Disclaimer: Saint Seya e seus personagens relacionados pertencem ao mestre Masami Kurumada e às editoras licenciadas

Esta fic é muito especial para mim, pois é dedicada a uma pessoa apaixonante, linda e que desde que comecei a escrever, sempre me incentivou muito e me deu forças e coragem para seguir em frente.

Para minha linda beta, dedico este singelo presente... Para você, Themys!!!

-x-x-x-x-x-

Capítulo I – Morte

-x-x-x-x-x-

Era quase fim de tarde na pequena propriedade rural, homens e mulheres estavam reunidos em torno de uma imensa mesa de madeira maciça, conversando entre si, alguns mais exaltados do que outros.

Discutiam o que fazer frente à ameaça de um grande senhor, dono de terras pela região. Há muito, ele tentava comprar aquela propriedade, sabia da qualidade de seu solo e da pureza de sua água, seria ótimo para seus negócios. Mas a comunidade que ali vivia jamais venderia a única forma que tinham para garantir sua sobrevivência.

Seu líder, um homem de cabelos azuis bem escuros e curtos e olhos da mesma cor, tinha sido taxativo diante da última tentativa do fazendeiro: só sairiam dali mortos. E quando Kenchi Amamya decretava algo, era lei perante a comunidade.

Só não sabiam que Ares, quando queria, sabia ser tão ou mais cruel que o próprio demônio...

-Ikki! Ikki! – chamava uma jovem mulher, procurando por alguém. Logo, um menino idêntico ao líder da comunidade veio ao seu encontro, seguido por um outro de cabelos verdes e olhos idem, iguais ao da mulher.

-O que foi, mãe?

-Preciso que você vá até o riacho e me traga uma moringa de água, Ikki.

-Está bem... Vamos, Shun?

-Não, Shun, você fica, preciso de sua ajuda com os doces que estou preparando para seu pai.

O menor fez um bico, mas seguiu a mãe para dentro de casa. Ikki, então, foi para o riacho, levando a moringa debaixo do braço. Era um menino de nove anos, mas forte e responsável, ajudava sue pai a cuidar da plantação e do irmão menor, a quem amava muito. Era como um herói para o pequeno Shun.

Chegou ao riacho e encheu a moringa com água, sua mãe parecia estar com pressa. Porém, na hora de voltar, reparou que um pouco afastada da trilha havia uma macieira, carregada. "Mamãe vai gostar se eu levar algumas para ela!", pensou. Ikki largou a moringa sobre uma pedra e tratou de subir na árvore, rápido feito uma raposa.

Não sabia ao certo quanto tempo demorara no bosque, mas a "concha" que sua camisa formava estava cheia de maçãs e ele, satisfeito com seu achado. Assoviando, ele foi se aproximando do terreiro da comunidade, até que notou o silêncio. Estranhou, sempre havia crianças correndo por todo canto, não ouvia a discussão de sue pai com os demais homens da aldeia. Apertou o passo, derrubando as frutas que carregava, a moringa acabou por se espatifar na terra. E o que viu quando vislumbrou a comunidade deixou-o sem chão.

Estava tudo revirado, as janelas das casas quebradas, fogo por todo lado. Pessoas caídas, agonizando ou já mortas, o sangue tingia de vermelho o terreiro. Caído próximo à mesa, estava seu pai, Ikki correu até ele.

Marcas de tiros estavam estampadas no peito de Kenchi, morto. Ikki abraçou o corpo do pai, lágrimas de formaram em seus olhos. Levantou a cabeça e viu sua mãe adiante, ela ainda parecia viva! Correu até ela, apoiando sua cabeça nas pernas infantis. Com muito esforço, Asuka esboçou um sorriso.

-Meu filho... Está vivo...

-Mãe... O que aconteceu aqui?

-Homens mandados por... Ares...

Maldito fazendeiro, então ele era o culpado por aquela desgraça? Em meios às lágrimas, o ódio começou a brotar nos olhos azuis de Ikki, ele apertou com mais força o corpo de sua mãe em seu abraço. E então lembrou-se de seu pequeno irmão.

-Shun! Onde está o Shun?

-Shun... Ele... Meu menino...

-Mãe? Mãe? MÃE!!!

Mas de nada adiantaram os gritos de Ikki. Asuka, sem forças para continuar, morreu nos braços do filho mais velho. Chorando, o menino deitou-se ao lado do corpo da mãe, queria morrer ali, com ela...

-x-x-x-x-x-

De noite, na escuridão que era quebrada somente pelo brilho das estrelas e lampiões, uma carruagem negra vinha pela estrada, em ritmo frenético. Nela, um homem de cabelos castanhos e olhos da mesma cor lia um livro, sendo observado por um menino de oito anos, de cabelos negros e olhos com um brilho esverdeado.

-Vô Dohko?

-Sim, Shiryu?

-Falta muito para chegarmos em casa?

-Meu neto, a viagem mal começou... Durma, chegaremos somente pela manhã.

De repente, a carruagem parou, como se alguma coisa bloqueasse seu caminho. Estranhando, Dohko pediu à Shiryu que ficasse quieto enquanto saía para verificar o que estava acontecendo.

-O que foi, Géki? Por que paramos?

-Por causa disso, senhor... – ele apontou algo na frente da carruagem – Pensei que fosse uma pedra que estava no caminho, mas veja que barbaridade...

Dohko abaixou-se na direção em que o cocheiro iluminava com seu lampião e teve que se conter para não despejar o jantar por ali mesmo: era um corpo feminino, estendido no chão. Géki levantou o lampião e viu que havia outras pessoas caídas pelo local, mortas.

-Uma chacina, senhor...

-Por Deus, quem seria capaz de tamanha crueldade?

Suas divagações foram interrompidas pelo som de algo se mexendo, Géki direcionou novamente o lampião para o chão. E então Dohko percebeu que havia um menino deitado próximo à mulher e que ele se mexia, estava vivo! Com cuidado, pegou o menino no colo e levou-o para dentro da carruagem, dando ordens ao cocheiro para seguirem viagem.

-Quem é ele, meu avô? – perguntou Shiryu, curiosos ao ver o menino nos braços do avô, adormecido.

-Não sei, Shiryu, mas certamente precisa de nossa ajuda...

-x-x-x-x-x-

E aqui se foi o primeiro capítulo, a título de introdução... Gostou, Themys? Demorou, mas aqui está meu presente de aniversário para você, minha querida!

Beijos!