DISCLAIMER: Esses personagens não me pertencem, embora eu adoraria ter todos eles para mim ^^


Tan'ni Aishiteru

Por Hitachiin Pepper

Dedicado à Debby

Capítulo 1 – O sonho

Entrou no apartamento, visivelmente cansada. Os cabelos um pouco abaixo dos ombros presos por um coque, a maquilagem leve e as roupas impecáveis a deixavam muito elegante. O mundo ensinou a Fujioka Haruhi que as aparências contam e muito. A garotinha desleixada, que vestia suéteres compridos e usava óculos que eram emprestados, aprendeu que no mundo, um belo corpo com curvas poderia determinar seu emprego e até seu futuro. Era um jeito sujo de viver e assumir, porém não se importava mais com isso. Ser advogada lhe mostrava que a vida era muito mais do que resolver os casos e assinar papéis. Era preciso ter certa experiência e malandragem para argumentar com o júri. E isso ela aprendeu aos poucos; perdendo a pureza da juventude e entrando em uma vida de mentiras. Era uma profissão suja... já havia ouvido isso várias vezes, mas não se importava contanto que estivesse feliz. O problema era que cinco anos convivendo com a mesma rotina cansativa estava começando a perder a graça. O encantamento dos primeiros casos já havia se diluído, assim como sua vontade de viver. Preferia que o mundo explodisse para que ela pudesse descansar em paz. Desde quando tinha pensamentos negativos assim? Desde que esqueceu as lembranças de sua adolescência no Colégio Ouran, convivia com essa depressão insistente. A paixão ardente que pensava ter por Tamaki Suou era apenas a ansiedade do primeiro amor. Namoraram durante sete meses, enquanto Haruhi estava na faculdade e depois decidiram que era melhor parar por ali. Se continuassem sabiam que ambos sairiam machucados. Em seu aniversário, Tamaki sempre ligava para ela, assim como Hani e os Gêmeos. Kyoya mandava uma simples mensagem em seu celular com os mesmos dizeres, todos os anos: "Felicidades". O relacionamento com Hikaru não havia sido nada mais do que simples amizade, apesar de ela gostar muito dele até hoje. Mei estava namorando Kaoru há dois anos e se davam muito bem, logo eles iriam noivar e Haruhi sabia que daqui a algum tempo o casamento poderia acontecer. Porém, de todas essas pessoas, a única que ela nunca mais teve contato era a que ela mais queria encontrar. Takashi Morinozuka. Há algum tempo que tem pensado demais nele.

Quando a formatura dele ocorreu, Haruhi estava lá, mas não pode falar nada mais do que desejar-lhe boa sorte. Naquela época, o 'amor' por Tamaki ainda predominava, mas algo lhe dizia que estava errado. Não poderia acabar assim. Ele era tão diferente. Carinhoso, educado, cuidadoso... Indescritível.

Colocou a bolsa na cadeira mais próxima e se dirigiu ao banheiro, precisava de um banho relaxante. O dia não havia sido dos melhores. Seu mais novo cliente, Sakurazaki Doumeki, era uma pessoa que não se podia confiar. Estava sendo acusado por assassinato, estupro e homicídio culposo. Já havia sido pego pela polícia com grandes quantidades de cocaína, além de ser suspeito de estar diretamente envolvido com a Máfia Japonesa. Apesar de tudo, o poder da família é um assunto que deve ser levado muito em conta. Comprar briga com os Sakurazaki era comprar uma passagem só de ida ao inferno, principalmente a polícia. Por se uma advogada muito famosa no Japão, Haruhi foi a escolhida pela família para defender o mais jovem. Não pensava que o caso seria tão complicado, afinal, já livrara alguns criminosos com bastante facilidade; mas Doumeki havia feito coisas muito mais graves e complicadas de serem resolvidas.

O julgamento de hoje havia sido adiado para daqui a dois dias e ela iria se preparar muito mais, afinal, esse era seu trabalho agora.

OoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoO

- Ahh! Eu sabia Haruhi! Eu disse! Você está apaixonada por esse homem! – Jullie gritava eufórica enquanto passavam pela porta giratória da Adobokashī Corporation, fazendo com que alguns funcionários olhassem assustados para as garotas. – Já é a terceira vez que você sonha com ele!

- Jullie-San. Fale baixo, por favor. – A Fujioka parecia mais preocupada com os olhares reprovadores das pessoas do que o assunto da amiga. – Não vou mais contar essas coisas...

