Notas iniciais: Quero dedicar essa fic à Kahli hime, que me incentivou a escrevê-la, além de sempre me ouvir reclamando sobre oh, como minha vida de estudos é dura xD
Bom, a fic não será tão grande, porque não vou ter muito tempo pra me dedicar a escrever nas férias... Malditas recs XD!
E talvez você achem erros de português (bem provavelmente). Culpem a Engenharia que nunca me faz escrever hahaha!
De qualquer forma, espero que gostem!
Capítulo I
Obrigada
– Apenas esqueça – meu corpo se encolheu sob o lençol, eu via apenas suas costas, mas podia perceber que você estava todo mal humorado, enquanto colocava suas meias. Mesmo com você sentado logo lá, do outro lado da cama, eu sentia um abismo imenso entre nós.
– Você faz parecer fácil! – eu choraminguei, sabia que você achava isso a coisa mais irritante do mundo, mas quem se importa? Eu também estava bem irritada no momento – Faz parecer que é só eu decidir "Ah, caramba, ele não quer mais me comer. Certo, certo, então é só ter um surto de amnésia, que vai estar tudo bem" – meu tom de voz já aumentava esganiçado, e minha visão estava começando a ficar embaçada por causa das lágrimas– Mas Sasuke-kun, não é assim que funciona, não dá pra eu fazer isso. Eu te amo tanto que dói.
– Já foi suficiente, obrigado, mas acabou – eu ouvi seu tom de voz entediado, tentando ser tolerante – Você sempre soube que isso aqui não passava de sexo, me seguir por aí não vai me fazer bem e muito menos a você! – Seu olhar de pena me fuzilava, me deixando tão nervosa que achei que vomitaria naquele instante.
Easy for you to say
Your heart has never been broken
Your pride has never been stolen
Not yet not yet
Quando ouvi tudo aquilo, achei que era apenas uma desculpa para me dispensar porque ele tinha se enjoado de mim. Certo, ainda acho isso. Fato é que, mesmo com as palavras sendo ditas por outros motivos, devo concordar. Eu mesma tenho pena da Sakura de sete anos atrás, tão cega por amor que não viu que não havia jeito de aquilo dar em algum lugar, tão cega pelo amor que decidiu jogar seu sonho de ser médica, formada pela melhor universidade do país para seguir seu precioso "Sasuke-kun" para onde quer que ele fosse.
No caso, outro país, outro continente. Eu teria facilmente aberto mão de todos os meus sonhos para ir com você até o fim do mundo. Já tinha até convencido meu pai a me mandar para os Estados Unidos, para a mesma universidade que você. Mas você me impediu e tenho que te agradecer por ter me ajudado a fazer crescer um pouco de sensatez em minha cabecinha tão infantil.
Ainda que eu fosse tão tola, não posso dizer que meu sentimento foi apenas algo que eu confundi com amor, não eram apenas os meus hormônios de adolescente gritando pelo "garoto sensação" do colégio. Não era apenas isso. Até porque o que eu sentia era bem mais antigo. Desde os cinco anos, quando o vira sentado na areia do parquinho construindo seu castelinho, senti algo de "errado" com o meu com todos aqueles "ba-thump" que ecoavam no meu peito.
Aos onze, me dei conta de fato que aquilo era amor, lembro-me de eu, toda bobinha, o olhando escondida ou, em dias mais corajosos, te desejando um "tenha um bom dia, Sasuke-kun". Nessa época, as outras meninas da escola também começaram a te notar, eu me sentia ferver por dentro quando via alguma garota particularmente atirada o abraçando, mas não fazia nada, tinha vergonha. Era tudo tão inocente e imaculado que quase consigo ignorar meu sentimento de constrangimento ao relembrar desses momentos.
Aos doze vi você e Ino, minha melhor amiga na época, se beijando naquele cantinho escondido perto da quadra do Konoha Chuhakko. Me lembro de ter brigado feio e parado de falar com ela por um bom tempo, apenas quando você partiu pude perceber o quão infeliz havia sido largar uma amizade tão bonita por você, que nem relevara minha existência...
