Domo pessoal

Eu sei, eu sei... Vocês devem estar pensando que eu só escrevo, mas não, ainda estou no estagio de ser considerada uma pessoa 'normal'. Mas já tem algum tempo que estava pensando nessa fic, principalmente após o capitulo 6 de 'De Volta ao Vale das Flores'.

O protagonista dessa história é Hypnos, que vai contar seu ponto de vista, sobre o que antecedeu a sua primeira ida ao Vale das Flores.

Então, dessa vez resolvi deixar o Dionísio de folga, depois da festa de Natal na Toca do Baco, então, como ele tem muita coisa pra fazer, sem contar que Ariadne ta fazendo marcação serrada em cima dele, pra deixar tudo organizado pro Ano Novo, estou assumindo essa crônica.

Sinceramente espero que gostem...


Boa Leitura!


Feliz Ano Novo!


Nota: Os personagens de Saint Seya não me pertencem. Caos e Nix são criações minhas, baseados em divindades mitológicas, para essa saga.


Crônicas de Amor e Confusão XI

Xeque Mate

By Dama 9


Capitulo 1: Branco e Preto.

.I.

Observou atentamente a mão do irmão mover-se com suavidade pelo tabuleiro, tentou conter um suspiro cansado, porém foi em vão. Sabia que seus pensamentos jamais iriam se prender entre rainhas, reis e peões, quando o que mais queria era deixa-los vagar pelos Elíseos e não por aquele tabuleiro de quadrados limitados.

-Vai jogar, ou ficar suspirando o dia todo? –o jovem de melenas prateadas perguntou irritado.

Aquela já era a vigésima vez que ouvia o irmão suspirar daquela maneira, se o bem conhecia e tinha certeza disso, pelos milênios que conviveram juntos, não era difícil saber quais formas eram aquelas a atrair a atenção dele, que não fossem as silhuetas esguias das rainhas sobre o tabuleiro.

-Estou pensando, se você fosse menos lento, eu não me cansaria; Hypnos tentou se justificar, enquanto soprava distraidamente a franja dourada que caia sobre seus olhos.

-Eu? –Thanatos perguntou indignado.

-Xeque; Hypnos avisou, fitando-o com intensidade.

-Mate; o geminiano desafiou, confiante de sua vitória.

Sabia perfeitamente que ele não estava prestando atenção no jogo para perceber a forma como movimentara sua rainha preta, forçando-o a retirar a guarda que alguns peões, um cavalo e uma torre faziam em frente ao rei branco, mas surpreendeu-se ao ver a mão de Hypnos mover-se com tal suavidade que a única coisa que ouviu a seguir, foi seu rei a cair sobre o tabuleiro.

-Você perdeu maninho... De novo; o jovem de melenas douradas falou com um sorriso vitorioso, poderia não estar prestando atenção em Thanatos, mas o irmão não era adversário para si quando se tratava de xadrez.

-Droga; Thanatos resmungou, levantando-se da cadeira que estava, prestes a partir para cima do irmão, extremamente irritado por mais uma derrota.

-Acredite irmãozinho, era melhor para você que eu não estivesse prestando atenção mesmo; Hypnos debochou, ouvindo passos suaves se aproximarem e logo algumas velas da sala reduzirem a luz.

-Bom dia mãe; os dois falaram, ao verem a senhora de longos cabelos violeta e orbes lilases entrar.

-Bom dia; Nix respondeu sorrindo. –Jogando xadrez com Hypnos de novo? –ela perguntou, vendo o filho fechar ainda mais a cara, contrariado pela nova derrotada.

-Não adianta... Thanatos nunca vai admitir que não pode me vencer nesse jogo; Hypnos provocou.

-Posso não lhe derrotar nesse, mas existem outros que em matéria de estratégia você é um completo amador, irmãozinho; o Deus da Morte falou, substituindo a expressão seria, por um sorriso malicioso.

-É melhor pararem com isso; Nix falou em tom de aviso, mesmo vivendo nos Elíseos com os filhos, não existia um dia de paz quando os dois ficavam mais de duas horas juntos.

Thanatos e Hypnos se completavam. Eram opostos que guerreavam entre si, de maneiras por vezes excêntricas, mas ainda sim, cada um possuía uma peculiaridade inexistente no outro. O que lhes dava um perfeito equilíbrio, mesmo em meio à desordem.

-Puff; os dois resmungaram, dando as costas um para o outro, de maneira infantil.

Balançou a cabeça levemente para os lados, poderiam ser tão velhos quanto à própria Terra, mas por vezes eram piores que adolescentes.