- Ah vai sim! Mesmo porque, eu sou a única que te entende! – Jullie Sanderws era uma advogada americana novata. Enquanto Haruhi estava com 26, Jullie tinha 21, mas não era menos inteligente por isso, pelo contrário, estava no Japão por seu talento ter chego até a empresa. O salário era tentador para recusar e sempre teve vontade de viajar para outros lugares mesmo, por que não? Logo no primeiro dia, tornou-se amiga de Haruhi por ser tão extrovertida e alegre. Uma menina de cabelos loiros, curtos e mais alta do que a amiga. Usava óculos e tinha os olhos verdes, o que a tornava ainda mais bonita. Sua aparência não demonstrava, mas ela parecia uma criança... viciada em vídeo-games, doces e jogos de tabuleiros. Haruhi aprendeu que não poderia achar que nada é impossível, pois para Jullie nada era impossível. Com uma personalidade imprevisível, Haruhi teve a surpresa de atender em sua casa a loira animada, que trazia um pote de sorvete tamanho extra e nove DVDs de filmes românticos ás 10 da noite em plena sexta-feira, sendo que tinham se conhecido há uma semana. Desde aquele dia, os dias de Haruhi nunca mais foram os mesmos, pois a cada final de semana, algo parecido acontecia.

- Eu sei, eu sei. Mas poderia, por favor, falar mais baixo?
– Entrando no elevador lotado, Haruhi tentava pedir mais uma vez em vão para que a outra se calasse, o que não deu muito certo. Recebendo um olhar de reprovação da supervisora que estava no local, abaixou a cabeça envergonhada pela amiga que pouco se importava com os presentes ali.

- Não seja chata Haruuu! Você não entende nada de encontros amorosos!

- MAS NÃO FOI UM ENCONTRO! – Haruhi gritou nervosa, ouvindo um pigarro da supervisora. Xingou Jullie mentalmente. Garota irritante! Sussurrando, completou no ouvido da amiga – Foi um sonho. Aquilo pelo qual as pessoas passam enquanto estão dormindo!

- Ah, não importa! Um encontro é um encontro! Você não pode dizer o contrário!

Algumas pessoas saíram do elevador fazendo com que as duas tivessem mais espaço. Enquanto esperavam o andar chegar, a loira filosofava sem parar sobre o assunto e o elevador esvaziava aos poucos. Haruhi decidiu encostar-se em um dos cantos enquanto observava tediosamente à amiga, e ainda pôde ver a careta da supervisora quando esta saiu do elevador. Finalmente estavam sozinhas e ela se explicou.

- Olhe Jullie-San, não é nada anormal sonhar com a minha adolescência. Isso foi uma coincidência.

- É claro! Você me falou desse cara anteontem por livre e espontânea vontade, além do que falou super bem e depois sonha com ele! Isso é uma coincidência de fatos que só podem ser explicados com fórmulas físicas. – Se sabia fazer uma coisa bem feita, era ironizar! Uma das únicas vezes que era arrogante.

- Eu não falei dele por livre e espontânea vontade, você me obrigou! E também não iria falar nada do que não fosse verdade! Ele era sim muito simpático comigo!

-Só simpático?

- Não! Ele também era educado, reservado, encantador e é claro que sempre sabia no que eu estava pensando...

- Hummm. Entendi. – A carinha risonha que Jullie tinha era de vitoriosa. No amor, Jullie sempre ganhava dela no final.

- Ele era tão... racional...

- Racional? – Se surpreendeu.

- É... acho que sim. Ele era o mais... fofo... Não. Quem deveria ser fofo era o Hani-Sempai, mas... ele era mais... – A Fujioka estava em um duelo inconsciente consigo mesma. – Tão... bonito e charmoso... Eu... gostava muito dele...

- Mas o seu 'muito' é quanto?

- Bastante acho. Eu... ah, não sei, me sentia bem com ele. Mais do que com o Tamaki. Eu me arrependo de não ter conversado mais com ele na formatura. Eu sou uma burra. Não! Desde quando falo isso? Por que eu devo pensar tanto nele, sendo que ele não está pensando em mim? Droga isso é horrível! Quanto mais eu penso na distância que estou dele, mais me sinto mal. Por quê?

- Bom isso se chama 'gostar de alguém', ou você pode chamar de 'amor'.

- Não! Não é amor! Não pode ser. Faz muito tempo. Como eu posso me apaixonar por uma pessoa que não vejo há anos? Hã hã. Não é. Não, não. Se talvez, não sei, por um acaso, nós nos encontrássemos novamente e rolasse um clima, talvez eu poderia dizer que eu estou apaixonada; mas eu digo isso não afirmando que tenho esperanças que isso aconteça. Poderia ser até legal, mas... é, é complicado. Mas eu gosto dele sim. Hã? Espera... gostar é... é legal.

Voltou os olhos para frente e viu Jullie do lado de fora do elevador, andando pelo corredor luxuoso do prédio. A loira olhou para a carinha confusa de Haruhi com um sorrisinho maroto.

- Vamos garotinha apaixonada! Temos que encontrar Morinozuka Takashi!

OoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoOoO

- Morinozuka S.A., boa tarde! – A recepcionista do outro lado da linha parecia bem atenciosa, o que acalmava o nervosismo de Haruhi. Havia sido muito fácil encontrar o telefone da empresa dos Morinozuka, o problema era a coragem para ligar. Depois de uma insistência absurda por parte de Jullie, Haruhi pegou o telefone sem hesitação, esperando que com aquilo a garota parasse de falar, porém sua coragem estava se dissipando agora que se encontrava falando com a secretária. Tentou conter a gagueira, mas foi em vão. A voz saiu toda tremida, como a antiga Haruhi que havia entrado na Terceira sala de música há alguns anos atrás.

