Céu sem Estrelas
If you be my star, I'll be your sky. – Gregory and the Hawk.
Prólogo
Dizem que quando duas pessoas muito parecidas são colocadas juntas, elas acabam se machucando.
Pode ser verdade. Talvez tenha sido isso que aconteceu entre Mira e eu.
No começo a gente se machucava sem esforço; com o passar do tempo nos esforçávamos ao máximo para machucar um ao outro. Havia algo morbidamente prazeroso em feri-la.
Perdi a conta das vezes que a vi trancar-se no banheiro e só sair horas depois, com os olhos inchados e vermelhos, assim como ela deve ter perdido a conta das vezes que eu saí sexta à noite só voltei segunda de manhã, ainda tonto pelo porre do fim de semana.
Ela via em mim somente os meus defeitos, e eu era incapaz de enxergar as qualidades delas, quando tudo estava quase acabando. Mas eram seus próprios defeitos que ela via. Eram minhas próprias qualidades que eu não enxergava nela. Idênticos – não foi assim que Lily nos definiu? Intoleravelmente idênticos. E se eu a odiava, então odiava a mim mesmo?
Tanta contradição faz meu estômago se remexer dentro da barriga. A náusea costumeira que surge sempre quando eu lembro dela.
Quantas lágrimas ela derramou nessa mesma sala de estar...
Quantos socos de raiva eu dei naquela mesinha de centro...
O fato real é que eu odiava amá-la, e creio que ela odiava amar a mim também. Era absurdamente agonizante gostar mais de alguém do que de si mesmo. Era torturante depender física e psicologicamente de alguém tão insuportável... Tão insuportavelmente amável.
Às vezes, quando ela me beijava, eu tinha vontade de joga-la no chão e estrangula-la. E depois eu me mataria. Eram esses meus planos, não eram? Mata-la e depois me suicidar. Acabar de vez com o tormento em que nossas vidas se transformaram ao se cruzar.
E pensar que tudo estaria bem, e que, ao invés de ser protagonista dessa cena deprimente, eu estaria num bar agora, bebendo algo forte e abraçando uma mulher qualquer, se ela não tivesse sentado ao meu lado naquele balcão do maldito pub!
Era nisso que eu pensava, não era? Era... Era sim. Era nisso que eu pensava enquanto ela me beijava, enquanto o veneno dela escorria pela minha garganta me alucinando. Pensava em como tudo poderia ser diferente. E então pensava em mata-la e em me matar.
Mas não pude. Não consegui. Era como um dependente químico, que odeia sua droga, mas não vive sem ela.
Faltou-me força para abrir mão de algo que me machucava. Faltou-me ânimo para começar uma vida nova, afinal, continuar jogando os – incontáveis – problemas e discussões para baixo do tapete parecia ainda ser favorável o suficiente.
Faltou-lhe coragem, Sirius Black.
N/A.:
Here I am, once again.
Isso que você acabou de ler - ou não - não é uma fic. É um surto. Yes, um surto 'cometido' numa dessas madrugadas de insônia.
Primeiro: quero agradecer ao Claudio por ter me ajudado a escolher o nome da Mira. Mira é o nome de um estrela, como Sirius também é, acho que ficou legal.
Segundo: quero pedir reviews... Ahuahuahua. Dúvidas? Críticas? Sugestões? Xingamentos? Maldições imperdoáveis? Reviews!! Basta apertar o botão lilás-zéqzi alí no canto esquerdo da tela.
Beijos, amo vocês!
Gabi.
