Fic escrita para o primeiro Amigo Secreto do fórum Papéis Avulsos.

Presente para minha amiga de longa data Miih.

Miih, vc sabe que te amo mesmo que a fic tenha ficado horrível. T.T

Jogo

Adriana Swan

Natasha rolou para o lado e se cobriu melhor, evitando olhar para um Clint calmamente adormecido a seu lado na confortável cama do hotel de luxo onde estavam.

Havia deitado com o agente de novo. Nat tinha que se policiar mais, não podia cometer esses vacilos. Claro, era um mulher segura de si, podia dormir com quem quisesse quando quisesse, em teoria. A agente sabia que estar no controle era uma ilusão, que quando deitava com Clint a única coisa que fazia era ficar vulnerável.

Pensou na sorte que tinha por Clint ser tão discreto quanto ela nesse ponto. A última coisa que precisava era que as pessoas, os homens em geral, a considerassem acessível. Não fácil ou vulgar, isso não era uma possibilidade, mas acessível, alguém com quem poderiam ter uma chance se tentassem.

E ninguém tinha uma chance com Natasha.

Clint se mexeu na cama e ela ficou quieta, seu coração confuso. Primeiro, porque ele não devia sob hipótese alguma confundir seu coração, segundo porque Nat não queria que ele acordasse e ao mesmo tempo queria sim. Queria sentir suas mãos em seu corpo mais uma vez antes dela silenciosamente ir embora o deixando sozinho naquele quarto de hotel. Queria sentir os lábios do arqueiro pressionando os seus antes que ela fingisse indiferença. Queria sentir ele dentro dela de novo antes dela dizer a ele que não queria mais aquilo.

Estar na cama com Clint era uma espécie de jogo no qual vencia quem fingisse melhor.

O que Natasha não sabia é que Clint também era muito bom nesse jogo de mentiras.

X

X

X

O gavião ficou olhando as costas nuas da mulher a seu lado, semi coberta pelos lençois finos. Natasha havia acordado há alguns minutos e talvez estivesse naquele momento cogitando fugir do quarto sem se despedir dele. Enquanto fingia dormir, Clint decidia se devia ou não tentar ficar com ela mais uma vez antes disso.

Talvez Natasha o recusasse dessa vez. Nem sempre ela o aceitava duas vezes seguidas, talvez já tivesse saciado suas necessidades físicas e o rejeitaria. Tudo bem. Clint fingiria não se importar. Ele sempre fingia não se importar e tudo ficava bem. Nat não queria um homem que se importasse, ela poderia ter dúzias desses, mas ela queria a Clint, porque sabia que com ele poderia ir embora quando quisesse e ele não ia ligar. Mesmo que fosse abandoná-lo sozinho no quarto do hotel, mesmo que fosse sair no meio da noite durante uma tempestade ou até daquela vez em que ela saltara pela janela do segundo andar.

Nat o queria porque era discreto, porque da próxima vez que o encontrasse ele não ia tentar abraça-la ou a tratar pelo apelido carinhoso. Ambos fingiriam que nada havia acontecido e era assim que tinha que ser. Clint fingiria não sentir desejo por ela até o momente em que ela chegasse a sua cama.

A agente se mexeu em baixo das cobertas, inquieta. Talvez ela estivesse cansada dele, talvez não. Clint colou o corpo no dela a abraçando gentilmente por trás, seus lábios encontrando a curva quente do pescoço da mulher. Nat não reagiu por um tempo, fazendo-o se perguntar se ela não queria mais. Talvez ela quisesse. Talvez ela quisesse aquilo tanto quanto ele.

Talvez Nat estivesse apenas fingindo indiferença.

E quando ele a possuiu pela segunda vez, ambos estavam fingindo.

Fingiam se amar menos do que realmente amavam.