Perigo Real e Imediato
Autor: DWS
Sinopse
Sam Winchester está no primeiro ano da faculdade, feliz por ter conhecido Jessica e por ter finalmente deixado para trás uma vida de perigos e provações. Não suspeita que existe um monstro no seu encalço e que está em perigo real e imediato.
Disclamer
Esta é uma fanfic de Supernatural, maravilhosa criação de Eric Kripke, que espero tenha longa vida na TV (está tendo). Espero estar sendo fiel ao seu universo. Minha intenção ao escrever é apenas entreter os fãs da série enquanto aguardam a transmissão de um novo episódio.
Autorizo o Eric a utilizar os personagens originais criados por mim para essa fic em fics que eventualmente resolva escrever, mas vou cobrar se ele decidir usar o meu roteiro no seriado. Sinto muito, Eric.
Notas da história:
Essa é uma repostagem da minha primeira fic, que tinha originalmente 80 capítulos curtos identificados aqui. Os capítulos originais foram reunidos em exatos 30 capítulos de tamanho médio. Na reedição, foram trocadas palavras, acrescentadas frase ou mesmo parágrafos, mas é basicamente a mesma fic postada no Nyah! de 21.02.2010 a 06.06.2010, que alguns de vocês podem ter lido. No Nyah! sou SWD.
Não tem slash. Lime, no máximo. Sinto muito. No seriado também não tem e todos acompanham e gostam. Acredito que, se derem uma chance, vão gostar. Temos um monstro que devora pessoas, mas tecnicamente não é canibalismo.
A história se passa em um momento anterior à primeira temporada ao seriado, com Samuel estudando em Stanford. É focada no Sam e no John. O Dean entra de enxerido. Mas, é também a história de dois outros irmãos marcados pela tragédia: Ross e Tristan.
(Cap.1) Monstro, eu ?
Olhou-se no espelho. Inevitável a sensação de estranheza com a nova imagem. Mas, estava gostando do que via. Sentia-se bem. Quase feliz. Já conseguia pensar com mais clareza também. Cada vez acontecia mais rápido. As primeiras horas eram de atordoamento, confusão. Depois havia uma harmonização. Uma sobreposição. E, então, tornava-se .. natural.
Caminhou pelo apartamento como se ele fosse seu. Talvez por que agora fosse seu. Aquela vida agora era sua. E, desta vez, seria diferente. Ele merecia estar ali. Merecia ficar ali, no topo. Ao menos, por um tempo. Até quando quisesse. Até quando agüentasse.
Porque, por mais que tentasse, não agüentava rotina, fosse ela qual fosse. Mesmo uma rotina de prazeres. Gostava de mudanças. Claro, não fosse ele o que era. Mudar era da sua natureza, estava no seu código genético. Não que ele fosse permitir alguém comprovar isso cientificamente.
O apartamento era amplo e bem decorado. Apartamento de um homem solteiro muito bem sucedido. Ficava na melhor área da cidade. Uma cidade efervescente, onde as coisas estavam acontecendo, onde circulava dinheiro, muito dinheiro. Isso atraía gente. Esse era o motivo dele ter ido para aquela cidade. Todo dia mais e mais pessoas chegavam. Um estranho não chamava atenção.
Às vezes, o melhor esconderijo é o meio da multidão. Se uma pessoa desaparece num lugar pequeno, onde todos se conhecem, imediatamente todos ficam alerta. Fica cada vez mais difícil. Numa cidade grande, não. Quem sabe por que uma pessoa desaparece? Quem se preocupa em descobrir?
E aqui, neste lugar, quanto mais próximo ao topo se está, menos se liga para o que o vizinho do apartamento ao lado faz ou deixa de fazer. Vale mais quem se aparenta ser do que quem se realmente é. Todos estão preocupados apenas consigo mesmos. Preocupados apenas em ganhar sempre mais.
Ele, que por muito tempo não tinha nada a perder, agora tem muito a ganhar. Cansou de viver de sobras. De viver com medo. De perambular por lugares escuros e esquecidos. De apenas sobreviver. Queria mais que apenas sobreviver. Queria aproveitar a vida. Ou ele não merecia ter uma vida? Queria apenas caminhar sem medo na luz do dia. Era pedir muito?
E aqui estava, em San Jose, entre o sol e o neon.
Fora chegando aos poucos. Um passo de cada vez. Lutando contra o medo. Ainda não se sentia totalmente pronto para circular na luz do dia. Mas, sabia que estava muito perto disto.
O homem tinha um compromisso no dia seguinte bem cedo. Reunião de negócios. Não seria bom que faltasse. Mas, isso ia forçá-lo a falar, a se expor, e as memórias que herdara ainda não estavam consolidadas. Um passo em falso e alguém podia perceber. Era tudo ainda muito recente.
'– Coragem, homem! ' Falou olhando a própria imagem no espelho.
O homem gostava do trabalho que fazia e ele começava a sentir essa empolgação. O homem gostava de comandar essas reuniões, de ser o centro das atenções, de mostrar o quanto era brilhante, e ele começava a gostar da idéia de estar na reunião. O medo estava desaparecendo. Ele estava se tornando mais autoconfiante a cada momento.
Uau! Nunca fora alguém tão autoconfiante assim antes. Uma sensação totalmente nova. Que sensação maravilhosa! Era por isso que gostava do que era. Não se sentia um monstro. Nem um pouco.
Passou pela sua cabeça que foi essa autoconfiança toda que levou o homem a uma morte feia. Seguir um estranho a um quarto de hotel barato podia levar a isso. Como levou. Já começava a ficar difícil ver-se como aquele outro homem. O homem que ele já não era. Jovem, bonito e de aparência inocente. A isca perfeita.
Começava a ver quem fora pelos olhos de quem era agora. E o que via agora era que o dinheiro podia comprar algumas horas de outro jovem bonito de aparência inocente. Seu futuro eu. Percebeu o círculo, mas também percebeu que não poderia evitar. A menos que encontrasse alguém com outros interesses, continuaria a viver em círculos.
A reunião fora um sucesso. O pessoal saiu do escritório direto para a comemoração. O lugar escolhido era próximo, bem transado e ainda na moda. Lembrou de já ter estado lá. Lembrou do jovem barman. Lembrou de ter levado o jovem barman ao apartamento. Duas vezes. De ter saciado outro tipo de fome.
O pessoal do escritório começava a debandar. Os casados nunca podiam ficar até mais tarde. Era por isso que nunca escolhia os casados. Precisaria passar pela difícil prova da intimidade sem ter tido tempo de se preparar. Não era só a mente, também o corpo ainda estaria fluido.
O grupo de calouros da universidade entrou fazendo barulho e atraindo sua atenção. E mais que os outros, chamava atenção um rapaz alto, cabelos escuros, esbanjando felicidade. Era muito jovem, extremamente bonito e parecia a inocência em pessoa. Alguém que qualquer um gostaria de ser. É, ele gostaria de ser aquele rapaz, de sentir aquela felicidade. E o melhor é que ele podia ser aquele rapaz. Era só querer.
Não foi difícil para o metamorfo descobrir o nome do tal rapaz. Sam. Samuel Winchester.
20.01.2013
