de se reunir e combinar como faremos... – Saiu na direção das mesas para recolher os copos vazios.
" – Isso vai ser mais difícil do que imaginávamos..." – Sam pensava, temendo que surgissem problemas por causa da antipatia entre as mulheres.
Os quatro estavam no balcão, discretamente conversando sobre como conseguiriam identificar os possuídos e realizar a expulsão dos demônios.
- Antes de abrir a casa eu preparei algumas Chaves de Salomão com giz especial, debaixo de algumas mesas e em lugares estratégicos – Jo estava do lado de dentro do bar, fingindo arrumar alguns copos.
- E não é que ela é esperta! – Valery ao lado preparava drinques pedidos.
- E mais rápida, diga-se de passagem...
Os irmãos se entreolhavam sem saber como agir se caso aquelas mulheres de repente se voltassem uma contra a outra ali, bem no meio daquele inferno...
- Tá, mas como a gente vai fazer para identificar quem é quem? Pode ser que quem não saia do círculo não é porque está possuído, mas porque está bêbado... – Sam tomava um gole de cerveja.
Valery olhou para ele, e aqueles olhos brancos realmente assustavam qualquer um.
- Nada, Sam?
- Nada o quê?
- Não sentiu nada de diferente?
- Anh, a cerveja está quente?
- Ah, entendi... – Dean também tomava sua cerveja – Batizada, foi assim que o Bobby pegou você, quer dizer, a Meg, que estava em você, quer dizer... Ah, cara, você entendeu!
- Daqui a pouco começará meu show, daí vocês também entram em ação – Valery separava as garrafas de bebida que estavam misturadas com água benta para o momento certo.
- Eu trouxe algumas cordas e braçadeiras, vão ser úteis – Jo preparava mais uma bandeja para sair por entre as mesas.
- E aqueles que vão se queimando nós vamos conduzindo suavemente para as Chaves – Dean se ajeitava na banqueta, olhando ao redor – Jo, você será nossa guia, pois só você sabe onde elas estão!
Jo se recordava da primeira caçada que fizeram juntos, de como acabaram se ajudando, e como gostaria que as coisas terminassem. Deu um discreto sorriso ao ouvir que Dean precisava da ajuda dela naquele momento.
- Ok, aguardamos o sinal da criatura aqui – Jo apontou para Valery, que não gostou nada do comentário...
- Mas do que se trata seu show, Valery? – Sam perguntou inocentemente.
- Ah Sam, vai me dizer que nunca viu "Show Bar"! – Valery terminava de organizar seus aparatos para iniciar o show – Então observe!