-Thanatos, vossa majestade quer falar com você; Nix avisou, chamando a atenção da divindade.

-Algum problema? –Thanatos perguntou, com o cenho franzido.

-Provavelmente ele quer que você substitua Radamanthys na primeira prisão por um tempo; ela explicou.

-Como? –Hypnos perguntou curioso.

-Desde que ele partiu, nem mesmo Lune anda dando conta do serviço, então, como Deus da Morte, cabe a você ajuda-lo nesse serviço; a senhora falou, vendo que o filho já entreabrira os lábios para contestar. –E não o deixe esperando;

-Que seja; Thanatos resmungou, fazendo uma breve reverencia a mãe e lançando um olhar envenenado a Hypnos, deixou a sala em que estavam.

Nix deu um baixo suspiro, não queria nem ver o que Thanatos iria fazer quando descobrisse que aquela convocação não existia; ela pensou, voltando seus olhos para o outro filho, que tinha um olhar distraído para a janela que dava-lhe uma vista perfeita dos Elíseos.

-Hypnos; Nix chamou, aproximando-se dele.

-Sim; ele murmurou, voltando-se para ela.

-Quer me dizer o que esta acontecendo? –ela perguntou, com um olhar brando.

-Não é nada; Hypnos tentou justificar, porém notou que com um rápido olhar Nix simplesmente lera todos seus pensamentos.

-Se não quiser falar sobre isso tudo bem, mas acredito que ficar se martirizando não vai mudar em nada os fatos; Nix falou, pacientemente.

-Eu sei, só que...; Ele parou, suspirando. –Às vezes me perguntou qual é a diferença;

-Que diferença? –ela perguntou, vendo-o se afastar, sentando-se na cadeira que ocupava antes de acabar o jogo, começando a arrumar distraidamente as peças sobre o tabuleiro.

-Aquela que nos fez nascer deuses e outros mortais; Hypnos respondeu, segurando a rainha branca entre os dedos, com extrema delicadeza, como se temesse feri-la. –Porque Caos nos fez ser imortais e outros, tão frágeis cuja vida limitada em poucos anos nem sempre pode ser aproveitada como o desejado? –ele questionou.

-Tudo faz parte do equilíbrio, meu filho; Nix respondeu, sentando-se em frente a ele. Movendo a mão com delicadeza, fazendo com que um dos peões andasse uma casa.

-Não vejo equilíbrio na dor; ele respondeu, recostando-se melhor na cadeira, enquanto um peão branco movia-se uma casa.

-Mas há evolução, aprendizado; a senhora falou, fazendo com que o peão caminhasse, tendo apenas uma casa de distancia, para entrar nos limites das peças brancas.

-Harmonia mudou isso, o que a torna diferente de nós? –Hypnos perguntou, fazendo com que o peão se deslocasse para a direita, impedindo que Nix o alcançasse.

-Nada; Nix respondeu pacientemente, movendo outro peão, com um sorriso sereno nos lábios ao ver a confusão nos olhos do filho. –Em matéria de poder somos todos iguais. O que nos diferencia é à força de vontade. As pequenas coisas que vivemos, sentimentos e lembranças que nos dão força o suficiente para nos reerguermos depois de uma queda e continuarmos mesmo que um abismo se abra em nosso caminho;

-Mesmo assim...; Ele falou num resmungo contrariado, vendo que ela conseguira liberar a passagem de um bispo e o mesmo derrubara seu peão.

-Mas não é o equilíbrio universal que lhe incomoda, não é? –Nix perguntou, paciente. Movendo apenas um peão agora.

-...; Hypnos negou com um aceno.

Respirou fundo, vendo pouco a pouco as peças moverem-se pelo tabuleiro, enquanto sua mente fervilhada de idéias e questionamentos. Sem duvidas a mãe era melhor oponente que Thanatos, mas até mesmo ela sabia que ele, agora, não era um oponente para si.

-Só não queria vê-la sofrer tanto; ele falou num sussurro, vendo sua rainha tombar diante do bispo preto.

-Esta se referindo aquela jovem que chegou há algum tempo, não? –Nix perguntou, embora já soubesse a resposta.

Há cerca de alguns meses antes de Harmonia rebelar-se contra o conselho dos deuses, exigindo a volta dos cavaleiros, uma jovem chegara aos Elíseos, seus olhos expressavam tamanha dor que nem mesmo Caronte conseguira cobrar-lhe a paga, permitindo-se pela primeira vez em milênios, levar alguém até o outro lado sem as moedas.

Mas não fora apenas de Caronte, que aquela jovem chamara a atenção, Lune também fora um dos espectros a se compadecer de sua história, permitindo que fosse diretamente encaminhada aos Elíseos e ninguém jamais ousou contestar tal decisão.

