Hey!^.^ Parece que finalmente consegui inspiração para escrever algo mais longo! Minha fixação por Night Walker deu-se principalmente pela influência da minha querida amiga Tomoyo, que me apresentou ao jovem Shido Tatsuhiko me tornando também membro da família! ^__^ Não conheço muito da história e nem todos os personagens, mas consegui escrever esse universo alternativo com o pouco que sei (talvez nem seja tão alternativo assim)... Espero que gostem! ^__^ (Inushi)
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O caso Tatsuhiko – Cápitulo I
"Transilvânia, 13 de outubro.
Cheguei há três dias. O tempo está úmido e nublado. Espessas nuvens negras rondam o céu dia e noite.
O hotel é muito confortável, embora gostaria que o rosto das pessoas fosse mais gentil, mas não posso negar que me sinto muito à vontade nesse lugar.
Ontem desci à cidade para procurar pistas sobre o caso em que estou trabalhando, porém minha busca não teve o retorno que eu esperava. As pessoas parecem não perceber se algo está ou não errado... Algumas indicaram o castelo da colina como um bom lugar para iniciar alguma investigação".
- Só isso?
- Sim, esta foi a última declaração deixada por ele, chefe. Ninguém mais viu Tatsuhiko depois do dia treze de outubro.
A jovem permaneceu parada, folheando lentamente o pequeno livro de capa escarlate em suas mãos.
O homem rechonchudo sentado atrás da mesa parecia pensativo enquanto bebia seu café.
"Que será que houve com ele? Era o único detetive louco o bastante para pegar casos como aqueles... O que teria causado esse desaparecimento tão repentino?".
Ele colocou a xícara novamente na mesa e, levantando-se devagar, foi até a janela do outro lado da sala.
A cidade lá fora apesar de iluminada tinha um ar peculiarmente sombrio. Por alguns instantes o velho detetive permaneceu ali, mergulhado em pensamentos, enquanto alisava a longa bigodeira grisalha.
Realmente era tudo um grande mistério. Há anos ele trabalhava com uma agência de investigações e,modéstia à parte, uma agência até que bem conceituada no meio.
Porém, há cerca de um ano, ele começara a receber clientes com queixas estranhas. Reclamavam de assombrações e seres sobrenaturais, fantasmas e múmias que apareciam não sei de onde e sumiam não sei bem como... Ora havia uma senhora que reclamara ter uma pequena família de "aliens" vivendo em seu sótão!
E ele, por mais que tentasse, jamais conseguiu resolver um só caso desse tipo, e logo a agência entrou em decadência...
Foi nessa época que Shido Tatsuhiko apareceu.
Era um jovem de aparência e olhos ávidos por conhecimento e mistério. Vinha à agência procurando um emprego como detetive, e propôs-se também a trabalhar nos casos "sobrenaturais", como eram chamados pelos detetives da equipe.
Shido mostrou-se muito competente em suas investigações e logo a empresa recuperou sua fama.
O jovem Shido havia completado três meses de serviço quando pegou o caso da Transilvânia e agora, dois meses depois, começávamos a encontrar pistas sobre seu suposto desaparecimento.
-É...
Disse o detetive num tom arrastado, virando-se para encarar a jovem.
- Tenho apenas uma teoria... Na verdade duas...
- E quais seriam essas teorias, chefe?!
Ela trouxe o livro escarlate para perto do peito.
- Das duas uma, ou ele foi morto, ou não quer ser encontrado...
A jovem agora o fitava estarrecida... Shido? Se escondendo? De que? De quem? Por que?
- Se ele estiver morto foi apenas mais uma vítima do destino cruel dos homens... agora...
- O senhor acha... Que ele fugiu.. Com outra?!
- Bem, infelizmente não podemos descartar essa possibilidade, não é mesmo?
- Prefiro pensar em Shido como um cadáver a imaginá-lo com outra!
E, pegando rapidamente seu casaco e sua bolsa de cima da mesa, ela saiu da sala, batendo a porta com força ao passar.
O homem permaneceu impassível. Olhou o relógio em cima de sua mesa. Já estava tarde, começou a recolher suas coisas sem pressa. Mal fechara as gavetas quando, de repente, a luz se apagou. Uma densa tempestade se iniciava no negro da noite.
"Que maravilha" pensou enquanto tateava a mesa em busca de um isqueiro para iluminar a sala. O achou debaixo da pilha de papéis e o acendeu. Logo viu que a jovem esquecera o diário de viagem em cima da cadeira.
- E ela continua desatenta...
E com um sorriso ele começou a folhear o diário. A chuva lá fora continuava forte e não dava sinas de que iria parar tão cedo.
- Está chovendo muito não é?
O velho detetive pareceu paralisado. Podia jurar que ouvira uma voz que não era a dele dentro da sala... Tinha certeza de que apenas ele havia ficado depois que a jovem se foi. A não ser... Ele virou-se lentamente, em seus olhos havia uma mistura de medo e de curiosidade por descobrir se havia ou não alguém atrás dele. E seus temores se confirmaram.
