Despair…
POV
Eu sou algo mais do que um ser incompreendido. Eu sou eu mesmo, dono de ideais, posições e pensamentos. Eu sou mais que roupas bonitas, do que cabelos perfeitos, do que maquilhagem bem feita. Eu sou…
Eu não sei! Há tanto tempo que eu não sei. Simplesmente continuo a fingir saber, prefiro ser um mistério para os outros, tudo para que não entendam o mistério que sou para mim mesmo.
Dias sucedem-se a noites intermináveis, numa existência pesada demais. Deixem-me em paz, deixem-me ficar só. Não eu nunca vou poder ficar só, eu nunca vou ficar em paz.
Na realidade eu estou sempre contigo na memória. Na realidade eu sei que a culpa é tua, maldito sorriso perfeito, malditos olhos azuis. Odeio-te, odeio-te tanto.
Odeio-te com todas as minhas forças. Odeio-te porque te amo. Amo-te mais do que a mim mesmo, e mesmo assim tu deixaste-me. Deixaste-me sozinho numa existência vazia, a sofrer por ti que não vales nem uma das minhas lágrimas.
Eu recuso-me a falar, tudo porque tenho medo. Tenho medo que assim que a minha boca se abra para falar eu solte o desespero que vai na minha alma. Solte o desespero em gritos de dor. Eu não posso, não posso, tenho de mentir, fingir que tudo está bem quando na realidade estou tão quebrado por dentro.
Estou tão cansado, tão cansado… Quero dormir… Quero esquecer… Quero morrer…
POV Off
Naquele quarto escuro, uma figura esta sentada no chão. O corpo coberto por um vestido negro. As mãos enluvadas brincam com um objecto. Os cabelos compridos tocam as costas, lisos, negros, obscurecendo um pouco o rosto. O rosto de linhas suaves, tão bonito, tão delicado. A maquilhagem há muito que não é perfeita, linhas pretas traçam o caminho das suas lágrimas pela pele pálida. Chora, chora por não saber quem é, chora porque se sente abandonado, chora porque ele não o ama. Chora pobre homem, pobre menino.
O relógio vitoriano de madeira anuncia a meia-noite. Os olhos erguem-se como se olhassem os céus, a boca delicada esboça um sorriso.
- Está na hora…
As mãos enluvadas erguem o objecto com que brincavam, um frasco de vidro repleto de um líquido âmbar. Com um só movimento verte todo o conteúdo na boca, sorrindo ao saber qual será o efeito.
- Agora posso esquecer-te.
O corpo delicado treme em convulsões de dor. Mas ele não grita, ele não chora. Ele sorri! Sorri porque sabe que agora terá paz. Paz eterna, nunca mais terá de mentir, fingir ou sofrer.
Tudo o que resta naquele quarto escuro é o corpo coberto pelo vestido negro. O corpo agora inerte e sem vida. Os cabelos espalhados pelo chão ao redor do seu rosto. O rosto antes marcado pelas lágrimas exibe agora um singelo sorriso.
Ele agora encontrou paz, ele agora poderá descansar, acabou o sofrimento. O nome dele é Mana. O nome do seu amor perdido, isso ele levou consigo para a tumba.
Notas de autora: Fic que surgiu no momento de tristeza, o primeito texto que escrevo com Mana-Sama... Espero sinceramente que gostem...
Rviews?? Vá lá elas não fazem o seu dedinho cair, elas não custam nada, e elas me fazem hiper feliz...