Não costumava julgar as pessoas, mas conseguia ver perfeitamente o que atraia a atenção do filho, para ela.

-...; Hypnos assentiu, optando por não responder em palavras. Nix sabia perfeitamente o que estava pensando, mas mesmo assim, tentava de alguma forma força-lo a extravasar aquilo que vinha guardando somente para si.

Porque às mãe sempre tem de saber de tudo? –ele se perguntou, num leve movimento com as mãos, faz com que seu próprio rei tombasse, antes que ela pedisse o xeque.

-Que Thanatos não fique sabendo disso, por favor; Hypnos pediu, vendo-a sorrir diante da evidente derrota do filho, não para o tabuleiro, mas sim, para sua própria guerra interna.

-Já pensou em conversar com ela? –Nix perguntou, levantando-se e estendendo-lhe a mão.

-Não e nem pretendo; ele respondeu, com um semblante carregado.

-Hypnos, não seja teimoso; a senhora falou, dando sinais de que sua paciência estava chegando ao fim.

-Mãe, não quero ver essa história de novo, então, por favor, vamos dar esse assunto por encerrado; Hypnos pediu, fazendo uma breve reverencia e antes que Nix pudesse contestar, o mesmo já deixava a sala.

Suspirou cansada, Caos deveria estar realmente de mau humor quando resolveu lhe dar filhos tão teimosos; ela pensou.

-Não me envolva em seus problemas; uma voz imponente soou na sala, chamando-lhe a atenção.

-Uhn! –Nix murmurou, virando-se e surpreendeu-se ao deparar-se com o Onipotente ali. –O que faz aqui, senhor?

-Vim falar com Perséfone, mas só para variar encontrei aquele seu filho problemático, surtando no salão principal com um dos espectros; ele falou, passando a mão levemente pelos cabelos negros, fazendo uma fina mecha prateada cair sobre os ombros.

-Esse Thanatos; a senhora falou, dando um baixo suspiro.

-Mas o que esta acontecendo, para até você me culpar por seus problemas? –Caos perguntou, recostando-se em uma parede, cruzando os braços na frente do corpo.

-Nada importante, apenas que Hypnos consegue ser mais teimoso que Thanatos quando quer; ela respondeu.

-Ainda com medo de se aproximar daquela amazona? –Caos perguntou, arqueando a sobrancelha.

-Não é medo; Nix tentou justificar.

-Se ele não quer ver a história se repetir, é porque esta com medo. Ou você conhece outro nome para isso? –ele perguntou, em tom de provocação.

-Esta bem, só um pouco de medo, mas...; Ela não completou, vendo-o balançar a cabeça levemente para os lados.

-Deixe que ele encontre o tempo certo para enfrentar seus próprios demônios, se você ficar o pressionando, só vai fazer com que ele fique insistindo em fugir de coisas que já deviam ter sido superadas; Caos completou, com um olhar sério. –Mas agora tenho de ir, parece que seu filho já terminou o showzinho; ele falou, sem esconder um 'Qzinho' de sarcasmos em sua voz.

-Mas...; Novamente suas palavras ficaram apenas em pensamento, pois no minuto seguinte ele já havia desaparecido. –Devia ser proibido telecinese dentro desse palácio; ela resmungou, dando-se por vencida, se havia algo que não conseguia bater de frente, era com o filho teimoso e com o próprio Onipotente, quando queria apoiar essas teimosias.

-o-o-o-o-

A quem o visse e dissesse que aquele era apenas um jovem comum, andando calmamente em meio a um campo florido, puro reflexo do paraíso tão almejado por todos.

Os longos cabelos dourados esvoaçavam com o vento, enquanto os orbes de mesmo tom, pareciam correr vagos pelas planícies, até avistar ao longe uma bela primavera e abaixo dela o motivo de todas as guerras travadas em seu subconsciente.

Talvez Nix estivesse certa, porque não falar com ela? Mas falar o que? Sentia-se patético, um patético adolescente que se sente perdido ao pensar em convidar a primeira futura namorada para sair, mas estava longe de ser isso... Definitivamente, muito longe.

Mal notou quando seus passos o levaram até ela, estancou temendo se aproximar, mas que raios de divindade era para sentir-se assim diante de uma mortal? –ele se indagou, porém não podia reprimir o impulso que sua mente o obrigava a ter, fazendo com que seus olhos pousassem sobre a jovem que estava ali.

Viu-a sentada sobre a grama com um olhar vago para o campo florido a frente, onde algumas crianças brincavam animadas, cantarolando e sorrindo.