Depois disso, nem preciso falar que meu coração se partiu em mais um milhão de pedacinhos muitas outras vezes. Não que você fosse um grande mulherengo, ou algo assim, mas eu sempre estava por perto, diria que eu era meio que como uma stalker... Deprimente, não?
No meu aniversário de dezoito anos você finalmente veio falar comigo. Eu estava naquela boate com as minhas amigas, comemorando. Você surgiu tão lindo, perguntou meu nome e, apesar de eu saber até seu número de matrícula na escola, não me incomodei com você nem sequer saber meu nome, afinal, Konoha Koukou era grande e apesar de sermos de anos escolares iguais, nossas salas ficavam em andares diferentes. Naquela noite, tive meu primeiro beijo. Mais precoce que eu só Andy Stitzer, o virgem de quarenta anos...
Quase surtei de alegria quando depois das férias de primavera você pareceu me reconhecer enquanto eu trocava meus sapatos para voltar para casa. Conversamos sobre coisas triviais. Apesar de não falarmos sobre nada em especial, aquela conversa me fez gostar mais ainda de você...
Algumas semanas, conversas superficiais e amassos depois, tive minha primeira vez. Lembro-me de estar muito nervosa e também ter achado aquilo tão romântico! Haha, talvez seja nesse momento em que eu mais sinto vergonha da eu antiga: Como eu pude achar um drive in romântico? Mesmo assim, não posso negar que foi bom, foi muito bom. Você já tinha treinado bastante, né?
Continuamos a nos ver, mas era "só sexo", como você dizia, sem nem mais aquelas conversas superficiais, você apenas me puxava em algum momento do dia, íamos a algum lugar um pouco mais reservado e fodíamos como loucos sem amanhã. Não que eu me importasse, eu estava gostando tanto de toda aquela "atenção" que estava recebendo de você... Sabia que você não me amava, mas eu poderia mudar isso, não poderia?
BANG! Grande erro! Foi o que eu percebi tardiamente, deitada toda encolhida na cama de um motel tão decadente que fedia a baratas, quando você finalmente me mandou catar coquinho para ficar livre desse estorvo que eu era. Sim, eu assumo, eu devia bem ser um pé no saco...
Mas, pensando agora: não foi muito nobre da sua parte dar uma trepada final pra depois me comunicar que cada um tinha que seguir seu rumo, não é? Acho até estranho que você teve a decência de esperar eu me recompor pra me levar de volta para casa ao invés de apenas me largar lá.
Só que veja bem, Sasuke... Mesmo que eu me lamente por agir tão tolamente, não me culpo. Eu te amava tanto! Um dia você também sentirá isso e me entenderá.
Não quero que pareça uma praga de ex-colega de sexo apaixonada que levou um grande pé na bunda, mas um dia desses, você vai se apaixonar. Provavelmente seu coração será quebrado, porque, meu caro, a vida é uma grande filha da puta que insiste em fazer tudo ser mais doloroso. Quando tudo isso acontecer, você vai se sentir acabado... Talvez você acabe por se humilhar tanto por amor que quase não lhe sobre uma gota de orgulho, assim como não sobrou a mim.
One of these days
I bet your heart'll be broken
I bet your pride'll be stolen
I'll bet, I'll bet, I'll bet, I'll bet
One of these days
One of these days
Mas veja! Olhe pelo lado bom, Sasuke: Nós crescemos com isso... Eu cresci e me sinto bem com a Sakura de hoje, com quem me tornei, portanto só posso dizer obrigada por ter me feito mais forte.
Notas finais: Yaaaaay, o que acharam?
Foo Fighters me inspirou totalmente com These Days em um momento em que eu deveria estar estudando...
Obrigada por terem lido e, por favor, me avisem sobre minhas gafes no português!