Logo atrás de sua cadeira, junto a janela, estava um jovem alto, completamente vestido de preto, a longa cabeleira púrpura presa por uma fita vermelha pendia sobre um de seus ombros. Ele olhava a chuva lá fora como que hipnotizado por ela.
- Quem... Quem é você e o que quer?
O velho sentia seu coração bater cada vez mais rápido. Estava em um estado de choque e pânico, parecia que já tinha visto aquela figura antes, mas não podia evitar o crescente sentimento de medo que tinha por ela.
- Quem sou? Eu mesmo não me lembro...
O rapaz abaixou a cabeça... Permaneceu por uns instantes fitando os próprios pés, mas logo virou novamente para a janela.
O medo pareceu ir se esvaindo, tanto que ele até teve forças para perguntar...
- Poderia se virar para que eu visse o seu rosto, senhor...?
- Shido... Ele me chama de Shido.
Disse o rapaz virando-se para olhar para o detetive.
Este parecia completamente chocado agora. Tinha em sua face uma mistura de pânico e incredulidade tão profunda que não conseguia se expressar por palavras.
Sim, Shido Tatsuhiko estava parado a sua frente, bem próximo dele na realidade, mas não parecia nem de longe o jovem rapaz que ele conhecera.
Shido tinha agora uma expressão aterrorizante. Seus belos olhos azuis estavam agora cor de âmbar, a pele bem mais branca que de costume, a expressão de sua face não mais revelava aquele jovem aventureiro, não, agora ele tinha um rosto depressivo e sem luz.
-Não o olhe como se fosse um animal de zoológico, mortal.
Uma outra voz veio de um canto enegrecido da sala. Com terror nos olhos o detetive viu que mais uma figura saía das sombras.
Com passos lentos e elegantes a outra figura se aproximou dele e de Shido. Era um homem jovem, com longos cabelos loiros. Como Shido, estava todo vestido de preto e tinha em seus olhos um ar ameaçador.
- Mortal, esqueça do bom rapaz que conheceu, Shido agora é meu. Viemos apenas para apagar o que resta do passado dele, e adivinhe... Isso inclui você.
Com um sorriso diabólico nos lábios o homem pegou o diário de viagem e em segundos nada mais restara dele.
- Pronto, o diário, a garota... E agora...
- Garota? Você... Você a matou?!
Nesse momento o pânico fora substituído por raiva. Ele olhou para Shido como que esperando alguma reação por parte dele, mas o rapaz permanecia imóvel, contemplando a chuva que caía cada vez mais forte lá fora.
- Nunca acuse ninguém sem ter provas, caro mortal. Eu não matei a garota... Ele a matou.
O homem ainda o olhava com aquele sorriso nos lábios. Parecia tão triunfante, falava de morte e assassinato com toda naturalidade do mundo.
- Cansei dessa brincadeira... Shido quer ter a honra? Ou prefere que eu acabe com esse aqui?
Shido não respondeu.
- Bem, pronto para ver o inferno de perto?
Os olhos arregalados e o medo estampado na cara do detetive pareciam deixar o homem com uma inconfundível sensação de prazer.
O detetive agora sentia mãos gélidas ao redor de seu pescoço. Que seria dele agora? Morreria tão cruelmente, nas mãos de uma criatura amaldiçoada daquelas?
Olhou uma última vez para o jovem Shido. Este ainda mirava a chuva pela janela... Parecia tão calmo, como se não se desse conta do que acontecia a sua volta... Ou será que nem se importava?
Lentamente o detetive sentia sua vida se esvaindo. Já não havia mais ar, o quarto foi ficando mais escuro... Tudo em volta dele parecia girar. Já não sentia mais medo, tampouco sentia alguma dor, tudo que pode registrar em sua mente foi a terrível gargalhada que ouviu instantes antes de deixar-se levar nos braços da morte.
- Pronto... Com isso seu passado nunca mais o atormentará, Shido.
O homem se aproximou dele lentamente. Shido mirava a chuva com o olhar perdido.
- Cain, podemos ir embora agora? Não gostei deste lugar...
- Mas é claro, meu querido Shido, iremos para onde você quiser.
Sorrindo, Cain trouxe Shido mais próximo a si e, em instantes, as duas figuras negras já haviam desaparecido no meio na chuva sem deixar pistas do ocorrido...
Nunca ninguém soube o que aconteceu ao velho detetive, e com o tempo as pessoas pareceram perder o interesse por tal assunto. Sem sucesso, o caso de sua morte misteriosa ficou no esquecimento... Mas não por muito tempo...
CONTINUA....
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E então? Gostou? Achou uma droga? O Cain deveria parecer mais suspeito?! Poste um review e me deixe saber sua opinião!!! Arigatou!! ^.^