Os orbes amendoados que antes não possuíam brilho, aos poucos foram tomados por uma umidade cruel que insistia em manifestar-se ali, acabando por marcar a face de pele alva, daquele anjo que deveria repousar com alegria nos Elíseos e não sofrer por estar nele.

-Deseja alguma coisa, senhor?

Piscou seguidas vezes, tentando entender se aquilo estava realmente acontecendo. Se mesmo em meio a tanta dor que aqueles orbes transmitiam, aquele tom suave na voz melodiosa daquela jovem, era realmente destinado a si.

Sentiu o corpo estremecer, ao vê-la com suavidade passar a mão pelos longos cabelos esverdeados, impedindo que uma leve brisa entrelaçasse os fios. Por um momento, que a julgar por si, sentiu como se fosse eterno, viu-se preso diante daquela visão, que nem mesmo uma moldura dourada ou o mais exímio dos artistas, seria capaz de eterniza-la com a mesma perfeição com que a via agora.

-Deseja alguma coisa, senhor?

Novamente ela perguntou, chamando-lhe a atenção, fazendo-o finalmente crer que era para si, aquele olhar e aquela voz. Balançou a cabeça levemente para os lados, estava passando tempo demais com Orpheu.

-Nada importante; ele balbuciou, sentindo-se um idiota, por simplesmente deixar as palavras fugirem de sua mente.

-Vi que esta há tanto tempo ai, pensei que estivesse buscando por algo? –a jovem perguntou, fitando-o com uma expressão curiosa no olhar.

Quase sorriu ao notar isso, pelo menos não via mais aquela dor contaminar os orbes que tanto apreciava.

-Não, só estou caminhando um pouco; Hypnos respondeu com um sorriso sereno, embora temesse aproximar-se mais e destruir a magia que se formara naquele momento.

-Não quer se sentar? –ela perguntou, hesitante. –Sei que hoje não sou uma boa companhia para ninguém, mas...; A jovem não completou, vendo-o já a seu lado.

-Obrigado; ele respondeu, recostando-se na arvore. –Mas porque diz isso?

Desviou o olhar por um momento, não sabia o porque, mas aquele olhar lhe trazia lembranças das quais, lutava a cada dia para superar. Infelizmente não poderia mudar os desígnios do destino.

-Me desculpe, mas não quero incomoda-lo com isso; a jovem respondeu prontamente, tentando evitar que seus olhos voltassem a marejar.

-Quando lhe vi pela primeira vez pensei que fosse uma Graça; Hypnos falou, com um olhar perdido.

Era estranho como simplesmente deixara de pensar em prós e contras, a partir do momento que tivera a oportunidade de aproximar-se dela.

-Eu? –ela perguntou, com a face levemente enrubescida.

-...; Hypnos assentiu, com ar pensativo. –Uma carite, ou quem sabe uma meliade, pelos cabelos; ele completou.

Entreabriu os lábios, mas as palavras simplesmente não saíram, não sabia o que dizer, ou conseguia alguma resposta para entender o porque dele comparar-lhe a qualquer uma das Graças.

-Mas me diga, o que esta lhe incomodando, quem sabe posso lhe ajudar? –ele perguntou, mudando de assunto, vendo que seus pensamentos estavam novamente vagando e fazendo-o falar coisas das quais pretendia guardar somente para si.

-Eu, bem...; A jovem balbuciou, desviando o olhar.

-Não se preocupe, pode confiar em mim; Hypnos falou com suavidade, pousando sua mão sobre a da jovem.

Engoliu em seco, sentindo um breve estremecimento, não era dado a ficar se aproximando assim das pessoas, mas com ela era diferente e a forma que vinha agindo, lhe assustava.

-Um dia fiz uma promessa a alguém; ela falou num sussurro, sentindo uma lagrima solitária pender de seus olhos, marcando a pele alva da face. Era estranho, mas sabia que podia confiar nele. –Uma promessa que agora vai ser impossível cumprir;

Sentiu o coração cumprir-se, tendo como único desejo, poder abraça-la, conforta-la e impedir que outras lágrimas voltassem a cair.

-Senhor Hypnos; um espectro falou se aproximando.

-Hypnos? –ela perguntou surpresa, ao deparar-se com a verdade, de que, aquele a sua frente era a divindade do sono.

-O que deseja? –Hypnos perguntou, tentando ser o mais suave possível, lutando bravamente contra a idéia de mandar aquele espectro de volta para o Tártaro.

-Seu irmão deseja lhe falar, senhor; o espectro falou com a voz tremula.