- B-boa tarde. A-aqui é Fujioka H-Haruhi e eu gostaria d-de falar com...

A voz não saía. O que havia acontecido com ela? Olhou desesperada para Jullie que fez um sinal com a mão para que ela continuasse. Tapou o telefone e sussurrou para a loira – Você tem certeza que é uma boa idéia? – Jullie fez um soco com a mão e Haruhi voltou ao telefone.

- Aqui é Fujioka Haruhi. Sou uma antiga amiga de Morinozuka Takashi. Será que eu poderia falar co...

- O Senhor Takashi está ocupado no momento. Tente novamente amanhã! Obrigada por ligar!

Haruhi olhou para o telefone em sua mão e depois para Jullie que estava com os braços cruzados em frente ao peito de um modo agressivo.

- VOCÊ É REALMENTE BOBA SABIA?

- Eu não pude fazer nada! Ela disse que ele estava ocupado. Eu posso ligar amanhã...

- Para que esperar até amanhã para fazer algo que pode ser concluído hoje? – A loira pegou o telefone das mãos de Haruhi e discou alguns números. Esperou até que a mulher do outro lado da linha falasse "Morinozuka S.A., boa tarde"Boa tarde! Meu nome é Jullie Sanderws e estou interessada em um estágio na Morinozuka S.A. Tenho ótimas referências. Meu currículo foi enviado há alguns dias. – Haruhi se surpreendeu com a confiança da amiga, tanto que, se não soubesse ser mentira, acreditaria sem duvidar.

- Srta. Sanderws, não recebi nenhuma informação de que seu currículo tenha chego em nossa empresa. Assim, que receber alguma informação sobre isso entrarei em contato.

- Não, não. Você não entendeu meu amor. Meu currículo foi solicitado pelo próprio Morinozuka Takashi.

- Não fui avisada sobre isso Srta. Sanderws.

-Ah, mas é óbvio. Por que um homem tão ocupado como Morinozika Takashi perderia tempo explicando a você os motivos de pedir um currículo em especial? Imagine, explicar justamente a você, que nem sabia se o currículo tinha chego. Eu demitiria uma pessoa que não tratasse bem os clientes e que não soubesse dar informações. Bem, acho que falarei pessoalmente com ele. Passar bem!


- Espere!
– A loira sorriu divertida para Haruhi depois de se sentar na cadeira colocando os pés em cima da mesa como uma desleixada. – Srta. Sanderws me desculpe. Eu não tive a intenção de ofendê-la. Posso marcar um encontro com o Senhor Morinozuka agora mesmo.

- Hummm, não sei se devo. Você foi muito rude comigo. – Ela sorria vitoriosa. Era muito bom se sentir superior às vezes.

- Não! Por favor. Foi um erro meu! Eu preciso desse emprego. Veja, posso marcar para amanhã mesmo, às duas horas. Está bom pra a Senhorita?

- Hummm, então tudo bem! Estarei aí às duas. Ah, e mais uma coisa. Eu poderia muito bem conversar com o Takashi sobre o ocorrido, mas não farei isso por pena. Portanto, quando conversar comigo no telefone, não implore por seu emprego. É vergonhoso!

Colocou o telefone no gancho delicadamente. As duas se olharam sérias durante alguns segundos. Jullie foi a primeira a começar a gargalhar, sendo seguida por Haruhi. As duas choravam de tanto rir, e quem passasse em frente á sala onde as duas estavam podia ouvir o escândalo.

- Você foi tão perversa! Parecia o Kyoya-Sempai. – Haruhi falou entre os risos e Jullie fez uma cara de surpresa. Sabia de todas as características dos Anfitriões, pois fez Haruhi contar a história do Host Club milhares de vezes.

- O Kyoya-San? Aquele Rei dos Demônios? – As duas riram novamente. Haruhi estava feliz. Finalmente veria Mori-Sempai novamente. Porém uma coisa a preocupou e parou de rir subitamente.

- Jullie-San, como faremos para que eu me encontre com ele? Você marcou um encontro com o seu nome.

- Ahhh, para isso eu já tenho um plano. – A morena olhou Jullie receosa. Será que dessa vez a mente brilhante dela seria capaz de pensar em um plano pra isso? A hesitação voltou e ela se amaldiçoou por ter sonhado com Morinozuka Takashi.


N/A: Yooooo! Aí está o primeiro episódio de Tan'ni Aishiteru que significa Simplesmente Te Amo. Esse episódio ficou uma porcaria ¬¬' mas que queria muito fazer um fic entre a Haru-Chan e o Mori-Sempai ^^ Huhuhu e saiu isso! Tcharaaam! [leva pedradas] Me desculpem, eu prometo que tentarei melhorar nos próximos episódios! Espero que tenham gostado!
Beijos
Hitachiin Pepper