Embora o olhar da divindade fosse doce e suave, sabia perfeitamente que estava a um passo de ser mandando para as profundezas do Tártaro, por tê-lo interrompido.

-Eu já vou; ele avisou, dando um suspiro frustrado.

-Mas senhor...; O espectro balbuciou.

Se não mandasse aquele espectro para o Tártaro, mandaria Thanatos; ele pensou, quase serrando os punhos. Voltou-se para a jovem com um olhar brando, vendo-a fitá-lo com visível confusão.

-Me perdoe, mas tenho de ir;

-...; Ela assentiu, silenciosa, sem conseguir esboçar reação alguma.

Embora o que mais desejasse fosse ficar ali com ela, tinha de ir, antes que o próprio Thanatos aparecesse para lhe importunar.

-Com licença; Hypnos falou, numa breve reverencia, antes de se afastar.

-Hypnos; a jovem sussurrou, um sussurro tão baixo que uma pessoa comum não poderia ouvir, porém que ele, mesmo a muitos passos de distancia, estancou o caminhar, ao ouvi-la lhe chamar.

-o-o-o-o-

-Você tem a mínima noção de que ele vai te matar por isso? –o espectro de orbes violeta perguntou, engolindo em seco.

Ainda se perguntava quem era pior quando estava irritado. Radamanthys ou Hypnos, que embora possuísse uma expressão celestial, ainda poderia lhe mandar para o Tártaro, declamando poesias.

-Esta na hora dele aprender a agir direito, antes que me mate de vergonha por ser meu irmão; Thanatos exasperou.

-Eu que devia me envergonhar de ter um inútil igual você, como irmão; o jovem de melenas douradas falou, surgindo atrás dos dois, com os orbes serrados perigosamente.

-Irmãozinho; Thanatos falou, engolindo em seco, surpreso pela recente aparição dele e o pior, que o irmão estava realmente irritado.

-Acho que Caos não vai se importar de ter você como auxiliar pelos próximos milênios, não é? –Hypnos falou, aproximando-se perigosamente.

-Her! Tem alguém me chamando, com licença; Lune falou, saindo correndo, antes que sobrasse para si.

-Covarde; Thanatos resmungou, vendo que agora era só ele e Hypnos.

-Prepare-se para ser mandando para o Tártaro; Hypnos falou, fazendo surgir entre suas mãos uma bela harpa dourada.

-Irmãozinho, calma; o Deus da Morte pediu, até mesmo ele sabia que em matéria de poder, ele e Hypnos eram iguais, porém o irmão tinha todos os motivos para manda-lo para o Tártaro agora, ganhando uma pequena vantagem em matéria de determinação.

-Parem com isso; a voz irritada da senhora da noite os interrompeu.

-Mãe; Thanatos falou, visivelmente aliviado.

-Hypnos, que tipo de postura é essa? Aonde já se viu, atacando seu próprio irmão? –Nix falou, com um olhar severo.

-Viu; o Deus da Morte falou, em tom de provocação.

-E você mocinho, esperava isso de qualquer um menos de você; ela falou, aproximando-se e num rápido movimento, segurando-o pela orelha.

-Aiiiiii, me solta; Thanatos falou, se debatendo.

-Viu; Hypnos falou, com um sorriso vitorioso.

-Já disse para pararem com isso, ou vou tranca-los com Cerbéros; ela avisou.

-Você teve sorte dessa vez irmãozinho, mas não espere que a mamãe esteja sempre por perto para lhe proteger. Me interrompa de novo e não vai existir um mundo capaz de lhe abrigar, quando eu começar a te caçar; Hypnos avisou, com os orbes dourados aos poucos ganhando um brilho azulado, antes da harpa desaparecer e o mesmo despedir-se de Nix com um aceno, deixando o local.

-Você não tem amor a vida, por acaso? –Nix perguntou, soltando o filho.

-Oras, só queria ajudar; ele se justificou, com um sorriso descarado. –E alem do mais, estou cansado de ver esse idiota se fechando para o mundo por causa daquela ninfa, deixando de viver e de se aproximar das pessoas por ser um covarde;

-Thanatos, não fale assim do seu irmão; a Deusa da Noite exasperou, pronta para puxar ele pela orelha de novo, mas Thanatos conseguiu se esquivar.

-É o que eu penso; ele se justificou, fazendo uma breve reverencia e desaparecendo.

-Caos estava realmente de mau humor; Nix resmungou, balançando a cabeça levemente para os lados.

Continua...


Enfim, o ultimo capitulo fica pro ano que vem XD. Sinceramente espero que tenham gostado da primeira parte.

Até a próxima pessoal

Kisus

Já ne...